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FRENTE 1 ECOLOGIA
1. ECOLOGIA
A palavra ecologia foi criada em 1869 pelo biólogo alemão Ernst Haeckel e deriva de duas palavras gregas:
oikos, que significa casa e, num sentido mais amplo, ambiente, e logos, que quer dizer ciência ou estudo. Assim,
ecologia significa ciência do ambiente ou, numa definição mais completa, a ciência que estuda as relações dos seres
vivos entre si e com o ambiente no qual vivem. Também pode ser definida como a ciência que estuda os ecossistemas.
Ecologia: ciência que estuda as relações dos seres vivos entre si e com o meio ambiente no qual vivem.
4. A IMPORTÂNCIA 7. HÁBITAT
DA ECOLOGIA E NICHO ECOLÓGICO
❑ Autoecologia ❑ Sinecologia
Estuda as relações de uma única espécie com o Estuda as correlações entre as espécies e as rela-
ambiente. ções destas com o meio ambiente.
Hábitat: é um conceito que pode ser muito amplo. Assim, os organismos podem ser de hábitat terrestre ou de hábitat aquático.
Os aquáticos podem ser de hábitat dulcícola (água doce) ou de hábitat marinho.
Nicho ecológico: é um conceito complexo, pois envolve a posição funcional que uma espécie exerce no seu hábitat. Assim,
o nicho fica determinado quando se conhece: como a espécie se alimenta; quando é mais ativa (dia ou noite e em quais estações
do ano); quais são os seus predadores; como se reproduz; como se protege etc.
1. alimentar-se de compostos
orgânicos já existentes no meio (seres
heterótrofos);
Fig. 1 – Esquema da fotossíntese.
2. sintetizar tais compostos Cloroplasto visto
orgânicos (seres autótrofos). ao microscópio eletrônico.
A fotossíntese pode ser expressa
pela seguinte equação:
2. BIOENERGÉTICA Os cloroplastos são corpúsculos
luz microscópicos ricos em clorofila. As
12H2O + 6CO2 ⎯⎯→ C6H12O6 + 6H2O + 6O2
Chamamos de bioenergética ao clorofila clorofilas são pigmentos que apresen-
estudo da bioquímica que envolve água + dióxido glicose + água + oxigênio tam coloração verde e são respon-
transformações energéticas. Tal estu- de carbono sáveis pela absorção de luz, utilizada
do envolve fixação de energia (fotos- na fotossíntese. Todo o fenômeno da
síntese e quimiossíntese) e liberação Nessa equação, vimos que o açú- fotossíntese ocorre no interior do
de energia (respiração e fermen- car produzido durante a fotossíntese cloroplasto.
tação). é a glicose (C6H12O6). Mas, além da
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Mitocôndria vista
ao microscópio eletrônico. A quimiossíntese.
A célula vegetal apresenta cloroplastos e mitocôndrias. Nos Pode ser dividida em duas fases:
cloroplastos, sintetiza o seu próprio alimento e, nas mitocôndrias, 1. através da oxidação de uma substância, a
libera a energia contida nesses alimentos (Fig. 3). bactéria obtém energia;
2. a energia obtida será utilizada na síntese de
compostos orgânicos (açúcares).
O fenômeno pode ser assim resumido:
A respiração celular.
2. NÍVEIS TRÓFICOS
❑ Decompositores
De maneira idêntica, poderíamos definir consumido-
res de quarta ordem, quinta ordem etc.
Normalmente, devido ao desperdício de energia, co-
mo veremos adiante, as cadeias alimentares não ultra-
passam 5 ou 6 níveis.
❑ Decompositores
(nível trófico variável)
Finalizando a cadeia trófica, aparecem os decompo-
sitores, biorredutores, saprófitas ou sapróvoros, micro-or-
ganismos representados por bactérias e fungos. Tais
organismos atacam os cadáveres e os excrementos,
decompondo-os. São muito importantes, visto que reali-
zam a reciclagem da matéria, devolvendo os ele-
mentos químicos ao meio ambiente.
❑ Consumidores
primários ou de
primeira ordem (2.o nível trófico)
São os organismos que comem os produtores; são
heterótrofos e geralmente herbívoros. Também são con-
sumidores primários os parasitas de vegetais.
No meio terrestre, os herbívoros são principalmente
os insetos, os roedores e os ungulados.
❑ Consumidores
secundários ou de segunda
ordem (3.o nível trófico) 3. TEIAS ALIMENTARES
Vivem às expensas dos herbívoros, sendo represen-
tados por carnívoros. Acham-se nos mais variados gru- Em um ecossistema, as cadeias alimentares intera-
pos. Ex.: uma cobra que se alimenta de um sapo, uma gem formando redes alimentares. Na teia, representa-
aranha que come um inseto. mos o máximo de relações tróficas existentes entre os
diversos seres vivos do ecossistema e observamos que
um animal, por exemplo, pode pertencer a níveis tróficos
❑ Consumidores diferentes. É o caso dos onívoros, que consomem
terciários ou de terceira simultaneamente animais e vegetais, e dos carnívoros,
ordem (4.o nível trófico) que atacam variadas presas.
São os carnívoros maiores que se alimentam de car- Como se pode observar a seguir, a rede ou teia ali-
nívoros menores, como é o caso de um gavião que co- mentar resulta do entrelaçamento das cadeias alimen-
me uma cobra. tares.
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4. EXEMPLOS
DE TEIAS ALIMENTARES
Teia alimentar:
I – produtor
II e III – consumidores primários
IV – consumidor primário e secundário
V e VI – consumidores secundários e
terciários
VII – consumidor secundário, terciário
e quaternário
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Cadeia alimentar
Uma pirâmide invertida pode ocorrer quando uma tado por um retângulo, cujo comprimento é proporcional
planta é parasitada por pulgões, que, por sua vez, são à quantidade de energia acumulada por unidade de
parasitados por protozoários (Fig. 4). tempo e de espaço nesse nível. Tal pirâmide apresenta
sempre o vértice para cima (Fig. 7).
❑ Pirâmide de biomassas
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Ciclo da água.
O ciclo da água.
7. O CICLO DO OXIGÊNIO
O oxigênio ocupa cerca de 1/5 da atmosfera terrestre
(20%) e aparece dissolvido na água dos rios, oceanos,
lagos etc. em proporções variadas, dependendo de fa-
tores como pressão e temperatura.
Esse gás é extremamente importante por ser
comburente, isto é, por permitir combustão das substân-
cias (Fig. 2).
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O processo fotossintético.
Leguminosas: são plantas angiospermas, dicotiledôneas, que se caracterizam pela produção de frutos conhecidos como
vagem ou legume.
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4. DESNITRIFICAÇÃO
Nitrogênio decompositores
orgânico ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ NH3 É o processo em que bactérias existentes no solo,
nos oceanos etc. são capazes de produzir, a partir de
nitratos, o nitrogênio livre que volta para a atmosfera.
Essas bactérias são chamadas desnitrificantes.
Uma das reações que podem ocorrer é a seguinte:
bactérias desnitrificantes
NO3– ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ N2
5. OXIDAÇÃO DO
N2 DA ATMOSFERA
Por ocasião de tempestades, as descargas elétricas
podem provocar a oxidação do nitrogênio livre da
atmosfera (N2) e transformá-lo em nitritos e nitratos. Es-
ses íons, solúveis em água, podem ser utilizados pelos
vegetais na síntese de substâncias orgânicas.
Húmus: matéria orgânica do solo resultante da decomposição de vegetais e animais. Confere a cor preta ou marrom ao solo. É
fonte de nutrientes minerais para as plantas.
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6. APROVEITAMENTO DO
NITROGÊNIO PELOS ANIMAIS
7. ELIMINAÇÃO DO
NITROGÊNIO PELOS ANIMAIS
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Espongiários: animais aquáticos primitivos, marinhos na maioria, e sempre presos a um substrato. Possuem poros na parede
do corpo e esqueleto de espículas ou de espongina (substância orgânica).
Protozoários: organismos unicelulares.
Crustáceos: animais invertebrados. O grupo é bastante numeroso e diversificado e inclui cerca de 50.000 espécies descritas.
Os crustáceos, em sua maioria, são organismos marinhos, como as lagostas, os camarões e as cracas.
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Abelhas
Na sociedade das abelhas, distinguem-se três
castas: a rainha, o zangão e as operárias.
A rainha é a única fêmea fértil da colônia; salienta-
se que, em cada colônia, existe apenas uma rainha. Os
zangões são os machos férteis, enquanto as operárias
ou obreiras são fêmeas estéreis. A rainha é fecundada
fora da colmeia durante o voo nupcial; dependendo da
espécie, ela é fecundada por um ou vários zangões. Os
óvulos são haploides (n) e, quando fecundados, originam
ovos diploides (2n), que se transformam em larvas. As
larvas que recebem, como alimento, mel e pólen trans-
formam-se em operárias; já as que recebem uma secre-
ção glandular produzida pelas obreiras e chamada de
geleia real evoluem para rainhas. Os óvulos não fecun- As formigas são insetos sociais.
dados, por meio de um processo designado partenogê-
nese (evolução de óvulo virgem), originam os zangões, Térmitas
que durante o desenvolvimento recebem o mesmo ali- Nos cupins, ou térmitas, a rainha (fêmea fértil) apre-
mento das operárias. senta o abdômen hipertrofiado e a sua única função é pôr
ovos. As fêmeas estéreis encarregam-se dos diversos
trabalhos, ou seja, obtenção de alimento, construção e
limpeza dos ninhos e cuidados com larvas e ovos.
Existem ainda os soldados, que, com suas fortes man-
díbulas, estão encarregados da defesa do termiteiro.
Líquen em corte.
Bernardo-eremita e anêmona.
• Bacteriorriza
• Pássaro-palito e crocodilo Chamamos de bacteriorriza a associação entre as
O pássaro-palito penetra na boca dos crocodilos, bactérias do gênero Rhizobium e as raízes de legumi-
nas margens do Rio Nilo, alimentando-se de restos ali- nosas. Como já vimos, no ciclo do nitrogênio, a bactéria
mentares e de vermes existentes na boca do réptil. A produz compostos nitrogenados aproveitados pela
vantagem é recíproca porque, em troca do alimento, o planta e recebe dela a matéria orgânica produzida na
fotossíntese.
pássaro livra o crocodilo dos parasitas.
• Micorriza
Trata-se de uma associação entre fungos e raízes de
árvores florestais.
O fungo, que é um decompositor, fornece ao vegetal
nitrogênio e outros nutrientes minerais; em troca, recebe
matéria orgânica fotossintetizada.
• Cupins e protozoários
Pássaro-palito e crocodilo.
• Anu e gado
O anu é uma ave que se alimenta de carrapatos
existentes na pele do gado, capturando-os diretamente.
Em troca, o gado livra-se dos indesejáveis parasitas.
Mutualismo
Trata-se de uma associação íntima com benefícios
mútuos. É mais íntima do que a cooperação; é neces-
sária à sobrevivência das espécies, que não podem viver
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Os cupins ou térmitas ingerem madeira, mas não Trata-se de uma associação semelhante ao comen-
conseguem digerir a celulose, pois não possuem a celu- salismo, não envolvendo alimento. Citaremos dois exem-
lase, enzima que digere a celulose. No tubo digestório plos:
do cupim, existem protozoários flagelados capazes de
realizar tal digestão. • Peixe-agulha e holotúria
O peixe-agulha apresenta um corpo fino e alongado
Comensalismo e se protege contra a ação de predadores abrigando-se
No comensalismo, uma espécie chamada comensal no interior das holotúrias (pepinos-do-mar), sem preju-
se beneficia, enquanto a outra, chamada hospedeira, dicá-las.
não leva vantagem nenhuma.
Um caso típico é a rêmora, ou peixe-piolho, que vive • Epifitismo
como comensal do tubarão. No alto da cabeça, a rêmora Epífitas são plantas que crescem sobre os troncos
apresenta uma ventosa por meio da qual se fixa no tu- de plantas maiores sem parasitá-las.
barão. O efeito disso sobre o tubarão é nulo, mas a São epífitas as orquídeas e as bromélias, que, viven-
rêmora se beneficia porque engole as sobras alimentares do sobre árvores, obtêm maior suprimento de luz solar.
do tubarão, além de se deslocar sem gasto de energia.
Bromélias
apoiadas em
ramos de
árvores e um
vaso de
epifitismo.
? Saiba mais
MICORRIZA
Trata-se de uma associação entre fungos e raízes de plantas. As
hifas do fungo absorvem nutrientes (sais minerais) do ambiente,
fornecendo-os às plantas, e, em troca, recebem proteção e
matéria orgânica da qual se nutrem. Existem algumas árvores
que só sobrevivem quando estão associadas com fungos da
Tubarão e rêmora. micorriza. Outras, como os pinheiros, só se desenvolvem em
solos pobres em virtude da associação com os fungos.
Inquilinismo Muitas espécies de orquídeas também só sobrevivem quando
É a associação em que uma espécie (inquilino) estão associadas com fungos da micorriza. A inoculação desses
procura abrigo ou suporte no corpo de outra espécie fungos em plantas frutíferas pode levar ao aumento da
produtividade.
(hospedeiro), sem prejudicá-la.
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G A A T T C
C T T A A G
4. A CLONAGEM MOLECULAR
G T C G A C
C A G C T G O processo de clonagem mole-
cular consiste em construir um DNA
recombinante que se replica, quando
As enzimas de restrição cortam é introduzido numa célula bacteriana.
os palíndromos, produzindo pontas Ao observarmos a estrutura de
desiguais, de acordo com o esquema uma bactéria, notamos que, além do
a seguir: DNA existente no cromossomo único, Clones de bactérias.
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O código genético da criança é uma combinação entre os códigos da mãe e do pai verdadeiro (o número 1).
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7. CLONAGEM
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1. INTRODUÇÃO autotrófica, porque ela vai contra a gas elétricas. Harold Urey e Stanley
teoria da evolução. Miller construíram um dispositivo no
Como teria aparecido a vida na qual expuseram uma mistura de va-
Terra? 4. A HIPÓTESE por-d’água, metano, amônia e hidro-
A resposta a esse problema tem HETEROTRÓFICA gênio às descargas elétricas,
preocupado o homem durante sécu- obtendo, após uma semana, amino-
los, tendo as diversas religiões e a De acordo com a hipótese hetero- ácidos como a glicina e a alanina.
ciência procurado dar uma resposta trófica, a vida teria surgido por meio
satisfatória. A seguir, examinaremos das seguintes etapas:
apenas a aproximação científica em
relação à questão.
2. A GERAÇÃO ESPONTÂNEA
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certa quantidade de gás se tenha da glicose libera muito mais energia levado vantagem os organismos ca-
acumulado gradativamente durante do que a retirada de energia na pazes de executar respiração
milhares de anos como consequência ausência de oxigênio. (A fermentação aeróbia, porque, assim, teriam reti-
do aparecimento dos autótrofos. fornece um lucro energético de ape- rado mais energia do alimento dis-
Todavia, a utilização de oxigênio nas 2 ATPs, enquanto, na reação, o ponível.
para a obtenção de energia a partir lucro é de 38 ATPs.) Teriam, então,
MÓDULO 4 A Evolução
1. A TEORIA DA EVOLUÇÃO vasos sanguíneos, ordenados A razão da homologia seria que os
segundo um mesmo padrão e com diferentes organismos teriam uma
A teoria da evolução afirma que grande similaridade no desenvolvi- origem evolutiva comum: quanto mais
as espécies atuais descendem de mento embrionário (Fig. 1). recente o antepassado, maior a seme-
outras espécies que sofreram modifi- lhança estrutural. Sob a ação do am-
cações através dos tempos. biente, pode haver modificações, mas
Os antepassados das espécies a estrutura fundamental permanecerá.
atualmente existentes são consi- Outra evidência evolutiva, forneci-
derados descendentes de prede- da pela anatomia comparada, é a
cessores diferentes deles, e assim por existência dos órgãos vestigiais. Há
diante, a partir de organismos precur- vestígios ou rudimentos de órgãos que
sores, extremamente primitivos e representam restos inúteis de estru-
desconhecidos. O evolucionismo pre- turas ou de órgãos que são grandes e
ga o transformismo, explica a grande funcionais em alguns outros animais.
diversidade de formas de vida e No corpo humano, existem vários
rejeita o fixismo, segundo o qual o órgãos vestigiais, entre os quais cita-
número de espécies é fixo e elas não mos: o apêndice vermiforme, o cóccix
sofrem modificações. e a prega semilunar. O apêndice ver-
Quais são as evidências do pro- miforme é uma curta expansão, que
cesso evolutivo? Tais evidências, que se localiza na região em que o intestino
passaremos a analisar, podem ser grosso se liga ao delgado. Trata-se de
resumidas em: um vestígio do volumoso ceco, existen-
• Anatomia comparada te nos herbívoros. Os volumosos cecos
• Embriologia comparada dos mamíferos herbívoros armazenam
• Bioquímica o alimento, enquanto sobre ele se
• Fósseis exerce a ação bacteriana, para a
digestão da celulose (Fig. 2).
2. A ANATOMIA COMPARADA Fig. 1 – Homologias.
4. A BIOQUÍMICA
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5. OS FÓSSEIS
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O Archaeopteryx (Fig. 8) era uma ave com dentes, garras nas asas e
cauda longa (características dos répteis), com penas e estrutura geral dos
membros típicas de aves. Fig. 8 – O Archaeopteryx.
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MÓDULO 6 Neodarwinismo
• Oscilação genética pela sua morte, desaparecerá da po- É a oscilação genética que ex-
Nas populações finitas, peque- pulação. Poderá aparecer de novo plica como os genes detrimentais
nas, o equilíbrio de Hardy-Weinberg é quando e se ocorrer nova mutação. É podem aumentar de frequência e
alterado pelo tamanho da população. a oscilação genética, que de- como, em índios, há frequências altas
Se ocorrer mutação rara, o número de pende do fato de o gene ser favorável de tipos sanguíneos diferentes, de
portadores da mutação será baixo e, ou não. acordo com a tribo.
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9. A TRANSCRIÇÃO
UUU
} UCU
} } U
}
UAU UGU
Sabemos que, na estrutura UUC
Phe
UCC UAC
Tyr
UGC
Cys
C
celular dos seres vivos, existem U Ser
UGA → Sem sentido A
quatro tipos de macromoléculas: açú-
UUA
UUG } Leu
UCA
UCG
UAA
UAG } Sem
sentido UGG → Tryp G
cares, lipídios, proteínas e ácidos
nucleicos. As duas primeiras não são
}
} }
CUU CCU CAU CGU
}
U
His
características e específicas dos di- C
CUC CCC CAC CGC C
Leu Pro Arg
versos organismos. Assim, a glicose CUA CCA CAA
} CGA A
Primeira letra
Terceira letra
GluN
de um fermento é a mesma existente CUG CCG CAG CGG G
no homem; o panículo adiposo de um
AUU
} ACU
} }
}
AAU AGU U
rato é similar ao de um elefante. O Leu AspN Ser
AUC ACC AAC AGC C
mesmo não acontece, porém, com as A Thr
proteínas e com os ácidos nucleicos,
substâncias específicas para cada
AUA
AUG } Met
ACA
ACG
AAA
AAG } Lys
AGA
AGG } Arg
A
G
}
U
mos que existem na natureza são, Asp
G GUC Val
GCC
Ala
GAC GGC
Gly
C
geralmente, representados por dife-
renças proteicas. Podemos afirmar
GUA
GUG
GCA
GCG
GAA
GAG } Glu
GGA
GGG
A
G
que as proteínas determinam o fenó-
tipo. Para tanto, desempenham duas 3. O CÓDIGO GENÉTICO CÓDONS CÓDONS AMINOÁCIDOS
funções gerais, atuando como:
DNA RNAm CODIFICADOS
(1) materiais estruturais; Um código é um sistema de
CCA GGU Glicina
(2) mediadores e reguladores símbolos, usado para transmitir uma
metabólicos. determinada informação. A lingua- AGA UCU Serina
Os componentes celulares são gem escrita, por exemplo, é um tipo
estruturados principalmente a partir de código inventado pelo homem. CGA GCU Alanina
de proteínas. Sendo mediadores e re- Usando 23 símbolos (letras), pode-
AAA UUU Fenilalanina
guladores metabólicos, agem como mos formar um número ilimitado de
palavras, que só tem significado para
enzimas e hormônios. 4. AS PROPRIEDADES
quem entenda português. É possível
comparar o código genético a um al- DO CÓDIGO GENÉTICO
2. O CONCEITO DE GENE fabeto de quatro letras que são as ini-
ciais das quatro bases nitrogenadas: O código genético apresenta
O gene, ou seja, o DNA, determi- A (adenina), C (citosina), G (guanina) duas propriedades: a degeneração e
na o fenótipo do organismo, espe- e T (timina). Com as quatro letras, são a universalidade.
cificando a síntese de determinadas formadas palavras de três letras de- O código genético é degenerado,
moléculas de proteínas. nominadas códons. Portanto, cada ou seja, cada aminoácido é codifi-
Estruturalmente o gene é equiva- códon é uma sequência de três ba- cado por dois ou mais códons. Ar-
lente a um cístron, ou seja, um seg- ses que codificam um aminoácido ginina, por exemplo, é um aminoácido
mento de DNA que codifica a se- específico. Os códons do DNA são codificado por seis códons: CGU,
quência de aminoácidos de uma transcritos para códons do RNAm, CGC, CGA, CGG, AGA e AGG. O có-
proteína. como se observa na tabela a seguir. digo é universal, o que significa que
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O próximo esquema é a correspondência entre códons do DNA e RNAm, bem como dos anticódons do RNAt.
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MÓDULO 10 Mendelismo
1. O MENDELISMO dois tipos de gametas: V e v. A união
Foi o monge agostiniano Gregor dos gametas dois a dois formará 4
Mendel que, em 1865, estabeleceu os tipos de combinações em F2, a pro-
princípios básicos da herança, pu- porção de 3 com asas normais para
blicando as chamadas leis de Mendel. 1 de asas vestigiais.
A grande contribuição de Mendel
foi a herança particulada, sugerindo a
5. A NOMENCLATURA
existência de partículas ou unidades
hereditárias, atualmente chamadas GENÉTICA
de genes. Fig. 3 – Cruzamento de drosófilas. ❑ Alelos
Cada caráter é condicionado por
2. ANÁLISE DE 3. A INTERPRETAÇÃO dois genes alternativos, um dominante
UM CRUZAMENTO MENDELIANA e outro recessivo, designados alelos.
A drosófila, mosca dos frutos, tem DO CRUZAMENTO No caso da drosófila, são alelos V e v.
sido usada para pesquisas genéticas,
desde o início do século passado. Nos ❑ Dominância e ❑ Genótipo
cruzamentos a seguir, analisaremos a recessividade A constituição hereditária de um
transmissão genética do tipo de asa. O caráter que aparece na pri- indivíduo forma o genótipo, represen-
O chamado tipo selvagem possui meira geração (F1) é chamado domi- tado pelos símbolos de todos os seus
asas normais estendidas sobre o nante, enquanto o contrastante é genes ou apenas os que estão sendo
abdômen (Fig. 1). designado recessivo. Assim, no cru- considerados.
zamento em questão, normal é domi-
❑ Homozigoto
nante, e vestigial, recessivo.
É o indivíduo cujo caráter consi-
❑ Alelos derado é determinado por dois genes
Cada caráter é condicionado por iguais. Tal indivíduo produz, em rela-
dois genes alternativos, um dominan- ção ao caráter considerado, um só
te e outro recessivo, designados ale- tipo de gameta. É o caso das moscas
los. No caso da drosófila, são alelos VV e vv, que produzem, respectiva-
Fig. 1 – Drosófila macho (A) e fêmea (B). V e v, que determinam, respectiva- mente, gametas V e v.
Uma das linhagens mutantes de mente, asas longas e asas vestigiais. ❑ Heterozigoto
drosófila, a vestigial, tem as asas É o indivíduo cujo caráter é deter-
atrofiadas (vestigiais) reduzidas a 4. A REPRESENTAÇÃO minado por dois genes diferentes. Em
pequenas espátulas (Fig. 2). DO CRUZAMENTO relação ao caráter analisado, tal or-
Na mosca drosófila de asas ganismo produz dois tipos de game-
normais, com genes VV, todos os ga- tas. É o caso da mosca Vv, que origina
metas serão iguais porque conterão gametas V e v.
um gene V. Isso também acontece
com a mosca vv, que produz game- ❑ Fenótipo
tas v. A união dos gametas produzirá, É qualquer aspecto morfológico
Fig. 2 – Drosófila com asas vestigiais. em F1, organismos Vv, que, graças à ou fisiológico de um organismo resul-
Nos cruzamentos, usaremos os dominância, terão asas normais. tante da interação do genótipo com o
seguintes símbolos: As moscas de asas longas de F2, meio ambiente. Assim, são fenótipos
portadoras de genes Vv, produzirão as asas normais e vestigiais.
P = geração parental
F1 = primeira geração
F2 = segunda geração
Quando moscas selvagens e mu-
tantes cruzam, independentemente
de quem é o macho ou a fêmea,
todos os descendentes da F1 são do
tipo selvagem.
O cruzamento das moscas da F1
entre si produz uma F2, em que machos
e fêmeas aparecem na proporção de
3 normais: 1 vestigial ou 75% normais:
25% vestigiais (Fig. 3).
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A recepção e transmissão dos duto coclear (compartimento media- (otólitos). Os impulsos gerados nas
impulsos relacionados à audição e ao no), há o órgão espiral (órgão de máculas são transmitidos ao cérebro,
equilíbrio é realizada pela orelha. Corti), no qual se localizam as células permitindo determinar a orientação da
Podemos falar em orelha externa, fonoceptoras. Elas se comunicam cabeça.
orelha média e orelha interna. com a membrana tectórica que se Os canais semicirculares são três
O pavilhão auditivo comunica-se apoia sobre os cílios das células tubos curvos, contendo líquidos e lo-
sensoriais. calizados sobre o utrículo.
com a orelha externa, canal que se
Na base do estribo, há a denomi- Na base de cada canal, há a am-
abre nesse pavilhão. A cera é secre-
nada janela oval. A vibração é pola que possui células sensoriais
tada pelas glândulas do epitélio que
transmitida ao líquido coclear que faz geradoras de impulsos transmitidos
reveste a orelha. Esta secrecão retém
os cílios sensoriais estimularem a ao encéfalo.
partículas de poeira e micro-organis-
membrana tectórica, gerando impul- Ao girarmos o corpo, o líquido
mos. O pavilhão auditivo capta os es-
sos que são transmitidos pelo nervo dos canais semicirculares move-se,
tímulos sonoros, transportando-os ao
cocleovestibular ao córtex cerebral. diminuindo a pressão sobre as células
canal auditivo. A vibração das ondas
Sobre a cóclea, há duas bolsas sensoriais. Ao pararmos bruscamente
sonoras é captada pela membrana do
cheias de líquido: o sáculo e o utrí- de rodopiar, o líquido dos canais
tímpano, película que está no limite
culo. Nas suas paredes internas, há semicirculares continua em movi-
entre a orelha externa e a média.
máculas, células sensoriais ciliadas, mento, causando a sensação de
A orelha média possui três ossí-
nas quais se localizam os estatocônios tontura.
culos: o martelo, a bigorna e o estribo.
Há um canal flexível comunicando a
orelha média à faringe. Quando su-
bimos uma montanha, há um dese-
quilíbrio entre a pressão do canal au-
ditivo médio e a pressão atmosférica.
Quando descemos uma montanha, a
pressão do ar (atmosférica) é maior
do que a pressão interna na orelha e
o tímpano é empurrado para dentro.
A vibração timpânica é transmi-
tida ao martelo, à bigorna e ao estribo.
Estes ossículos atuam como ampli-
ficadores das vibrações sonoras.
A orelha interna é um labirinto,
denominado aparelho vestibular.
Apresenta células sensoriais que
captam estímulos mecânicos (meca-
noceptores). O aparelho vestibular
possui a cóclea, o sáculo, o utrículo e
os canais semicirculares. A cóclea
relaciona-se à audição; o sáculo, o
utrículo e os canais semicirculares, ao
equilíbrio do corpo.
A cóclea é semelhante a um ca-
racol com a parte interna dividida em
três compartimentos com líquido. No Estruturas sensoriais do som e equilíbrio.
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Trajeto do impulso da
Estrutura do olho humano. parte sensorial da retina ao cérebro.
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MÓDULO 4 As Vitaminas
1. CONCEITO como leite, manteiga, queijos, gema • Fontes
de ovo, fígado e óleo de fígado de Couve, espinafre, cenoura, ervi-
Vitaminas são compostos orgâni- peixes. Os melhores fornecedores de lha, tomates, fígado, ovos e leite.
cos que atuam como coenzimas, ou caroteno são os vegetais verdes e
seja, ativando as enzimas responsá- amarelos, como cenoura, milho, 5. VITAMINAS
veis pelo metabolismo celular. agrião, couve, alface e espinafre. HIDROSSOLÚVEIS
Agem em pequenas quantidades,
São as vitaminas C e o complexo
sendo obtidas por meio dos alimentos. ❑ Vitamina D
B, que agrupa uma série de vitami-
• Funções
nas, não porque sejam similares na
2. AVITAMINOSES Trata-se do calciferol ou vitami-
composição química ou nos efeitos,
na antirraquítica, cuja função é a
mas porque tendem a ocorrer juntas.
Chamamos de avitaminoses ou perfeita calcificação dos ossos e den-
doenças de carência as enfermida- tes. É ingerida na forma de provi- ❑ Vitamina B1
des causadas pela falta de certas vi- tamina D, que se transforma em D, na • Funções
taminas. Assim, por exemplo, são pele, pela ação dos raios UV. É a tiamina ou aneurina, que
avitaminoses: nictalopia, raquitismo e • Carência atua como enzima no metabolismo
escorbuto. A avitaminose provoca o raquitis- dos açúcares, permitindo a liberação
mo na infância, a osteomalacia (amo- de energia necessária às atividades
3. CLASSIFICAÇÃO lecimento geral do esqueleto) no vitais. É conhecida como “vitamina da
adulto e a osteoporose (ossos que- disposição”, graças aos efeitos bené-
As vitaminas são classificadas em bradiços) no idoso. ficos sobre a disposição mental.
dois grupos: • Fontes • Carência
a) lipossolúveis (A, D, E e K), que As fontes alimentares são os óleos A avitaminose produz o beribéri,
se dissolvem apenas em óleos e gor- de fígado de peixes (bacalhau, atum uma polineurite generalizada.
duras; e cação), leite, fígado, manteiga e ovo. • Fontes
b) hidrossolúveis (C e complexo A fonte mais rica é o lêvedo de
B), que se dissolvem em água. ❑ Vitamina E cerveja. Também aparece na carne,
• Funções fígado, ovos, cereais (arroz e trigo) e
4. VITAMINAS É também chamada de tocofe- frutas (maçã, pera, ameixa, pêssego
LIPOSSOLÚVEIS rol ou vitamina antiestéril, porque e banana).
a sua carência provoca esterilidade
❑ Vitamina A em ratos. No homem, tem ação anti- ❑ Vitamina B2
• Funções oxidante, evitando a oxidação de • Funções
Classifica-se em: retinol, encon- compostos celulares. É conhecida como riboflavina,
trado nos alimentos de origem animal • Carência uma constituinte das flavoproteínas
(manteiga, ovos e óleo de fígado de A carência acarreta degeneração (FAD), coenzimas que atuam como
peixe), e provitamina A ou β-ca- muscular. transportadoras de elétrons no pro-
roteno, produzida pelos vegetais. É • Fontes cesso respiratório.
uma vitamina indispensável para a Os alimentos mais ricos em vita- • Carência
visão, especialmente noturna, bem mina E são os óleos vegetais, as hor- A carência acarreta a glossite (in-
taliças verdes, ovos, carnes e peixes. flamação da língua) e a queilose (fis-
como para a regeneração dos epité-
suras nos cantos dos lábios).
lios (pele e mucosas).
• Fontes
• Carência ❑ Vitamina K
Lêvedo, leite, fígado, rim, queijo,
A avitaminose provoca nictalopia • Funções
verduras e peixes.
(cegueira noturna), hemeralopia (ofus- É a vitamina anti-hemorrágica que
camento), xeroftalmia (ulceração da atua na coagulação sanguínea, ❑ Vitamina B3
córnea) e baixa resistência às in- favorecendo a síntese de protrombina. • Funções
fecções. • Carência É a niacina ou nicotinamida
• Fontes A carência provoca o retardamen- ou ácido nicotínico, constituinte do
As principais fontes de vitamina A to da coagulação do sangue e con- NAD e do NADP, substâncias funda-
são alimentos de origem animal, sequente hemorragia. mentais na bioenergética celular.
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SAIBA QUE:
• Nossa vida depende das vitaminas que extraímos dos alimentos ou dos suplementos dietéticos que ingerimos.
• As vitaminas não funcionam nem podem ser assimiladas sem a ajuda dos minerais.
• Os minerais mais importantes são cálcio, iodo, ferro, magnésio, fósforo, selênio e zinco.
• As vitaminas podem durar de dois a três anos num recipiente bem vedado.
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MÓDULO 5 As Drogas
12. LSD/ECSTASY
Podem ser inalados como fuma- O “fumo” apresenta muitos com- nos genes reguladores da divisão ce-
ça ou cheirados ao natural. A cola de postos químicos nocivos, destacan- lular, facilitando a proliferação celular
sapateiro, o spray de pintura, a ga- do-se a nicotina, o alcatrão e o descontrolada e originando o tumor
solina, o querosene, o lança-perfume, monóxido de carbono. cancerígeno.
o esmalte, os extintores de incêndio A nicotina, alcaloide estimulante Provoca perda do paladar e do
também podem ser incluídos nesse do sistema nervoso central, é extraí- apetite, astenia, tosse crônica, falta de
grupo de drogas. da de folhas da Nicotiana tabacum. fôlego, hipertensão, miocardiopatias
Provocam alucinações, sangra- O tabaco contém substâncias e enfisema pulmonar.
mento do nariz e convulsões, lesando cancerígenas que causam mutações
o cérebro, o fígado e os rins.
A abstinência causa ansiedade,
agitação e comportamento antissocial.
15. TABACO
Tabaco.
MÓDULO 6 AIDS
1. AIDS OU SIDA está parasitando uma célula. Ele apre- O HIV tem afinidade por um tipo
senta uma enzima especial, deno- de glóbulo branco do homem, que é
A sigla SIDA significa “Síndrome
minada transcriptase reversa. considerado o “general de divisão” do
da Imunodeficiência Adquirida”. Na
Esta enzima é que permite a produ- exército de defesa imunológica: o
língua inglesa, é AIDS (Acquired
ção do DNA a partir do RNA. linfócito CD4 (linfócito T4). O material
Immunodeficiency Syndrome).
genético pirata do vírus é incorporado
A palavra “síndrome” significa
ao glóbulo branco.
que o ser humano com AIDS apre-
Quando esse tipo de glóbulo do
senta vários sintomas (problemas). O
sangue se divide para organizar a
termo imunodeficiência deve-se
defesa contra agentes agressores, o
ao fato de o ser humano com AIDS
código pirata do vírus é decifrado e
tornar-se incapaz na defesa contra os
milhares de novas partículas virais são
agentes patogênicos (que provocam
produzidas, espalham-se pelo san-
doenças).
gue e vão-se concentrar nas secre-
O agente causador da AIDS é um
ções do corpo – das quais o esperma
vírus, denominado HIV (vírus da imu-
nodeficiência humana). e os líquidos vaginais são as mais
Esse vírus apresenta como ma- importantes – e no sistema nervoso
terial genético o RNA. central, pois o HIV possui especial
Estrutura interna afinidade pelas células nervosas.
As células verdadeiras contêm os do HIV, segundo Robert Gallo.
dois ácidos nucleicos, DNA e RNA.
Geralmente, nestas células, o DNA 2. O COQUETEL ANTI-AIDS
O HIV é denominado retrovírus
comanda a produção de RNA. porque possui um RNA capaz de
O HIV é denominado retrovírus O virologista chinês, naturalizado
comandar a síntese de DNA ao
porque apresenta RNA que pode norte-americano, David Ho, anunciou
parasitar uma célula verdadeira.
comandar a síntese de DNA, quando na XI Conferência Internacional da
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MÓDULO 7 Viroses
Vírus são estruturas acelulares, parasitas intracelulares obrigatórios. São agentes etiológicos relacionados às
seguintes doenças:
DOENÇA TRANSMISSÃO
Catapora (varicela) Contato da pele com as bolhas e com o ar contendo o vírus Varicela zoster.
Caxumba (parotidite epidêmica) Gotículas de saliva expelidas pelo doente, contaminadas pelo Paramyxovirus sp.
Via vertical (placentária), amamentação materna, ato sexual, contato pessoa a pessoa e
Citomegalia
transfusão sanguínea.
Dengue Picada da fêmea de mosquitos: Aedes aegypti ou Aedes albopictus.
Febre amarela silvestre Picada da fêmea do mosquito Haemagogus sp ou Sabethes sp contendo o Flavivirus sp.
Febre amarela urbana Picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti ou Aedes albopictus contendo o Flavivirus sp.
Febre hemorrágica do ebola Secreções corpóreas e sangue contaminado pelo Filovirus sp.
Gripe Contato com o ar contaminado pelo Myxovirus influenzae.
Hantavirose Via respiratória, água e alimentos contendo o Hantavirus sp.
Hepatite Contato pessoa a pessoa; oral-fecal; transfusão sanguínea.
Herpes Contato íntimo com o indivíduo transmissor, a partir de mucosa ou de lesão infectante
contendo o Herpes simplex.
Mononucleose Contato íntimo com secreções orais (saliva) contendo o vírus Epstein-Barr, da família
Herpesviridae.
Papiloma (condiloma) Via vertical (placentária); ato sexual. O agente etiológico é o HPV.
Resfriado Contato com o ar contaminado pelo vírus sincicial respiratório ou pelo vírus parainfluenza
ou pelo rinovírus.
Síndrome da Imunodeficiência
Ato sexual, seringas contaminadas, transfusões sanguíneas, via vertical (placentária).
Adquirida (AIDS = SIDA)
Varíola Contato com as secreções das vias respiratórias, com as lesões da pele e das mucosas
e com os objetos de uso do doente.
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MÓDULO 8 Bacterioses
Febre tifoide (tifo) Contato direto ou indireto com fezes ou urina do doente. Bacilo tífico (Salmonella typhi)
Lyme (doença de Lyme) Adesão de carrapatos à pele e sucção de sangue. Borrelia burgdorferi
Sífilis Contato sexual; transfusão de sangue; via vertical Espiroqueta (Treponema pallidum)
(placentária).
Tétano Penetração dos esporos através de ferimentos perfurantes. Bacilo tetânico (Clostridium tetani)
Bacilo de Koch
Tuberculose Via respiratória (inalando-se o bacilo). (Mycobacterium tuberculosis)
Uretrite Ato sexual. Chlamydia trachomatis
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SISTEMA ESQUELÉTICO ção mecânica (para parte do corpo forma e se situa na parte mais exter-
ou para todo o animal); suporte para na do corpo do animal; endoes-
A finalidade primária do esquele- a musculatura, garantindo, assim, os queleto, que se forma e se situa na
to é fornecer suporte para as partes movimentos e a locomoção do animal; parte interior do corpo do animal.
do corpo do animal ou para o animal proteção contra dessecação (perda
como um todo, pois, sob a ação da de água), como é o caso especial dos ❑ Existência de
gravidade, o corpo do animal entraria artrópodes, com a sua cutícula esqueleto em
em colapso (se não tivesse elementos esquelética. alguns grupos de animais
esqueléticos). O esqueleto dos animais pode ser Nas esponjas (espongiários ou
Além de sustentar o animal, o classificado em dois tipos, conforme poríferos), para a sustentação, existe
esqueleto tem outras funções: prote- sua localização: exoesqueleto, que se um endoesqueleto orgânico (fibras da
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proteína espongina) ou inorgânico Nos equinodermos (ex.: ouriço- A medula óssea humana apre-
(espículas silicosas ou calcárias). -do-mar), o esqueleto é interno (endo- senta um tecido conjuntivo hemato-
Nos celenterados, os corais (an- esqueleto). Origina-se da mesoderme poético (produtor de sangue) mie-
tozoários) são famosos por seus exo- e situa-se abaixo do tegumento do loide. Ela produz glóbulos vermelhos
esqueletos, que constituem os recifes animal. (hemácias), glóbulos brancos (leucó-
de coral (secretados por colônias de Nos moluscos (ex.: mexilhão), ar- citos) e plaquetas. A radioatividade
antozoários). É bastante famosa a trópodes (ex.: insetos) e vertebrados pode afetar a medula óssea, ocasio-
grande barreira de coral que se es- (ex.: homem), os esqueletos são mui- nando leucemia, ou seja, câncer de
tende ao longo da costa nordeste da to desenvolvidos. sangue.
Austrália, em uma extensão de cerca A distinção entre eles pode ser A coluna vertebral protege a
de 2.000 km. feita em termos do material de que medula espinhal ou raquidiana, que é
Os principais antozoários forma- são formados ou da posição anatômi- formada por tecido nervoso cuja lesão
dores dos recifes de coral são os re- ca do esqueleto em relação aos diver- pode acarretar paralisias (ex.:
presentantes da ordem Madreporaria. sos órgãos. poliomielite).
Também contribuem para a formação Nos moluscos, salvo exceções
dos recifes outros celenterados e al- (lulas, que têm concha interna, e les-
gas marinhas. mas, que não têm esqueleto), o es-
queleto é externo (exoesqueleto),
Na formação dos recifes, com o
composto principalmente de carbo-
crescimento das colônias, vai aumen-
nato de cálcio (CaCO3). A concha
tando a extensão da massa calcária
(esqueleto) é secretada pelas células
constituída pelos exoesqueletos. As
tegumentares em camadas, à medida
principais condições que concorrem
que o animal cresce. Também são
para a formação dos recifes são:
depositadas fibras de proteínas entre
água límpida, pouco movimentada e
as camadas de CaCO3, o que confe-
bem oxigenada, temperatura acima
re ao esqueleto uma resistência con-
de 20°C e profundidade média de
sideravelmente maior.
40 m (inferior a 100 m). Os artrópodes apresentam exo-
Os vermes achatados (platelmin- esqueleto quitinoso (possuem quitina,
tes), filamentosos (nematoides) e ane- que é um polissacarídeo). O tegu-
lados (anelídeos) geralmente não mento é secretado (produzido) pelo
apresentam esqueletos. Porém, deve- animal e contém lipoproteínas, ceras
mos lembrar os anelídeos tubícolas (lipídios impermeabilizantes), pro-
(marinhos), que segregam materiais teínas, quitina e CaCO3.
ao redor de seus corpos, com reten- Os cordados, filo do qual o ho-
ção de elementos do meio ambiente, mem faz parte, têm endoesqueleto.
e assim adquirem tubos protetores São exemplos de cordados: anfioxo,
(têm função esquelética, mas não são feiticeira, tubarão, lambari, sapo, ja- Espinho de equinodermo
esqueletos verdadeiros). com revestimento epidérmico.
caré, galinha e cachorro.
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1. CRITÉRIOS DE 3. OS CICLOS
CLASSIFICAÇÃO REPRODUTORES
As classificações dos vários gru- Nos vegetais, os ciclos de vida ou
pos vegetais baseiam-se em: reprodutores são classificados ba-
• tipos de reprodução e estru- seando-se no momento da meiose
turas reprodutoras; ou divisão reducional.
• homologias, isto é, estruturas A meiose é o processo em que a
de mesma origem embrionária. partir de uma célula diploide (2N) ob-
têm-se quatro células haploides (N).
2. AS CLASSIFICAÇÕES A meiose é dividida em três tipos: ❑ Seres haplodiplobiontes
VEGETAIS – Meiose inicial ou zigótica. (haplônticos – diplônticos)
O Reino Plantae (Vegetalia ou Apresentam meiose intermediária
– Meiose final ou gamética.
Metaphyta) atualmente é dividido em ou espórica. O ciclo é típico dos ve-
– Meiose intermediária ou espó-
quatro grupos: getais: algas, briófitas, pteridófitas,
1. Briófitas: musgos e hepáticas. rica. gimnospermas e angiospermas. Nes-
2. Pteridófitas: samambaias, aven- se ciclo de vida, surgem dois or-
cas, licopódios e selaginelas. ❑ Seres haplobiontes ganismos adultos: um diploide, cha-
3. Gimnospermas: pinheiros, ci- (haplônticos) mado esporófito e outro haploide,
cas e Ginkgo biloba. São aqueles que apresentam chamado gametófito.
4. Angiospermas: milho, arroz, meiose inicial ou zigótica. Algumas O esporófito, através da meiose,
trigo, feijão, soja e ervilha. espécies de algas são haplobiontes. produz células assexuadas: esporos.
Esses grupos apresentam em A alga possui um corpo haploide que O gametófito, através de mitoses,
comum: parede celular formada por produz gametas. Os gametas unem-se produz células sexuadas, os gametas.
celulose; embriões protegidos por para formar a única célula diploide do Podem-se reconhecer, no ciclo
tecidos originados do corpo materno; ciclo, o zigoto. Este, durante a ger- haplodiplobionte, duas fases bem
cloroplastos contendo as clorofilas minação, produz, por meiose, células distintas: uma haploide, produtora de
a e b, carotenos e xantofilas; reserva haploides que darão, por mitoses gametas, chamada geração game-
constituída por amido e reprodução consecutivas, novas algas haploides. tofítica e outra diploide, produtora
por alternância de gerações (meta- de esporos, chamada geração es-
gênese), na qual a meiose é espórica porofítica. Essas fases alternam-se
(intermediária). entre si para completar o ciclo de
Pelo fato de produzirem embriões, vida, constituindo a alternância de
são classificados como embriófitos. gerações ou metagênese. Quan-
Os embriófitos podem ou não de- do se analisa a metagênese, nos di-
senvolver tecido condutor (vascular), versos grupos vegetais, reconhe-
daí a classificação: cem-se diferenças quanto à duração
• Embriófitos avasculares: das fases esporofítica e gametofítica
e quanto à complexidade do espo-
representados pelas briófitas. ❑ Seres diplobiontes
rófito e gametófito. Assim, entre as
• Embriófitos vasculares ou (diplônticos)
algas, é muito comum o aparecimento
traqueófitos: são incluídas as pteri- São aqueles que apresentam
de gametófitos e esporófitos igual-
dófitas, gimnospermas e angiospermas. meiose final ou gamética. O ciclo
mente desenvolvidos.
Produzem sementes apenas as ocorre em algumas espécies de al-
gimnospermas e angiospermas, por gas, é raro entre os vegetais, sendo
isso recebem o nome de espermá- típico dos animais. A alga possui um
fitas ou espermatófitas. corpo diploide que produz gametas,
As únicas plantas que produzem através da meiose. Os gametas
flores e frutos são as angiospermas. unem-se e formam o zigoto. Este,
As gimnospermas produzem es- através de mitoses consecutivas,
tróbilos (pinhas) e sementes. Não produz uma nova alga diploide.
formam verdadeiras flores.
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Nas briófitas, o gametófito é de- A figura a seguir mostra a evolução do esporófito e a involução do
senvolvido e duradouro, e o esporófito gametófito, nos diversos grupos vegetais.
é reduzido e dependente do ga-
metófito.
Nas pteridófitas, o gametófito é re-
duzido e transitório, enquanto o es-
porófito passa a ser vegetal desen-
volvido, complexo e duradouro. Nes-
tas plantas, ambos, gametófito e espo-
rófito, são verdes e independentes.
Nas fanerógamas (gimnospermas
e angiospermas), o esporófito é o
vegetal verde, complexo, duradouro e
visível, enquanto o gametófito é muito
reduzido e dependente do esporófito.
3. REPRODUÇÃO fitas), isto é, desenvolvem tecidos es- vezes, possui raízes, caules e folhas.
NAS PTERIDÓFITAS pecializados para o transporte de Não forma flor, fruto nem semente.
As pteridófitas são plantas plu- seiva bruta (lenho ou xilema) e de As folhas produzidas pelo espo-
ricelulares, autótrofas, que vivem em seiva elaborada (líber ou floema). rófito recebem denominações con-
ambientes terrestres úmidos e som- Apresentam meiose intermediária forme a sua função. Assim, as folhas
breados, sendo a Mata Atlântica o ha- ou espórica e uma alternância de verdes, que exercem apenas a fun-
bitat da maioria das espécies. Exis- gerações (metagênese) muito nítida, ção de fotossíntese, são chamadas
tem algumas espécies que vivem em ou seja, possuem gametófito e espo- trofofilos; as folhas férteis, que se
água doce, como as dos gêneros rófito macroscópicos e verdes. encarregam apenas da produção de
Salvinia e Azolla. Não existem espé- O esporófito é o vegetal comple- esporos, são esporofilos, e as fo-
cies marinhas. xo, com vida duradoura (permanen- lhas que exercem as duas funções
São plantas vasculares (traqueó- te); é autótrofo e, na maioria das são os trofoesporofilos.
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O esporófito produz esporângios, Pteridófitas isosporadas são aque- Quando os esporos germinam,
em cujo interior ocorrem a meiose e a
las que produzem esporos morfolo- dão origem aos gametófitos ou próta-
gicamente iguais, como as samam- los. O gametófito (prótalo) é um ve-
produção de esporos. Em relação ao
esporo produzido, existem dois baias, avencas, licopódios etc. getal verde (autótrofo), reduzido e
grupos de pteridófitas: isosporadas transitório, que aparece normalmente
e heterosporadas. como uma estrutura achatada (la-
minar), provida de rizoides na sua
face inferior. Os rizoides fixam o pró-
talo ao substrato, de onde retiram
água e íons minerais. A face inferior
do prótalo produz os órgãos repro-
dutores (gametângios), representados
pelos arquegônios e anterídios.
Cada arquegônio produz uma
Trofoesporofilos de samambaias. oosfera e cada anterídio produz mui-
Já as pteridófitas heterosporadas tos anterozoides, os quais, geralmente
produzem dois tipos de esporos: mi- dotados de muitos flagelos, são atraí-
Báculos de uma samambaia. crósporos, pequenos e numerosos, e dos para o arquegônio graças a subs-
Os báculos desenrolam-se macrósporos (megásporos), grandes e tâncias que este produz. O fenômeno
para formar a folhagem típica. em número de quatro. Ex.: selaginella. é conhecido por quimiotactismo.
CICLO DE VIDA DE UMA PTERIDÓFITA ISOSPORADA As pteridófitas dependem de
água para a fecundação.
A reprodução sexuada é chama-
da de oogamia (união de gametas
diferentes na forma e na função).
Quanto à classificação, as pteri-
dófitas são divididas em quatro clas-
ses:
1) Psilofitinea (Psilopsida): plantas
do gênero Psilotum;
2) Esquisetinea (Sphenopsida):
plantas do gênero Equisetum (cavali-
nha);
3) Lycopodinea (Lycopsida): plan-
tas dos gêneros Lycopodium e Sela-
ginella;
4) Filicinea (Pteropsida): é a clas-
se mais numerosa e corresponde às
plantas genericamente conhecidas
CICLO DE VIDA DE UMA PTERIDÓFITA ISOSPORADA como samambaias e avencas.
Alguns gêneros conhecidos:
• Davallia: renda portuguesa.
• Dicksonia: samambaia-açu ou
xaxim.
• Nephrolepsis: paulistinha.
• Platycerium: chifre-de-veado.
• Polypodium: samambaia de
metro.
• Adiantum: avenca.
Foto ampliada da face inferior de uma folha mostrando os soros. Esporófito de samambaia.
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O gametófito (么) chama-se tubo do estruturas compactas denomina- quegônios muito rudimentares, dentro
polínico ou microprótalo. Em algumas das esporofilos, cones ou pinhas. dos quais aparecem oosferas.
gimnospermas primitivas, os gametas Esses estróbilos são unissexuados: há
(么) ainda são os anterozoides; nas os cones 么 e os cones 乆. ❑ Polinização
mais evoluídas, como os pinheiros, os A polinização é feita pelo vento
gametas são as células espermá- ❑ Estróbilo 么 (anemofilia). O grão de pólen é trans-
ticas ou núcleos espermáticos. O estróbilo masculino é formado portado até a câmara polínica, onde
O gametófito (乆) chama-se sa- por um eixo, em torno do qual se in- germina.
co embrionário ou megaprótalo serem os microesporofilos produtores
e forma-se no interior do óvulo. O me- de microesporângios (sacos políni- ❑ Formação do tubo
cos), em cujo interior encontramos os polínico
gaprótalo produz arquegônios bas-
grãos de pólen (micrósporos). O grão de As células acessórias envolvem
tante rudimentares, no interior dos
pólen é pluricelular: tem duas mem- as células do grão de pólen e formam
quais se encontram os gametas fe-
branas (exina e intina). A exina forma a parede do tubo polínico. A célula ge-
mininos chamados oosferas. Cada ar-
expansões cheias de ar (sacos aé- ratriz divide-se, formando dois núcleos
quegônio produz apenas uma oosfera.
reos, em cujo interior encontramos a espermáticos (gametas masculinos).
2. CLASSIFICAÇÃO célula geratriz, a célula vegetativa e as
Há quatro classes com represen- células acessórias). ❑ Fecundação
tantes atuais: A presença de várias oosferas no
1°.) Cicadinae: são dotados de um ❑ Estróbilo 乆 óvulo permite a fecundação por vários
tronco não ramificado, com folhas ge- O estróbilo feminino também é núcleos espermáticos de vários tubos
formado por um eixo, em torno do qual polínicos, formando vários zigotos;
ralmente penadas no ápice e dioicas.
se inserem os megasporofilos (folhas contudo, apenas um embrião se de-
Exemplo: Cycas.
carpelares), responsáveis pela produ- senvolve. Nas gimnospermas é fre-
2°.) Ginkgoinae: há um único re-
ção de óvulos em número variável. quente a poliembrionia, mas, dos vá-
presentante atual: Ginkgo biloba,
rios embriões formados, apenas um
encontrado na China e no Japão.
❑ Estrutura do óvulo se desenvolve.
3°.) Coniferae: grupo mais impor- O óvulo é revestido por um único Após a fecundação, o tecido do
tante atualmente. Exemplos: Araucaria, integumento. Abaixo da micrópila
megaprótalo (N) forma o endosper-
Pinus, Cedrus, sequoia, Cupressus etc. situa-se a câmara polínica, destinada
ma primário, tecido cuja função é
4°.) Gnetinae: há dois representan- a receber os grãos de pólen.
acumular reserva. Essas plantas não
tes: Ephedra e Gnetum. O integumento reveste o nucelo dependem de água do meio ambiente
3. REPRODUÇÃO (megasporângio). Uma célula do nucelo para a fecundação.
sofre meiose, dando origem a quatro O embrião das gimnospermas
As gimnospermas produzem es-
células haploides, das quais três de- tem muitos cotilédones.
tróbilos e sementes, mas nunca pro-
generam. A célula que persiste (me- O óvulo fecundado evolui e forma
duzem frutos.
gásporo) divide-se por mitose e acaba a semente, mas não forma fruto;
❑ Estróbilos por formar o megaprótalo (gametófito daí a designação que estas plantas
Os estróbilos reúnem-se, forman- 乆), que, por sua vez, dá origem a ar- recebem: gimnosperma = semente nua.
CICLO DE VIDA DO PINHEIRO
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❑ Dioicia
É o aparecimento de indivíduos
com sexos separados: uma planta
masculina e outra feminina. Borboleta
polinizando flor de
❑ Hercogamia composta.
Ocorre uma barreira física que
separa o androceu do gineceu. ❑ Ornitofilia
É a polinização realizada por
❑ Heterostilia pássaros, como os beija-flores. Estes
É a existência, nas flores, de es- animais são atraídos para as flores
tames com filetes curtos e estiletes coloridas, geralmente tubulosas e
Estrutura do tubo polínico. longos. produtoras de néctar.
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❑ Anemofilia ❑ Quiropterofilia
É o tipo de polinização que se É a polinização feita por mor-
realiza pelo vento. As flores são des- cegos. As flores são grandes,
providas de cálice e corola (aperian- abrem-se à noite e são perfumadas.
tadas), possuem numerosos estames,
grande quantidade de pólen seco,
pulverulento, que flutua facilmente no
ar. O estigma do gineceu é amplo e
às vezes plumoso.
Os morcegos podem se
alimentar de néctar e de
frutos, entre outros tipos de alimentação.
❑ Hidrofilia
É a polinização realizada pela
Beija-flor realizando polinização. O milho é polinizado pelo vento. água. Trata-se de um fenômeno raro.
1. PAREDE CELULÓSICA
É uma membrana que envolve e protege o
protoplasma (matéria viva da célula). É uma parede
morta, resistente à tensão e à decomposição, dotada
de certa elasticidade e permeável.
Os principais componentes desta parede são os
polissacarídeos – (C6H10O5)n –, sendo a celulose o mais
importante. Outras substâncias podem estar presentes,
como a suberina, a cutina e a lignina.
As paredes celulósicas de células vizinhas são
unidas entre si pela lamela média composta de pec-
tatos de cálcio e magnésio e formada na telófase
da divisão celular.
A parede celulósica apresenta poros, atravessados
por pontes citoplasmáticas, os plasmodesmos, que
permitem as trocas de substâncias entre as células.
2. PLASTOS OU PLASTÍDEOS
São organoides citoplasmáticos exclusivos de
vegetais. Originam-se por divisões de outros plastos pre-
existentes e são classificados em cromoplastos e Esquema de uma célula vegetal ideal vista ao microscópio
leucoplastos. eletrônico.
• Os cromoplastos são providos de pigmentos e • Os leucoplastos não possuem pigmentos e rela-
classificados em: cloroplastos, ricos em clorofilas; xan- cionam-se com o armazenamento de várias substâncias,
toplastos, quando possuem xantofilas (amarelos); eritro- entre elas o amido, principal reserva dos vegetais. Estes
plastos com carotenos (alaranjados ou vermelhos). plastos são chamados amiloplastos ou grãos de amido.
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MÓDULO 8 Fatores que Influem na Fotossíntese: Luz e Ponto de Compensação Luminoso (PCL)
A luz é uma pequena parte da ta, devemos estabelecer uma compa- e todo o CO2 produzido na respiração
energia radiante que chega à Terra. É ração entre a fotossíntese e sua res- será utilizado na fotossíntese.
a parte visível do espectro eletromag- piração em função da variação de Conclui-se que os dois fenô-
nético, que vai desde as ondas de intensidade luminosa. menos se neutralizam no cha-
rádio até os raios X e raios gama. A mado ponto de compensação
luminoso.
faixa de luz visível (espectro lumino- ❑ Definição
No entanto, quando a planta rece-
so) é de interesse especial para a fo- Ponto de compensação é uma in-
be luz acima do ponto de compensa-
tossíntese. Compreende luz de dife- tensidade luminosa, na qual a razão
ção fótico, a taxa de fotossíntese é
rentes cores: violeta, azul, verde, ama- de fotossíntese é igual à razão de
maior que a taxa de respiração, sendo
relo, alaranjado e vermelho. respiração.
Verificando-se o espectro de ab- a produção de glicose e oxigênio
Observe as reações de fotossín-
sorção da clorofila em álcool metílico, maior do que o seu consumo e, em
tese e de respiração, e note que são
observou-se que o máximo de absor- consequência, ocorre o crescimento
fenômenos opostos.
ção ocorre nas radiações azul e ver- da planta.
fotossíntese
melha e que a mínima absorção ⎯⎯→ C H O + 6H O + 6O
12H2O + 6CO2 ←⎯⎯ O ponto de compensação varia
6 12 6 2 2
ocorre nas radiações verde e amarela respiração de espécie para espécie, mas, de um
(Fig. 1). modo geral, as plantas são classifica-
Quando uma planta recebe luz no
seu ponto de compensação fótico, das em plantas de sombra (umbró-
❑ Ponto de compensação toda a glicose produzida na fotossín- fitas), quando possuem ponto de
luminoso (fótico) tese será consumida na respiração; compensação baixo, e de sol (helió-
Na determinação do ponto de assim como todo o O2 produzido na fitas), quando possuem ponto de
compensação luminoso de uma plan- fotossíntese será gasto na respiração compensação alto.
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1. INTRODUÇÃO Esta organela é constituída por série de degradações que leva à for-
uma membrana externa e outra mação de duas moléculas de ácido
Por meio da fotossíntese, que ocor- interna, ambas de constituição lipo- pirúvico. Durante a glicólise, ocorre
re no cloroplasto, as plantas sinte- proteica. A membrana interna cresce descarboxilação (saída de CO2) e de-
tizam compostos orgânicos, os para o interior da mitocôndria, for- sidrogenação (saída de hidrogênio).
quais armazenam energia. Esta ener- mando as cristas mitocondriais. Ainda nessa fase, há liberação de
gia pode ser liberada para a célula O interior da mitocôndria é ocu- energia. Grande parte dessa energia
utilizá-la em suas atividades bioló- pado por um coloide chamado ma-
gicas. O processo pelo qual as cé- é utilizada na síntese de ATP a partir
triz (estroma) mitocondrial.
lulas retiram a energia acumulada nos de ADP e fosfato (P ou Pi), fenômeno
A matriz é formada principal-
compostos orgânicos é a respira- denominado fosforilação oxida-
mente de proteínas e lipídios, e nela
ção celular. tiva.
estão os mitorribossomos. Na ma-
Os compostos energéticos utiliza- triz, encontram-se os finos cordões de
dos pela célula podem ser proteínas, Reações da Glicólise
DNA, o DNA mitocondrial.
lipídios e carboidratos. De todos os desidrogenase
A presença de DNA e ribos-
compostos, a substância mais utiliza- somos permite às mitocôndrias a C6H12O6 ⎯⎯⎯⎯→ 2CH3 – CO – COOH +
da pela célula é a glicose. Quando síntese de RNA e de proteínas.
existe uma quantidade suficiente de As mitocôndrias originam-se por + 4H+ + 4e– +
glicose, muito raramente a célula utili- divisão de outras preexistentes.
za outra substância para a respiração.
A respiração celular é dividida em 3. FASES DA Fosforilação oxidativa
dois tipos: RESPIRAÇÃO AERÓBIA
• aeróbia; ADP + P + → ATP
• anaeróbia (fermentação). A degradação dos compostos
orgânicos para a liberação de energia
2. RESPIRAÇÃO AERÓBIA ocorre em três fases: O ATP é uma substância que ar-
• Glicólise: acontece na matriz mazena grandes quantidades de
A respiração aeróbia depende energia.
citoplasmática (hialoplasma).
fundamentalmente de um organoide A glicólise é um fenômeno que
• Ciclo de Krebs: ocorre na
citoplasmático denominado mito-
matriz da mitocôndria. ocorre tanto na respiração aeróbia
côndria.
• Cadeia respiratória: reali- quanto na anaeróbia.
O número de mitocôndrias numa
za-se na crista mitocondrial. O ácido pirúvico formado sofre
célula é muito variável, entre algumas
dezenas e várias centenas. De um descarboxilacão e transforma-se no
modo geral, as células mais ativas, ❑ Glicólise ou ácido acético (H3C – COOH), com-
como a nervosa e a muscular, apre- formação de piruvato posto orgânico de dois carbonos.
sentam maior número de mitocôndrias. Nesta fase, a glicose sofre uma
descarboxilase
Ácido ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ Ácido + CO2
pirúvico acético
3-C 2-C
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❑ Ciclo de Krebs
O ácido cítrico, formado na rea-
ção do radical acetil com o ácido
oxalacético, sofre desidrogenação e
descarboxilação, originando vários
compostos intermediários, e termina
por produzir um novo ácido oxalacé-
tico. Conclui-se que o acetil que pe-
netrou na mitocôndria é totalmente
quebrado em CO2, íons H+ e elé-
trons, havendo liberação de energia
e síntese de ATP.
Os íons H+ reagem com um
composto chamado nicotinamida-
adenina-dinucleotídeo (NAD),
formando NAD . 2H+.
Os elétrons que resultam dos
íons H+, ricos em energia, serão
transportados ao longo de uma ca-
deia de substâncias localizadas nas
+
cristas da mitocôndria. É a cadeia tempo, os dois prótons do NAD . 2H , formando-se assim uma molécula de
+
respiratória, onde serão sinteti- água (H2O). O NAD . 2H volta a ser NAD e novamente se torna capaz de
zados 32 ATPs. captar novos íons H+. Na passagem de elétrons, há liberação de energia que
será utilizada na síntese de ATP (fosforilação oxidativa).
❑ Cadeia respiratória
Nas cristas mitocondriais, existem 4. RENDIMENTO ENERGÉTICO DA RESPIRAÇÃO
substâncias aceptoras de elétrons, Glicólise ⎯⎯⎯→ 2 ATP
entre elas o FAD (flavina – adenina – Ciclo de Krebs ⎯⎯⎯→ 2 ATP
dinucleotídeo) e os citocromos b, c, Cadeia Respiratória ⎯→ 32 ATP
–––––––
a, a3, proteínas que contêm ferro. Total 36 ATP
Todas essas substâncias transportam
elétrons, levando-os ao aceptor final,
5. EQUAÇÃO GERAL DA RESPIRAÇÃO AERÓBIA
que é o oxigênio. Cada oxigênio
C6H12O6 + 6H2O + 6O2 → 6 CO2 + 12H2O + 36 ATP
recebe dois elétrons e, ao mesmo
Cadeia respiratória.
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A fermentação é muito semelhan- A reação abaixo mostra o que ocorre na fermentação alcoólica (etílica)
te à glicólise, ocorrendo também a
desidrogenação e a descarboxilação,
mas nela os hidrogênios produzidos
não são fornecidos ao oxigênio, já que
nesse processo não há participação
do O2. Os hidrogênios são captados
pelos compostos orgânicos provenien-
tes da própria degradação da glicose.
A fermentação etílica é realizada A reação abaixo mostra como se dá a fermentação lática.
por fungos microscópicos do gênero
Saccharomyces, as chamadas leve-
duras, lêvedos ou fermentos biológicos.
O Saccharomyces cerevisae é uma
espécie de levedura utilizada na
fabricação da cerveja.
Os fermentos biológicos, também
Saccharomyces, são utilizados na
1. INTRODUÇÃO maior concentração (hipertônica), até volve uma pressão osmótica (P.O.).
atingir o equilíbrio, quando as duas Esta pressão depende diretamente
❑ Difusão soluções passam a apresentar a mes- da concentração da solução e re-
A difusão é um fenômeno em que ma concentração (isotônicas). presenta a pressão favorável à entra-
moléculas ou íons se movimentam de da de água na célula.
uma região para outra, seguindo o 2. OSMOSE NA Quando a célula vegetal é mergu-
gradiente de concentração. Nos ve- CÉLULA VEGETAL lhada em água destilada, a tendência
getais, todas as trocas gasosas ocor- da água é movimentar-se para o inte-
rem por difusão. A célula vegetal apresenta, ex- rior da célula, atraída pela pressão
ternamente, a parede celular ou osmótica do vacúolo (P.O. ou Si).
❑ Osmose membrana celulósica — mem- A água que penetra na célula passa
A difusão da água (solvente) brana permeável, resistente e dotada a exercer uma pressão hidrostática
através de uma membrana semiper- de certa elasticidade. Internamente a sobre a parede celular, denominada
meável chama-se osmose. ela, encontra-se a membrana plas- pressão de turgescência ou
A membrana semipermeável é mática (plasmalema) — membrana pressão de turgor (P.T.). Sujeita a
aquela que é permeável ao solvente permeável seletiva, às vezes conside- essa pressão, a parede distende-se,
(água) e impermeável aos solutos rada semipermeável. No interior da mas reage contra a distensão, exer-
(substâncias que se dissolvem na célula, existem grandes vacúolos que cendo uma pressão contrária, cha-
água). A água passa com maior velo- contêm o suco vacuolar. Este repre- mada pressão de membrana ou
cidade da solução de menor concen- senta uma solução de várias substân- resistência da membrana ce-
tração (hipotônica) para outra de cias em água. Toda solução desen- lulósica (M).
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❑ Plasmólise
Ocorre quando a célula vegetal é mergulhada
em meio hipertônico. A célula perde água e o cito-
plasma descola-se da parede celular. Quando a
célula plasmolisada é mergulhada em água
destilada ou meio hipotônico, absorve água e res-
tabelece o seu turgor. O fenômeno é conhecido por
deplasmólise.
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