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POLÍTICA

AMBIENTAL
DA
UNIÃO
EUROPEIA

POLÍTICA AMBIENTAL DA UNIÃO EUROPEIA 1


POLÍTICA AMBIENTAL
DA
UNIÃO EUROPEIA
Desde meados da década de 70 do sé-
culo passado que a política ambien- O programa menciona nove objetivos prioritários e o que a UE tem de
tal da UE tem sido orientada através fazer para os alcançar até 2020.
de programas de ação que definem Estes são:
objetivos prioritários a serem alcan- 1 - Proteger, conservar e reforçar o capital natural da União
çados durante um período de vários 2 - Tornar a União numa economia hipocarbónica, eficiente na utiliza-
anos. O programa atualmente em vi- ção dos recursos, verde e competitiva
gor, o sétimo adotado pelo Parlamen- 3 - Proteger os cidadãos da União contra pressões de caráter ambiental e
to Europeu e pelo Conselho da União riscos para a saúde e o bem-estar
Europeia em novembro de 2013 e pro- 4 - Maximizar os benefícios da legislação da União relativa ao ambiente
longa-se até 2020. através da melhoria da respetiva aplicação
5 - Melhorar a base de conhecimentos sobre o ambiente e alargar a fun-
Através deste Programa de Ação em damentação para as políticas
matéria de Ambiente (PAA), a UE 6 - Assegurar investimentos para a política relativa ao ambiente e ao
concordou em intensificar os seus clima e considerar os custos ambientais de quaisquer atividades da
esforços para proteger o nosso capi- sociedade
tal natural, em estimular o cresci- 7 - Integrar melhor as preocupações ambientais noutras áreas de políti-
mento e a inovação hipocarbónicos e ca e assegurar coerência ao criar uma nova política
eficientes na utilização dos recursos, 8 - Tornar as cidades da União mais sustentáveis
e em proteger a saúde e o bem-estar 9 - Ajudar a União a abordar o ambiente internacional e as alterações
das pessoas ao mesmo tempo que climáticas de forma mais eficiente.
respeita os limites naturais da Terra.
São identificadas três áreas prioritárias:
É uma estratégia comum que deve – Proteger a natureza e reforçar a resiliência ecológica;
orientar as ações futuras das institui- – Intensificar o crescimento hipocarbónico e eficiente na utilização
ções da UE e dos Estados Membros, dos recursos;
que partilham responsabilidade na – Reduzir as ameaças à saúde e ao bem-estar humanos .
sua aplicação e na concretização dos
respetivos objetivos prioritários. Nesta brochura vamos dar especial destaque a aspectos relativos à prote-
ção do “capital natural”, na União Europeia.

2 POLÍTICA AMBIENTAL DA UNIÃO EUROPEIA


O capital natural inclui serviços vi- disto, implementou os meios para al- No entanto, o ambiente na Europa
tais, como a polinização das plantas, cançar estas metas, através de com- encontra-se sob uma pressão consi-
a proteção natural contra as cheias e promissos juridicamente vinculati- derável.
a regulação do clima. A União assu- vos, incluindo, as Diretivas Habitats
miu compromissos para travar a per- e Aves, a Diretiva-Quadro Água, e a A biodiversidade na UE continua a
da da biodiversidade e para alcançar Diretiva Qualidade do Ar juntamen- ser perdida, e muitos ecossistemas
um bom estado para as águas e o te com apoio financeiro e técnico. estão gravemente degradados, sendo
ambiente marinho da Europa. Além assim necessários mais esforços.

HABITATS
E AVES
DIRETIVAS
Há 20 anos, acreditava-se que a bio- Esta é já a maior rede coordenada de No debate de orientação da Comissão
diversidade na Europa se aproximava zonas protegidas no mundo. A dire- sobre o balanço de qualidade (desig-
de um ponto crítico. tiva deu também passos para travar nação dada pela Comissão Europeia
a destruição em grande escala do em 2014 a uma avaliação aprofunda-
A vida selvagem diminuía a um ritmo nosso valioso património que é a bio- da das Diretivas Natureza no âmbi-
alarmante e muitos habitats valiosos diversidade, e algumas espécies e ha- to da iniciativa “Legislar Melhor”),
perdiam-se em resultado de uma uti- bitats mostram já sinais de recupera- realizado em dezembro de 2016, de-
lização dos solos em rápida mutação, ção. O conhecimento que temos das cidiu-se elaborar um plano de ação
da poluição, de projetos irrazoáveis e necessidades de conservação aumen- específico para melhorar a aplicação
da persistente expansão de zonas ur- tou substancialmente, conduzindo a das diretivas (Directivas Habitats e
banas para o interior de zonas rurais medidas melhores e mais orientadas, Aves), a sua coerência com os objeti-
(Comissário Europeu Janez Potocnik muitas vezes com a ajuda do LIFE, o vos socioeconómicos e a participação
– Direção Geral do Ambiente, 2009- instrumento da UE para o financia- das autoridades nacionais, regionais
2014). mento do ambiente, criado ao mes- e locais, bem como das partes inte-
mo tempo que a Diretiva Habitats. ressadas e dos cidadãos.
Em resposta à preocupação crescente
dos cidadãos europeus, os governos Um outro êxito da diretiva consiste
da UE adotaram por unanimidade no facto de ter reunido as pessoas em
uma resposta ambiciosa — a Diretiva torno de um objetivo comum – apre-
Habitats — em maio de 1992. O seu ciar e salvaguardar o rico património
objetivo era proteger a maior parte natural europeu e proteger os ecos-
das espécies e habitats ameaçados sistemas saudáveis que nos restam.
em toda a UE. A par da Diretiva Aves, Impulsionou uma abordagem mais
a Diretiva Habitats mantém-se ain- integrada e sustentável da gestão da
da hoje no cerne da política da UE utilização dos solos e do ordenamen-
de proteção da natureza e continua a to territorial e gerou novas oportu-
ser a pedra angular da rede «Natura nidades nos domínios do turismo,
2000», a vasta rede de zonas protegi- lazer e emprego.
das da UE.

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Tendo em conta a forte dimensão ter- Em abril de 2017, a Comissão lançou
ritorial das diretivas e o papel fulcral um novo plano de ação com o objecti-
das autoridades regionais e locais na vo de melhorar (rapidamente) a apli-
sua aplicação, o Comité das Regióes cação das Diretivas Habitats e Aves
(CdR) participou de perto na prepa- e acelerar os avanços do objetivo UE
ração do referido plano de ação e terá 2020 de travar e reverter a perda de
um papel essencial no que respeita à biodiversidade e de serviços ecossis-
participação e ao apoio daquelas au- témicos.
toridades.

Este surge no seguimento do balan- O novo plano de ação para melhorar a aplicação das Directivas Habitats
ço de qualidade publicado no final e Aves abrange quatro áreas prioritárias que foram identificadas como
de 2016 em que se concluiu que as fundamentais para uma melhor aplicação das diretivas. Estas incluem:
Diretivas Natureza são adequadas à – melhorar as orientações e os conhecimentos;
sua finalidade. No entanto, o balanço – desenvolver uma apropriação política e reforçar o cumprimento
salientou também que, para que as das disposições;
diretivas cumpram os seus objetivos – reforçar o investimento na Natura 2000;
e realizem plenamente o seu poten- – melhorar a comunicação e a sensibilizaçao.
cial, será necessária uma melhoria
substancial da sua execução que per- No total, deverão ser aplicadas, até 2019, 15 ações concretas e mais de cem
mita alcançar resultados práticos no medidas individuais. Realizar-se-ão ações a nível da UE, nomeadamente
terreno. pela Comissão e pelo Comité das Regiões, embora os Estados-Membros
e as partes interessadas tenham igualmente de participar, podendo con-
tar com um apoio e assistência reforçados da UE. Aproveitando a dinâ-
mica criada e o apoio recebido para as duas diretivas após o balanço de
qualidade, o plano de ação visa oferecer um leque de oportunidades para
envolver as partes interessadas e o público e criar parcerias em vários do-
mínios de intervenção, o que contribuirá para estabelecer uma base só-
lida para a criação de pontes entre a natureza,a população e a economia.

Apresentamos agora um breve resu-


mo das diferentes medidas previstas
para as quatro áreas prioritárias aci-
ma mencionadas:

4 POLÍTICA AMBIENTAL DA UNIÃO EUROPEIA


PRIORIDADE 1
Melhorar as orientações e
os conhecimentos e garantir
uma melhor coerência com
objetivos socioeconómicos
mais abrangentes
a) Atualizar, desenvolver e promo- b) Criar um mecanismo para apoiar c) Melhorar os conhecimentos, no-
ver ativamente, em todas as lín- as autoridades dos Estados- meadamente através de um se-
guas da UE, orientações sobre -Membros na resposta a desafios guimento reforçado e mais efi-
procedimentos de licenciamento fulcrais na aplicação dos requisi- ciente, e garantir o acesso público
dos sítios, proteção e gestão de tos de licenciamento das Direti- em linha aos dados necessários
espécies, bem como orientações vas Aves e Habitats, no respeitan- para a aplicação das Diretivas
específicas a um setor, bem como te à Natura 2000, e das normas (por exemplo, imagens satellite
integrar os serviços ecossistémi- de proteção das espécies; do programa Copernicus).
cos na tomada de decisões;

PRIORIDADE 2
Desenvolver uma apropriação
política e reforçar o
cumprimento das disposições
a) Completar a rede Natura 2000, c) Reunir autoridades públicas e
nomeadamente reparando as la- partes interessadas de diferentes
cunas relativas ao ambiente ma- Estados-Membros ao nível de re-
rinho, e estabelecer as medidas gião biogeográfica para respon-
de conservação necessárias para der a desafios comuns, incluindo
todos os sítios. desafios ligados a assuntos trans-
b) Fazer uso da nova avaliação da fronteiriços.
aplicação da legislação ambiental d) Continuar a desenvolver planos
nos encontros bilaterais com au- de ação «Espécies» e «Habitats»
toridades nacionais e regionais, para as espécies e habitats mais
de forma a desenvolver roteiros ameaçados, bem como platafor-
consensuais para melhorar a mas de partes interessadas sobre
aplicação da legislação e consul- a coexistência com espécies con-
tar os proprietaries de terras e correntes (por exemplo, carnívo-
outras partes interessadas sobre ros de grande dimensão).
os desafios ligados à mesma.

POLÍTICA AMBIENTAL DA UNIÃO EUROPEIA 5


PRIORIDADE 3
Reforçar o investimento na
Natura 2000 e melhorar as
sinergias com os instrumentos
financeiros da UE
a) Reforçar o investimento na natu- b) Promover sinergias com fundos d) Melhorar as sinergias com a polí-
reza: da política agrícola comum, in- tica comum das pescas e a políti-
- Assistir os Estados-Membros cluindo um uso eficaz dos paga- ca marítima integrada, incluindo
na melhoria dos seus planos mentos Natura 2000 e das medi- uma utilização mais eficaz das
financeiros plurianuais para a das agroambientais e climáticas, oportunidades de financiamento
Natura 2000, através de uma o desenvolvimento de regimes disponíveis.
atualização dos seus Quadros baseados em resultados, o apoio e) Orientar o apoio à implantação de
de Ação Prioritária (QAP). aos agricultores através de servi- infraestruturas verdes para uma
- Propor um aumento de 10 % ços de aconselhamento agrícola e melhor conetividade das áreas da
no orçamento LIFE dedicado a transferência de inovação e co- Natura 2000; apoiar projetos de
a projetos de apoio à conserva- nhecimentos através da Parceria soluções baseadas na natureza
ção do ambiente e da biodiver- Europeia de Inovação para a Pro- através da política de investiga-
sidade, sem alterar a dotação dutividade e Sustentabilidade ção
orçamental global do progra- Agrícolas.
ma. c) Sensibilizar para as oportunida-
- Estimular o investimento do des de financiamento de políticas
setor privado em projetos am- de coesão e melhorar as siner-
bientais. gias.

PRIORIDADE 4
Melhorar a comunicação
e a sensibilização e
envolver os cidadãos, as
partes interessadas e as
comunidades
a) Apoiar o intercâmbio de conheci- b) Apoiar o reconhecimento da boa c) Envolver ativamente os jovens em
mentos e a participação das auto- gestão de sítios Natura 2000 e a medidas ligadas a necessidades
ridades locais e regionais através sensibilização para as Diretivas sociais, permitindo-lhes partici-
de uma plataforma conjunta com Natureza através dos fóruns per- par na proteção ambiental de sí-
o Comité das Regiões. tinentes, do uso das novas tecno- tios Natura.
logias e de atividades de sensibi-
lização, e reforçar os laços entre
património natural e cultural,
em particular no contexto do Ano
Europeu do Património Cultural
(2018).

6 POLÍTICA AMBIENTAL DA UNIÃO EUROPEIA


DIRETIVA-QUADRO
ÁGUA
A adopção da Diretiva Quadro Água
(DQA) (Directiva 2000/60/CE do Par-
lamento e do Conselho de 23 de outu-
A política da água na União Europeia
pretende estabelecer um enquadra-
mento legal transparente, eficaz e
bro de 2000) enquadra-se no contex- coerente baseado num conjunto de
to mais alargado de desenvolvimento princípios comuns e num enquadra-
da Política Comunitária para o Am- mento global para a desenvolvimento
biente que visa a prevenção, protec- e aplicação de forma coordenada e
ção e melhoria da qualidade do am- integrada as acções adequadas que
biente, a protecção da saúde humana permitirá, a mais longo prazo, o de-
e a utilização racional e prudente dos senvolvimento dos princípios e es-
recursos naturais, de acordo com o truturas globais necessários para a
Artigo 174 do Tratado de Amesterdão. protecção e a utilização sustentável
Esta Política baseia-se nos princípios da água na Comunidade, segundo o
da precaução e da acção preventiva, princípio da subsidariedade.
da correcção prioritariamente na
fonte dos danos causados ao ambien-
te e do poluidor-pagador. A DQA estabelece um sistema para coordenar as iniciativas a aplicar pe-
los Estados-membros com vista uma melhoria da protecção dos meios
hídricos da Comunidade, de modo a promover o uso sustentável da água,
proteger os ecossistemas aquáticos e os ecossistemas terrestres e zonas
húmidas directamente associados e salvaguardar as futuras utilizações
da água. De entre os principais aspectos introduzidos pela DQA devem-
-se destacar os seguintes:

– Abordagem integrada de protecção das águas (águas de superfície e


águas subterrâneas)
– Avaliação do estado das águas através de uma abordagem ecológica
– Planeamento integrado a nível da bacia hidrográfica
– Estratégia para a eliminação da poluição causada por substâncias pe-
rigosas
– Instrumentos financeiros
– Incremento da divulgação da informação e incentivo da participação
do público
– Organização do quadro legal comunitário.

POLÍTICA AMBIENTAL DA UNIÃO EUROPEIA 7


DIRETIVA-QUADRO ÁGUA
Objetivos Gerais
A DQA apresenta no Artigo 1º um conjunto de objectivos gerais relativos à pro-
tecção do ambiente aquático, nomeadamente através da redução progressi-
va da poluição química. Também é pretendido, através da implementação da
DQA, contribuir para o cumprimento dos objectivos dos vários Acordos e com-
promissos internacionais referentes à protecção das águas marinhas, uma vez
que estas são directamente afectadas pela potencial carga de poluição trans-
portada pelas águas interiores.
Assim, a DQA tem como objectivo ge- por forma a contribuir para:
ral o estabelecimento de um sistema – a provisão de água em quanti-
para a protecção das águas de super- dade e qualidade suficiente para
fície interiores, das águas de transi- uma utilização sustentável, equi-
ção, das águas costeiras e das águas librada e equitativa do recurso;
subterrâneas que: – a redução significativa da polui-
ção das águas subterrâneas;
a) previna a deterioração e proteja – a protecção das águas marinhas e
e melhore o estado dos ecossis- territoriais;
temas aquáticos, e também dos – cumprimento dos objectivos dos
ecossistemas terrestres e zonas acordos internacionais relevan-
húmidas directamente depen- tes, incluindo os que se destinam
dentes dos ecossistemas aquáti- à prevenção e eliminação da po-
cos, no que respeita às suas ne- luição no ambiente marinho atra-
cessidades em água; vés de acções comunitárias nos
b) promova a utilização sustentável termos do Artigo 16º, para elimi-
das águas com base na protecção nar as descargas, emissões e per-
a longo prazo dos recursos hídri- das de substâncias prioritárias
cos disponíveis; perigosas, com o objectivo último
c) vise o reforço da protecção e a de reduzir as concentrações no
melhoria do ambiente aquático, ambiente marinho para valores
em particular através de medidas próximos dos de referência para
para a redução progressiva e eli- as substâncias que ocorrem na-
minação das descargas, emissões turalmente e próximos de zero
e perdas de substâncias prioritá- para as substâncias sintéticas.
rias e substâncias prioritárias pe-
rigosas respectivamente;
d) assegure a redução progressiva
da poluição das águas subterrâ-
neas, e
e) contribua para mitigar os efeitos
das inundações e secas,

8 POLÍTICA AMBIENTAL DA UNIÃO EUROPEIA


DIRETIVA-QUADRO ÁGUA
Objetivos
Ambientais
Ao garantir a operacionalidade dos programas de medidas especificados nos
planos de gestão de bacias hidrográficas os Estados-membros devem tomar as
medidas necessárias para:

Águas de superfície: Zonas protegidas: No caso específico das águas identi-


– prevenir a deterioração do estado – cumprimento das normas e ob- ficadas ao abrigo do Artigo 7º, para
(ecológico e químico) de todos os jectivos estabelecidos no prazo além do cumprimento dos objectivos
meios hídricos; de 15 anos, tendo também em ambientais aplicáveis, incluindo as
– proteger, melhorar e recuperar consideração as disposições da normas de qualidade estabelecidas a
todos os meios hídricos com o ob- legislação comunitária ao abrigo nível comunitário nos termos do Ar-
jectivo de alcançar o bom estado; da qual tenha sido criada a zona tigo 16º, os Estados-membros devem
– proteger e melhorar todos os protegida: garantir que, de acordo com o regime
meios hídricos fortemente modi- de tratamento de águas aplicado e
ficados e artificiais com o objec- - zonas designadas para a cap- nos termos da legislação comunitá-
tivo de alcançar o bom potencial tação de água para consumo ria, as águas resultantes cumpram os
ecológico e o bom estado quími- humano; requisitos da Directiva 98/83/CE re-
co; - zonas designadas para a pro- lativa à qualidade da água destinada
– reduzir progressivamente a po- tecção de espécies aquáticas ao consumo humano.
luição causada por substâncias de interesse económico;
prioritárias e eliminar as emis- - águas para recreio, incluindo
sões, descargas e perdas de subs- águas balneares (76/1760/CEE);
tâncias prioritárias perigosas. - zonas vulneráveis (91/676/
CEE);
Águas subterrâneas: - áreas sensíveis (91/271/CEE);
– prevenir ou limitar a introdução - zonas designadas para a pro-
de poluentes nas águas subterrâ- tecção dos habitats ou de es-
neas; pécies, incluindo os sítios re-
– prevenir a deterioração do estado levantes da Rede Natura 2000
(químico e quantitativo) de todas (92/43/CEE e 79/409/CEE).
as massas de águas subterrâneas;
– proteger, melhorar e recuperar
todas as massas de águas e ga-
rantir o equilíbrio entre a cap-
tação e a recarga das águas sub-
terrâneas para alcançar o bom
estado; inverter qualquer ten-
dência significativa persistente
de aumento da concentração de
qualquer poluente resultante das
actividades humanas.

POLÍTICA AMBIENTAL DA UNIÃO EUROPEIA 9


QUALIDADE
DO AR
DIRETIVA
A directiva Qualidade do Ar (Directi-
va 2008/50/CE do Parlamento Euro-
peu e do Conselho de 21 de maio de
2008) tem como objetivos:

a) Definir e fixar objectivos relati-


A melhoria da qualidade do ar, nas últimas décadas, foi um dos grandes
vos à qualidade do ar ambiente
êxitos da política comunitária em matéria de ambiente, mostrando que é
destinadas a evitar, prevenir ou
possível dissociar o crescimento económico da degradação do ambiente.
reduzir os efeitos nocivos para a
No entanto, não obstante as ações empreendidas, existem ainda proble-
saúde humana e para o ambiente
mas que persistem e é necessário resolver.
na sua globalidade;
b) Avaliar, com base em métodos e
critérios comuns, a qualidade do
ar ambiente nos Estados-Mem-
bros;
c) Obter informações sobre a qua-
lidade do ar ambiente a fim de
contribuir para a luta contra a
poluição atmosférica e os efeitos
nocivos e acompanhar as tendên-
cias a longo prazo bem como as
melhorias obtidas através de me-
didas nacionais e comunitárias;
d) Garantir que as informações so-
bre a qualidade do ar ambiente
sejam postas à disposição do pú-
blico;
e) Manter a qualidade do ar am-
biente, quando é boa, e melhorá-
-la nos outros casos;
f) Promover uma maior cooperação
entre os Estados-Membros para
reduzir a poluição atmosférica.

10 POLÍTICA AMBIENTAL DA UNIÃO EUROPEIA


Visando um público-alvo geral, mas
sobretudo os alunos das Escolas da
nossa área de inf luência, o Centro
BIODIVERSIDADE
Europe Direct realizou em diferentes
momentos (2010 e 2016) exposições
sobre a biodiversidade em Trás-os-
EM
-Montes.

A primeira exposição (2010) visava as-


TRÁS-OS-MONTES
sinalar o Ano Internacional da Biodi- A exposição fotográfica “Biodiversidade
versidade 2010, e da qual se produziu em Trás-os-Montes – aspetos da fauna
ainda um calendário, procurou dar silvestre”, pretende dar a conhecer ele-
a conhecer através da imagem (com mentos da fauna silvestre presente em
fotografias de grande qualidade) e de diferentes ecossistemas da região de
alguns textos espécies e habitats des- Trás-os-Montes, divulgando a diversi-
ta região portuguesa. dade da fauna existente localmente e
alertendo para a necessidade da sua pre-
As imagens selecionadas ilustram
servação.
aspectos da fauna e f lora da fisiono-
mia de habitats naturais e de ecos-
sistemas agrários. Aí se especificam
os habitats estabelecidos pela Rede
Natura 2000 e as Medidas de Desen-
volvimento Rural que permitem a sua
proteção.

Tais medidas permitem financiar os


agricultores que optam por sistemas
de produção não intensivos e prati-
quem uma agricultura sustentada
contribuindo assim, para a preserva-
ção da biodiversidade dos ecossiste-
mas.

Sobreiro
Quercus suber
Montado de sobro e resquício de
sobreiral em Trás-os-Montes. A
extracção da cortiça de 9 em 9 ou de
10 em 10 anos constitui importante
fonte de rendimento. O montado
de sobro e os sobreirais são habitats
fundamentais para a fauna local.

Natura 2000
6310 – Montados de Quercus spp. de folha perene
9330 – Florestas de Quercus suber
Medida de Apoio do Programa de Desenvol-
vimento Rural (PDR)
Medida 2.3 – Gestão do Espaço Florestal e
Agro-Florestal do P.D.R. 2007-2013, e Estratégia
Nacional para as Florestas (ENF), promovendo a
multifuncionalidade da floresta com valorização Calendário 2010 · Miguel Menezes Sequeira
económica, ambiental e social
POLÍTICA AMBIENTAL DA UNIÃO EUROPEIA 11
Calendário 2010 · António Borges

Castanheiro Castanheiros (Castanea sativa) de Devido à sua idade avançada têm


Souto antigo e rebanho de raça grande porte, isolados ou em soutos cavidades nos troncos que fornecem
Churra Galega-Bragançana velhos desempenham no Nordeste abrigo a espécies animais, como é o
Transmontano um papel importante caso das rapinas nocturnas e do ra-
do ponto de vista ecológico. birruivo-de‑testa-branca (Phoenicurus
phoenicurus), ave exclusivamente as-
sociada a este habitat. A vegetação
herbácea dos soutos alimenta ani-
mais domésticos e bravios.

Natura 2000
9260 - Florestas de Castanea sativa
Medida de Apoio do Programa de Desenvol-
vimento Rural (PDR)
Medida 2.4 – Intervenções Territoriais Integradas
(ITI) do P.D.R. 2007-2013
Acção 2.4.5 – Intervenção Territorial Integrada Monte-
sinho-Nogueira
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Calendário 2010 · Carlos Aguiar

Carvalho Negral Os bosques das áreas de maior alti- Carvalhos e castanheiros são utili-
Carvalhal de Quercus pyrenaica na tude de Trás-os-Montes são domi- zados pelo homem desde longa data,
Serra da Nogueira sob manto de nados pelo carvalho‑negral (Quercus em particular para abastecimento de
neve. pyrenaica). Estes habitats são refúgio lenha e madeira. A folhada era reco-
de inúmeras espécies de plantas e lhida para estrume.
animais de assinalável valor conser-
vacionista.

Natura 2000
9230 – Carvalhais galaico-portugueses de Quercus
robur e Quercus pyrenaica
Medida de Apoio do Programa de Desenvol-
vimento Rural (PDR)
Medida 2.4. – Intervenções Territoriais Integradas
(ITI) do P.D.R. 2007-2013
Acção 2.4.5 – ITI Montesinho-Nogueira. Conservar es-
paços naturais de grande valor silvícola. Manutenção
de bosques autóctones com elevado interesse ecológico
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Exposição 2016 · Jorge Sá Morais

Pintassilgo Os pintassilgos são aves bastante co- É uma espécie com hábitos gregários
Carduelis carduelis muns da nossa fauna. Pela sua cor e e pode ser encontrada em todo o país.
pelo seu canto, são frequentemente Durante o verão é fácil encontrar al-
perseguidos e capturados para ven- guns grupos a alimentarem-se das
der como animais de companhia, sementes de cardos.
uma prática ilegal que leva à morte
prematura de muitos animais.

14 POLÍTICA AMBIENTAL DA UNIÃO EUROPEIA


Exposição 2016 · Jorge Sá Morais

Veado O veado é o maior ungulado silves- São mais fáceis de observar durante
Cervus elaphus tre de Portugal. Os machos possuem as primeiras horas do dia, sobretudo
hastes que podem pesar vários quilos durante o período de cio.
quando adultos, usados para con-
frontar outros machos e conseguir o
acesso às fêmeas e à reprodução.

POLÍTICA AMBIENTAL DA UNIÃO EUROPEIA 15


Exposição 2016 · Jorge Sá Morais

Rã-verde É a espécie de rã mais comum da nos- Surge em massas de água parada, em


Pelophylax perezi sa fauna e a sua coloração pode variar tanques, albufeiras e rios com pouca
desde tons de verde forte até uma cor corrente, onde possa aceder facil-
acastanhada, com manchas mais es- mente às margens. Por vezes deslo-
curas ao longo do corpo. Emite sons ca-se para terra à procura de inver-
característicos sobretudo durante o tebrados, não se afastando muito da
verão, altura em que mantêm activi- água.
dade diurna e nocturna.

TEXTOS e PRODUÇÃO
Sílvia Nobre · Edite Oliveira

EDIÇÃO e IMPRESSÃO
Serviços de Imagem do Instituto Politécnico de Bragança
Dezembro 2017
Papel reciclado 130g/m2

CONTACTO
CIED Bragança – Escola Superior Agrária de Bragança – Portugal
Campus de Santa Apolónia – 5300-253 Bragança
Telefone: 273 303 282 – Email: ciedbraganca@ipb.pt

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