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CONSERVAÇÃO E
SUSTENTABILIDADE
1ª Edição
Indaial - 2021
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
C568e
ISBN 978-65-5646-426-8
ISBN Digital 978-65-5646-427-5
1. Meio ambiente. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da
Vinci.
CDD 577
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
Ecoturismo e Unidades de Conservação.................................... 7
CAPÍTULO 2
Bases Para Desenvolver o Ecoturismo.................................... 55
CAPÍTULO 3
Planejamento e Gestão do Ecoturismo.................................. 101
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo ao Livro de Ecoturismo, Conservação e Sustentabilidade. Este
livro contribui para a sua formação pessoal e profissional através de algumas refle-
xões e absorção de conhecimentos sobre o meio ambiente e a comunidade, sem dei-
xar de lado o desenvolvimento econômico. Diante disso e para que ocorra tal aprimo-
ramento, faz-se necessário conhecermos a história do ecoturismo, os seus conceitos,
a conservação da natureza e os elementos que permeiam a sustentabilidade.
Além dos textos do livro, você encontrará, no decorrer dos capítulos, suges-
tões para complementação dos seus estudos, como indicação de livros, filmes, si-
tes, bem como uma gama de opções de referências bibliográficas e autores concei-
tuados, que ampliarão ainda mais os seus estudos sobre os temas aqui abordados.
Bons estudos!
C APÍTULO 1
Ecoturismo e Unidades de
Conservação
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes
objetivos de aprendizagem:
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Capítulo 1 Ecoturismo e Unidades de Conservação
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Quem nunca idealizou ou realizou um passeio turístico em meio a natureza? Nes-
tes passeios conseguimos os desconectar do urbano, do caos das cidades, e consegui-
mos nos conectar com a qualidade de vida que a natureza tem para nos oferecer.
Desta maneira, iniciaremos o nosso estudo adentrando nos temas das uni-
dades de conservação, o ecoturismo, o turismo nas áreas naturais protegidas e a
educação ambiental voltada à atividade turística.
2 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E A
LEI FEDERAL Nº 9.985/2000
O órgão mundial que tomou frente aos eventos de caráter ambiental foi a
Organização das Nações Unidas (ONU), a qual sugeriu uma conferência inter-
nacional com o intuito de relacionar temas referentes à preservação e proteção
ambiental no âmbito mundial.
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Capítulo 1 Ecoturismo e Unidades de Conservação
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Capítulo 1 Ecoturismo e Unidades de Conservação
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Ecoturismo, Conservação e Sustentabilidade
O artigo citado no caput da Lei nº 9985 informa que: “Art. 225. Todos têm di-
reito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo
e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletivi-
dade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”
(BRASIL, 1988). E seu parágrafo primeiro cita que:
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Capítulo 1 Ecoturismo e Unidades de Conservação
I - Área de Proteção Ambiental (APA): podem ser constituídas por terras públi-
cas ou privadas e é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação
humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmen-
te importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e
tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo
de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais;
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Capítulo 1 Ecoturismo e Unidades de Conservação
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3 ECOTURISMO: CONCEITO,
HISTÓRIA E LEGISLAÇÃO NO BRASIL
Como pudemos ver nos tópicos anteriores, o Brasil possui uma história
muito ligada ao meio ambiente, incluindo a preservação de áreas naturais e com
isso, aumentam as chances e as possibilidades de promover e desenvolver o
turismo e o ecoturismo. Neste tópico, aprenderemos um pouco mais sobre o
ecoturismo, estudando como ele se desenvolveu, sua história e a legislação bra-
sileira que o permeia.
A questão ambiental que nos primórdios era debatida na visão da ecologia ge-
ral, após algum tempo ampliou as discussões para os sistemas ambientais, nascen-
do processos em que os sistemas humanos (as economias, populações, culturas,
governos e organizações) podem fazer escolhas visando à conservação ambiental
e à sustentabilidade. Os temas ambientais ganham espaço nas discussões científi-
cas e nas esferas políticas e sociais, surgindo uma nova ética do desenvolvimento
que incorpora a qualidade ambiental e a inclusão social. É fundamentado nessa
premissa que se compreende o ecoturismo, como uma atividade que se materializa
pela interação com o ambiente de uma forma sustentável (BRASIL, 2008).
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Ecoturismo, Conservação e Sustentabilidade
A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou o ano de 2017 como o “Ano
Internacional do Turismo Sustentável”. Atividades foram realizadas em todo o mun-
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FIGURA 3 – ECOTURISMO
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Capítulo 1 Ecoturismo e Unidades de Conservação
Desde 1985, no Brasil, o ecoturismo vem tomando espaço e vem sendo dis-
cutido no âmbito governamental. A primeira iniciativa formal ocorreu em 1987,
através da criação da Comissão Técnica Nacional, a qual era constituída por téc-
nicos no IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis) e do EMBRATUR (na época, Instituto Brasileiro de Turismo). Esta
iniciativa promovia o monitoramento do Projeto Turismo Ecológico, o qual estava
iniciando e não possuía organização adequada e práticas sustentáveis.
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Capítulo 1 Ecoturismo e Unidades de Conservação
como também para a criação de novos produtos turísticos, tornando-os mais atra-
tivos ao público e gerar mais fluxo e renda na cadeia turística.
A atuação conjunta com órgãos responsáveis pelo meio ambiente e pela cul-
tura se torna imprescindível para implementar uma política de gestão das áreas
de uso público das Unidades de Conservação Federais, em parceria com o setor
privado e o terceiro setor, e promover a inovação, a criatividade, o aprimoramento
e a qualificação de produtos e serviços turísticos culturais e criativos.
Sob a ótica da inserção social, Layrargues (2004 p. 3-4) informa que sob a
perspectiva que envolve uma dinâmica de correlação de forças entre capital e tra-
balho, existem dois modelos de ecoturismo, que devem ser aqui entendidos como
duas categorias possíveis apenas como tipo-ideal, ou seja, que representam pa-
res binários que no real podem conter elementos comuns imbricados entre si: o
ecoturismo empreendedor e o ecoturismo de base comunitária, cujas característi-
cas básicas estão descritas na Figura 4.
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Disponível em : <https://uniasselvi.me/38Iu11e>
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essa evolução se expandiu dos chamados atrativos icônicos, como o vale de Yo-
semite ou as Cataratas de Iguaçu, com o único objetivo de recreação, para a ma-
nutenção da biodiversidade, a pesquisa científica, a reprodução da fauna e flora,
a manutenção de valores culturais, a utilização sustentável dos recursos, entre
outros objetivos (MATHEUS; RAIMUNDO, 2017).
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Ecoturismo, Conservação e Sustentabilidade
Para oferecer uma experiência que deixe no visitante uma impressão posi-
tiva, o ICMBio busca garantir aos visitantes/turistas condições e estrutura cada
vez melhores nas unidades de conservação federais abertas à visitação. Entre
as ações em andamento estão melhorias e abertura de novas trilhas, reforma
ou construção de centros de visitantes, áreas de camping e outras estruturas de
apoio, instalação de sinalização e promoção de atividades como mergulho, cano-
agem, caminhadas, rafting, entre outras (ICMBIO, 2021).
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Capítulo 1 Ecoturismo e Unidades de Conservação
5 EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA
ATIVIDADE TURÍSTICA
Ao aliar educação ambiental com a atividade turística, Freire e Almeida
(2019) informam que a “questão ambiental” tem se tornado muito recorrente nos
debates e nas discussões de diferentes campos do meio acadêmico e também
da cena pública. Não poderia ser diferente nos estudos sobre o turismo, onde se
viu crescer tais discussões a partir do aumento da procura do público por viagens
para os ambientes ditos naturais. Dessa forma, dentre as modalidades do turismo
que abrangem práticas nesses ambientes, o ecoturismo se destaca por sua pro-
posta de aliar as viagens à ação educativa. Nesse sentido, ele buscaria superar a
apreciação meramente contemplativa do meio e contribuir para uma sensibiliza-
ção mais aprofundada do sujeito turista.
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Por meio destes princípios, se faz necessário que alguns objetivos sejam al-
cançados, sendo considerados os objetivos fundamentais da educação ambien-
tal, entre eles estão:
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Disponível em : <https://uniasselvi.me/2YunpSc>
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Recapitulando os conhecimentos obtidos durante o estudo deste primeiro ca-
pítulo do livro, vimos no primeiro tópico como se deu o surgimento do desenvol-
vimento sustentável, relembramos algumas conferências internacionais que pos-
suíam o intuito de proteção do meio ambiente, bem como analisamos os 17 ODS.
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Capítulo 1 Ecoturismo e Unidades de Conservação
Nos próximos capítulos entraremos mais a fundo na questão das bases para
desenvolver o ecoturismo, conhecendo as leis aplicadas ao ecoturismo, as Políti-
cas Públicas voltadas a valorização do ecoturismo e trazendo boas práticas am-
bientais para aprimoramento do conhecimento.
REFERÊNCIAS
BEZERRA, G. S. Os fundamentos teóricos–conceituais do Ecoturismo. Sem
data. Disponível em: http://observatoriogeograficoamericalatina.org.mx/egal12/
Teoriaymetodo/Conceptuales/22.pdf. Acesso em: 25 mar. 2021.
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C APÍTULO 2
Bases Para Desenvolver
o Ecoturismo
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Capítulo 2 Bases Para Desenvolver o Ecoturismo
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Você já parou para pensar em quais os principais destinos de ecoturismo de
sua região? Será que estes destinos se enquadram nos princípios do ecoturismo
que aprendemos até o presente momento?
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Capítulo 2 Bases Para Desenvolver o Ecoturismo
Galdino e Costa (2011) informam que nesta mesma década, com o interes-
se por parte do Estado em intermediar ações públicas de turismo, foi elaborado
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Capítulo 2 Bases Para Desenvolver o Ecoturismo
A mesma Lei possui uma seção específica para a Política Nacional de Turis-
mo (seção II), na qual enfatiza-se que, novamente, a legislação faz jus ao desen-
volvimento sustentável, informando que:
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Ecoturismo, Conservação e Sustentabilidade
Principais
Legislação Escopo
Instrumentos
A Lei do Turismo é regulamentada pelo Decreto nº 7.381, de
2 de dezembro de 2010, que estabelece, entre outros, nor-
mas, mecanismos e critérios para o bom funcionamento do
Sistema Nacional de Cadastramento, Classificação e Fis-
Lei nº 11.771,
calização dos Prestadores de Serviços Turísticos (SINAS-
de 17 de
Legislação Turística TUR). Define as infrações e as penalidades administrativas
setembro de
para os meios de hospedagem, agências de turismo, trans-
2008
portadoras, organizadoras de eventos, parques temáticos e
acampamentos turísticos, além de definir as normas sobre
a Política Nacional de Turismo e sobre o Plano Nacional de
Turismo (PNT), dentre outros.
Define como incumbência do poder público garantir a todos
o “direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
Constituição
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
da República
impondo-se também a coletividade o dever de defendê-lo e
Legislação Ambiental Federativa
preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
do Brasil de
Assim, deve assegurar a preservação e restauração dos
1988
processos ecológicos essenciais e do manejo ecológico das
espécies e ecossistemas; a exigência de estudo ambiental
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Capítulo 2 Bases Para Desenvolver o Ecoturismo
No ano de 1994 foi elaborado pelo Governo Federal, por meio da EMBRA-
TUR, um livro denominado “Diretrizes para uma política nacional de ecoturismo”.
Segundo a apresentação do livro (BRASIL, 1994, p. 7 e 8):
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Porém, por mais que no ano de 1994 já estavam sendo tomadas atitudes
para pensar no ecoturismo brasileiro com um nível maior de atenção, até o pre-
sente momento não foi possível encontrar nenhuma legislação que trate especifi-
camente sobre o ecoturismo no Brasil.
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Capítulo 2 Bases Para Desenvolver o Ecoturismo
a) V - V - F - F
b) V - F - V - F
c) F - V - F - V
d) V - F - V - V
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Porém, os autores ressaltam que tantos benefícios somente podem ser al-
cançados se a prática da atividade for realizada de maneira organizada, coorde-
nada e planejada, pois, assim como propicia inúmeros impactos positivos, se mal
planejada, pode gerar diversos impactos negativos, causando danos, até mesmo
irreversíveis, como a sazonalidade, inflação, degradação e poluição do meio am-
biente e do ambiente cultural, desvalorização e mercantilização patrimonial.
Tendo em vista todos os impactos que podem ser gerados com a falta de
organização, há uma necessidade de melhor organização do setor turístico, o que
levou ao planejamento prévio, que, por sua vez, fez que se criassem órgãos e leis
que atualmente regem a política pública de turismo e que são extremamente im-
portantes a todo o contexto turístico.
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Capítulo 2 Bases Para Desenvolver o Ecoturismo
O Plano Nacional de Turismo dos anos 2018 a 2022 (BRASIL, 2018, p. 55)
informa que:
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Ecoturismo, Conservação e Sustentabilidade
A mesma autora informa ainda que, por sua natureza, o turismo apresenta-se
como uma atividade que assume características sociais, econômicas e culturais
face aos benefícios e consequências que podem ser causados em determinada
localidade, ao passo que se apropria de um território para sua idealização. A rela-
ção do turismo com a comunidade local fundamenta-se na representação social
que os membros desta comunidade construíram em virtude de valores, ideias e
conceitos articulados pelo processo de turistificação no próprio espaço em decor-
rência da perspectiva de mudanças nos níveis de qualidade de vida.
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Capítulo 2 Bases Para Desenvolver o Ecoturismo
Segundo Silva, Costa e Carvalho (2013), o turismo é hoje uma das ativida-
des mercadológicas com maior índice de crescimento. Devido a este processo de
crescimento, houve uma maior preocupação com o setor por parte do poder pú-
blico que passou a fomentar políticas de regulamentação e incentivos à atividade
turística. Passou-se a inserir o turismo nas políticas públicas, trabalhando-o de
maneira planejada com metas e ações pré-estabelecidas. Desta forma, podemos
retomar algumas questões levantadas no atual Plano Nacional de Turismo, elabo-
rado pelo Governo Federal, por meio do Ministério do Turismo.
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Capítulo 2 Bases Para Desenvolver o Ecoturismo
Cabe ressaltar que os autores Silva, Costa e Carvalho (2013) informam que
deve ser realizado um levantamento das potencialidades e prioridades de cada
localidade, para só então estabelecer metas e objetivos alinhados à política nacio-
nal de turismo, pois a política pública é de fundamental importância para a deci-
são do futuro do setor turístico no país. Dessa forma, a política pública nada mais
é que o vetor de direcionamento do processo de planejamento, sendo um instru-
mento e resposta do poder público aos efeitos negativos do desenvolvimento.
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Ecoturismo, Conservação e Sustentabilidade
Partindo-se desta prerrogativa, Oliveira (2008) ressalta que nas últimas dé-
cadas as decisões comunitárias vêm se constituindo em um novo modelo para o
desenvolvimento responsável do turismo. Já em relação à atividade, nota-se que
os esforços são somados de forma a permitir tanto os investimentos nos equipa-
mentos e serviços que compõe um determinado núcleo receptivo, como também
e principalmente na qualificação de mão-de-obra local. A este respeito, pensando
em desenvolvimento local e comunitário, é apresentado abaixo um exemplo que
se enquadra na contextualização teórica e no discurso prático.
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Por fim, para fins de fixação, podemos citar algumas políticas públicas de
turismo que são implementadas e renovadas em certos períodos de tempo, no
Brasil. Sendo eles:
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FONTE: <https://www.icmbio.gov.br/parnaserradosorgaos/guia-dovisi-
tante/36-conduta-consciente.html>. Acesso em: 13 mar. 2021.
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Capítulo 2 Bases Para Desenvolver o Ecoturismo
1. PLANEJAMENTO É FUNDAMENTAL
ENTRE em contato prévio com a administração da área que você vai vi-
sitar para tomar conhecimento dos regulamentos e restrições existentes.
INFORME-SE sobre as condições climáticas do local e consulte a previ-
são do tempo antes de qualquer atividade em ambientes naturais.
VIAJE em grupos pequenos de até 10 pessoas. Grupos menores se har-
monizam melhor com a natureza e causam menos impacto.
EVITE viajar para as áreas mais populares durante feriados prolongados
e férias.
CERTIFIQUE-SE de que você possui uma forma de acondicionar seu
lixo (sacos plásticos), para trazê-lo de volta.
ESCOLHA as atividades que você vai realizar na sua visita, conforme o
condicionamento físico e seu nível de experiência.
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a) V - F - V - V - F
b) F - V - V - V - F
c) V - F - F - V - V
d) Todas as alternativas estão corretas.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Retomando os conhecimentos fixados durante o estudo do segundo capítulo
do presente livro, pudemos ver no primeiro tópico, como o desenvolvimento do
turismo se deu no Brasil, bem como a aparição do ecoturismo e como ele vem se
tornando um dos principais motivadores dos destinos dos estrangeiros ao procu-
rar o Brasil.
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Ecoturismo, Conservação e Sustentabilidade
Por fim, adentramos na questão das boas práticas ambientais, as quais tem
a finalidade de minimizar os impactos ambientais e sociais, por meio do planeja-
mento adequado das atividades. Conhecemos também a utilização dos 8 princí-
pios de mínimo impacto, os quais são:
1. Planejamento é fundamental;
2. Você é responsável por sua segurança;
3. Cuide das trilhas e dos locais de acampamento;
4. Traga seu lixo de volta;
5. Deixe cada coisa em seu lugar;
6. Não faça fogueiras;
7. Respeite os animais e as plantas; e
8. Seja cortês com outros visitantes.
REFERÊNCIAS
BRASIL. EMBRATUR. Diretrizes para uma política nacional ecoturismo.
1994. Disponível em: http://www.ecobrasil.provisorio.ws/images/BOCAINA/
documentos/ecobrasil_diretrizespoliticanacionalecoturismo1994.pdf. Acesso em:
28 abr. 2021.
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Capítulo 2 Bases Para Desenvolver o Ecoturismo
em: https://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/comunicacao/publicacoes/
monitoramento_visitacao_em_ucs_federais_resultados_2019_breve_panorama_
historico.pdf. Acesso em: 11 mai. 2021.
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SÃO PAULO. Secretaria do Meio Ambiente. Ecoturismo. São Paulo: SMA, 2014.
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C APÍTULO 3
Planejamento e Gestão
do Ecoturismo
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes
objetivos de aprendizagem:
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Capítulo 3 Planejamento e Gestão do Ecoturismo
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Durante o estudo deste livro, deparamo-nos com algumas situações que o
ecoturismo, a conservação e a sustentabilidade nos apresentam e ficamos com
uma vontade ainda mais de colocá-las em prática, não?!
Vamos nessa?!
2 PLANEJAMENTO E GESTÃO DO
ECOTURISMO
Você se recorda que no último tópico do capítulo anterior nós falamos sobre
planejamento? Vimos que para que atividades e ações práticas sejam realizadas
de forma eficaz e com qualidade, é necessário que se tenha planejamento.
Pudemos ver também que, nas palavras de Oliveira (2008, p. 27), “planejar
significa ser e agir de forma responsável, orientando ações que contemplem o
bem-estar coletivo”.
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Ecoturismo, Conservação e Sustentabilidade
Com base nesse artigo, o qual pode ser acessado no link abaixo
para uma leitura mais completa, abordaremos as principais diferen-
ças entre essas modalidades.
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Capítulo 3 Planejamento e Gestão do Ecoturismo
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Ecoturismo, Conservação e Sustentabilidade
Sendo assim, com base nas definições citadas, e analisando a Figura 2, po-
de-se entender que o ecoturismo está englobado ou faz parte do turismo susten-
tável, devendo obedecer às regras e os princípios do turismo sustentável, além
das suas próprias regras e princípios estabelecidos pelo próprio ecoturismo, os
quais estudamos até o presente capítulo.
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Capítulo 3 Planejamento e Gestão do Ecoturismo
Aspectos ambientais
Aspectos socioculturais
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Aspectos econômicos
Princípios Ecoturismo
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Capítulo 3 Planejamento e Gestão do Ecoturismo
Assim, Oliveira (2001) informa que antes de se iniciar qualquer projeto turístico em
uma localidade, o planejador deve responder às seguintes questões, tendo em vista
atingir o melhor patamar de planejamento para a atividade (MOHR, 2011, p. 137):
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Ecoturismo, Conservação e Sustentabilidade
Cabe ressaltar que os efeitos danosos ou também impactos que podem ser
causados aos ambientes nas atividades turísticas, dependem do tamanho do em-
preendimento em questão e da demanda de visitantes, além da concentração
espacial e temporal, da natureza do ambiente e dos métodos de planejamento
adotados durante o processo de implantação do turismo. Sendo assim, para evitar
que estes impactos ocorram é necessária a adoção de práticas sustentáveis tanto
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Capítulo 3 Planejamento e Gestão do Ecoturismo
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Ecoturismo, Conservação e Sustentabilidade
a) 2 – 6 – 4 – 1 – 3 – 5
b) 2 – 6 – 1 – 5 – 3 – 4
c) 1 – 2 – 5 – 4 – 3 – 6
d) 5 – 6 – 4 – 1 – 2 – 3
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Capítulo 3 Planejamento e Gestão do Ecoturismo
3 GESTÃO DO ECOTURISMO EM
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Pudemos estudar nos capítulos anteriores sobre a criação, no ano 2000, da
Lei Federal nº 9.9885/2000, a qual instituiu no Brasil o Sistema Nacional de Uni-
dades de Conservação (SNUC). Esta lei ainda trouxe os tipos de unidades de
conversação existentes, os quais podem se dividir em unidades de proteção inte-
gral e unidades e uso sustentável.
Ainda, vimos que o órgão que é responsável pela gestão das UCs Federais é
o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e, segundo
ele, a categoria mais popular e antiga das UCs é a categoria de Parque Nacional
(PARNA), onde há possibilidade de maior interação entre o visitante e a natureza,
pois permite o desenvolvimento de atividades recreativas, educativas e de inter-
pretação ambiental, além de permitir a realização de pesquisas científicas.
Paiva (2019) afirma que alguns ambientes naturais têm sido enormemente
valorizados pela atividade turística, e proporcionam, de alguma forma, um contato
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Ecoturismo, Conservação e Sustentabilidade
mais direto com certos elementos naturais. É através desse contato mais direto
com a natureza que o turismo proporciona, que é desenvolvida uma relação de
troca, de aprendizado e de respeito entre visitante e natureza.
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Capítulo 3 Planejamento e Gestão do Ecoturismo
FONTE: <https://www.icmbio.gov.br/portal/parna-de-a-
navilhanas>. Acesso em: 132 mar. 2021.
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Ecoturismo, Conservação e Sustentabilidade
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Capítulo 3 Planejamento e Gestão do Ecoturismo
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Ecoturismo, Conservação e Sustentabilidade
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Capítulo 3 Planejamento e Gestão do Ecoturismo
Ao longo do ano de 2010 foram realizadas sete oficinas presenciais para apli-
cação dessa metodologia visando cobrir todo o conjunto das UCs federais, exceto
as situações excepcionais caracterizadas pelas Unidades recém-criadas, pelas
geridas sob parceria com institutos estaduais e por aquelas que se encontravam
sem gestor no momento da aplicação dos questionários. Seguindo esses critérios,
foram avaliadas 292 Unidades, abrangendo cerca de 94% das 310 UCs federais
existentes naquele ano. Complementando as informações levantadas nas 292
UCs, foi também aplicado um questionário específico junto à Direção Ampliada do
ICMBio, tendo por intuito avaliar a situação do Sistema Federal de Unidades de
Conservação (ICMBIO, 2021c).
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Ecoturismo, Conservação e Sustentabilidade
FONTE: <https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/criacao-de-unidades-de-conservacao/
efetividade-da-gestao-de-ucs/relatorio_SAMGe_2019.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2021.
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Capítulo 3 Planejamento e Gestão do Ecoturismo
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Ecoturismo, Conservação e Sustentabilidade
Desta maneira, ainda é possível que seja realizado um controle maior sobre
as unidades de conservação conseguindo ter um limite de vagas, que o ambiente
natural consiga suportar, o cadastramento dos visitantes, além de ser possível
estabelecer um máximo tempo de permanência no local, a fim de minimizar os
impactos negativos.
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Capítulo 3 Planejamento e Gestão do Ecoturismo
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Ecoturismo, Conservação e Sustentabilidade
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Capítulo 3 Planejamento e Gestão do Ecoturismo
Reduzir o uso apenas nos lugares onde há maior impacto dentro da área
estratégica:
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Ecoturismo, Conservação e Sustentabilidade
https://www.icmbio.gov.br/parnaabrolhos/images/stories/desta-
ques/boas_praticas_na_gestao_de_ucs_edicao_3_2018.pdf
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Capítulo 3 Planejamento e Gestão do Ecoturismo
4 PLANEJAMENTO DO ECOTURISMO
PARA PROTEÇÃO DE CULTURAS
TRADICIONAIS
Recentemente, uma nova modalidade de turismo surgiu, a qual mescla a
proteção das unidades de conservação com as comunidades tradicionais que re-
sidem nestas UCs. A esta modalidade dá-se o nome de Turismo de Base Comu-
nitária (TBC). Essas comunidades estão encontrando no TBC uma alternativa de
renda, uma oportunidade de valorizar a própria cultura e uma forma de integrar os
jovens ao modo de vida local.
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Capítulo 3 Planejamento e Gestão do Ecoturismo
que Nacional do Monte Roraima - Boa Vista (RR), Urubici (SC), den-
tro muitos outros.
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• Chapada Diamantina - BA
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Capítulo 3 Planejamento e Gestão do Ecoturismo
FONTE: <https://www.socicam.com.br/2019/06/04/visitante-pode-percorrer-quatro-tri-
lhas-no-parque-nacional-da-chapada-dos-veadeiros/>. Acesso em: 13 mar. 2021.
• Pantanal – MT/MS
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Ecoturismo, Conservação e Sustentabilidade
• Bonito – MS
Bonito é um paraíso natural em Mato Grosso do Sul que ganhou fama pelas
atividades ligadas ao ecoturismo e também pela rigidez das regras de preserva-
ção da região. As atrações de Bonito em si não ficam na cidade, mas a referên-
cia vem da proximidade e também da estrutura turística bem desenvolvida. De lá
parte-se para lugares como o Abismo Anhumas, com 72 metros de profundidade,
para as belas piscinas naturais e rios perfeitos para flutuação, como o Rio da Pra-
ta e o Rio Sucuri, e para a Gruta Azul, com um lago escondido e tons vibrantes de
azul (SKYSCANNER BRASIL, 2018).
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Capítulo 3 Planejamento e Gestão do Ecoturismo
• Fernando de Noronha – PE
• Jalapão – TO
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Ecoturismo, Conservação e Sustentabilidade
FIGURA 18 – JALAPÃO
FONTE: <https://casaldemochilao.com.br/12-atracoes-imper-
diveis-no-jalapao/>. Acesso em: 13 mar. 2021.
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Capítulo 3 Planejamento e Gestão do Ecoturismo
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Pudemos estudar no decorrer deste capítulo que existem várias formas de
realizar a gestão das áreas que podem ser aproveitadas para o ecoturismo, sem
deixar de lado a conservação e a sustentabilidade. Observamos também que mui-
tos povos tradicionais estão utilizando deste recurso para conseguir se desenvol-
ver mantendo sua originalidade e suas tradições.
O Brasil é um país com uma enorme biodiversidade a qual pode ser aprovei-
tada, o tornando um dos destinos turísticos mais procurados no mundo, levando
em conta a nossa natureza exuberante e possibilidade de contato com a natureza.
REFERÊNCIAS
BOVO, C. E. O. O Ecoturismo não deve ser pensado como turismo rural, mas
sim como uma opção inteligente de turismo no meio rural. In: Portuguez, A. P. et
al. (org.). Turismo no Espaço Rural - Enfoques e Perspectivas. São Paulo:
Roca, 2005.
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