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Espaçamento: As melhores opções são espaçamentos entre linhas de 3,0 a 3,7m e
entre plantas de 0,5 a 0,7m (3.860 a 6660 plantas/ha). Com a ampliação da colheita
mecanizada e a introdução da irrigação do cafeeiro, vem ocorrendo maior
diversificação desses espaçamentos.
Amostragem de solo: Antes da formação do cafezal, deve-se retirar amostra
composta da área total. Em cafezal formado, a amostragem deve ser feita a cada ano,
na faixa de solo onde são aplicados os adubos, de preferência próximo da projeção da
copa do cafeeiro (0,5 m para dentro e 0,5 m para fora, misturando ambas). Essas
amostras devem ser retiradas anualmente na profundidade de 0-20 cm, e a cada dois
anos, retirar amostras compostas de 20 a 40 cm de profundidade.
Os padrões de interpretação da fertilidade do solo para cafeeiros foram definidos por
meio de curvas de calibração das análises de macro (Tabela 1) e de micronutrientes
(Tabela 2) no solo, específicas para culturas perenes. Como recomendação geral, o
produtor deve procurar manter os solos dos cafezais nas classes de teores médios
para todos os nutrientes e para a saturação por bases, evitando, assim, deficiências
ou excessos, pois ambos limitam a produtividade e a qualidade.
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A interpretação do resultado da análise foliar é feita comparando-se os
resultados do laboratório com valores apresentados na Tabela 3.
Correção da acidez do solo: Aplicar calcário para elevar a saturação por bases da
camada arável a 70% e o teor de Mg a um mínimo em 9 mmolc dm-3. Na formação do
cafezal, distribuir o corretivo uniformemente sobre o terreno e incorporá-lo ao solo o
mais profundamente possível. Se a saturação por bases na camada 20-40 cm do solo
for inferior a 25%, aumentar a dose calculada para a camada arável em 50%. Além da
calagem em área total, aplicar 0,5 kg de calcário dolomítico por metro de sulco.
Em cafezal já formado, distribuir o corretivo de preferência logo após a colheita,
aplicando 70% da dose recomendada na faixa que recebe a adubação e o restante
30% mais no centro das ruas. A calagem preventiva é muito importante em solos
de textura arenosa: nesses casos, acrescentar 2 kg de calcário dolomítico por kg
de N a ser aplicado na adubação. Esta dose é somada à calagem para corrigir a
acidez definida pela análise do solo.
Gessagem: Aplicar gesso, com base na análise de solo da camada de 20-40 cm, se
for constatada saturação de alumínio acima de 50% ou saturação por bases inferior a
25%. Da mesma forma que o calcário, o gesso deve ser distribuído de forma
localizada na faixa de adubação, usando os mesmos critérios da calagem. As
quantidades podem ser estimadas de acordo com a textura do solo. Assim, aplicar 1, 2
ou 3 t/ha de gesso, respectivamente, para solos arenosos, de textura média ou
argilosos.
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Adubação orgânica: Se disponível, aplicar por metro de sulco um dos seguintes
adubos orgânicos: 20 litros de esterco de curral ou 2 litros de esterco de galinha ou 5
litros de cama de frango ou 10 litros de palha de café ou 2 litros de torta de mamona.
Atenção especial deve ser dada às cascas de café, que são ricas em nutrientes,
contendo, em g/kg, aproximadamente 15 de N, 0,2 de P2O5 e 30 de K2O, sendo assim
do maior interesse retorná-las ao cafezal. É fundamental a utilização desses
materiais bem compostados.
Adubação de sulco de plantio: durante o plantio é uma oportunidade de aplicar P em
profundidade no solo em culturas perenes. Assim, independentemente da análise do
solo, aplicar 60 g de P2O5 por metro de sulco, que, de acordo com espaçamento, varia
de 160 a 200 kg ha-1 de P2O5. Dar preferência para fontes de fosfatos solúveis em
água, e se possível contendo 0,5% de Zn na sua composição. Para facilitar a
incorporação de calcário no sulco e simultaneamente aplicar P em profundidade, usar
subsolador com três hastes, dotado de dispositivo capaz de aplicar P junto das hastes.
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Tabela 5. Recomendações de adubação para café em produção, em função das
análises de solo e folhas e classes de produção.
Classes de N foliar, g kg-1 P-resina, mg dm-3 K-trocável, mmolc dm-3
produção(1) <25 25-30 >30 <15 15-40 >40(2) <1,5 1,5-3,0 >3,0(2)
-1
sacas ha N - P2O5 - K2O (kg ha-1)
< 20 180 140 120 20 20 20 120 100 80
20 - 30 200 160 140 40 20 20 140 120 100
30 - 40 240 200 160 60 40 20 160 140 120
40 - 50 260 220 180 80 60 40 220 180 140
50 - 60 300 240 200 80 60 40 260 220 180
60 - 70 350 260 220 100 80 60 300 260 220
70 - 80 400 280 240 120 80 60 360 300 260
>80 450 350 240 140 100 60 400 340 300
(1)
Devido à bienalidade do ciclo de produção do café no ano de safra baixa, recomenda-se
utilizar a produtividade média do biênio para o cálculo da adubação.
(2) -3 -3
Para solos com teores muito altos de K (>6,0 mmolc dm ) e de P (>80 mg dm ) não aplicar
esses nutrientes para evitar desequilíbrios entre os nutrientes
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Quando for necessário aplicar doses maiores de B, isso poderá ser feito através de
aplicações solteiras do nutriente com a barra herbicida ou usar outras fontes do
elemento como complemento àquelas aplicadas via herbicida.
As concentrações recomendadas para aplicações foliares de Zn e complementares de
B variam respectivamente 6 a 8 g L-1 de sulfato de Zn e 2 a 3 g L-1 de ácido bórico. Em
cafezais deficientes em Mn aplicar, entre outubro e março, três pulverizações foliares
com o nutriente, empregando solução contendo 4 a 8 g L-1 de sulfato de Mn. As
quantidades inferiores são recomendadas para a manutenção, enquanto as superiores
devem ser empregadas quando há sintomas visíveis de deficiência.
Tabela 6. Recomendações de boro no solo e zinco nas folhas para café em produção,
em função dos teores dos nutrientes no solo e cultivares.
Teor no solo Cultivares
mg dm-3 Porte baixo Porte Alto
(1) -1
Boro kg ha de nutriente
<0,6 4,0 3,0
06 a 1,0 3,0 2,0
>1,0 2,0 1,0
Zinco (2)
<2,5 4,0 3,0
2,5 a 5,0 2,0 2,0
>5,0 1,0 1,0
-1
(1) Teores de B extraídos com água quente ou solução 0,01M L de CaCl2.
(2) Teores de Zn extraídos com solução de DTPA-TEA, a pH 7,5.
Caso seja constatada a deficiência de Cu, aplicar, entre outubro e março, três
pulverizações foliares com o nutriente, empregando solução contendo 5 g L-1 de
hidróxido de Cu. Vale lembrar que o oxi-cloreto de Cu, muito usado como fungicida,
têm eficiência restrita como fonte prontamente disponível de cobre.
As fontes mais recomendadas de micronutrientes metálicos para aplicação foliar são
sais solúveis formados com íons sulfato, cloreto ou nitrato.
A recomendação da adubação foliar consiste em preparar soluções de micronutrientes
contendo como coadjuvante a ureia a 5,0 g L-1. As soluções mais concentradas devem
ser aplicadas durante as horas mais frescas do dia, evitando também mistura com
óleos mineral ou vegetal, para não causar queimaduras das folhas e dos frutos.
Quando as fontes de micronutrientes estiverem nas formas de cloreto ou nitrato, as
concentrações devem ser reduzidas de 2 a 3 vezes, portanto, número maior de
aplicações será necessário para manter a dose do nutriente desejada.
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importância na nutrição de plantas e no aumento da produtividade das culturas e
qualidade dos produtos. A adubação foliar com o Mg é uma estratégia eficiente para
corrigir a deficiência desse nutriente nos cafezais, principalmente pela facilidade de
aplicação e possibilidade de misturas com outros produtos na calda de pulverização.
Recomenda-se a aplicação de 0,5 – 1,0 % de sulfato de Mg hidratado por aplicação na
calda de pulverização.
Apesar de ainda não ter sido obtidas respostas à aplicação de molibdênio (Mo) em
cafezais, ensaios recentes com culturas perenes têm demonstrado ganhos de
eficiência de uso de N em condições controladas. Essas respostas poderão ocorrer
em cafezais com altas produtividades, em solos com acidez moderada, arenosos e
com baixo teor de matéria orgânica. A adubação foliar é também a forma mais
eficiente para fornecer Mo para os cafezais, devido à pequena quantidade do nutriente
a ser aplicado, por ser micronutriente móvel no floema e por não ser adsorvido pela
matriz coloidal do solo. Nessas condições, recomenda-se de 2 a 3 aplicações anuais
de solução contendo de 20 a 40 mg L-1 de Mo, o que corresponde aproximadamente
de 5 a 10 mg de molibdato de amônio ou de sódio para 100 L de calda.
Adubação de cafezais sob diferentes sistemas de poda: A poda vem sendo cada
vez mais utilizada na cafeicultura moderna, em consequência do uso de
espaçamentos mais adensados e também após o crescimento de áreas com irrigação
e fertirrigação. Os tipos de poda mais frequentes são: o decote, geralmente numa
altura entre 2,0 a 2,2m; o esqueletamento com poda dos ramos plagiotrópicos,
deixando ramos com comprimento entre 30 a 40 cm, sendo normalmente associado
ao decote; a recepa, que consiste na poda do ramo ortotrópico, numa altura de 30 a
40 cm. Essa técnica é a mais drástica e onerosa, devendo ser usada somente em
casos extremos quando as demais podas não são recomendadas.
O sistema “safra zero” é uma pratica crescente na cafeicultura moderna, muito
empregada em cafezais irrigados e fertirrigados, que consiste no esqueletamento
associado ao decote em anos alternados, realizada sempre após a colheita do ano de
safra alta. Os materiais oriundos dessa poda devem ser mantidos no terreno e
triturados através de equipamentos como roçadeiras e preferencialmente a trincha,
que reduz esses resíduos em partículas pequenas facilitando assim a decomposição
deles no solo.
Estudos conduzidos 1987 por Antonio Wander R. Garcia e colaboradores, mostraram
que a poda “safra zero” introduz no solo cerca de (em kg/ha): N= 260; P2O5=16 e
K2O=270. Estima-se que 50% desses nutrientes estarão disponíveis para a planta de
café no período de um ano. Assim, deverão ser considerados no plano de adubação
do cafeeiro após a poda. Recomenda-se aplicar apenas 250 kg ha-1 de N quando os
teores de P e K no solo estiverem entre médio a alto. É importante aplicar cerca de
70% desse N até o final de dezembro, devido à imobilização temporária desse
nutriente provocada pela decomposição dos resíduos da poda.
Caso os teores de P e K estiverem baixos no solo, aplicar 40 e 120 kg ha-1,
respectivamente de P2O5 e K2O. No ano seguinte à “safra zero”, seguir as
recomendações de adubação para cafezais em produção constantes da tabela 2.
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No caso da poda de decote, como a maior parte da estrutura da planta é mantida,
seguir as recomendações de adubação da tabela 2, conforme a produtividade
esperada.
Quando for realizada a poda de recepa, a produção também será nula no primeiro
ano. Dessa maneira, a demanda por nutriente será ainda mais baixa que a “safra zero”
Portanto, aplicar apenas nitrogênio nas doses entre 70 a 100 kg ha-1, de acordo o
desenvolvimento dos novos ramos. Como a brotação da planta é lenta, devem-se
iniciar as adubações somente quando os ramos possuírem cerca de 20 cm de
comprimento, para evitar as perdas de N.