Você está na página 1de 3

filosofia ocidental é uma criação grega.

A sua origem geografica e

uma pequena cidade de uma colónia grega na Asia Menor, que dava

pelo nome de Mileto, na atual Turquia. O seu aparecimento esta ligado a

um contexto muito específico, o que explica ter acontecido na Grécia e

não noutro qualquer lugar Para tal, contribuiram o surgimento da polis,

cidade-estado grega; o aparecimento da democracia; o debate público dos

assuntos da cidade na ágora; o contacto privilegiado com outras culturas,

devido à sua localização geográfica e às trocas comerciais; e, sobretudo, a

tentativa de explicar racionalmente os fenómenos naturais e humanos.

Diz-se que foi Pitágoras (séc. Vl a.C.) o primeiro a utilizar o termo filosofia

ea chamar-se a si próprio filósofo. Para ele, só os deuses eram sábios, os

seres humanos apenas tendiam a aproximar-se ea "amar a sabedoria". Fi

losofia significa, literalmente, "amor pelo saber". Percebero porque de tal

denominação obriga a tentar compreender o que é a filosofia e o que e

filosofar, que tipo de questões são as da filosofia e quais os problemas de

que se ocupa. E, mais, a perceber em que medida esta atividade, por natu-

reza crítica e argumentativa, pode contribuir para que possamos desen-

volver-nos enquanto pessoas curiosas, questionadoras, investigadoras,

cuidadoras de nós e dos outros, respeitadoras da diferença e, além de tud0

isto, criativas.

Comecemos então..
Em busca da sabedoria

Consegues imaginar

ga

um nó na tua cabeca?

Atividades

Friso cronológico

Certamente já sentiste uma inquietação

dos autores da

Crescente quando pensas sobre deter-

minadas questões que te parecem impor

tantes e urgentes, mas as quais não sabes res-

Donder. E, pior, não sabes a quem perguntar para conseguires respostas, iá qio

Darecem ficar fora do alcance de qualquer uma das disciplinas que conheces.

disciplina

O barco de Teseu

que estas

Pois bem, esse "nó na cabeça que sentimos perante determinadas per-

quntas é indicador da nossa predisposIçao para procurar explicações, da

nossa predisposição para a filosofia. Esse "nó na cabeça" resulta de um

impulso que nos é natural, o do espanto tace ao mundo, o da curiosi-

dade, que nos leva numa viagem, às vezes vertiginosa, até ao fundo de
algumas das mais importantes questões que colocamos.

A propósito de Viagens, Comecemos com uma história sobre umn

barco famoso ou, mais rigorosamente, com uma experiência mental.

Conta-se que Teseu, um herói da mitologia grega conhecido por ter derrotado o Mino-

tauro, tinha um barco e que nele realizou uma viagem de várias décadas. O barco de Teseu

era constituido por muitas partes. Chamemos-lhes a todas, para simpliticar, tábuas, peças

de madeira. À medida que as tábuas da embarcação se deterioravam, iam sendo substitui-

das por novas. Pouco a pouco, uma após outra, todas as tábuas do barco toram sendo

trocadas por outras, a tal ponto que, quando Teseu chegou ao seu destino, já nada restava

da madeira original do seu barco.

Tendo o barco de Teseu sido tão amplamente reparado, podemos colocar a questão: O

barco restaurado com que Teseu terminou a sua viagem é o mesmo barCo Com que a ini-

ciou? Se não, em que ponto da expedição deixou de ser o mesmo barco? Quando foi subs-

tituída a primeira tábua? Ou a segunda ? Oua maioria? Ou todas elas? Se pensares, também

nós, à semelhança do barco de Teseu, vamos trocando algumas peças ao longo do tempo

- células, pensamentos, sentimentos , uma boa parte de nos vai sendo prOgressivamente

substituida. Continuamos a ser nos? O que taz com que sejamos quem somos? A história do

barco de Teseu - da qual há muitas versões - remete para um problema essencial, o pro-

blema da identidade pessoal. O que faz com que tu sejas tu e não Outra pessoa?

Ao longo da história do pensamento, várias pessoas dedicaram-se a discutir e a pensar

sobre as tábuas do barco de Teseu, sem que, aparentemente, o nó das dúvidas se tivesse

desteito. Procurar desatar nóS e responder a questoes como as que são levantadas pelas

peças de madeira do barco de Teseu é um exemplo daquilo que tazem as pessoas que se

dedicamà filosotia.

Você também pode gostar