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→As trocas gasosas que os organismos multicelulares estabelecem com o meio estão ligadas a
processos metabólicos como a respiração celular e a fotossíntese, o que constitui um fator
fundamental para o equilíbrio dos ecossistemas.
→Uma das adaptações das plantas aos ambientes terrestres foi a existência de revestimentos
que reduzem perdas de água para o exterior. Esses revestimentos, como a cutícula de natureza
lipídica que recobre a epiderme das folhas, dificultam também a difusão de O2 e CO2.
→Nas folhas, as trocas gasosas efetuam-se através dos estomas, estruturas da epiderme
constituídas por 2 camadas de células fotossintéticas, as células estomáticas/guarda, que
delimitam uma pequena abertura, o ostíolo. Através dos estomas que também ocorre perda
de água por transpiração (processo responsável pelo movimento da seiva bruta no xilema das
plantas).
Entrada do ião K+ para as células-guarda por transporte ativo→ aumento da pressão osmótica
→entrada de água por osmose→ turgescência das células-guarda →abertura do estoma
Saída do ião K+ das células-guarda por difusão facilitada→ diminuição da pressão osmótica
→saída de água por osmose→ plasmólise das células-guarda→ fecho dos estomas
→De entre os fatores ambientais que condicionam a abertura e fecho dos estomas salientam-
se a luz, humidade atmosférica, variação da temperatura, vento e teor em água no solo.
Nos animais invertebrados mais simples (hidra, planária), a totalidade das células
encontra-se em contacto com o meio externo ou muito próxima dele, logo as trocas
gasosas resultantes destes ocorrem por difusão direta.
Nos animais + complexos, a maior parte dos tecidos encontra-se muito afastada do
meio externo (o que dificulta a troca de gases com as células). Nestes organismos a
troca de gases ocorre através de superfícies respiratórias (tecidos especializados onde
os gases se difundem entre o meio externo e interno).
-Em alguns invertebrados (insetos), estas superfícies estão associadas a trocas diretas.
-Porém na maior parte dos animais, as trocas gasosas realizam-se com a intervenção
de um fluido circulante que transporta os gases das superfícies respiratórias até às
células, ocorrendo assim difusão indireta dos gases entre o meio externo e as células.
Nestes animais, hematose é o termo usado para designar a troca de gases que se
verifica ao nível das superfícies respiratórias entre o meio externo e o sangue,
distinguindo-se das trocas gasosas que ocorrem ao nível dos tecidos.
→Nos animais, a difusão de gases ocorre através das membranas plasmáticas das células das
superfícies respiratórias. (gases difundem-se de um meio onde a pressão parcial é mais alta
para meios onde esta é mais baixo, obedecendo ao gradiente de concentração)
→As superfícies respiratórias apesar de diferentes (pulmões ou brânquias), possuem algumas
características comuns facilitadoras da difusão como:
Pequena espessura- corresponde a uma única camada de células, o que favorece a
rápida difusão dos gases;
Grande área- permite uma elevada de difusão de gases, uma vez que o volume das
trocas é diretamente proporcional à área da superfície respiratória;
Humedecimento- que favorece a dissolução dos gases necessária à sua difusão
através das membranas celulares;
Vascularização- a extensa rede de capilares que contacta com as superfícies
respiratórias, aumenta a rapidez da difusão indireta. (esta está ausente nos insetos,
por não ocorrer nestes difusão indireta)
Traqueias (insetos)
-As traqueias são os tubos de maior diâmetro, comunicam com o exterior por orifícios
chamados espiráculos, e ramificam-se em tubos mais finos, as traquíolas, que contactam com
as células e estabelecem trocas gasosas por difusão direta.
-A difusão do 02, desde o exterior até às células, ocorre devido há diferenciação de pressão
parcial deste gás.
-Alguns insetos (gafanhotos) recorrem a processos de ventilação ativa que permitem a
movimentação de ar no sistema traqueal, fazendo-o chegar rapidamente às extremidades
onde ocorre a difusão. Este processo depende da ação de músculos que provocam a
compressão e distensão das traqueias ou dos sacos de ar.
-As trocas diretas permitem uma boa oxigenação celular, e consequentemente elevadas taxas
metabólicas. O sistema circulatório não contribui para esta eficiência, uma vez que o fluido
circulante não efetua troca de gases.
NOTA: a localização interna da traqueia e o controlo da abertura e fecho dos espiráculos,
minimizam a perda de água que ocorre a partir das superfícies respiratórias, contribuindo para
a adaptação dos animais aos ecossistemas terrestres.