Você está na página 1de 28

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
AVALIAÇÃO DE IMPACTO
AMBIENTAL

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0
CURSO DE
AVALIAÇÃO DE IMPACTO
AMBIENTAL

MÓDULO II

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

AN02FREV001/REV 4.0
MÓDULO II

5 POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

No final da década de 60, nos países industrializados e também em alguns


países em desenvolvimento, o crescimento da conscientização do público quanto à
rápida degradação ambiental e aos problemas sociais decorrentes levou as
comunidades a demandar uma melhor qualidade ambiental. Assim crescia a
participação pública, que passou a exigir que as questões ambientais fossem
expressamente consideradas pelos governos ao aprovarem seus programas de
investimento e projetos de grande e de médio porte.
As primeiras reações quanto à importância da proteção do meio ambiente
surgiram nos anos 70, por parte do Governo Brasileiro, em resposta à Conferência
de Estocolmo (1972), com a criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente -
SEMA. Durante mais de uma década, esse órgão federal, juntamente com outras
agências de controle ambiental pioneiras da esfera estadual, encarregaram-se das
atividades ligadas ao controle da poluição e à proteção da vida selvagem.
Nos anos 80 houve a institucionalização e regulamentação da questão
ambiental. Nesse período, a gestão ambiental consolidou-se no Brasil, por meio do
surgimento de importantes instrumentos legais, como a Lei n° 6.938 de 31 de agosto
de 1981, que estabeleceu a Política Nacional de Meio Ambiente – PNMA e a
Resolução CONAMA 001/86, relativa às definições, responsabilidades, critérios e
diretrizes para o uso e implementação da AIA.
A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação,
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar,
no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana e atende os
seguintes princípios:

I – ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico,


considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser

AN02FREV001/REV 4.0

30
necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso
coletivo;
II – racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas
representativas;
V - controle e zoneamento das atividades potenciais ou efetivamente
poluidoras;
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas
para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais;
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII - recuperação de áreas degradadas;
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, incluindo a
educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação
ativa na defesa do meio ambiente. (LEI FEDERAL Nº 6.938, 1981,
art.2).

A Política Nacional do Meio Ambiente consagra um princípio muito


importante quanto à responsabilidade do poluidor. Em questões ela é objetiva, isto é,
independente da existência de dolo (intenção de causar dano) ou culpa (negligência,
imperícia ou imprudência). O poluidor é responsável pelos danos causados ao Meio
Ambiente e a terceiros, devendo repará-los, isto porque a atividade poluidora acaba
sendo uma interferência no direito de alguém de ter uma qualidade de vida
saudável, do ponto de vista ambiental.

6 SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – SISNAMA

A Lei 6.938/81 criou o SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente, que


congrega os órgãos e instituições ambientais da União, dos Estados, dos Municípios
e do Distrito Federal. A finalidade do SISNAMA é dar cumprimento aos princípios
constitucionalmente previstos e nas normas instituídas e apresenta a seguinte
estrutura:

AN02FREV001/REV 4.0

31
CONSELHO DE GOVERNO: Órgão superior de assessoria ao Presidente
da República na formulação das diretrizes e política nacional do meio ambiente.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA: Órgão


consultivo e deliberativo. Assessora o Governo e delibera sobre normas e padrões
compatíveis com o meio ambiente, estabelecendo normas e padrões federais que
deverão ser observados pelos Estados e Municípios, os quais possuem liberdade
para estabelecer critérios de acordo com suas realidades, desde que não sejam
mais permissivos.

INSTITUTO BRASILEIRO DE
MINISTÉRIO DO MEIO
MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS
AMBIENTE - MMA: Planeja, coordena,
NATURAIS RENOVÁVEIS - IBAMA: É
controla e supervisiona a política
vinculado ao MMA. Formula, coordena,
nacional e as diretrizes estabelecidas
fiscaliza, controla, fomenta, executa e
para o meio ambiente, executando a
faz executar a política nacional do meio
tarefa de congregar os vários órgãos e
ambiente e da preservação e
entidades que compõem o SISAMA.
conservação dos recursos naturais.

ÓRGÃOS SECCIONAIS: São


os órgãos ou entidades estaduais ÓRGÃOS LOCAIS: Órgãos
responsáveis pela execução de municipais responsáveis pelo controle e
programas, projetos, controle e fiscalização de atividades
fiscalização das atividades degradadoras.
degradadoras do meio ambiente.

FONTE: Júris Ambiente. (2008).

AN02FREV001/REV 4.0

32
7 CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA

O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, conforme abordado no


módulo anterior, é o órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio
Ambiente-SISNAMA, instituído pela Lei 6.938/81, que dispõe sobre a Política
Nacional do Meio Ambiente, regulamentada pelo Decreto 99.274/90.

7.1 INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

 Padrões de Qualidade - O estabelecimento de conceitos, padrões de


qualidade, métodos de amostragem e análise de poluentes atmosféricos foi feito pela
Resolução CONAMA nº 03/90; o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar –
PRONAR foi instituído pela Resolução CONAMA 05/89 (complementada pela
Resolução CONAMA nº 3/90 e 8/90); a Resolução CONAMA nº 18/86 (alterada pelas
Resoluções nº 15/95, nº 315/02 e nº 414/09 e complementada pelas Resoluções nº
08/93, e nº 282/01) instituiu o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos
Automotores – PROCONVE.

 Zoneamento Ambiental - O artigo 21 da Constituição Federal dispõe


que é o Poder Público que irá indicar os critérios básicos para o uso e ocupação do
solo, estabelecendo a divisão do território em partes, nas quais poderá ser autorizado
ou não a realização de certas atividades. Isso é realizado por meio de leis e
regulamentos da Lei 8.171/91 que deixa claro no artigo 102, que o solo agrícola é
considerado patrimônio natural; também é previsto no artigo 19, III desta Lei, o
zoneamento agroecológico para ordenar e disciplinar a ocupação espacial pelas
diversas atividades produtivas, assim como para a instalação de hidrelétricas; e ainda,
o Decreto 99.540/90, que instituiu a Comissão Coordenadora do Zoneamento
Ecológico-econômico do Território Nacional, em âmbito regional, para acompanhar e

AN02FREV001/REV 4.0

33
avaliar a implementação de trabalhos desse zoneamento, inclusive em nível estadual.
Atualmente a matéria é regulamentada pelo Decreto no. 4.297/02.

 Avaliação de Impactos Ambientais – AIA – a Lei 6.938, no seu artigo


8º, item I, inclui entre as competências do CONAMA a de constituir, mediante proposta
do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades potencial ou
eficazmente poluidoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA.
Dessa forma, o CONAMA por meio da Resolução 01/86 (alterada pelas Resoluções
11/86, 05/87, 237/97), tornou obrigatório, para diversas atividades, a elaboração de
Estudo de Impacto Ambiental – EIA que deve observar todas as alternativas
tecnológicas e de localização do projeto. Contando, inclusive, com a hipótese de não
execução, e do Relatório de Impacto Ambiental – RIMA que deverá ser apresentada de
forma objetiva e ajustada à sua compreensão, sendo acessível ao público.

 Incentivos à produção e instalação de equipamentos e novas


tecnologias voltadas para a melhoria da qualidade ambiental - Tal previsão tem
encontrado grande aceitação, atualmente, por força dos processos de certificação da
ISO 9.000 e ISO 14.000.

 Criação de Unidades de Conservação, tais como APA, ARIE e


RESEX - A matéria foi levada ao âmbito constitucional e, de acordo com a Constituição
Federal, cabe ao Poder Público definir, em todas as unidades da Federação, espaços
territoriais e seus componentes a serem protegidos. Sendo a alteração e a supressão
permitidas somente por meio de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção, tendo sido regulamentada
através da Lei nº 9.985/2000 que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza.

 Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa


Ambiental - Este Cadastro, de acordo com a Resolução CONAMA 01/88, tem como
objetivo realizar o registro, de caráter obrigatório, de pessoas físicas ou jurídicas que
se dedicam à consultoria técnica ambiental e à indústria e comércio de equipamentos.
Aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetivas ou

AN02FREV001/REV 4.0

34
potencialmente poluidoras. É dirigido pelo IBAMA, nos termos do artigo 17, Item I da
Lei n°. 6.938/81. Existe ainda o Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas -
CNEA, criado pela Resolução CONAMA 06/89, alterada pela Resolução CONAMA nº
292, de 2002.

 Medidas disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das


exigências necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental –
Foi regulamentado pela Lei nº 9.605/98 e pelo Decreto n° 3.179/99. No entanto, sabe-
se que o conjunto de leis e outros atos normativos dispondo sobre as sanções
administrativas, cíveis ou criminais são extensas.

 Instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente - RQMA – O


relatório é realizado pelo IBAMA.

 Prestação de informações relativas ao meio ambiente - Além da Lei


nº 10.650/03, vale chamar a atenção aos serviços postos à disposição do cidadão, por
meio da LINHA VERDE, uma Central de Atendimentos integrante da OUVIDORIA do
IBAMA que, além de receber denúncias, presta informações ou encaminha as
solicitações às unidades internas que possam prestá-las. Funciona pelo número de
telefone 0800-61-80-80.

 Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras


– realizado pelo IBAMA conforme o artigo 17, II da Lei da Política Nacional do Meio
Ambiente e inclusive cobra uma taxa anual para tal fim, nos termos da Lei n°
10.165/00.

 Licenciamento ambiental

Ponto que será abordado no próximo tópico.

AN02FREV001/REV 4.0

35
8 LICENCIAMENTO AMBIENTAL

A Lei Federal nº 6.938/81, trata do licenciamento ambiental, definindo as


atividades e os empreendimentos, que dependerão de prévio licenciamento,
conforme pode ser visto a seguir:

A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e


atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente
poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental
dependerão de prévio licenciamento ambiental (LEI FEDERAL Nº 6.938,
1981, art.10).
Compete ao IBAMA propor ao CONAMA normas e padrões para
implantação, acompanhamento e fiscalização do licenciamento previsto no
artigo anterior, além das que forem oriundas do próprio CONAMA.
§ 2º - Inclui-se na competência da fiscalização e controle a análise de
projetos de entidades, públicas ou privadas, objetivando a preservação ou a
recuperação de recursos ambientais, afetados por processos de exploração
predatórios ou poluidores (LEI FEDERAL Nº 6.938, 1981, art.11).

O art. 1º, da Resolução CONAMA nº 237/97, dá as seguintes definições:

Licenciamento Ambiental – procedimento administrativo pelo qual o órgão


ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais. Considerados
efetiva ou potencialmente poluidores ou daquelas que, sob qualquer forma, possam
causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e
as normas técnicas ao acaso.
Licença Ambiental – ato administrativo pelo qual o órgão ambiental
competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que
deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica. Para localizar,
instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos
ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob
qualquer forma, possam causar degradação ambiental.
Estudos Ambientais – todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos
ambientais que se relacionam à sua localização, instalação, operação e ampliação de
uma atividade ou empreendimento, que apresenta como subsídio para a análise da

AN02FREV001/REV 4.0

36
licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental,
relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de
recuperação da área degradada e análise preliminar de risco.
Impacto Ambiental Regional – todo e qualquer impacto que afete
diretamente a Área de Influência Direta do Projeto (AID), no todo ou em parte, o
território de dois ou mais Estados.
FONTE: CONAMA (1997)

8.1 TIPOS DE LICENÇA AMBIENTAL (ABORDAGEM NO ÂMBITO FEDERAL)

O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as


seguintes licenças, conforme o artigo 8, da Resolução CONAMA nº 237/1997:

 Licença Prévia (LP) – na fase preliminar do planejamento de


atividade, contendo requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização,
instalação e operação, observados os planos municipais, estaduais ou federais de
uso do solo;

 Licença de Instalação (LI) – autorizando o início da implantação, de


acordo com as especificações constantes do Projeto Executivo aprovado;

 Licença de Operação (LO) - autorizando, após as verificações


necessárias, o início da atividade licenciada e o funcionamento de seus
equipamentos de controle de poluição, de acordo com o previsto na Licença Prévia e
de Instalação.
Alguns órgãos de meio ambiente incluíram em seu sistema de licenciamento
outros tipos de licenças, com vistas a adequar esse processo às suas necessidades
específicas. No IBAMA, por exemplo, foi criada a licença de Pré-Operação para a
fase de teste dos equipamentos de controle de poluição, de curto prazo, concedida
de acordo com as características do projeto.

AN02FREV001/REV 4.0

37
FIGURA 7 - PLANTAS PARA ÁREAS DEGRADADAS

FONTE: Autor desconhecido. Disponível em:


<http://mauriciopivotoea.blogspot.com.br/2010/01/plantas-para-areas-degradadas.html>. Acesso em:
06 nov. 2012.

8.2 ATIVIDADES OU EMPREENDIMENTOS SUJEITOS AO LICENCIAMENTO


AMBIENTAL

Extração e Tratamento de Minerais


Pesquisa mineral com guia de utilização;
Lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com ou sem beneficiamento;
Lavra subterrânea com ou sem beneficiamento;
Lavra garimpeira;
Perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural.

AN02FREV001/REV 4.0

38
Indústria de Produtos Minerais não Metálicos
Beneficiamento de minerais, não metálicos, não associados à extração;
Fabricação e elaboração de produtos minerais não metálicos tais
como: produção de material cerâmico, cimento, gesso, amianto e vidro, entre outros.
Indústria Metalúrgica
Fabricação de aço e de produtos siderúrgicos;
Produção de fundidos de ferro e aço/forjados/arames/relaminados com
ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia;
Metalurgia dos metais não ferrosos, em formas primárias e
secundárias, inclusive ouro;
Produção de laminados/ligas/artefatos de metais não ferrosos com ou
sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia;
Relaminação de metais não ferrosos, inclusive ligas;
Produção de soldas e anodos;
Metalurgia de metais preciosos;
Metalurgia do pó, inclusive peças moldadas;
Fabricação de estruturas metálicas com ou sem tratamento de
superfície, inclusive
Galvanoplastia;
Fabricação de artefatos de ferro/aço e de metais não ferrosos com ou
sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia;
Têmpera e cementação de aço, recozimento de arames, tratamento de
superfície.
Indústria Mecânica
Fabricação de máquinas, aparelhos, peças, utensílios e acessórios
com ou sem tratamento térmico e/ou de superfície.
Indústria de Material Elétrico, Eletrônico e Comunicações
Fabricação de pilhas, baterias e outros acumuladores;
Fabricação de material elétrico, eletrônico e equipamentos para
telecomunicação e informática;
Fabricação de aparelhos elétricos e eletrodomésticos.
Indústria de Material de Transporte

AN02FREV001/REV 4.0

39
Fabricação e montagem de veículos rodoviários e ferroviários, peças e
acessórios;
Fabricação e montagem de aeronaves;
Fabricação e reparo de embarcação e estruturas flutuantes.
Indústria de Madeira
Serraria e desdobramento de madeira;
Preservação de madeira;
Fabricação de chapas, placas de madeira aglomerada, prensada e
compensada;
Fabricação de estruturas de madeira e de móveis.
Indústria de Papel e Celulose
Fabricação de celulose e pasta mecânica;
Fabricação de papel e papelão;
Fabricação de artefatos de papel, papelão, cartolina, cartão e fibra
prensada.
Indústria de Borracha
Beneficiamento de borracha natural;
Fabricação de câmara de ar e fabricação e recondicionamento de
pneumáticos;
Fabricação de laminados e fios de borracha;
Fabricação de espuma de borracha e de artefatos de espuma de
borracha, inclusive látex.
Indústria de Couros e Peles
Secagem a salga de couros e peles;
Curtimento e outras preparações de couros e peles;
Fabricação de artefatos diversos de couros e peles;
Fabricação de cola animal.
Indústria Química
Produção de substâncias e fabricação de produtos químicos;
Fabricação de produtos derivados do processamento de petróleo, de
rochas betuminosas e da madeira;
Fabricação de combustíveis não derivados de petróleo;

AN02FREV001/REV 4.0

40
Produção de óleos/gorduras/ceras vegetais-animais/óleos essenciais
vegetais e outros produtos da destilação da madeira;
Fabricação de resinas e de fibras e fios artificiais e sintéticos e de
borracha e látex sintéticos;
Fabricação de pólvora/explosivos/detonantes/munição para caça-
desporto, fósforo
De segurança e artigos pirotécnicos;
Recuperação e refino de solventes, óleos minerais, vegetais e animais;
Fabricação de concentrados aromáticos naturais, artificiais e sintéticos;
Fabricação de preparados para limpeza e polimento, desinfetantes,
inseticidas, germicidas e fungicidas;
Fabricação de tintas, esmaltes, lacas, vernizes, impermeabilizantes,
solventes e secantes;
Fabricação de fertilizantes e agroquímicos;
Fabricação de produtos farmacêuticos e veterinários;
Fabricação de sabões, detergentes e velas;
Fabricação de perfumarias e cosméticos;
Produção de álcool etílico, metanol e similares.
Indústria de Produtos de Matéria Plástica
Fabricação de laminados plásticos;
Fabricação de artefatos de material plástico.
Indústria Têxtil, de Vestuários, Calçados e Artefatos de Tecidos
Beneficiamento de fibras têxteis, vegetais, de origem animal e
sintéticos;
Fabricação e acabamento de fios e tecidos;
Tingimento, estamparia e outros acabamentos em peças do vestuário e
artigo diversos de tecidos;
Fabricação de calçados e componentes para calçados.
Indústria de Produtos Alimentares e Bebidas
Beneficiamento, moagem, torrefação e fabricação de produtos
alimentares;
Matadouros, abatedouros, frigoríficos, charqueados e derivados de
origem animal;

AN02FREV001/REV 4.0

41
Fabricação de conservas;
Preparação de pescados e fabricação de conservas de pescado;
Preparação, beneficiamento e industrialização de leite e derivados;
Fabricação e refinação do açúcar;
Refino/preparação de óleo e gorduras vegetais;
Produção de manteiga, cacau, gorduras de origem animal para
alimentação;
Fabricação de fermentos e leveduras;
Fabricação de rações balanceadas e de alimentos preparados para
animais;
Fabricação de vinhos e vinagre;
Fabricação de cervejas, chopes e maltes;
Fabricação de bebidas não alcoólicas, bem como engarrafamento e
gaseificação de águas minerais;
Fabricação de bebidas alcoólicas.
Indústria de Fumo
Fabricação de cigarros/charutos/cigarrilhas e outras atividades de
beneficiamento do fumo.
Indústrias Diversas
Usinas de produção de concreto;
Usinas de asfalto;
Serviços de galvanoplastia.
Obras Civis
Rodovias, ferrovias, hidrovias, metropolitanos;
Barragens e diques;
Canais para drenagem;
Retificação de curso de água;
Abertura de barras, embocaduras e canais;
Transposição de bacias hidrográficas;
Outras obras de arte.
Serviços de Utilidades
Produção de energia termoelétrica;

AN02FREV001/REV 4.0

42
Transmissão de energia elétrica;
Estações de tratamento de água;
Interceptores, emissários, estação elevatória e tratamento de esgoto
sanitário;
Tratamento e destinação de resíduos industriais (líquidos e sólidos);
Tratamento/disposição de resíduos especiais tais como: de
agroquímicos e suas embalagens usadas e de serviço de saúde, entre outros;
Tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos, inclusive
aqueles provenientes de fossas;
Dragagem e derrocamentos em corpos d’água;
Recuperação de áreas contaminadas ou degradadas.
Transporte, Terminais e Depósitos
Transporte de cargas perigosas;
Transporte por dutos;
Marinas, portos e aeroportos;
Terminais de minérios, petróleo e derivados e produtos químicos;
Depósitos de produtos químicos e produtos perigosos.
Turismo
Complexos turísticos e de lazer, inclusive parques temáticos e
autódromos.
Atividades Diversas
Parcelamento do solo;
Distrito e polo industrial.
Atividades Agropecuárias
Projeto agrícola;
Criação de animais;
Projetos de assentamentos e de colonização.

Uso de Recursos Naturais


Silvicultura;
Exploração econômica da madeira ou lenha e subprodutos florestais;
Atividade de manejo de fauna exótica e criadouro de fauna silvestre;

AN02FREV001/REV 4.0

43
Utilização do patrimônio genético natural;
Manejo de recursos aquáticos vivos;
Introdução de espécies exóticas e/ou geneticamente modificadas;
Uso da diversidade biológica pela biotecnologia.
FONTE: CONAMA (1997).

9 AVALIAÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL (AIA) COMO INSTRUMENTO DA


POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

A Política Nacional do Meio Ambiente, instituída pela Lei 6.938/81, tem por
objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à
vida; visando assegurar, no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico,
aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana,
atendidas as seguintes diretrizes:

 Ação governamental do equilíbrio ecológico, considerando o meio


ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e
protegido, tendo em vista o uso coletivo;
 Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
 Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
 Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas
representativas;
 Controle zoneamento das atividades potencial ou efetivamente
poluidoras;
 Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso
racional e a proteção dos recursos ambientais;
 Acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
 Recuperação de áreas degradadas;
 Proteção de áreas ameaçadas de degradação;

AN02FREV001/REV 4.0

44
 Educação ambiental em todos os níveis de ensino, incluindo a
educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa
do meio ambiente.

Para a consecução desse objetivo, a Lei 6.938/81 prevê a Avaliação de


Impacto Ambiental (AIA) e uma série de outros instrumentos complementares e
inter-relacionados, como, por exemplo:
 O licenciamento e a revisão de atividades efetivas ou potencialmente
poluidoras que exigem a elaboração de EIA-RIMA e/ou de outros documentos
técnicos, os quais constituem instrumentos básicos de implementação da AIA;
 O zoneamento ambiental, o estabelecimento de padrões de qualidade
ambiental e a criação de unidades de conservação. As quais condicionam e
orientam a elaboração de estudos de impacto ambiental e de outros documentos
técnicos necessários ao licenciamento ambiental;
 Os Cadastros Técnicos, os Relatórios de Qualidade Ambiental, as
penalidades disciplinares ou compensatórias, os incentivos à produção, a instalação
de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologias, voltados para a melhoria
da qualidade ambiental, que facilitam ou condicionam a condução do processo de
AIA em suas diferentes fases.
De acordo com a legislação, as opções políticas, os interesses sociais, e/ou
mesmo a competência técnica, componentes, fatores e parâmetros ambientais
devem ser definidos e considerados num estudo de impacto ambiental. A execução
de uma avaliação de impactos ambientais segue, de uma maneira geral, as
seguintes etapas:
 Desenvolvimento de um completo entendimento da ação proposta;
 Aquisição do conhecimento técnico do ambiente afetado;
 Determinação dos possíveis impactos sobre as características
ambientais, quantificando, quando possível, as mudanças;
 Apresentação dos resultados da análise de maneira tal que a ação
proposta possa ser utilizada em um processo de decisão.

AN02FREV001/REV 4.0

45
10 O MINISTÉRIO PÚBLICO E AÇÃO CIVIL PÚBLICA

O Ministério Público (MP) é uma instituição de interesse público que, por


meio de seus membros, os Promotores de Justiça, representam a sociedade,
defendendo, perante o Poder Judiciário, os princípios e os valores maiores que a
sustentam.

O MP desempenha um papel-chave em toda a problemática ambiental, em


que tem a tarefa constitucional de agir judicialmente em defesa dos bens ambientais,
quando no art. 129, III, a Constituição Federal previu:

Artigo 129 - são funções institucionais do Ministério Público: III – promover o


inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e
social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.

Para a preservação e a proteção do meio ambiente, na esfera judicial, o MP


recebeu a titularidade da ação penal pública e da ação civil pública, genericamente
designada ação ambiental, prevista na Lei nº 6.938, de 31.08.81, que dispõe sobre a
Política Nacional do Meio Ambiente, no art. 14, parágrafo 1º.

Artigo 14 – Parágrafo 1º (...) O Ministério Público da União e dos Estados


terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por
danos causados ao meio ambiente.

Mas foi ação civil pública que se tornou o principal instrumento de defesa do
meio ambiente que na opinião de Antunes (1992), “... é uma das principais, senão a
principal área de manobra do MP no ramo do Direito Processual Civil”.

AN02FREV001/REV 4.0

46
Na opinião de Machado (1995, p.21):

A ação civil pública consagrou uma instituição – o Ministério Público –


valorizando seu papel de autor em prol dos interesses difusos e coletivos. O
MP saiu do exclusivismo das funções de autor no campo criminal e da
tarefa de fiscal da lei no terreno cível, para nesta esfera passar a exercer
mister de magnitude social.

A titularidade da ação civil pública é definida no art. 5º da Lei Federal nº


7.347, de 24.07.85.

11 LEITURAS COMPLEMENTARES

11.1 A LEI DE RECURSOS HÍDRICOS

Zilda Maria Ferrão Borsoi


Solange Domingo Alencar Torres

O projeto de lei de recursos hídricos foi longamente discutido durante o


período 1995/96, tendo sido encaminhado ao Congresso em junho de 1996. Os
principais impasses na negociação do projeto era o consenso sobre a cobrança pelo
uso da água e a subordinação do setor elétrico à lei.

Quanto à cobrança, ressalta-se que alguns pontos da lei foram vetados pelo
presidente da República. O que reduziu as possibilidades de desvio dos recursos
cobrados para aplicação fora da bacia ou de isenções de cobrança pelo uso da
água, bem como de uso dos recursos gerados no orçamento geral da União, quando
provenientes de rios de seu domínio. Também foi descartada do corpo da lei a

AN02FREV001/REV 4.0

47
previsão de compensação financeira aos municípios com áreas afetadas pelos
investimentos para proteção dos recursos hídricos.

Quanto ao setor elétrico, a questão principal era que a outorga para o uso da
água não deveria se confundir com a concessão do serviço de geração de energia.
A empresa geradora deveria obter a outorga junto ao Conselho Nacional de
Recursos Hídricos, ou ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos, se fosse o caso,
além de conseguir a concessão para a geração de energia elétrica junto ao
respectivo órgão regulador competente.

Vale esclarecer que a necessidade de outorga para o uso da água e de


outorga para a prestação do serviço público concedido é comum a diversos setores.
O caso do setor de saneamento é ilustrativo, pois os concessionários terão que
pleitear a outorga pelo uso da água para o abastecimento ou para o despejo de
efluentes, além de estarem sujeitos à outorga - por parte do poder concedente, no
caso os municípios - relativa à concessão para à prestação do serviço de
saneamento.

O artigo que fazia a distinção entre outorga pelo uso dos recursos hídricos e
outorga para concessão do serviço público, entretanto, foi integralmente vetado.

A Lei n° 9.433, sancionada em 08/01/97, estabelece a Política Nacional de


Recursos Hídricos. Essa lei representa um novo marco institucional no país, pois
incorpora princípios, normas e padrões de gestão de água já aceitos e praticados
em muitos países. A expectativa do governo federal é que ela opere uma
transformação na gestão tanto dos recursos hídricos quanto do meio ambiente.

Até hoje, é de difícil implementação o sistema de penalidades ou restrições


para empresas de saneamento, indústrias ou propriedades rurais que despejam
seus resíduos nos corpos d'água. E são os grandes usuários que praticam o uso
indiscriminado, juntamente com o desperdício. Com a lei, o uso da água tem que ser
autorizado através da outorga e será cobrado.

Entre os princípios internacionalmente aceitos sobre gestão de recursos


hídricos, incorporados à Lei 9.433, estão os fixados na Agenda 21, da Conferência

AN02FREV001/REV 4.0

48
Rio 92, que foram aprimorados para serem factíveis e passíveis de serem
implementados. Entre os princípios básicos da Agenda 21 estão:

 A bacia hidrográfica é a unidade para a implementação da Política


Nacional de Recursos Hídricos e para a atividade de gestão desses recursos;
 O gerenciamento dos recursos hídricos deve possibilitar sempre o uso
múltiplo da água;
 A água é recurso natural limitado e de valor econômico;
 O gerenciamento dos recursos hídricos deve ser descentralizado e
envolver a participação do governo, dos usuários e das comunidades locais;
 A água é propriedade pública;
 Quando há escassez, a prioridade no uso da água é para o consumo
humano e dos animais.
Tendo-se os limites da bacia como o perímetro da área a ser planejada,
tornam-se mais simples a realização do balanço hídrico, isto é, o cotejo entre as
disponibilidades e as demandas pela água.

A adoção do princípio dos usos múltiplos termina com o tradicional comando


do setor elétrico sobre o processo de gestão da água e iguala todos os usuários em
termos de acesso.

O reconhecimento do valor econômico da água é o indutor ao uso racional


desse recurso natural, pois serve de base para a instituição da cobrança pela
utilização dos recursos hídricos.

Quanto à gestão descentralizada, pretende-se que os governos regionais e


locais tenham a responsabilidade pela tomada de decisão, retirando-se de Brasília e
das capitais estaduais essa prerrogativa. A gestão participativa tem o objetivo de
incluir os usuários e a sociedade organizada, em geral, no processo decisório.

Além dos princípios expostos, em acordo com as formulações da Agenda


21, a lei brasileira tem algumas orientações gerais para a administração dos
recursos hídricos: a integração da gestão dos recursos hídricos com a gestão do
meio ambiente; a coordenação do planejamento de recursos hídricos com os setores
usuários e com o planejamento nos níveis nacional, estadual e municipal; a

AN02FREV001/REV 4.0

49
coordenação da gestão de recursos hídricos com o uso da terra; e a integração da
gestão de bacias hidrográficas com a gestão dos sistemas costeiros e estuários.

Os instrumentos que a Lei 9.433 definiu como necessários à boa gestão do


uso da água seguem a tendência da vanguarda mundial na administração dos
recursos hídricos:

 Plano Nacional de Recursos Hídricos - consolida todos os


planos diretores de recursos hídricos de cada bacia hidrográfica, sendo
sua elaboração de responsabilidade da Secretaria de Recursos
Hídricos (SRH), do Ministério do Meio Ambiente.
 Outorga do Direito de Uso dos Recursos Hídricos -
instrumento pelo qual o usuário recebe uma autorização, concessão ou
permissão, conforme o caso, para fazer uso da água. A outorga
constitui o elemento central do controle para o uso racional dos
recursos hídricos. Quando a outorga é sobre o direito de uso de águas
de domínio da União, sua concessão é dada pela SRH.
 Cobrança pelo uso da água - instrumento necessário para
o equilíbrio entre a oferta e a demanda.
 Enquadramento dos corpos d'água em classes de uso -
mecanismo necessário à manutenção de um sistema de vigilância
sobre a qualidade da água. A classificação será feita com base em
legislação ambiental.
 Sistema Nacional de Informações sobre Recursos
Hídricos - compreende a coleta, a organização, a crítica e a difusão da
base de dados referente aos recursos hídricos, seus usos e o balanço
hídrico de cada bacia, para prover os usuários e gestores com
informações para o planejamento e a gestão. A centralização das
informações desse sistema será na SRH.

Em termos de estrutura de gerenciamento, estão previstos o Conselho


Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) e seus equivalentes nos estados e no
Distrito Federal, os Comitês de Bacias Hidrográficas e as Agências de Água.

AN02FREV001/REV 4.0

50
O CNRH é o órgão superior da hierarquia administrativa da gestão de águas,
responsável pelas grandes questões do setor e pela resolução de contendas
maiores.

Os Comitês de Bacias Hidrográficas são um tipo novo de organização no


Brasil, embora bastante conhecidos em países desenvolvidos com gestão de
recursos hídricos, e contam com a participação de usuários, das prefeituras, de
organizações civis e de representantes estaduais e federais. Os membros do comitê
exercem o papel de um parlamento das águas da bacia, pois é o local de decisões
sobre as questões relativas à bacia.

A Agência de Águas é o órgão técnico dos respectivos comitês, destinadas a


gerir os recursos oriundos da cobrança pelo uso da água.

Lei Nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989.

Institui, para os Estados, Distrito Federal e Municípios, compensação


financeira pelo resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de
recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica, de recursos
minerais em seus respectivos territórios, plataformas continental, mar
territorial ou zona econômica exclusiva, e dá outras providências. (Art. 21,
XIX da CF)

Nota: Lei regulamentada pelo Decreto no 001, de 11.01.1991.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O aproveitamento de recursos hídricos, para fins de geração de


energia elétrica e dos recursos minerais, por quaisquer dos regimes previstos em lei,
ensejará compensação financeira aos Estados, Distrito Federal e Municípios, a ser
calculada, distribuída e aplicada na forma estabelecida nesta Lei.

Art. 2º (Revogado pela Lei no 9.648 de 27.05.1998)

AN02FREV001/REV 4.0

51
Art. 3º O valor da compensação financeira corresponderá a um fator
percentual do valor da energia constante da fatura, excluídos os tributos e
empréstimos compulsórios.

§ 1º A energia de hidrelétrica, de uso privativo de produtor, quando


aproveitada para uso externo de serviço público, também será gravada com a
aplicação de um fator de 6% (seis por cento) do valor da energia elétrica
correspondente ao faturamento calculado nas mesmas condições e preços do
concessionário do serviço público local.

§ 2º Compete ao Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica -


DNAEE, fixar, mensalmente, com base nas tarifas de suprimento vigentes, uma
tarifa atualizada de referência, para efeito de aplicação das compensações
financeiras, de maneira uniforme e equalizada, sobre toda a hidroeletricidade
produzida no País.

Art. 4º É isenta do pagamento de compensação financeira a energia elétrica:

I - produzida pelas instalações geradoras com capacidade nominal igual ou


inferior a 10.000 kW (dez mil quilowatts);

II - gerada e consumida para uso privativo de produtor (autoprodutor), no


montante correspondente ao seu consumo próprio no processo de transformação
industrial; quando suas instalações industriais estiverem em outro Estado da
Federação, a compensação será devida ao Estado em que se localizarem as
instalações de geração hidrelétrica;

III - gerada e consumida para uso privativo de produtor, quando a instalação


consumidora se localizar no Município afetado.

Art. 5º Quando o aproveitamento do potencial hidráulico atingir mais de um


Estado ou Município, a distribuição dos percentuais referidos nesta Lei será feita
proporcionalmente, levando-se em consideração as áreas inundadas e outros
parâmetros de interesse público regional ou local.

Parágrafo único. O Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica -


DNAEE elaborará, anualmente, os estudos necessários à operacionalização dos
critérios estabelecidos no caput deste artigo.

AN02FREV001/REV 4.0

52
Art. 6º A compensação financeira pela exploração de recursos minerais,
para fins de aproveitamento econômico, será de até 3% (três por cento) sobre o
valor do faturamento líquido resultante da venda do produto mineral, obtido após a
última etapa do processo de beneficiamento adotado e antes de sua transformação
industrial.

(Vide Lei no 8.001, de 13.03.1990)

§ 1º (Vetado).

§ 2º (Vetado).

I - (Vetado).

II - (Vetado).

III - (Vetado).

§ 3º (Vetado).

I - (Vetado).

II - (Vetado).

III - (Vetado).

Art. 7º O art. 27 e seus §§ 4º e 6º, da Lei nº 2.004, de 3 de outubro de 1953,


alterada pelas Leis nº 3.257, de 2 de setembro de 1957, 7.453, de 27 de dezembro
de 1985, e 7.525, de 22 de julho de 1986, passam a vigorar com a seguinte redação:

Art. 27. A sociedade e suas subsidiárias ficam obrigadas a pagar a


compensação financeira aos Estados, Distrito Federal e Municípios,
correspondente a 5% (cinco por cento) sobre o valor do óleo bruto, do xisto
betuminoso e do gás extraído de seus respectivos territórios, onde se fixar a lavra
do petróleo ou se localizarem instalações marítimas ou terrestres de embarque
ou desembarque de óleo bruto ou de gás natural, operados pela Petróleo
Brasileiro S.A. - PETROBRÁS, obedecidos os seguintes critérios:

I - 70% (setenta por cento) aos Estados produtores;

II - 20% (vinte por cento) aos Municípios produtores;

AN02FREV001/REV 4.0

53
III - 10% (dez por cento) aos Municípios onde se localizarem instalações
marítimas ou terrestres de embarque ou desembarque de óleo bruto e/ou gás
natural.

§ 4º É também devido a compensação financeira aos Estados, Distrito


Federal e Municípios confrontantes, quando o óleo, o xisto betuminoso e o gás
forem extraídos da plataforma continental nos mesmos 5% (cinco por cento) fixados
no caput deste artigo, sendo 1,5% (um e meio por cento) aos Estados e Distrito
Federal e 0,5% (meio por cento) aos Municípios onde se localizarem instalações
marítimas ou terrestres de embarque ou desembarque; 1,5% (um e meio por cento)
aos Municípios produtores e suas respectivas áreas geoeconômicas; 1% (um por
cento) ao Ministério da Marinha, para atender aos encargos de fiscalização e
proteção das atividades econômicas das referidas áreas de 0,5% (meio por cento)
para constituir um fundo especial a ser distribuído entre os Estados, Territórios e
Municípios.

§ 6º Os Estados, Territórios e Municípios centrais, em cujos lagos, rios, ilhas


fluviais e lacustres se fizer a exploração de petróleo, xisto betuminoso ou gás, farão
jus à compensação financeira prevista no caput deste artigo.

Art. 8º O pagamento das compensações financeiras previstas nesta Lei,


inclusive o da indenização pela exploração do petróleo, do xisto betuminoso e do
gás natural será efetuado, mensalmente, diretamente aos Estados, ao Distrito
Federal, aos Municípios e aos órgãos da Administração Direta da União, até o último
dia útil do segundo mês subsequente ao do fato gerador, devidamente corrigido pela
variação do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou outro parâmetro de correção
monetária que venha a substituí-lo, vedada a aplicação dos recursos em pagamento
de dívida e no quadro permanente de pessoal.

(Redação dada pela Lei nº 8.001, de 13.3.1990)

Nota: “Caput” regulamentado pelo Decreto no 3.739, de 31.01.2001.

§ 2º Os recursos originários das compensações financeiras a que se refere


este artigo poderão ser utilizados também para capitalização de fundos de
previdência. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.195, de 14.2.2001)

AN02FREV001/REV 4.0

54
Art. 9º Os Estados transferirão aos Municípios 25% (vinte e cinco por cento)
da parcela da compensação financeira que lhes é atribuída pelos arts. 2º, § 1º, 6º, §
3º e 7º desta Lei, mediante observância dos mesmos critérios de distribuição de
recursos, estabelecidos em decorrência do disposto no art. 158, inciso IV e
respectivo parágrafo único da Constituição, e dos mesmos prazos fixados para a
entrega desses recursos, contados a partir do recebimento da compensação.

Art. 10. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo máximo de 90


(noventa) dias da data de sua publicação.

Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 12. Revogam-se os §§ 1º e 2º do art. 27 da Lei nº 2.004, de 3 de outubro


de 1953, na redação que lhes foi dada pela Lei nº 7.453, de 27 de dezembro de
1985, e as demais disposições em contrário.

Brasília, 28 de dezembro de 1989; da 168º Independência e 101º da


República.

JOSÉ SARNEY

FIM DO MÓDULO II

AN02FREV001/REV 4.0

55

Você também pode gostar