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AULA PRÁTICA – RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO

1. Calagem

NC (t/ha) = (V2 – V1) x CTC


10 x PRNT
V2 = saturação por bases desejada (soja, milho e cana-de-açúcar = 70 %)
V1 = saturação por bases da camada 0-20 cm
CTC = capacidade de troca de cátions na camada de 0-20 cm
PRNT = poder relativo de neutralização total (%).

Obs: Para soja e milho, fazer o cálculo com resultados da camada 0-20 cm. Para cana-de-açúcar, somar a dose das camadas 0-20 e
20-40 cm.

2. Gessagem

Critérios: - Teor de Ca20-40 < 5,0 mmolc dm-3 ou


- Teor de Al20-40 > 5,0 mmolc dm-3 ou
- Saturação por Al20-40 (m%) > 30 %

NG (t/ha) = (50 – V1) x CTC


500
V1 = saturação por bases da camada 20-40 cm
CTC = capacidade de troca de cátions na camada de 20-40 cm

3. Fosfatagem

Dose (kg/ha P2O5) = (Nível crítico – Teor P0-20) x CT

Tabela 1. Interpretação para teores de fósforo - fosfatagem.


Nível crítico de fósforo para o sistema de sequeiro¹ Capacidade tampão de fósforo (CT)²
Teor de argila
Mehlich Resina Mehlich Resina
% mg dm-³ (kg P2O5 ha-1) / (mg dm-3 P)
< 15 18 15 5 6
16 - 35 15 15 9 9
35 - 60 8 15 30 14
> 60 4 15 70 19
¹ Para obtenção do nível crítico de fósforo no sistema irrigado (90% do potencial produtivo) multiplicar por 1,4 os valores de nível
crítico do sistema de sequeiro.
² Dose de P2O5 para elevar o teor de P no solo em 1 mg dm-3, com base em amostra de 0-20 cm.

4. Recomendação de adubação de milho 2ª safra (Boletim do Paraná)

4.1 Interpretação de teores


Tabela 2. Interpretação para teores de fósforo no solo.
P Mehlich (mg dm-3)
-1
Classe de teor Argila (g kg ) Olerícolas Florestais Pastagem
<250 250-400 >400
Muito baixo <6 <4 <3 <8 <2 <2
Baixo 6-12 4-8 3-6 8-20 2-3 2-3
Médio 13-18 9-12 7-9 21-50 4-5 4-6
Alto 19-24 13-18 10-12 51-100 6-7 7-10
Muito alto >24 >18 <12 >100 >7 >10
Condição a evitar >120 >90 >60 >300 >28 >40

Tabela 3. Interpretação para potássio


Classe de interpretação K trocável %K Olerícolas, alfafa e café
cmolc dm-3 CTC pH7,0 cmolc dm-3
Muito baixo <0,06 <0,5 <0,15
Baixo 0,06-0,12 0,5-1,0 0,15-0,30
Médio 0,13-0,21 1,1-2,0 0,31-0,45
Alto 0,22-0,45 2,1-3,0 0,46-1,20
Muito alto >0,45 >3,0 >1,20
Condição a evitar - >10 -
Tabela 4. Interpretação para enxofre e alguns micronutrientes disponíveis no solo.
Nutriente no solo
S-SO4-2 B Cu Mn Zn
Classe de interpretação
0-20 cm 20-40 cm
mg dm-³
Muito baixo < 1,0 < 3,0 < 0,10 < 0,2 <5 < 0,4
Baixo 1,0-2,0 3,0-6,0 0,11-0,20 0,2-0,5 5-15 0,4-0,8
Médio 2,1-3,0 6,1-9,0 0,21-0,30 0,6-0,8 16-30 0,9-1,2
Alto 3,1-6,0 9,1-12,0 0,31-0,60 0,9-3,0 31-100 1,3-10,0
Muito alto > 6,0 > 12,0 > 0,60 > 3,0 > 100 > 10,0
Condição a evitar - - > 2,0 > 20 > 200 > 30,0

4.2 Recomendação de adubação (Milho 2ª safra)

a) Adubação nitrogenada
Em solos arenosos, parcelar a adubação nitrogenada de cobertura qunado a dose for superior a 80 kg ha-1, sendo a primeira nos
estádios de V4 a V8. Em solo argiloso, em período de baixa pluviosidade, realizar uma aplicação nos estádios de V4 a V6.

Tabela 5. Adubação nitrogenada para o cultivo de milho segunda safra.


Produtividade esperada (t ha-1)
Época de aplicação <8 8-12 11-12 >12
Dose de N (kg ha-1)
Cultura anterior gramínea
Semeadura 20-30 20-30 30-40 30-40
Cobertura 50-80 81-110 111-140 141-170
Cultura anterior leguminosa
Semeadura 10-20 10-20 20-30 20-30
Cobertura 40-60 61-80 81-100 101-120

b) Adubação fosfatada
Tabela 6. Adubação fosfatada para o cultivo de milho segunda safra.
Produtividade esperada (t ha-1)
P no solo <8 8-10 11-12 > 12
P2O5 (kg ha-1)
Muito baixo 80-100 101-120 Inviável Inviável
Baixo 60-80 81-100 101-120 Inviável
Médio 40-60 61-80 81-100 101-120
Alto 20-40 41-60 61-80 81-100
Muito alto < 20 21-40 401-60 61-80
Condição a evitar 0 0 0 0

c) Adubação potássica
Quando a dose de potássio for superior a 60 kg ha-1, aplicar o restante em cobertura juntamente com a primeira aplicação de
nitrogênio em cobertura.

Tabela 7. Adubação potássica para o cultivo de milho segunda safra.


Produtividade esperada (t ha-1)
K no solo <8 8-10 11-12 > 12
K2O (kg ha-1)
Muito baixo 70-90 91-110 Inviável Inviável
Baixo 50-70 71-90 91-110 Inviável
Médio 30-50 51-70 71-90 91-110
Alto 10-30 31-50 51-70 71-90
Muito alto 0-10 11-30 31-50 51-70
Condição a evitar 0 0 0 0

d) Outros nutrientes
Em solos com níveis de Zn ou B muito baixos ou baixos, aplicar na semeadura 2 kg ha-1 de Zn e entre 0,4 e 0,8 kg ha-1 de B.
Caso não tenha sido realizada a gessagem na área e o solo esteja deficiente em enxofre, aplicar 20 kg ha-1 desse nutriente, para a
produtividade de 8 a 10 t ha-1, 30 kg ha-1 de S, para produtividade de 11 a 12 t ha-1 de grãos.
5. Cana-de-açúcar (Boletim 100 – Nova Edição, ainda não lançada)

5.1 Adubação mineral de plantio:


Tabela 8. Quantidades de nitrogênio, fósforo e potássio a aplicar com base na análise de solo e na produtividade esperada:
Produtividade P resina, mg/dm3 K trocável, mmolc/dm3
Nitrogênio
esperada
0-6 7-15 16-40 >40 0-0,7 0,8-1,5 1,5-3,0 >3,0
t/ha kg/ha (1) ----------- P2O5, kg/ha ------------ ------------ K2O, kg/há (3) ------------
<100 30 180 140 80 40 140 120 100 60
100-130 30 180 160 100 60 160 140 120 80
130-150 30 200(2) 180 120 80 180 160 140 100
150-170 30 200(2) 180 140 100 200 180 160 120
>170 30 200(2) 200 140 100 220 200 180 120
(1)
Complementar a adubação de plantio com 30 a 60 kg/ha de N em cobertura, maiores doses para áreas com solos mais argilosos
ou preparo reduzido/plantio direto, ou com maiores expectativas de produtividade. Aplicar o N na operação de quebra-lombo,
antes da formação de colmos, junto com a adubação complementar de K.
(2)
A fosfatagem é recomenda para solos com teores de P muito baixos (<7 mg/dm3). Esta deve ser feita após a calagem e a gessagem,
com aplicação de P a lanço, em área total, seguida de incorporação superficial (10-20 cm), próximo do período do plantio. Para
a fosfatagem, aplicar 120 kg/ha P2O5 para solos com até 25% de argila e 150 kg/ha P2O5 para os demais solos, considerando o
teor total de P2O5 da fonte utilizada. Quando for feita a fosfatagem, completar com 150 kg/ha de P2O5 no sulco de plantio,
independentemente da faixa de produtividade de colmos esperada.
(3)
O cloreto de potássio, fonte mais comum de potássio, traz riscos de excesso de salinidade se aplicado em doses altas no sulco,
especialmente em solos arenosos e períodos secos. A opção é aplicar no máximo 80 kg/ha de K2O no sulco de plantio e o restante
durante a operação de quebra lombo, ou a aplicação a lanço em pré-plantio. É dispensável a aplicação de adubo potássico em
solos com teores acima de 6,0 mmolc/dm3.
Quando não for feita a gessagem, aplicar 50 kg/ha de S se o solo apresentar teor de S inferior a 15 mg/dm3 na camada de 25-
50 cm.

Adubação de plantio com micronutrientes


Tabela 9. Micronutrientes recomendados com base na análise do solo.
B Cu Mn Zn
Teor no Dose a Teor no Dose a Teor no Dose a Teor no Dose a
solo aplicar solo aplicar solo aplicar solo aplicar
mg/dm3 kg/ha mg/dm3 kg/ha mg/dm3 kg/ha mg/dm3 kg/ha
< 0,2 2,0 <0,3 5,0 < 1,2 5 <0,6 10
0,2-0,6 1,0 0,3-0,8 0 1,2-5,0 0 0,6-1,2 5
>0,6 0 >0,8 0 >5,0 0 >1,2 2

5.2 Adubação mineral da cana-soca


Tabela 10. Adubação para soqueiras de cana-de-açúcar de acordo com a análise de solo e a produtividade esperada.
Produtividade P resina, mg/dm3 K trocável, mmolc/dm3
Nitrogênio
esperada(1)
0-6 7-15 16-40 >40 0-0,7 0,8-1,5 1,5-3,0 >3,0
t/ha kg/ha (2) ----------- P2O5, kg/ha ---------- ----------- K2O, kg/ha (3) ------------

80 80 40 20 0 0 100 80 60 40
80-100 100 40 20 0 0 140 100 80 60
100-120 120 60 40 30 0 160 120 100 80
120-140 140 60 40 30 0 180 140 120 100
>140 140 60 40 30 0 200 160 140 100
(1)
Usar a produtividade do ciclo anterior ou a expectativa de produção para o próximo ciclo, a que for maior. Aplicar os adubos ao
lado ou sobre as linhas de cana.
(2)
Doses para cana colhida sem queima. Em áreas que recebem vinhaça, descontar 70% do N contido na vinhaça in natura e 50%
do N de vinhaças concentradas. Em áreas com aplicação frequente de vinhaça, caracterizadas pela alta saturação de K (acima de
5% na CTC) a resposta da cana à adubação nitrogenada é baixa ou nula; nesse caso dispensar a adubação nitrogenada ou reduzi-
la à metade para áreas com produtividades acima de 120 t/ha de colmos.
(3)
As doses de K2O recomendadas para a faixa de teor de 0,8 a 1,5 mmolc/dm3 repõem aproximadamente o K exportado com o
colmo. Essas doses pressupõem áreas com palha, na qual há estoque de K que será disponibilizado durante o ciclo da cultura;
caso contrário o solo, o solo será empobrecido neste nutriente. Em áreas com remoção de palha, aumentar as doses de K2O em
até 30%. Não aplicar adubo potássico em solos com teores acima de 6,0 mmolc/dm3. Em áreas que recebem vinhaça, descontar
da adubação potássica da tabela acima todo o K contido na vinhaça pois 100% do mesmo estará disponível para a cultura.

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