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All content following this page was uploaded by Leonardo Urruth on 07 December 2023.
Diretor de Biodiversidade
Lisandro da Silveira Gonçalves
Agradecimentos
Agradecemos aos colegas da Divisão de Flora do Departamento de Biodiversidade (DBIO/SEMA)
pela revisão geral do documento, à colega Juliana Ferraz de Corrêa da Assessoria Técnica da
SEMA e aos colegas da EMATER-RS pelos comentários sobre o conteúdo das fichas de campo
na versão preliminar deste trabalho, e aos colegas da Rede Sul de Restauração Ecológica pelos
comentários para a Ficha de Campo 1.
CDU: 630*2(816.5)
Ficha catalográfica elaborada por Sílvia Maria Jungblut – CRB 10/644
Muda de árvore
em crescimento
©Leonardo Marques Urruth
Sumário
1. Contexto, aplicações e limitações do Guia........................................................... 7
2. Árvore de decisão para a escolha das técnicas de restauração para
ecossistemas florestais ......................................................................................... 10
3. Breve referencial teórico de suporte à Árvore de decisão ............................ 13
4. Chave dicotômica para acesso às fichas de campo......................................... 27
5. Fichas de campo orientativas para fatores
de degradação mais comuns................................................................................ 33
Instalação de
poleiros artificiais
©Rudnei Pinheiro
1. Contexto, aplicações
e limitações do Guia
O presente “Guia rápido para a elaboração de projetos de restauração
de ecossistemas florestais” se justifica pela constatada necessidade de
disponibilização de materiais orientativos, práticos, com linguagem
tecnicamente acessível e baseados em literatura científica atual sobre
restauração ecológica de ecossistemas florestais. A demanda surge dos
resultados observados no relatório técnico “Análise dos Projetos de
Recuperação de Áreas Degradadas Compulsórios da SEMA – RS”, que
subsidiou a elaboração da matriz de ações do Programa Estadual de
Recuperação de Vegetação Nativa do RS (PROVEG-RS), formalizado pela
Portaria SEMA nº 162, de 13 de setembro de 2022. O relatório indicou
a necessidade de qualificação técnica dos projetos de recuperação de
áreas degradadas protocolados na SEMA, e a disponibilização, pela SEMA,
de materiais de apoio à restauração atende a Ação 1.5: “Levantamento,
7
sistematização e elaboração de publicações de suporte (manuais) para
elaboração e análise de PRAD”1, do Eixo I: “Qualificação da execução e do
monitoramento da recuperação” do PROVEG-RS.
1
PRAD – Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas
2
Para uma revisão extensa, consulte “Restauração Florestal”, de Brancalion et al.
(2015), além das demais referências citadas.
projetos. Além disso, ainda que se restrinjam aos ecossistemas florestais,
as recomendações são genéricas e poderão variar para cada tipo de
fitofisionomia florestal. O Guia também não aborda recomendações
sobre a necessidade eventual de qualificação do solo do sítio sob
restauração, seja por fertilização, correção de acidez, drenagem, ou outros
meios, por haver farta literatura disponível sobre o tema (é fundamental,
no entanto, que a qualidade do solo local seja avaliada na etapa de
diagnóstico). Outro tema não aprofundado neste Guia, mas que consta
como etapa fundamental do projeto, é o controle de EEIs. Essa etapa dos
projetos de restauração não deve ser subestimada, pois, dependendo
do caso, pode ser a mais difícil de ser vencida e a mais custosa logística e
financeiramente. Apresentamos recomendações gerais sobre o assunto
e referências da literatura para alguns exemplos.
1
Área com cobertura
vegetal nativa?
2 3
Sim Não
4 5
Uso Pretérito: Uso Pretérito:
Solo pouco degradado Solo muito degradado
6
Controle de espécies exóticas invasoras
10 11
8
7
Permite aproveitar a Não permite aproveitar
regeneração natural a regeneração natural
22 9 10
Restauração Passiva Restauração Ativa
11
Há remanescente florestal próximo?
12 13 14 15
Sim Não Sim Não
16 17 18 19
Condução da Condução da regeneração Nucleação com plantio de Plantio de mudas
regeneração natural natural + Poleiros / Galharia mudas + Poleiros / Galharia em área total
20
Monitoramento
21
Manejo adaptativo
Poleiros artificiais
©Augusto Preto Chemin
12
3. Breve referencial teórico de
suporte à Árvore de decisão
Itens 1 + 2 + 3 Área com cobertura vegetal nativa?
Itens 5 + 8 Áreas com uso do solo pretérito intenso: solo muito degradado.
Tais áreas NÃO permitem o aproveitamento da regeneração natural.
15
Quando a área a ser recuperada está em situação de degradação
extrema, como ocorre após a mineração, por exemplo, observa-se a
ausência de solo orgânico (eventualmente até a exposição do saprólito)
e consequentemente a ausência de banco de sementes fértil. Áreas
mineradas requerem, portanto, a reconstituição do solo orgânico e
frequentemente das feições do terreno, como por meio de taludes e
patamares, além da necessidade de reconstituição da drenagem. Nesses
casos a restauração da vegetação deve se dar em processo posterior.
Nas áreas a restaurar cujo histórico de uso é menos intenso e o solo foi
pouco ou não degradado, é possível o aproveitamento da regeneração
natural local (ver item 4 + 7). Em tais áreas, o banco de sementes deve
ser viável e se perceberá a regeneração de plântulas de espécies nativas,
mesmo que em estágio inicial. Além disso, se no entorno da área a
restaurar existirem remanescentes florestais que podem fornecer
sementes adicionais, deve-se apostar na técnica de melhor custo-
benefício para tal cenário: condução da regeneração natural (Brancalion
et al., 2015; Chazdon; Uriarte, 2016).
Item 20 Monitoramento.
Referências
Brancalion, P.H.S., Gandolfi, S., Rodrigues, R.R. 2015. Restauração
florestal. São Paulo: Oficina de Textos.
Durigan, G., Abreu, R. C. R., Pilon, N., Ivanauskas, N. M., Virillo, C. B.,
Pivello, V. R. 2020. Invasão por Pinus spp: ecologia, prevenção, controle
e restauração. São Paulo: Instituto Florestal. 63p.: il. color; 155x230 cm.
Gann, G.D., McDonald, T., Walder, B., Aronson, J., Nelson, C.R., Jonson, J.,
Hallett, J.G., Eisenberg, C., Guariguata, M.R., Liu, J., Hua, F. 2019. Princípios
e padrões internacionais para a prática da restauração ecológica.
Sociedade para a Restauração Ecológica. Disponível em https://www.ser.
org/resource/resmgr/custompages/publications/ser_publications/SER_
Standards_Portuguese.pdf
25
Herrera, I., Gonçalves, E., Pauchard, A., Bustamante, R. O. 2016. Manual
de Plantas Invasoras de Sudamérica. Trama Impressores S.A. 1ª ed.
26
4. Chave dicotômica para
acesso às fichas de campo
A seguir apresentamos uma chave dicotômica para acesso às Fichas
de Campo com recomendações de técnicas de restauração para casos
frequentes de degradação e históricos de uso da terra. Conforme
mencionado na seção 3 para a Árvore de decisão, o objetivo também desta
seção é motivar a reflexão sobre princípios e conceitos de restauração
ecológica, especialmente quanto à necessidade de planejamento dos
projetos com base em diagnósticos locais dos sítios, considerando sua
capacidade de resiliência. As Fichas de Campo apenas recomendam
alguns métodos de restauração de acordo com os fatores de degradação 27
observados, de modo que, como já afirmado, não são “receitas de bolo” a
serem copiadas. Pelo contrário, as recomendações deverão ser analisadas,
adaptadas e qualificadas à luz do diagnóstico de cada sítio, a partir da
experiência crítica do profissional responsável.
Diagnóstico
1. Área degradada que ainda
possui cobertura vegetal nativa...........................................irirpara
paraitem
item55
ir para
3b. Agricultura mecanizada intensiva por longos períodos........ir paraFICHA
FICHA22
Áreas com histórico de prolongado uso por agricultura intensiva e, portanto,
com baixa capacidade de resiliência requerem ações de restauração ativa,
uma vez que não se pode contar apenas com a regeneração natural a
partir do banco de sementes.
28
3c. Campo antrópico dominado por ervas exóticas
ir para
invasoras e/ou herbáceas nativas persistentes......................ir paraFICHA
FICHA33
Áreas de campos antrópicos dominadas por ervas exóticas invasoras
(especialmente Brachiaria spp.) requerem intervenções de controle
das espécies exóticas invasoras antes de se dar início à restauração da
cobertura vegetal nativa. Brachiaria spp. possui banco de sementes
persistente no solo, portanto a simples supressão em único evento pode
não ser efetiva.
ir para
3f. Criação pecuária por longos períodos................................ir paraFICHA
FICHA6 6
Áreas de campos antrópicos usadas para a criação pecuária com elevada
carga animal por períodos prolongados apresentam frequentemente
compactação do solo e inviabilizam o banco de sementes florestais do
ecossistema original.
30
31
32
5. Fichas de campo orientativas para 33
©LeonardoMarques Urruth
(Área imagem)
Descrição/Características:
Resiliência: Ausente
Observações e Recomendações:
Áreas com a camada orgânica do solo removida (ex.: mineração de saibro)
34 requerem reconstituição do solo orgânico e frequentemente das feições do
terreno, como por meio de taludes e patamares, além da necessidade de
reconstituição da drenagem. A restauração da vegetação deve se dar em
processo posterior.
Medidas para cessar danos continuados:
Manutenção
©Éverton Zimmer
Descrição/Características:
Observações e Recomendações:
Restauração ativa:
Subsolagem, sucessão de plantas recuperadoras de solo, com ciclos estival
e hibernal, somada ao aporte de composto orgânico e/ou biofertilizante. O
coquetel de sementes pode conter espécies nativas, como a crotalária (Crotalaria
sp. [Fabaceae]), e a grama tapete (Axonopus affinis [Poaceae]), e exóticas não
perenes e não invasoras, como as leguminosas (Fabaceae): mucuna (Mucuna
aterrima), lablab (Lablab purpureus), feijão-de-porco (Canavalia ensiformis),
FICHA 2 – AGRICULTURA MECANIZADA POR LONGOS PERÍODOS
Descrição/Características:
Manutenção
©Jan Mahler
(Área imagem)
Descrição/Características:
Resiliência: Baixa
Observações e Recomendações:
Manutenção
Observações e Recomendações:
Restauração ativa:
Nucleação: Plantio de mudas na forma de núcleos, quando não houver
remanescentes florestais próximos (com distância < 200 m da área em
restauração) (Cardoso et al., 2022; Crouzeilles et al., 2020).
Fundamental: Na escolha das espécies para plantio, devem ser respeitados os
grupos ecológicos mais aptos para a condição local.
No caso de plantios a pleno sol, devem ser priorizadas espécies pioneiras e
secundárias iniciais de ocorrência natural na região.
Manutenção
Resiliência: Baixa
44
Observações e Recomendações:
Manutenção
45
*Para avaliar a condição fitossanitária e física das mudas, deve-se observar
minimamente:
1. se há infestação expressiva de pragas comuns em mudas de árvores:
formigas, cochonilhas, pulgões, lagartas, fungos, cupins, entre outros;
2. se existem danos físicos às mudas com claros prejuízos à sustentação ou
sobrevivência da planta;
3. se há a necessidade de coroamento da muda, devido à competição com as
plantas vizinhas;
4. se há tutoramento e se o tutor encontra-se estável e, de fato, apoiando a
muda.
46
Descrição/Características:
Resiliência: Baixa
Observações e Recomendações:
Manutenção
©Nome Autor
Descrição/Características:
Resiliência: Baixa
Observações e Recomendações:
Manutenção
©CTI
(Área imagem)
Descrição/Características:
50
Vassoural, capoeira inicial (vegetação secundária em estágio inicial de regeneração)
Resiliência: Alta
Observações e Recomendações:
Manutenção 51
©Nome Autor
Descrição/Características:
Observações e Recomendações:
Manutenção
©Nome Autor
Descrição/Características:
Resiliência: Média
54 Observações e Recomendações:
Manutenção