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AMBIENTAL
DA
UNIÃO
EUROPEIA
HABITATS
E AVES
DIRETIVAS
Há 20 anos, acreditava-se que a bio- Esta é já a maior rede coordenada de No debate de orientação da Comissão
diversidade na Europa se aproximava zonas protegidas no mundo. A dire- sobre o balanço de qualidade (desig-
de um ponto crítico. tiva deu também passos para travar nação dada pela Comissão Europeia
a destruição em grande escala do em 2014 a uma avaliação aprofunda-
A vida selvagem diminuía a um ritmo nosso valioso património que é a bio- da das Diretivas Natureza no âmbi-
alarmante e muitos habitats valiosos diversidade, e algumas espécies e ha- to da iniciativa “Legislar Melhor”),
perdiam-se em resultado de uma uti- bitats mostram já sinais de recupera- realizado em dezembro de 2016, de-
lização dos solos em rápida mutação, ção. O conhecimento que temos das cidiu-se elaborar um plano de ação
da poluição, de projetos irrazoáveis e necessidades de conservação aumen- específico para melhorar a aplicação
da persistente expansão de zonas ur- tou substancialmente, conduzindo a das diretivas (Directivas Habitats e
banas para o interior de zonas rurais medidas melhores e mais orientadas, Aves), a sua coerência com os objeti-
(Comissário Europeu Janez Potocnik muitas vezes com a ajuda do LIFE, o vos socioeconómicos e a participação
– Direção Geral do Ambiente, 2009- instrumento da UE para o financia- das autoridades nacionais, regionais
2014). mento do ambiente, criado ao mes- e locais, bem como das partes inte-
mo tempo que a Diretiva Habitats. ressadas e dos cidadãos.
Em resposta à preocupação crescente
dos cidadãos europeus, os governos Um outro êxito da diretiva consiste
da UE adotaram por unanimidade no facto de ter reunido as pessoas em
uma resposta ambiciosa — a Diretiva torno de um objetivo comum – apre-
Habitats — em maio de 1992. O seu ciar e salvaguardar o rico património
objetivo era proteger a maior parte natural europeu e proteger os ecos-
das espécies e habitats ameaçados sistemas saudáveis que nos restam.
em toda a UE. A par da Diretiva Aves, Impulsionou uma abordagem mais
a Diretiva Habitats mantém-se ain- integrada e sustentável da gestão da
da hoje no cerne da política da UE utilização dos solos e do ordenamen-
de proteção da natureza e continua a to territorial e gerou novas oportu-
ser a pedra angular da rede «Natura nidades nos domínios do turismo,
2000», a vasta rede de zonas protegi- lazer e emprego.
das da UE.
Este surge no seguimento do balan- O novo plano de ação para melhorar a aplicação das Directivas Habitats
ço de qualidade publicado no final e Aves abrange quatro áreas prioritárias que foram identificadas como
de 2016 em que se concluiu que as fundamentais para uma melhor aplicação das diretivas. Estas incluem:
Diretivas Natureza são adequadas à – melhorar as orientações e os conhecimentos;
sua finalidade. No entanto, o balanço – desenvolver uma apropriação política e reforçar o cumprimento
salientou também que, para que as das disposições;
diretivas cumpram os seus objetivos – reforçar o investimento na Natura 2000;
e realizem plenamente o seu poten- – melhorar a comunicação e a sensibilizaçao.
cial, será necessária uma melhoria
substancial da sua execução que per- No total, deverão ser aplicadas, até 2019, 15 ações concretas e mais de cem
mita alcançar resultados práticos no medidas individuais. Realizar-se-ão ações a nível da UE, nomeadamente
terreno. pela Comissão e pelo Comité das Regiões, embora os Estados-Membros
e as partes interessadas tenham igualmente de participar, podendo con-
tar com um apoio e assistência reforçados da UE. Aproveitando a dinâ-
mica criada e o apoio recebido para as duas diretivas após o balanço de
qualidade, o plano de ação visa oferecer um leque de oportunidades para
envolver as partes interessadas e o público e criar parcerias em vários do-
mínios de intervenção, o que contribuirá para estabelecer uma base só-
lida para a criação de pontes entre a natureza,a população e a economia.
PRIORIDADE 2
Desenvolver uma apropriação
política e reforçar o
cumprimento das disposições
a) Completar a rede Natura 2000, c) Reunir autoridades públicas e
nomeadamente reparando as la- partes interessadas de diferentes
cunas relativas ao ambiente ma- Estados-Membros ao nível de re-
rinho, e estabelecer as medidas gião biogeográfica para respon-
de conservação necessárias para der a desafios comuns, incluindo
todos os sítios. desafios ligados a assuntos trans-
b) Fazer uso da nova avaliação da fronteiriços.
aplicação da legislação ambiental d) Continuar a desenvolver planos
nos encontros bilaterais com au- de ação «Espécies» e «Habitats»
toridades nacionais e regionais, para as espécies e habitats mais
de forma a desenvolver roteiros ameaçados, bem como platafor-
consensuais para melhorar a mas de partes interessadas sobre
aplicação da legislação e consul- a coexistência com espécies con-
tar os proprietaries de terras e correntes (por exemplo, carnívo-
outras partes interessadas sobre ros de grande dimensão).
os desafios ligados à mesma.
PRIORIDADE 4
Melhorar a comunicação
e a sensibilização e
envolver os cidadãos, as
partes interessadas e as
comunidades
a) Apoiar o intercâmbio de conheci- b) Apoiar o reconhecimento da boa c) Envolver ativamente os jovens em
mentos e a participação das auto- gestão de sítios Natura 2000 e a medidas ligadas a necessidades
ridades locais e regionais através sensibilização para as Diretivas sociais, permitindo-lhes partici-
de uma plataforma conjunta com Natureza através dos fóruns per- par na proteção ambiental de sí-
o Comité das Regiões. tinentes, do uso das novas tecno- tios Natura.
logias e de atividades de sensibi-
lização, e reforçar os laços entre
património natural e cultural,
em particular no contexto do Ano
Europeu do Património Cultural
(2018).
Sobreiro
Quercus suber
Montado de sobro e resquício de
sobreiral em Trás-os-Montes. A
extracção da cortiça de 9 em 9 ou de
10 em 10 anos constitui importante
fonte de rendimento. O montado
de sobro e os sobreirais são habitats
fundamentais para a fauna local.
Natura 2000
6310 – Montados de Quercus spp. de folha perene
9330 – Florestas de Quercus suber
Medida de Apoio do Programa de Desenvol-
vimento Rural (PDR)
Medida 2.3 – Gestão do Espaço Florestal e
Agro-Florestal do P.D.R. 2007-2013, e Estratégia
Nacional para as Florestas (ENF), promovendo a
multifuncionalidade da floresta com valorização Calendário 2010 · Miguel Menezes Sequeira
económica, ambiental e social
POLÍTICA AMBIENTAL DA UNIÃO EUROPEIA 11
Calendário 2010 · António Borges
Natura 2000
9260 - Florestas de Castanea sativa
Medida de Apoio do Programa de Desenvol-
vimento Rural (PDR)
Medida 2.4 – Intervenções Territoriais Integradas
(ITI) do P.D.R. 2007-2013
Acção 2.4.5 – Intervenção Territorial Integrada Monte-
sinho-Nogueira
12 POLÍTICA AMBIENTAL DA UNIÃO EUROPEIA
Calendário 2010 · Carlos Aguiar
Carvalho Negral Os bosques das áreas de maior alti- Carvalhos e castanheiros são utili-
Carvalhal de Quercus pyrenaica na tude de Trás-os-Montes são domi- zados pelo homem desde longa data,
Serra da Nogueira sob manto de nados pelo carvalho‑negral (Quercus em particular para abastecimento de
neve. pyrenaica). Estes habitats são refúgio lenha e madeira. A folhada era reco-
de inúmeras espécies de plantas e lhida para estrume.
animais de assinalável valor conser-
vacionista.
Natura 2000
9230 – Carvalhais galaico-portugueses de Quercus
robur e Quercus pyrenaica
Medida de Apoio do Programa de Desenvol-
vimento Rural (PDR)
Medida 2.4. – Intervenções Territoriais Integradas
(ITI) do P.D.R. 2007-2013
Acção 2.4.5 – ITI Montesinho-Nogueira. Conservar es-
paços naturais de grande valor silvícola. Manutenção
de bosques autóctones com elevado interesse ecológico
POLÍTICA AMBIENTAL DA UNIÃO EUROPEIA 13
Exposição 2016 · Jorge Sá Morais
Pintassilgo Os pintassilgos são aves bastante co- É uma espécie com hábitos gregários
Carduelis carduelis muns da nossa fauna. Pela sua cor e e pode ser encontrada em todo o país.
pelo seu canto, são frequentemente Durante o verão é fácil encontrar al-
perseguidos e capturados para ven- guns grupos a alimentarem-se das
der como animais de companhia, sementes de cardos.
uma prática ilegal que leva à morte
prematura de muitos animais.
Veado O veado é o maior ungulado silves- São mais fáceis de observar durante
Cervus elaphus tre de Portugal. Os machos possuem as primeiras horas do dia, sobretudo
hastes que podem pesar vários quilos durante o período de cio.
quando adultos, usados para con-
frontar outros machos e conseguir o
acesso às fêmeas e à reprodução.
TEXTOS e PRODUÇÃO
Sílvia Nobre · Edite Oliveira
EDIÇÃO e IMPRESSÃO
Serviços de Imagem do Instituto Politécnico de Bragança
Dezembro 2017
Papel reciclado 130g/m2
CONTACTO
CIED Bragança – Escola Superior Agrária de Bragança – Portugal
Campus de Santa Apolónia – 5300-253 Bragança
Telefone: 273 303 282 – Email: ciedbraganca@ipb.pt