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Marco Institucional e Regulatório da

Proteção e Gestão do Meio Ambiente no


Brasil
MEIO AMBIENTE
TEMAS MULTIDISCIPLINARES

Biotecnologia Ambiente Costeiro


Mudanças Climáticas Fauna
Águas Flora
Minas e Energia Ar
Pesca Questões Indígenas
Resíduos Sólidos Solos
Agropecuária Saneamento
Saúde Educação Ambiental
Transporte Cidades…dentre outros…
QUAIS MECANISMOS PODEM CONTEMPLAR ESSA
MULTIDICIPLINARIDADE ?

Políticas de Estado
(implementadas por Políticas Públicas)

Políticas de Governo
…ATRAVÉS DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

É o conjunto de normas jurídicas que


se destinam a disciplinar a atividade
humana, para torná-la compatível
com a proteção do meio ambiente.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
(1988)

POLÍTICA NACIONAL DE POLÍTICA NACIONAL DA


MEIO AMBIENTE/1981 SAÚDE/ (Lei nº
8.080/1990)

POLÍTICA NACIONAL
DE RECURSOS POLÍTICA NACIONAL
HÍDRICOS / (Lei nº DE EDUCAÇÃO
9.433/1997) AMBIENTAL/ (Lei nº
9.795/1999)
POLÍTICA NACIONAL DE
DESENVOLVIMENTO POLÍTICA FEDERAL DE
URBANO/ (Lei nº SANEAMENTO BÁSICO (Lei
10.275/1999) nº 11.445/2007)
ESSAS NORMAS JURÍDICAS SE
EXPRESSAM ATRAVÉS DA (S) OU DOS

 Constituição Federal Brasileira


 Leis
 Medidas Provisórias
 Decretos
 Portarias
 Resoluções
 Instruções Normativas
EVOLUÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL

NA DÉCADA DE 70 ATUALMENTE

ORIENTAÇÃO:
Considera o meio ambiente
como um patrimônio
comum da humanidade.

AÇÃO
o modo de agir deve buscar o
desenvolvimento sustentável. Do Desenvolvimento Sustentável
Princípios de Ação DIRETA

Princípio da Prevenção

Possui característica territorial, orientando a ação à


forma de gerenciamento ambiental mais adequada ao
território (uso de instrumentos como os mapeamentos,
cadastros, diagnósticos, planejamento econômico, o
licenciamento ambiental, zoneamento, dentre outros.)

Princípio da Precaução
É considerado um amadurecimento do princípio da
prevenção. Considera as incertezas científicas.
Ex: estabelecimento de cotas para rebaixamento dos níveis de
reservatórios
Princípios de Ação INDIRETA
Princípio do Poluidor-pagador

Possui caráter econômico. Aquele que faz uso do


recurso ambiental é responsável pelo desequilíbrio
que provocou. Extensão: usuário-pagador.

Princípio da Participação
“O melhor modo de tratar as questões ambientais é
com participação de todos os cidadãos interessados”.
Incentivo à formação ambiental dos indivíduos
titulares do direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado. Extensão: princípio da informação, da
educação ambiental.
Política Nacional de Meio Ambiente
LEI FEDERAL Nº 6.938/1981

A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a


preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental
propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao
desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança
nacional e à proteção da dignidade da vida humana.
INSTRUMENTOS DA PNMA

Dentre os 13 instrumentos – Destaques dessa aula:


– o Licenciamento Ambiental,
– o Zoneamento , e
– o Estudo de Avaliação de Impacto Ambiental (EIA)
e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).
1) Licenciamento ambiental

Resolução CONAMA 237/1997

Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo


pelo qual o órgão ambiental competente licencia a
localização, instalação, operação e ampliação de
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos
ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente
poluidoras ou capazes de causar degradação
ambiental.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL - RESOLUÇÃO CONAMA 237/1997

Licença Prévia (LP)


Concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade
aprovando sua localização e concepção

Licença de Instalação (LI)


Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as
especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados

Licença de Operação (LO)


Autoriza a operação (funcionamento) da atividade ou empreendimento, após a
verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores

OBS: Em todas as fases estão presentes as medidas de controle ambiental e


condicionantes
2) Zoneamento Ambiental
Regulamentado pelo Decreto Federal n.º 4297, de 10 de julho de 2002

Instrumento de organização do território a ser


obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras
e atividades públicas e privadas, estabelece medidas e
padrões de proteção ambiental destinados a assegurar a
qualidade ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a
conservação da biodiversidade, garantindo o
desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de
vida da população.
3) EIA e RIMA - Resolução CONAMA 001/1986

EIA (Estudo de Impacto Ambiental)


Espécie mais elaborada da categoria de estudos
ambientais, realizado por EQUIPE MULTIDISCIPLINAR,
independente do empreendedor, profissional e
tecnicamente habilitada para analisar os ASPECTOS
FÍSICO, BIOLÓGICO E SÓCIO-ECONÔMICO do
ambiente.

RIMA (Relatório de Impacto Ambiental)


É um DOCUMENTO RESUMO do EIA, apresentado de
forma objetiva e adequada à sua compreensão, com
informações traduzidas com técnicas de comunicação
visual e linguagem acessível a pessoas não-técnicas.
Avaliacão de impacto ambiental
Resolução CONAMA 001/1986:

Art. 1 Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental


qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas
do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;


II - as atividades sociais e econômicas;
III - a biota;
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V - a qualidade dos recursos ambientais.
ATIVIDADES GERALMENTE SUJEITAS
AO EIA e RIMA

 Atividades Agropecuárias;
 Atividades Industriais;

 Instalações e/ou
 Atividades de Extração e Construção de Barragens;
Tratamento de Minerais;
 Aeroportos;

 Sistemas de Tratamento
 Geração de Energia;
e/ou Disposição Final de
Resíduos ou Materiais  Vias de Transporte;
Sólidos, Líquidos ou
Gasosos;  Outras atividades
consideradas com
potencial de impacto.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
ESCOLA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO URBANO

Sessão VI
Legislação e Arcabouço
Institucional dos Recursos Hídricos

Equipe de Professores de CTS II

•Jazielli
Carvalho Sá de Oliveira
•Sebastião Luiz de Oliveira
•Vera Lúcia Lopes de Castro
•Luciana de Figueirêdo Lopes Lucena
Questões Nacionais

Escassez de água, em especial no Nordeste semi-árido;


Poluição das águas nas regiões mais desenvolvidas e regiões
metropolitanas;
Conflitos decorrentes do uso competitivo da água inter e intra-
setorial;
Uso racional da água e do solo e proteção de mananciais;
Inundações nas áreas com grandes aglomerações urbanas e
ribeirinhas;
Águas subterrâneas: levantamento quali-quantitativo, potencial
hídrico/estágio de explotação e integração com as águas
superficiais.
Fonte: Caderno setorial de recursos hídricos: geração de energia hidrelétrica / Ministério do Meio
Ambiente,Secretaria de Recursos Hídricos. – Brasília: MMA, 2006.
1.0 - Bases Conceituais

• Gestão de recursos hídricos é o conjunto de


procedimentos integrados de planejamento e
de administração pelo qual procura-se
equacionar e resolver as questões de escassez
relativa, ou de uso sustentado e
proteção de qualidade
(REBOUÇAS, 1997).
2.0 – Histórico e Marcos Legais da Gestão dos
Recursos Hídricos no Brasil
• Anos 30 - Primeiros passos para a gestão dos recursos hídricos com a criação
da Diretoria de Águas (mais tarde, Serviço de Águas) do Ministério da
Agricultura;

• 1934 - Código de Águas, pelo Decreto 24.643, de 10/07/34;

• 1988 – Promulgação da Constituição Federal, trazendo 26 artigos


pertinentes a recursos hídricos ;

1997 – Promulgada a Lei Nº 9.433, que instituiu a Política Nacional de Recursos


Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
Antes desse marco, 11 Estados já tinham instituído a sua política.

2000 - Lei 9.984 - Cria a Agência Nacional de Águas, ANA.


Marcos Legais
Lei Nº
9.433/08/janeiro/1997
DECRETO Constituição Política Nacional
Nº 24.643, 10 de julho dos Recursos hídricos
de 1934
Federal de 1988
Decreta o
Código de Águas.

“são bens da União os lagos,


rios e quaisquer correntes em
Assegurava o uso terrenos de seu domínio, ou que Busca estabelecer:
gratuíto; banhem mais de um Estado da
federação, sirvam de limite com
- princípios
outros Países, ou se estendam a fundamentais do
Dava-se território estrangeiro ou dele setor;
preferência à provenham,bem como os
derivação para terrenos marginais e as praias
abastecimento das fluviais”. - Instrumentos de
populações. gestão;
“são bens dos Estados, as águas
superficiais ou subterrâneas, - Estrutura
fluentes, emergentes ou em
organizacional
depósito, ressalvadas, neste
caso, na forma da lei, as
decorrentes de obras da União”.
Lei Nº
9.433/08/janeiro/1997
Lei das Águas

PRINCÍPIOS

• A Bacia Hidrográfica como unidade de gestão;


• Usos Múltiplos da água;
• A água como um “Bem Econômico”;
• Gestão descentralizada e participativa.
3.0 - Política Nacional de Recursos Hídricos e o Sistema Nacional
de Gerenciamento de Recursos Hídricos
Bacia Hidrográfica como “Unidade Territorial” para a gestão dos
recursos hídricos

Bacia hidrográfica é uma área da


superfície terrestre, delimitada pelos
pontos mais altos do relevo, na qual a
água proveniente das chuvas escorre para
os pontos mais baixos do relevo,
formando um curso de água (rio) ou lago.
Marcos Legais
Lei Nº
9.433/08/janeiro/1997
DECRETO Constituição Política Nacional
Nº 24.643, 10 de julho dos Recursos hídricos
de 1934
Federal de 1988
Decreta o
Código de Águas.

“são bens da União os lagos,


rios e quaisquer correntes em
Assegurava o uso terrenos de seu domínio, ou que Busca estabelecer:
gratuíto; banhem mais de um Estado da
federação, sirvam de limite com
- princípios
outros Países, ou se estendam a fundamentais do
Dava-se território estrangeiro ou dele setor;
preferência à provenham,bem como os
derivação para terrenos marginais e as praias
abastecimento das fluviais”. - Instrumentos de
populações. gestão;
“são bens dos Estados, as águas
superficiais ou subterrâneas, - Estrutura
fluentes, emergentes ou em
organizacional
depósito, ressalvadas, neste
caso, na forma da lei, as
decorrentes de obras da União”.
3.0 - Política Nacional de Recursos Hídricos
3.1 – Instrumentos de Gestão
Instrumentos da Política Nacional de Recursos
Hídricos (Art.5º )

Os Planos de Recursos Hídricos

O Enquadramento dos Corpos de Água

A Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos

O Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos

A Outorga do Direito de Uso dos Recursos Hídricos


3.1 – Instrumentos de Gestão
3.1.1 - Plano de Recursos Hídricos

• Fundamentam e orientam a implementação da Política


Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento dos recursos
hídricos.

• Definir uma AGENDA DE RECURSOS HÍDRICOS, identificando


ações de gestão, programas, projetos, obras e investimentos
prioritários, dentro de um contexto que inclua os órgãos
governamentais, a sociedade civil, os usuários e as diferentes
instituições que participam do gerenciamento dos recursos
hídricos
3.1 – Instrumentos de Gestão
3.1.2 - Enquadramento dos Corpos de Água
Enquadramento é o estabelecimento da meta de qualidade da água (classe) a ser
alcançada ou mantida em um corpo d’água ao longo do tempo.
Resolução CONAMA Nº 357 de 17/06/2005
Conselho Nacional de Meio Ambiente
• comunidades
USOS
Classe Especial MAIS EXIGENTES
aquáticas

• Abastecimento
Classe 1 doméstico

• Dessedentação de
Classe 2 animais

• Irrigação
Classe 3
USOS
• Navegação
Classe 4 MENOS
EXIGENTES
3.1 – Instrumentos de Gestão
3.1.3 - Cobrança pelo uso da água

• 3.1.4 - Cobrança pelo uso da água - é um mecanismo educador, que


reconhece a água como bem econômico e dá ao usuário uma indicação de
seu real valor, incentivando a racionalização do uso da água e obtendo
recursos para o financiamento de programas e intervenções contemplados
nos planos de recursos hídricos.
• Os critérios gerais da cobrança são definidos pelos Conselhos de Recursos
Hídricos. Os Comitês de Bacia Hidrográfica definem os valores a serem
cobrados.
3.1 – Instrumentos de Gestão
3.1.4 - O Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos

O Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos é um sistema


de coleta, tratamento, armazenamento, recuperação e difusão
de informações relevantes sobre recursos hídricos e fatores
relacionados à sua gestão.

Consolidação dos dados de todos os sistemas pelo Governo


Federal num único cadastro, ao qual toda a sociedade deverá ter
acesso.
3.1 – Instrumentos de Gestão
3.1.5 - Outorga do direito de uso de recursos hídricos

Outorga do direito de uso de recursos hídricos é o instrumento


pelo qual o Poder Público autoriza o usuário a utilizar as águas
de seu domínio, por tempo determinado e em condições pré-
estabelecidas. Tem como objetivo assegurar o controle
quantitativo e qualitativo dos usos da água superficial ou
subterrânea, e o efetivo exercício do direito de acesso à água.
Os critérios de outorga, utilizados pelo Poder Público, são
definidos pelos Conselhos de Recursos Hídricos e Comitês de
Bacia Hidrográfica.
Exemplos de usos sujeitos ao regime de outorga: derivacão de
parcela de água para consumo final; lançamento de esgotos;
aproveitamento de potenciais hidrelétricos; entre outros.
Marcos Legais
Lei Nº
9.433/08/janeiro/1997
DECRETO Constituição Política Nacional
Nº 24.643, 10 de julho dos Recursos hídricos
de 1934
Federal de 1988
Decreta o
Código de Águas.

“são bens da União os lagos,


rios e quaisquer correntes em
Assegurava o uso terrenos de seu domínio, ou que Busca estabelecer:
gratuíto; banhem mais de um Estado da
federação, sirvam de limite com
- princípios
outros Países, ou se estendam a fundamentais do
Dava-se território estrangeiro ou dele setor;
preferência à provenham,bem como os
derivação para terrenos marginais e as praias
abastecimento das fluviais”. - Instrumentos de
populações. gestão;
“são bens dos Estados, as águas
superficiais ou subterrâneas, - Estrutura
fluentes, emergentes ou em
organizacional
depósito, ressalvadas, neste
caso, na forma da lei, as
decorrentes de obras da União”.
SINGREH
3.2 – Funcionamento do Sistema Nacional
de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SNRH

Órgãos Apoio
Âmbito Conselhos Governos Parlamento
Gestores Técnico

Nacional CNRH MMA ANA

SRH

Órgão ou
Governo do
Estadual CERHs entidade
Estado
estadual

Comitê da
Bacia
Bacias
Agência da
Bacia
3.3 - Articulação entre o SISNAMA E O SNRH
RESOLUÇÃO Nº 65, DE 7 DE DEZEMBRO DE 2006 - Estabelece diretrizes de
articulação dos procedimentos para obtenção da Outorga de Direito de Uso de
Recursos Hídricos com os procedimentos de Licenciamento Ambiental.
Usuário (físico ou jurídico)
1º Passo
Dirigir-se ao

OBSERVAÇÃO Órgão Gestor dos Recursos Hídricos


Havendo necessidade de (Agência Nacional de Águas, em nível Federal,
construção de uma obra ou SEMARH, no caso do RN, em nível estadual,)
hídrica, ou de intervenção
significativa no corpo d’água
Para solicitar a Outorga do Direito de Uso da Água.
deve ser requerida a Outorga
junto ao Órgão Gestor dos
Recursos Hídricos
Após a análise sobre a
disponibilidade de água ou de não
impedimento da intervenção,
e diante do
Deferimento (Outorga)
2º Passo
Após a análise sobre a
disponibilidade de água e diante do deferimento:
O Usuário Dirige-se ao
Órgão Gestor Ambiental:
2º Passo (IBAMA em nível federal ou ao IDEMA em nível
estadual,no caso do RN)
Para requerer inicialmente a Licença Prévia (LP)

3º Passo Licença de Instalação (LI)

4º Passo Licença de Operação (LO)

Nos empreendimentos ou atividades em que os usos ou interferências nos recursos


hídricos sejam necessárias para sua implantação, a outorga de direito de uso de
recursos hídricos deverá ser apresentada ao órgão ambiental licenciador para obtenção
da Licença de Instalação.

O usuário tendo a Manifestação Prévia sobre a disponibilidade hídrica, desde o início do


processo, e não sendo necessária a captação de água para a fase de instalação, ele
poderá apresentar a Outorga do Direito de Uso apenas para receber a Licença de
Operação.

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