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Curitiba
2018
Ficha Catalográfica elaborada pela Editora Fael.
1. Ecologia I. Título
CDD 574.5
FAEL
2. Condições e recursos | 31
Gabarito | 247
Referências | 275
Carta ao Aluno
Prezado(a) aluno(a),
Iniciaremos nossos estudos em Ecologia, uma disciplina fas-
cinante, envolvente e de grande importância para sua formação.
Compreender ecologia significa ler o mundo por meio de uma
visão integrada dos fenômenos que ocorrem no planeta Terra.
Ela se preocupa em estudar as interações dos seres vivos e seu
meio. A proposta desse livro é dar início a uma longa caminhada
de aprendizado, introduzindo-os a esse universo.
Ecologia Geral
– 6 –
1
Introdução à
Ecologia Geral
Objetivos de aprendizagem:
22 Conhecer as definições, a abrangência e os principais
fundamentos da Ecologia;
22 Conhecer o trabalho de Darwin e sua importância;
Ecologia Geral
– 8 –
Introdução à Ecologia Geral
– 9 –
Ecologia Geral
– 10 –
Introdução à Ecologia Geral
Naturalista/ Filósofo/
Ano – formação Principais contribuições
Cientista
Filósofos gregos Vários – ex.: (460 a.C) Os filósofos gregos se pre-
Hipócrates – Médico; ocupavam com aspectos
(384 a.C.) Aristóte- “ecológicos” da natureza,
les – Filósofo; (372 como, por exemplo, a des-
a.C.) Theophrastus crição de sementes, expe-
– (Naturalista); (23 rimentos de germinação,
Fonte: Shutterstock. d.C.) Plínio, o Velho polinização etc.
com/drawhunter – Naturalista
Carl von Linné (1707–1778) – Considerado o pai da
Médico e naturalista Taxonomia, criou o sis-
tema de nomenclatura
científica, que, com devi-
das atualizações, é utili-
zado até hoje.
Fonte: National
Museum/
nationalmuseum.se
– 11 –
Ecologia Geral
Naturalista/ Filósofo/
Ano – formação Principais contribuições
Cientista
Alexander von Hum- (1769–1859) – Geó- Estudou os efeitos da lati-
boldt grafo e naturalista tude, relevo e clima nas
características da fauna e
flora. Foi o primeiro a uti-
lizar o termo: “isotermas”
– para regiões com tempe-
raturas iguais. Formulou o
conceito de geobotânica.
Fonte: Shutterstock.
com/Everett Historical
Thomas Malthus (1766–1834) – Eco- Publicou um livro sobre
nomista e político as populações humanas;
se preocupava com o cres-
cimento populacional e a
escassez de alimentos. Suas
ideias contribuíram para o
surgimento da Ecologia das
Populações e da capacidade
de suporte.
Fonte: Wellcome
Images/CC BY 3.0
– 12 –
Introdução à Ecologia Geral
Naturalista/ Filósofo/
Ano – formação Principais contribuições
Cientista
Charles Robert Darwin (1809–1882) – Teoria da Seleção Natural
Médico e naturalista e Evolução – assuntos des-
critos com maiores detalhes
neste capítulo.
Fonte: Shutterstock.
com/Everett Historical
Thomas Henry Huxley (1825–1895) – Apoiou as ideias de Darwin,
Médico e naturalista estudou grupos marinhos e
contribuiu para a Teoria da
Evolução.
Fonte: CC BY 3.0
– 13 –
Ecologia Geral
Naturalista/ Filósofo/
Ano – formação Principais contribuições
Cientista
Adolf Engler (1844–1930) - Botâ- Criou um dos primeiros
nico sistemas para classifica-
ção de plantas, baseado em
morfologia vegetal. Con-
tribuiu para a taxonomia
vegetal e fitogeografia.
– 14 –
Introdução à Ecologia Geral
Naturalista/ Filósofo/
Ano – formação Principais contribuições
Cientista
Eugenius Warming (1841–1924) – Botâ- Considerado o pai da eco-
nico logia vegetal, organizou o
primeiro curso de Ecolo-
gia. Pode ser considerado
o fundador da Ecologia
moderna.
Fonte: CC BY 3.0
Fonte: archive.org
– 15 –
Ecologia Geral
Naturalista/ Filósofo/
Ano – formação Principais contribuições
Cientista
Frederic E. Clements (1874 – 1945) – Botâ- Contribuiu com a análise do
nico desenvolvimento da vege-
tação, identificou as etapas
da sucessão ecológica e
desenvolveu o conceito de
“clímax”.
Fonte: CC BY 3.0
Arthur G. Tansley (1871–1955) – Bió- Propôs o conceito de ecos-
logo, botânico e zoó- sistema como unidade
logo básica de estudo em Eco-
logia.
Fonte: CC BY 3.0
– 16 –
Introdução à Ecologia Geral
Naturalista/ Filósofo/
Ano – formação Principais contribuições
Cientista
Raymond Lindeman (1915–1942) –Ecó- Fundador da ecologia de
logo e limnólogo ecossistemas.
Fonte: cbs.umn.edu
– 17 –
Ecologia Geral
Você sabia?
– 18 –
Introdução à Ecologia Geral
1.4 Especiação
É curioso pensarmos sobre especiação. Esta palavra nos leva a alguns
questionamentos: “Como são formadas novas espécies? Qual a origem de
tanta diversidade biológica?”
A resposta para estas questões é simples: o surgimento de novas espé-
cies acontece por um processo evolutivo e ocorre de maneira gradual; para
isso, é essencial que haja um isolamento reprodutivo. Podemos classificar
quatro modos de especiação: alopátrica, simpátrica, parapátrica e peri-
pátrica. Para fins didáticos, trataremos neste livro apenas dos dois primei-
ros modos (figura 1.3).
Ocorre especiação alopátrica quando duas subpopulações de uma
mesma espécie são separadas por uma barreira geográfica ou outro fator
que não permita fluxo gênico entre elas. Assim, a especiação é induzida
por Seleção Natural, pressionando os indivíduos a uma adaptação genética
aos seus novos ambientes e estabelecendo um grau de isolamento repro-
dutivo entre eles. Um exemplo clássico desse tipo de especiação são os
tentilhões de Darwin. Estes pássaros descenderam de uma única espécie
continental que colonizou as ilhas isoladas do arquipélago de Galápagos.
Já a especiação simpátrica ocorre quando subpopulações se diferenciam
sem estarem separadas geograficamente. Um bom exemplo deste tipo de
especiação são os insetos que se alimentam de mais de uma espécie de
planta e precisam se especializar para superar as defesas vegetais.
Figura 1.3 – Representação gráfica de especiação alopátrica e simpátrica
Alopátrica Simpátrica
População original
Início da especiação
Isolamento reprodutivo
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Ecologia Geral
Alopátrica Simpátrica
Novas espécies após o
equilíbrio das áreas
Fonte: deusnagaragem.ateus.net
– 20 –
Introdução à Ecologia Geral
lianas, por exemplo, utilizam raízes adventícias que emergem dos caules
para escalar o tronco das árvores. Já as plantas que apresentam gavinhas,
estruturas especializadas em escalar, tiveram essas formações derivadas
de segmentos tais como: folhas, espículas, inflorescências, ramos e até
mesmo caules (figura 1.5).
Figura 1.5 – Gavinha, estrutura vegetal utilizada pelas plantas para escalada
– 21 –
Ecologia Geral
– 22 –
Introdução à Ecologia Geral
Bioma Macroclima
Florestas tropicais Equatorial, úmido e quente
Tropical, com chuvas de verão e
Savanas
inverno seco
Desertos Subtropical árido
Mediterrâneo, com chuvas de
Chaparral
inverno e verão seco
Florestas subtropicais Quente-temperado sempre úmido
Temperado úmido, com inverno
Florestas temperadas caducifólias
curto
Estepes – desertos com invernos
Temperado árido
frios
Florestas de coníferas - taiga Boreal
Tundras Polar
– 23 –
Ecologia Geral
Fonte: geografia.seed.pr.gov.br.
– 24 –
Introdução à Ecologia Geral
1.6.2 Savana
As savanas são biomas compostos por vegetação que varia desde um
campo herbáceo até campos com arbustos isolados e árvores esparsas.
Elas podem ser consideradas áreas de transição entre uma floresta pluvial
tropical e os desertos. As espécies vegetais apresentam adaptações capa-
zes de suportar a escassez de água no período seco, bem como a queima-
das e frequente passagem do fogo. A fauna é composta por mamíferos,
herbívoros e pastejadores, aves e muitos insetos. No Brasil, as savanas
estão representadas pelo Cerrado, que é um bioma com elevada diversi-
dade e está entre os mais ameaçados do país.
1.6.3 Deserto
Os desertos são caracterizados pela escassez de água, com chuvas
mal distribuídas e variações bruscas de temperatura ao longo de 24 horas.
As árvores não conseguem se estabelecer neste bioma, sendo a vegetação
do tipo herbácea. As plantas se utilizam de mecanismos físicos e compor-
tamentais para sobreviver a estas condições tão adversas. Muitas conse-
guem armazenar água (ex.: cactos e suculentas), outras concentram suas
atividades de crescimento e reprodução em curtos períodos, quando há
certa disponibilidade de água; folhas grossas e espinhos são comuns. Os
animais também desenvolveram adaptações à escassez de água e nutrien-
tes. Os roedores das famílias Heteromyidae e Dipodidae, por exemplo, se
alimentam de sementes secas e não necessitam de grandes quantidades de
água para sobreviver (ODUM e BARRET, 2011).
1.6.4 Chaparral
O chaparral, também conhecido como Maqui, possui uma vegetação
lenhosa arbustiva, com folhas duras, muito resistentes à seca e de cresci-
mento bem lento (BEGON et.al., 2006). É comum a presença de plantas
anuais, ou seja, aquelas que se reproduzem uma vez e morrem durante o
período chuvoso. Além disso, como o chaparral está sujeito a frequentes
queimadas, muitas plantas desenvolveram resistência à passagem do fogo.
As adaptações mais comuns são a rebrota e a quebra de dormência de
algumas sementes após uma queimada.
– 25 –
Ecologia Geral
– 26 –
Introdução à Ecologia Geral
1.6.9 Tundra
A tundra é um bioma caracterizado pelas baixas temperaturas e a
água está permanentemente congelada no solo. Por se localizar no Hemis-
fério Norte, no Círculo Polar Ártico a vegetação consiste basicamente de
plantas rasteiras e de pequeno porte, formada por gramíneas, ciperáceas,
plantas lenhosas anãs e liquens. A fauna é composta por numerosas espé-
cies de pássaros e mamíferos migratórios que visitam a região durante o
curto verão. Há muitos insetos que realizam atividades sazonais (RICK-
LEFS & RELYEA, 2014,).
Você sabia?
– 27 –
1.7 Por que as comunidades são tão
diversas no mesmo bioma?
É fácil perceber que biomas têm muitas características comuns.
Isso não se resume apenas ao mesmo tipo vegetacional, mas também às
condições climáticas, como temperatura e umidade muito semelhantes.
Sendo assim, por que as espécies que vivem nestes ambientes apresen-
tam tantas diferenças?
Um dos principais fatores é a heterogeneidade ambiental. Mesmo
regiões muito semelhantes terão diferenças sutis em suas característi-
cas. Por exemplo: em uma floresta tropical, a temperatura do solo não
será a mesma em toda sua extensão. Isso pode ocorrer por que os raios
de sol podem ser bloqueados por copas muito densas da mesma forma
que podem atravessar facilmente uma clareira no meio da floresta.
Variações na luminosidade, umidade, temperatura ou na concentração
de nutrientes são exemplos de fatores variáveis que mantêm a hetero-
geneidade do ambiente. Logo, espécies com requerimentos diferen-
tes poderão coexistir em um mesmo bioma. Além da heterogeneidade
ambiental, devemos nos lembrar que as interações entre as espécies e
a coexistência de espécies semelhantes contribuem para a manutenção
da biodiversidade.
Síntese
Neste capítulo, estudamos os conceitos básicos aplicados à Eco-
logia, à Evolução das Espécies e aos pressupostos da Seleção Natural,
que deram base à Teoria da Evolução. Vimos, de forma breve, os pro-
cessos de especiação, bem como os paralelismos e a convergência dos
aspectos evolutivos.
Pudemos perceber as semelhanças entre os ambientes no mundo e
definimos o conceito de bioma, descrevendo cada um deles, suas espécies
e características específicas. Por fim, falamos da heterogeneidade ambien-
tal e como cada bioma pode apresentar uma infinidade de espécies dife-
rentes, mesmo em um ambiente tão semelhante.
– 29 –
Ecologia Geral
Atividades
A Ecologia é uma ciência cuja complexidade foi contornada com
base em subdivisões e níveis hierárquicos. Responda:
1. Quais as diferenças das subdivisões existentes em Ecologia?
2. Quais estudos um ecólogo consegue realizar em cada nível
hierárquico?
3. Dentre tantos naturalistas/filósofos/pesquisadores, Charles
Darwin merece um destaque especial. Por quê?
4. Neste capítulo, apresentamos os biomas terrestres no planeta.
Pesquise: quais biomas fazem parte do Brasil e quais suas prin-
cipais características?
– 30 –
2
Condições e recursos
Objetivos de aprendizagem:
22 Compreender a diferença entre uma condição e um recurso;
22 Compreender o que influencia a distribuição de espécies, sua
abundância e seus requerimentos básicos;
22 Compreender o que são fatores limitantes;
22 Compreender o que é tolerância;
22 Compreender o conceito de nicho.
– 32 –
Condições e recursos
Figura 2.1 – Temperatura média anual de três cidades brasileiras: Rio Branco – AC; Belo
Horizonte – MG e Curitiba – PR
Fonte: inmet.gov.br.
– 33 –
Ecologia Geral
Condição Recurso
Temperatura Radiação solar
Umidade relativa do ar Nutrientes minerais
Umidade relativa do solo Água
pH do solo CO2
pH da água Abrigo
Espaço (territórios), parceiros
Pressão atmosférica
sexuais.
Salinidade Alimento
Fonte: elaborado pela autora.
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Condições e recursos
Reprodução (R)
Crescimento (G)
Sobrevivência (S)
R R
G G
S S
Intensidade da condição
Legenda:
As extremidades do gráfico representam condições extremas para o indivíduo,
tornando-se letal quando se aproximam do eixo x ou se afastam muito dele. Note
que a área representada por S demonstra a capacidade do indivíduo sobreviver
às condições um pouco menos severas. O ponto mais alto da curva representa
as condições ideais. Neste ponto, a sobrevivência, o crescimento e a reprodução
atingem seu máximo.
– 35 –
Ecologia Geral
2.2.1 A temperatura
A temperatura é uma das condições mais importantes da natureza
para a vida no planeta. Ela atua sobre todas as espécies, em seus diferentes
estágios de vida, limitando sua distribuição e atuando diretamente ou indi-
retamente nas condições de crescimento e reprodução e na forma como
interagem e se relacionam com outras espécies (BEGON et al., 2007;
RICKLEFS; RELYEA 2014).
A superfície da Terra sofre variações de temperatura devido à latitude,
à altitude, às diferentes épocas do ano, às variações diárias etc. (figura
2.3). A temperatura aumenta com a diminuição da latitude e diminui com
o aumento da altitude. Todas essas variações de temperatura na superfície
da Terra influenciam na distribuição de animais e plantas, interferindo na
riqueza e abundância destas espécies. Por exemplo: algumas espécies de
plantas só sobrevivem a temperaturas acima de 20 oC, ao passo que outras
conseguem suportar temperaturas muito baixas. Seria correto dizer que
essas plantas conseguem sobreviver a condições extremas? Pode parecer
fácil definir uma condição extrema, pois logo pensamos em lugares muito
– 36 –
Condições e recursos
ºC
-25 10 45
Fonte: climatehotmap.org.
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Ecologia Geral
Escala de pH
Soluções Neutras
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Fonte: mcientifica.com.br.
– 38 –
Condições e recursos
Você sabia?
2.2.3 Umidade do ar
A umidade do ar é uma condição importante na vida dos organis-
mos terrestres e está muito relacionada às variações de temperatura.
Na verdade, dificilmente conseguiremos perceber os efeitos de uma e
de outra, separadamente. Estas variáveis estão correlacionadas positi-
vamente. Isso significa que quanto maior for a temperatura, maior será
a taxa de evaporação e maior será a umidade do ar. De acordo com
Begon e colaboradores (2007), a umidade relativa do ar tem grande
importância na determinação de taxas de perda de água na vida de
organismos terrestres.
Há outros fatores que exercem influência na variação de umidade.
Em regiões montanhosas, por exemplo, o ar esfria à medida que sobe,
diminuindo a temperatura. Quando a massa de ar atravessa a montanha,
se torna mais quente e absorve mais umidade, causando dessecação e uma
chuva bastante característica, chamada de chuva orográfica.
Você sabia?
– 39 –
Ecologia Geral
2.2.5 Salinidade
A salinidade é uma condição que limita a distribuição dos organis-
mos. O excesso de sais no solo e na água pode prejudicar a absorção de
água pelas plantas. Podemos definir a salinização como um processo que
conduz ao aumento de sais solúveis (íons Na+, Ca+ Mg+, K+) no solo, pro-
vocando mudanças das características do meio e causando prejuízos aos
organismos. Há, entretanto, alguns organismos adaptados a esta condição.
As halófitas, definidas como plantas superiores, com capacidade de sobre-
vivência ao excesso de sal, por exemplo, acumulam eletrólitos em seus
vacúolos para auxiliar na manutenção de baixas concentrações de sal em
suas organelas e citoplasma, evitando, assim, sua morte (ROBINSON et
al., 1983).
Regiões áridas estão mais sujeitas ao processo de salinização.
Entretanto, o uso inapropriado do solo ou a sua má adaptação à agri-
cultura tem provocado este efeito em outras regiões. Além disso, o uso
intensivo de fertilizantes e o uso de calagem contribuem ainda mais para
acelerar este processo.
Nos ecossistemas aquáticos, a salinidade influencia na distribuição e
abundância dos organismos, principalmente em estuários e manguezais,
onde existe um gradiente bem definido entre os habitats de água doce
– 40 –
Condições e recursos
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Ecologia Geral
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Condições e recursos
– 43 –
Ecologia Geral
Você sabia?
– 44 –
Condições e recursos
B Cu
Cu - Produção de sementes e estruturas celulares
Fe Mn Mn - Produção de cloroplasto
Mo
Mo - Produção de aminoácidos
Zn
Cl - Processo de fotossíntese
Ni
Cl
Ni - Metaboliza Nitrogênio
Zn - Síntese de enzimas
Fe - Auxilia enzimas
B - Transporte de glicose e divisão celular
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Ecologia Geral
Fonte: phytusclub.com.
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Condições e recursos
Você sabia?
Você sabia?
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Ecologia Geral
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Condições e recursos
– 49 –
Ecologia Geral
para uma espécie e não para outras. Portanto, podemos definir fator limi-
tante como aquilo que está disponível em menor quantidade e afeta direta
ou indiretamente o desenvolvimento das espécies.
Sabemos que as condições nem sempre serão ótimas e os recursos
nem sempre serão abundantes, então as espécies tendem a se ajustar ao
meio, sendo tolerantes ou não às novas condições. Os limites de tolerância
são definidos pela capacidade de cada espécie sobreviver (figura 2.14).
Figura 2.14 – Representação gráfica da Lei de Tolerância
Amplitude de Tolerância
intolerância intolerância
– 50 –
Condições e recursos
– 51 –
Ecologia Geral
Umidade
Espaço Ecológico
Temperatura
r
ado
ed
Pr
Síntese
É certo que todas as condições e recursos influenciarão os organismos
em maior ou menor grau. O que diferencia uma condição de um recurso
é o fato de que normalmente a primeira não é consumida ou esgotada
por atividades dos organismos. Já um recurso é tudo aquilo que pode ser
consumido. Ao longo do texto, descrevemos as seguintes condições: tem-
peratura, umidade, pH do solo e da água, pressão atmosférica e salinidade.
Também descrevemos os seguintes recursos: radiação solar (luminosi-
dade), nutrientes minerais, dióxido de carbono e água. Entendemos que
estes são os principais fatores que afetam a distribuição e a abundância
dos seres vivos ao redor do planeta.
Atividades
1. Pensando no mundo como o conhecemos hoje, nos biomas e na
distribuição de espécies, responda:
Como seria o nosso mundo se a temperatura global sofresse um
aumento médio de apenas 2 °C? O que aconteceria na região
onde você mora? Pesquise e reflita sobre isso.
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Condições e recursos
– 53 –
Ecologia Geral
– 54 –
3
Introdução à ecologia
de populações
Objetivos de aprendizagem:
22 compreender o estudo das populações;
22 compreender a metodologia de coleta e a estrutura
populacional das espécies;
22 compreender a história de vida dos indivíduos e suas
aplicações ecológicas;
22 aprender a interpretar uma tabela de vida simples;
22 reconhecer a importância de uma tabela de vida no
estudo da ecologia de populações;
22 compreender os termos sobrevivência, fecundidade e
taxa intrínseca de crescimento.
Ecologia Geral
– 56 –
Introdução à ecologia de populações
– 57 –
Ecologia Geral
Onde:
D = Densidade
N = Número de indivíduos
A = Área/Volume
Nos ambientes terrestres, por exemplo, a área pode ser expressa em
quilômetros quadrados (km²), metros quadrados (m²), centímetros quadra-
dos (cm²); já nos ambientes aquáticos, a área é representada pelo volume
em metros cúbicos (m³), centímetros cúbicos (cm³), decímetro cúbico
(dm³) e assim por diante. Essa metodologia é muito utilizada em censos
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para estimar o
tamanho da população humana em uma região.
Realizar um censo é muito trabalhoso, pois corresponde à contagem
de todos os indivíduos de determinada população ou área. Por questões
de limitações de tempo, dinheiro e até mesmo ausência de um ajudante de
campo, podemos dedicar nossos estudos a apenas uma parte da popula-
ção. Nesse caso, para facilitar a coleta de dados, é possível obter amostra-
gens. Normalmente dividimos uma área em parcelas (porções menores),
traçamos transectos ou utilizamos a metodologia de captura e recaptura.
As parcelas são partes menores e geralmente padronizadas de uma
área amostral (figura 3.1). Ao utilizar essa metodologia, é importante ter
coerência ao determinar como a área será subdividida. Por exemplo, par-
celas de 1 m² a 2 m² são suficientes para estudar populações de gramíneas,
mas são muito pequenas para estudar espécies arbóreas de uma floresta,
para as quais é recomendável analisar parcelas de 10 m² (CULLEN JR.;
RUDRAN; VALLADARES-PADUA, 2003); muitos pesquisadores afir-
mam que é melhor um número grande de parcelas.
– 58 –
Introdução à ecologia de populações
– 59 –
Ecologia Geral
Onde:
N = tamanho populacional
M = número de indivíduos marcados na primeira amostragem
C = Número de indivíduos capturados na segunda amostragem
R = Numero de indivíduos com marcas na segunda amostragem
Figura 3.2 – Marcação de aves com colocação de anilha
– 60 –
Introdução à ecologia de populações
O ciclo de vida das espécies pode ser muito variável e para estudá-
-lo necessitamos compreender as sequências de eventos que o compõem.
Isso significa obter informações sobre nascimentos, estágios de desenvol-
vimento, períodos reprodutivos e morte (BEGON; TOWNSEND; HAR-
PER, 2007). Vale lembrar que os ciclos de vida de muitas espécies são
complexos e em alguns animais envolvem uma fase larval.
Para determinar a idade dos indivíduos é preciso ter conhecimento
sobre seu nascimento; e quando não é possível acompanhar esses nasci-
mentos podemos separar os indivíduos em classes de tamanho. As espé-
cies podem apresentar diferentes frequências de distribuição devido ao
habitat em que se encontram ou ao longo do tempo. Esse tipo de análise
permite avaliar a estrutura de populações, contribuindo para um maior
entendimento da ecologia de espécies e gerando subsídios para o manejo.
Vejamos a tabela 3.1, com uma amostragem fictícia:
– 61 –
Ecologia Geral
Diâmetro do caule na
Indivíduo Altura (cm)
altura do peito (cm)
Arbusto 1 200 5
Arbusto 2 250 5,2
Arbusto 3 100 1,5
Arbusto 4 120 1,1
Arbusto 5 400 7
Arbusto 6 479 7,8
Arbusto 7 50 0,5
Arbusto 8 90 0,8
Arbusto 9 140 1,2
Arbusto 10 236 2,4
Arbusto 11 339 3
Arbusto 12 196 2
Arbusto 13 204 2,3
Arbusto 14 353 6
Arbusto 15 543 8
Arbusto 16 284 2,2
Arbusto 17 370 3,1
Arbusto 18 322 2,9
Arbusto 19 68 0,3
Arbusto 20 210 1,1
Fonte: elaborada pela autora.
– 62 –
Introdução à ecologia de populações
Divisão das
classes de Número de
Classes Proporção (%)
tamanho – indivíduos
altura (cm)
1 > 51 1 5
2 51 a 150 5 25
3 151 a 250 6 30
4 251 a 350 3 15
5 351 a 450 3 15
6 > 451 2 10
Fonte: elaborada pela autora.
classes criadas 6
Número de indivíduos
e do número de 5
indivíduos amos-
4
trados. Normal-
mente, as popula- 3
ções estruturadas 2
apresentam um
1
gráfico padrão
de J-invertido 0
> 51 51 a 150 151 a 250 251 a 350 351 a 450 > 451
(figura 3.5), indi-
cando maior Classes de tamanho (altura)
r e c r u t a m e n t o Fonte: elaborada pela autora.
– 63 –
Ecologia Geral
300
Número de indivíduos
250
200
150
100
50
0
> 51 51 a 150 151 a 250 251 a 350 351 a 450 > 451
– 64 –
Introdução à ecologia de populações
Figura 3.6 – Correlação entre o diâmetro e a altura dos arbustos fictícios da Fael
Diâmetro (cm) 8
0
0 5 10 15 20 25
Altura (m)
Altura (m) Diâmetro do caule na altura do peito (cm)
– 65 –
Ecologia Geral
Você sabia?
– 66 –
Introdução à ecologia de populações
– 67 –
Ecologia Geral
x (dias) ax lx dx qx Fx mx lxmx
– 68 –
Introdução à ecologia de populações
– 69 –
Ecologia Geral
– 70 –
Introdução à ecologia de populações
Você sabia?
Onde:
ln = logarítimo natural
R0 = lxmx
t = tempo
– 71 –
Ecologia Geral
Tipo I
Sobrevivência
Tipo II
Idade
– 72 –
Introdução à ecologia de populações
– 73 –
Ecologia Geral
Você sabia?
Estratégia r Estratégia K
Prole numerosa Prole reduzida
Filhotes pequenos Filhotes maiores
Mais comum onde não há competição Se há competição intensa, será favo-
entre jovens e pouco importa o tama- recido quem deixar filhotes mais bem
nho dos indivíduos providos de energia pelos pais
Síntese
A ecologia de populações é um ramo da ecologia que procura com-
preender os padrões populacionais e as variações (dinâmica populacional)
de uma espécie que ocorrem ao longo do tempo. Populações são grupos de
seres vivos, todos da mesma espécie, que vivem juntos e se reproduzem.
Um dos frequentes problemas é o limite de uma população. Para
algumas espécies, o limite é facilmente identificado, mas não é fácil para
outras. Dentre os parâmetros populacionais, quantificar a natalidade e a
– 74 –
Introdução à ecologia de populações
Atividades
Suponha que você foi convidado a participar de uma expedição na
Amazônia para fazer o levantamento populacional da palmeira comestível
Euterpe edulis (Içara), uma espécie muito comum na região e que apre-
senta folhagem em formato de estrela. Profissionais locais produzem o
– 75 –
Ecologia Geral
palmito dessa palmeira quando atinge uma altura entre 200 cm a 300 cm e
a coleta é feita de maneira intensiva na região que será amostrada.
Antes do trabalho, você precisa decidir qual metodologia utilizará:
parcelas ou transectos.
Você mediu a altura e o diâmetro das árvores na altura do peito e os
resultados obtidos estão na tabela a seguir (dados fictícios apenas para a
realização da atividade):
– 76 –
Introdução à ecologia de populações
– 77 –
4
Dinâmica das
Populações
Objetivos de aprendizagem:
22 Compreender os princípios básicos do estudo da dinâmica
das populações;
22 Compreender o papel da densidade e da capacidade de suporte;
22 Compreender os princípios básicos dos modelos exponencial e
logístico, aplicáveis ao crescimento populacional;
22 Compreender a expressão “dispersão de organismos” e suas
implicações ecológicas;
22 Compreender a dinâmica das metapopulações e seus fundamentos.
– 80 –
Dinâmica das Populações
Ou ainda
N t+1 =N t + B - D+E - I
Em que:
N t+1 = tamanho da população no futuro;
N t = tamanho da população no momento atual;
B = nascimentos (do inglês, Birth);
D =mortes (do inglês, Death);
E = emigração;
I = imigração.
O aumento ou a diminuição do tamanho populacional pode ser esti-
mado por taxas de natalidade, mortalidade, emigração e imigração.
A taxa de natalidade descreve a velocidade com que os indivíduos
nascem e são adicionados à população por meio de eventos reprodutivos,
dependendo do potencial biótico da população (ex.: número de ovos e
tamanho de prole).
A taxa de imigração descreve a velocidade com que indivíduos pro-
venientes de outras populações migram para uma população existente.
A taxa de mortalidade é a velocidade com que os indivíduos morrem
e são eliminados da população, sendo dependente de fatores como a pre-
dação, o parasitismo, as doenças, entre outros.
Já a taxa de emigração é a velocidade com que indivíduos deixam
uma população e dirigem-se para outras áreas, podendo ou não integrar-se
a outra população.
Você sabia?
– 81 –
Ecologia Geral
– 82 –
Dinâmica das Populações
– 83 –
Ecologia Geral
final do primeiro ano, nossa população aumentou para 250 indivíduos (N1
= 250). No segundo ano, a população era de 320 indivíduos (N2 = 320). A
representação de N t+1 é usada para indicar por quanto tempo acompanha-
mos a população. O tempo t, neste estudo, foi medido em anos (0, 1, 2 e
assim por diante), mas poderíamos medir o tempo t a cada década, a cada
dois anos, meses, dias ou até mesmo horas, dependendo da espécie que
estivéssemos estudando. A baleia-da-Groenlândia (Balaena mysticetus),
por exemplo, pode viver mais de 200 anos; algumas espécies de pinheiros
podem viver mais de 4.600 anos, tendo o mesmo tempo de vida estimado
para as tartarugas marinhas, e, em casos como esses, precisamos adequar
o tempo t à avalição dos parâmetros populacionais.
Atenção:
A expressão Nt é usada para representar o tamanho da popu-
lação, em que t = 0 significa o ponto de partida, N t+1 será a
expressão para representar o tamanho populacional no futuro,
ou seja, no tempo t acrescido de mais um período de tempo.
O crescimento exponencial pode ser medido também por meio da
equação:
dN / dt = rN
Em que:
dN = mudança no tamanho da população;
dt = intervalo de tempo;
r = taxa de crescimento, que podemos representar matematicamente
dN æ 1 ö
por r = r = ç ÷ . (figura 4.2)
dt è N ø
– 84 –
Dinâmica das Populações
N (tamanho da população)
Tempo t
– 85 –
Ecologia Geral
200
Tamanho da População (N)
150
100
50
0
0 1 2 3 4 5 6 7
Tempo (t)
– 86 –
Dinâmica das Populações
16.000
14.000 λ = 1,2
12.000
10.000
8.000
6.000
4.000
2.000
0
0 2 4 6 8 10 12
Tempo (t)
– 87 –
Ecologia Geral
Você sabia?
– 88 –
Dinâmica das Populações
– 89 –
Ecologia Geral
0 N
Legenda:
K - capacidade suporte do ambiente
N - número de indivíduos da população
S - curva de crescimento
Você sabia?
– 90 –
Dinâmica das Populações
– 91 –
Ecologia Geral
-6 -4 -2 0 2 4 6
Distância (m)
– 92 –
Dinâmica das Populações
– 93 –
Ecologia Geral
Você sabia?
O que favorece a agregação de indivíduos?
– 94 –
Dinâmica das Populações
4.5 Metapopulações
Sabemos que a dispersão pode influenciar a imigração e a emigra-
ção, mas seu papel neste processo está intimamente relacionado à maneira
como definimos uma população.
Quando consideramos o conceito mais simples, ou seja, lidamos com
um conjunto de indivíduos de uma mesma espécie vivendo em uma área
geográfica (populações contínuas), percebemos que a dispersão afetará
positivamente o tamanho populacional, com a chegada de novos integran-
tes (imigração); ou negativamente, com a saída de organismos (emigra-
ção). Mas, e se a população estudada for uma metapopulação?
Metapopulação é uma população de populações (HANSKI & GIL-
PIN, 1991). A viabilidade destas populações é mantida pela dispersão de
indivíduos entre fragmentos, que, interconectadas, funcionam como uma
unidade demográfica. Richard Lewis, em 1969, criou um modelo simples
de dinâmica de metapopulações, muito utilizado nos dias de hoje. Neste
modelo podemos encontrar subpopulações instáveis e sua persistência se
deve a extinções e recolonizações aleatórias. Essas subpopulações man-
têm uma dinâmica assíncrona, ou seja, à medida que uma é extinta, ou
mesmo diminui, existem outras que prosperam e aumentam de tamanho,
gerando indivíduos com potencial para dispersão e propensos a recoloni-
zar fragmentos de habitat desabitados ou pouco povoados.
Na figura 4.9, os fragmentos escuros representam manchas ocupadas
(colonizadas), ao passo que as brancas não abrigam nenhum indivíduo. As
setas indicam movimentação de indivíduos entre as manchas de habitat
ou fragmentos.
O modelo de dinâmica de metapopulações de Lewis está repre-
sentado na letra a. Note que há fluxo de indivíduos entre as populações
(representado pelas setas) e, neste caso, trata-se de uma metapopulação.
A letra b representa um modelo de metapopulação que leva em considera-
ção o tamanho da área em que as populações se encontram. A área maior
serve de fonte de propágulos para as demais manchas e é chamada de
continente, pois abriga maior número de indivíduos (populações maiores)
e também é uma metapopulação. Este modelo foi proposto com base na
teoria de biogeografia de ilhas, proposta por MacArthur e Wilson (1967).
Esta teoria será oportunamente explicada no capítulo 10 deste livro.
– 95 –
Ecologia Geral
a b c
e
a) metapopulação clássica (Levins)
b) continente-ilha
c) população em habitat fragmentada
d) população isoladas
e) continente-ilha em habitat fragmentado e com pops, isoladas
Legenda:
Círculos pretos = representam as manchas de habitat ocupadas/coloniza-
das pela espécie.
Círculos brancos = representam as manchas de habitat desocupadas e que
eventualmente poderão ser colonizadas.
Linhas contínuas = indicam o movimento de dispersão dos organismos.
Linhas pontilhadas = são o limite das populações.
Fonte: Hanski (1998).
– 96 –
Dinâmica das Populações
Você sabia?
– 97 –
Ecologia Geral
– 98 –
Dinâmica das Populações
Síntese
As taxas de natalidade, mortalidade, imigração e emigração podem
regular o crescimento populacional. Neste capítulo, vimos as expressões
matemáticas que podem ser usadas para calcular o crescimento de uma
população no futuro, considerando estas taxas. Contando os indivíduos
que nascem e chegam e subtraindo os que saem e morrem, conseguimos
estimar o tamanho da população.
Conhecemos os principais modelos de crescimento populacional pro-
postos por matemáticos e naturalistas, suas diferenças e aplicações e o
quanto têm sido úteis para os estudos nesta área. O modelo exponencial
considera que as populações podem crescer indefinidamente e que não há
limitação de recursos ou influência da densidade. Já o modelo logístico
representa melhor o que ocorre na natureza; é mais realista, pois incorpora
a competição em sua estrutura. Neste modelo, o crescimento é limitado
pela densidade de organismos e disponibilidade de recursos.
Estudamos também os conceitos de dispersão e migração e vimos
como a dispersão de organismos pode afetar a dinâmica populacional por
meio das taxas de imigração e emigração.
Por fim, vimos um novo conceito, o de metapopulações, que na prá-
tica são populações de populações que estão subdivididas em um espaço
geográfico, mas com fluxo de indivíduos entre elas. Tal conceito é muito
importante e utilizado nos dias de hoje para fins conservacionistas e de
preservação da fauna e flora.
Atividades
1. Leia atentamente os trechos do artigo A tal sustentabilidade, de
autoria do pesquisador e biólogo Fernando Fernandez, publi-
cado no site do Jornal O Eco, em março de 2008. (Recomendo
categoricamente a leitura completa do artigo).
– 99 –
Ecologia Geral
A tal da sustentabilidade
– 100 –
Dinâmica das Populações
Após a leitura do texto, responda:
a) O estudo de populações foi importante para determinar se a
exploração dos recursos naturais tem sido sustentável. Retire do
texto o exemplo de estudo populacional.
b) Comente a utilidade dos estudos populacionais para a manuten-
ção das espécies, no futuro.
c) Pensando em sua região, dê exemplos de populações em que
este tipo de estudo seria útil para determinar se há sustenta-
bilidade nas ações de extração ou há comercialização de um
recurso natural.
2. Descreva as principais diferenças entre os modelos de cresci-
mento exponencial e logístico.
3. Podemos dizer que a migração é um tipo de dispersão? Quais
são os tipos de dispersão de organismos? Complemente sua res-
posta com exemplos.
4. Defina população e metapopulação e faça um desenho
esquemático representando cada uma delas.
– 101 –
5
Interações ecológicas
5.1 Introdução
Todos os organismos mantêm algum tipo de relação (intera-
ção) quando convivem uns com os outros. Isso acontece porque
cada espécie que habita este planeta necessita obter matéria e
energia para se manter viva e, para isso, se relaciona com outras
espécies. As interações ecológicas podem ser positivas, gerando
algum benefício para ambos os envolvidos; negativas, quando
geram prejuízos; ou até mesmo neutras, quando um não interfere
na vida do outro. Por este motivo, as interações ecológicas são
um tema de estudo muito interessante da Ecologia.
Ecologia Geral
Objetivos de aprendizagem:
22 Compreender a classificação das interações ecológicas harmôni-
cas e desarmônicas;
22 Compreender as interações ecológicas intraespecíficas e inte-
respecíficas;
22 Saber identificar benefícios e prejuízos, quando existem;
22 Saber descrever as interações ecológicas;
22 Saber reconhecer e exemplificar as interações ecológicas.
– 104 –
Interações ecológicas
Fonte: defensoresdanatureza.com.br.
– 105 –
Ecologia Geral
Figura 5.3 – Formiga do gênero Atta, popularmente conhecida como formiga cortadeira
Fonte: diariodebiologia.com.
Harmônicas Desarmônicas
Colônia (+)
Competição (-)
Intraespecíficas Sociedade (+)
Canibalismo (-)
Agregações (+)
– 106 –
Interações ecológicas
Harmônicas Desarmônicas
Mutualismo/Simbiose/
Parasitismo (+ -)
Protocooperação (+ +)
Predatismo (+ -)
Comensalismo (+ 0)
Competição (- -)
Interespecíficas Inquilinismo (+ 0) Amensalismo (+ -)
Epifitismo (+ 0)
Esclavagismo/ Sinfilia (+ -)
Foresia (+ 0)
Neutralismo = quando uma espécie não afeta outra
nem é afetada por ela.
Fonte: Elaborado pela autora.
Legenda:
(+) interação positivas
(-) interação negativas
(0) = interação neutra
Os ecólogos têm descrito as interações entre os indivíduos por meio
de símbolos. Quando o símbolo “+” aparece em uma combinação, por
exemplo, (+, -) significa que aquela interação é positiva para a primeira
espécie e negativa para outra. Podemos fazer uma leitura semelhante
quando os símbolos são invertidos (-,+), mas devemos lembrar que, para a
primeira espécie a interação será negativa, e para a outra, positiva. Final-
mente, usamos o símbolo “0” para descrever uma interação neutra, assim
sabemos que aquele indivíduo não ganha nem perde nada (quadro 5.2).
Quadro 5.2 – Esquema dos tipos de interações ecológicas entre as espécies
Espécie
Tipo de interação O que acontece?
1 2
Mutualismo (Obriga- + + Nestas interações, as duas espécies
tório ou Facultativo) / são favorecidas.
Simbiose /
Protocooperação
– 107 –
Ecologia Geral
Espécie
Tipo de interação O que acontece?
1 2
Facilitação / + 0 Nestas interações, a espécie 1 é
Comensalismo / favorecida e a espécie 2 não é afe-
Inquilinismo / tada; isto é, a 2 não se beneficia nem
Epifitismo / é prejudicada.
Foresia
Predatismo / + - Nesta interação, a espécie 1 é favo-
Herbivoria / recida e a 2 é prejudicada. Isso signi-
Parasitismo / fica que a espécie 1 explora ou mata
Parasitoidismo a espécie 2.
Amensalismo / - 0 Nestas interações, a espécie 1 é ini-
Esclavagismo / bida ou prejudicada pela espécie 2,
Sinfilia que não recebe nenhum benefício ou
é prejudicada.
Competição - - Nesta interação, as espécies 1 e 2 são
prejudicadas ou inibidas.
Neutralismo 0 0 Nesta interação, as espécies 1 e 2
não são afetadas.
Fonte: Ricklefs; Relyea (2014) (modificado).
Até aqui, apresentamos uma visão geral dos principais tipos de inte-
rações encontradas na natureza. Nos tópicos posteriores, apresentaremos
detalhes e exemplos destas interações.
– 108 –
Interações ecológicas
5.3.1 Colônias
As colônias são associações de indivíduos da mesma espécie que
estão ligados fisicamente, formando uma unidade estrutural e funcio-
nal. Os recifes de corais, formados por milhões de pequenos animais que
secretam um esqueleto rígido de forte proteção, são exemplos deste tipo
de interação (figura 5.4). A formação de colônias é vantajosa para todos
os indivíduos, pois eles interagem e cooperam uns com os outros, sendo
totalmente dependentes. Essa associação tem como objetivo aumentar as
chances de sobrevivência do grupo. Na maioria das colônias é possível
observar divisão de tarefas, sendo comum a ocorrência de indivíduos
especializados na realização de determinadas funções. Os graus de divi-
são de tarefas entre seus componentes e os níveis de complexidade das
colônias são muito variáveis (AMABIS, 2015).
Figura 5.4 – Recifes de corais
Fonte: Shutterstock.com/franck1508.
– 109 –
Ecologia Geral
Fonte: Shutterstock.com/Lebendkulturen.de.
Figura 5.6 – Colônia heteromorfa: caravela-portuguesa
Já as colônias heteromor-
fas são formadas por indivíduos
que possuem morfologias bem
distintas. Eles também podem
desempenhar funções dife-
renciadas. Um exemplo deste
tipo de formação é a caravela-
-portuguesa (Physalia physa-
lis), constituída por organis-
mos geneticamente idênticos
que desempenham funções
altamente especializadas. Essa
colônia aparenta ser uma única
espécie e, por este motivo, mui-
tas vezes é tratada como tal
(figura 5.6). Seus indivíduos
podem desempenhar funções
como flutuação, captura de ali-
mentos e também defesa. Os
indivíduos responsáveis pela
flutuação possuem uma bolsa
de gás. Os que desempenham Fonte: NOAA/OER/CC BY 3.0.
– 110 –
Interações ecológicas
5.3.2 Sociedades
As sociedades também são grandes associações cooperativas entre
indivíduos, mas, diferentemente das colônias, seus indivíduos não são
unidos fisicamente, e sim desenvolveram o comportamento gregário, ou
seja, estão dispostos a viver juntos (BEGON et al., 2007). Os animais que
mantêm este tipo de interação são as formigas, as abelhas, os cupins, o
lobo e o homem (figura 5.7).
Nas sociedades pode haver hierarquia, divisão de trabalho e sistema
de castas (estratificação social ou um sistema de organização social). A
morfologia de seus indivíduos também pode ser diferenciada de acordo
com o trabalho que desempenham nessas associações.
Figura 5.7 – Diferenças morfológicas em cupins
Legenda:
1 – Macho alado no período reprodutivo.
– 111 –
Ecologia Geral
2 – Soldado.
3 – Operário.
Fonte: mundoeducação.com.br.
Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br.
5.3.3 Agregações
As agregações são agrupamentos esporádicos de indivíduos da
mesma espécie que ocorrem em função de determinado estímulo, como,
por exemplo, liberação de ferormônio. As agregações diferem das colô-
nias e sociedades porque não envolvem divisão de trabalho ou sistema
de castas. Além disso, são formações associadas a um comportamento
temporário, por este motivo são mais raras na natureza. Normalmente,
as agregações estão associadas a padrões de comportamento (RICK-
– 112 –
Interações ecológicas
Você sabia?
– 113 –
Ecologia Geral
– 114 –
Interações ecológicas
Fonte: Pixabay.com/allanlau2000.
5.4.2 Canibalismo
Chama-se canibalismo a relação em que um ser mata outro, da mesma
espécie, para se alimentar; pode ocorrer devido à superpopulação. Algu-
mas aranhas fêmeas, por exemplo, devoram os machos depois da cópula.
Isso geralmente acontece após a fecundação, para reposição de energia
por parte da fêmea. É o caso da viúva-negra. Apesar de o macho morrer
acidentalmente, ela se aproveita de seu cadáver para repor suas energias.
– 115 –
Ecologia Geral
5.5.1 Mutualismo
Podemos definir mutualismo como sendo a interação entre duas espé-
cies em que ambas são beneficiadas (figura 5.14). Nesta definição pode-
mos incluir a simbiose e a protocooperação. A simbiose pode ser chamada
de mutualismo obrigatório, uma vez que esta interação é obrigatória e
a sobrevivência das espécies envolvidas depende desta associação. Um
exemplo de simbiose são os liquens (algas + fungos).
– 116 –
Interações ecológicas
– 117 –
Ecologia Geral
– 118 –
Interações ecológicas
– 119 –
Ecologia Geral
Fonte: sobiologia.com.br.
5.6.1 Parasitismo
O parasitismo ocorre quando uma espécie se alimenta da substân-
cia existente no corpo de um indivíduo de outra espécie. Estes organis-
mos vivem em associação com seus hospedeiros, dos quais retiram seus
meios para sobreviver e se reproduzir. De acordo com Ricklefes (1993),
os parasitos são normalmente muito menores que suas presas, os hospe-
– 120 –
Interações ecológicas
5.6.2 Amensalismo
O amensalismo ocorre
quando morre uma ou mais
espécies em razão de outra.
Um exemplo desse tipo de
Fonte: Fabiana Alves Mourão.
interação é a alelopatia em
plantas (ODUM; BARRET, 2011). Nessa relação ecológica, os indi-
– 121 –
Ecologia Geral
Fonte: prezi.com.
– 122 –
Interações ecológicas
Síntese
Neste capítulo, falamos das interações ecológicas, abordando separa-
damente as interações intra e interespecíficas, bem como as harmônicas e
– 123 –
Ecologia Geral
Da teoria à prática
1. Escolha três interações ecológicas e responda:
a) Essas interações são harmônicas ou desarmônicas? Por quê?
b) Elas são interespecíficas ou intraespecíficas? Por quê?
c) Que benefícios ou prejuízos as espécies envolvidas podem ter?
d) Dê exemplos de cada interação escolhida.
2. Leia atentamente o texto publicado no site do Ibama sobre o
desaparecimento das abelhas:
– 124 –
Interações ecológicas
Avaliação ambiental
Consulta pública
– 125 –
Ecologia Geral
02/01/2018.
As abelhas são muito importantes para a manutenção dos servi-
ços ecossistêmicos. Com base no texto e em seus conhecimen-
tos, responda:
a) Que tipo de interação as abelhas mantêm com diversas espécies
de plantas? Descreva os benefícios que cada espécie envolvida
recebe ao manter esta interação.
b) Pesquise e comente sobre o uso indiscriminado de agrotóxicos,
seus prejuízos para a manutenção dos serviços ecossistêmicos
e de que maneira podemos combater pragas na agricultura sem
exaurir estes serviços.
3. Pesquise sobre alelopatia e responda:
a) O que é alelopatia?
b) Quais são seus efeitos sobre outras espécies?
4. É muito comum encontrar ervas-de-passarinho parasitando
árvores, tanto no ambiente urbano quanto rural. Pesquise:
a) Como ocorre o parasitismo em plantas?
b) Quais são os efeitos provocados por plantas parasitas em seus
hospedeiros?
c) Que prejuízos as ervas-de-passarinho podem trazer para a
agricultura?
– 126 –
6
Interações Ecológicas:
Competição e
Predação
Fonte: Shutterstock.com/zhenya.
– 128 –
Interações Ecológicas: Competição e Predação
Fonte: hipernoticias.com.br.
– 129 –
Ecologia Geral
– 130 –
Interações Ecológicas: Competição e Predação
Species Species
J K
Niche
Breadth Niche
overlap
Dimensão do nicho
– 131 –
Ecologia Geral
Legenda: A distância entre os nichos serve de parâmetro para afirmarmos que é possível
que estas duas espécies coexistam no ambiente. A área cinza do gráfico (Niche overlap) é
a sobreposição de nichos (normalmente associada à competição, quando os recursos são
limitantes), ou seja, representa o quanto as espécies J e K utilizam o recurso de maneira
semelhante. Note a largura do nicho de cada espécie (Niche breadth), em que a maior área
não se sobrepõe.
– 132 –
Interações Ecológicas: Competição e Predação
Você sabia?
– 133 –
Ecologia Geral
Fonte: www.dw.com.
– 134 –
Interações Ecológicas: Competição e Predação
– 135 –
Ecologia Geral
6.3 Predação
Assim como a competição interespecífica, a predação também afeta
a abundância e a distribuição das espécies em uma comunidade. Contudo,
determinar como isso ocorre e quais são seus efeitos não é uma tarefa
muito simples, pois devemos considerar os vários tipos de predadores.
Chamamos de predadores verdadeiros aqueles que, ao atacar sua
presa, matam-na e a eliminam daquela comunidade (figura 6.10). Esses
predadores consomem muitas presas ao longo da vida. Exemplos de pre-
dadores verdadeiros são os carnívoros, os granívoros e as baleias consu-
midoras de plâncton (BEGON et al., 2007).
Figura 6.10 – Leões se alimentando de um búfalo na savana africana
– 136 –
Interações Ecológicas: Competição e Predação
– 137 –
Ecologia Geral
Fonte: viraldiario.com.
Legenda: a vespa da espécie Tetrastichus julis bota seus ovos no besouro da espé-
cie Oulema melanopus, os ovos eclodem e se transformam em larvas. As larvas se
alimentam do hospedeiro vivo, até se tornarem adultas e matá-lo.
Você sabia?
– 138 –
Interações Ecológicas: Competição e Predação
– 139 –
Ecologia Geral
y, temos representado o tempo para encontrar uma presa. Note que esta
relação é inversamente proporcional, ou seja, quanto maior o número de
presas, menor será o tempo gasto para encontrá-la.
Aspectos gerais do comportamento podem influenciar na obtenção
de energia. Por exemplo: animais que evitam predadores podem deixar de
se alimentar melhor (maior abundância de presas), preferindo horários de
menor densidade de presas, porém com menor risco de serem consumi-
dos por outros animais (TOWNSEND et al., 2007). A espécie de camun-
dongo de bolso do Arizona (Perognathus amplus), por exemplo, reduz
sua atividade de forrageio na presença de seu predador, a coruja-de-igreja
(Tyto alba). Os camundongos se deslocam para regiões consideradas mais
seguras e se alimentam preferivelmente em horários de menor risco, que
é também quando há menor densidade de presas (BEGON, et al., 2007).
Para muitos pesquisadores, o forrageamento é de fundamental importân-
cia para compreender as interações de uma comunidade, pois pode determinar
a dinâmica da competição entre as espécies (PIANKA, 1997), as relações
entre predadores e suas presas (FRYXELL; LUNDBERG, 1994; KRIVAN;
SIKDER, 1999), bem como as interações indiretas entre as espécies.
Figura 6.15 – Gráfico que indica o tempo gasto na captura de presas, de acordo com sua
disponibilidade
5
forrageamento-otimo-como-predadores-ativos-
Tempo para encontrar uma pres a
Fonte: http://recologia.com.br/2013/12/
3
minimizam-o-tempo-de-busca/
2
1
– 140 –
Interações Ecológicas: Competição e Predação
Você sabia?
– 141 –
Ecologia Geral
4,5 capivara
densidade populacional
4
3,5
3
2,5
2
1,5
onça-pintada
1
03/01/2018.
0,5
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40
– 142 –
Interações Ecológicas: Competição e Predação
Síntese
A competição e a predação estão entre as interações mais importantes
da Ecologia. Isso porque elas permitem a coexistência de espécies e determi-
nam a abundância e a distribuição dos organismos no ambiente. Neste capí-
tulo, tratamos da diferença entre competição intra e interespecífica e também
da predação. A competição pode ocorrer entre os indivíduos da mesma espé-
cie (intraespecífica) ou entre espécies diferentes (interespecíficas).
Sabemos que estas interações são muito importantes para o controle
populacional, a abundância e a distribuição de espécies no meio. Entre-
tanto, a heterogeneidade de habitat também interfere nestes fatores. Os
ambientes mudam constantemente e são formados por um mosaico de
habitats favoráveis ou não favoráveis às espécies.
Descrevemos os tipos de predadores e suas ações. A predação causa
um efeito negativo sobre a presa, pois o predador mata ao atacá-la. Os
predadores podem ser classificados de acordo com o dano que causam a
suas vítimas. Eles podem ser: 1) predadores verdadeiros; 2) Herbívoros
pastejadores; 3) Parasitas e parasitoides.
Tratamos, neste capítulo, do comportamento geral de forrageamento
e dieta das espécies. O forrageamento se refere à estratégia de busca do
alimento e a maneira como o organismo o procura, captura e consume.
Dedicamos uma pequena parte deste capítulo ao comportamento e à dieta
dos organismos e definimos a expressão “Forrageamento Ótimo”.
Apresentamos o modelo Lotka-Volterra (ou ciclo predador-presa).
Este modelo trata da interação entre a abundância do predador e a abun-
dância de sua presa. Foi apresentada a dinâmica deste ciclo, cujas varia-
ções são dependentes da densidade, ou seja, quando uma população
aumenta e a outra diminui.
– 143 –
Ecologia Geral
Atividades
As questões desta seção devem ser respondidas com base no esquema
a seguir:
Observe as interações entre três espécies – 1, 2 e 3. A espécie 1
é um carnívoro, 2 e 3 são herbívoros. O tamanho e a largura das setas
indicam a frequência de interação, e o tamanho dos círculos indica o
tamanho populacional.
3 2
Capim
1. Onde é possível demonstrar a competição interespecífica? E a
intraespecífica? Por quê?
2. Onde é possível demonstrar a predação? A que podemos atribuir
a seta dupla?
3. As espécies 2 e 3 consomem o mesmo recurso e ainda coexis-
tem. Dê uma explicação plausível para isto.
4. Descreva uma situação em que a espécie 2 é totalmente excluída.
– 144 –
7
Comunidades
Ecológicas
Objetivos de aprendizagem:
22 Conceituar comunidades ecológicas e seus padrões de
abundância, riqueza e diversidade;
22 Analisar a estrutura de uma comunidade ecológica;
22 Compreender os processos e padrões presentes nas
comunidades ecológicas.
Ecologia Geral
– 146 –
Comunidades Ecológicas
Figura 7.1 – Escala global delimitada pelo retângulo vermelho: desertos ao redor do mundo
Saara
Deserto de Gobi
Deserto da Arábia
Deserto de
Arábia
Deserto da Grande Deserto
Namíbia Australiano
Fonte: CC BY 3.0/GFDL.
Saara
Deserto de Gobi
Deserto da Arábia
Deserto de
Arábia
Deserto da Grande Deserto
Namíbia Australiano
Fonte: CC BY 3.0/GFDL.
– 147 –
Ecologia Geral
Saara
Deserto de Gobi
Deserto da Arábia
Deserto de
Arábia
Deserto da Grande Deserto
Namíbia Australiano
Fonte: CC BY 3.0/GFDL.
– 148 –
Comunidades Ecológicas
composição da comu- 20
nidade.
15
Uma das técnicas
utilizadas para resolver 10
este problema se chama
5
curva espécie-área,
também conhecida 0
como curva do coletor 0 10 20 30 40 50 60
ou curva de acumulação Número de visitas ao campo
de espécies (figura 7.4). Fonte: Toledo et al (2003).
– 149 –
Ecologia Geral
– 150 –
Comunidades Ecológicas
– 151 –
Ecologia Geral
D = (S - 1)/lnN
Em que:
D = diversidade
S = número de espécies
ln = logaritmo neperiano e tem o valor de 2,718281828459045
N = número total de indivíduos (abundância)
O índice de Margalef aumenta quanto maior for o número de espécies
em relação ao total de indivíduos (RICKLEFFS; RELYEA 2014). Por
ser bem simples, o índice de Margalef recebeu duras críticas quanto a seu
uso. Algumas delas estão relacionadas às seguintes limitações: 1) utiliza
apenas a riqueza de espécies como parâmetro de medida da diversidade;
2) espécies raras e dominantes têm o mesmo peso na análise; e 3) serve
apenas para comparar comunidades cujas áreas sejam iguais.
Os índices mais utilizados em ecologia de comunidades são o Índice
de Diversidade Simpson e o Índice de Diversidade Shannon-Wiener
(ODUM; BARRET, 2011), que são um pouco mais complexos que o
de Margalef, pois levam em consideração, além da riqueza, o padrão de
abundância das espécies.
Índice de Simpson
– 152 –
Comunidades Ecológicas
Em que: D = diversidade
s = riqueza de espécies
Pi = proporção i para a i-ésima espécie
O Índice de Simpson é mais sensível a mudanças na composição
de espécies dominantes, ao passo que o de Shannon (H’) é mais forte-
mente afetado por mudanças no número de espécies raras na comunidade,
embora seja afetado pela abundância também. Não é à toa que o Índice de
Shannon tem sido muito utilizado em programas de manejo e conservação
de espécies e é o índice mais utilizado em trabalhos científicos.
Índice de Shannon
– 153 –
Ecologia Geral
– 154 –
Comunidades Ecológicas
possui mais espécies que qualquer outro local no planeta? Muitos estudos
comprovam que, de fato, os trópicos possuem uma riqueza extremamente
elevada, sendo considerados os locais mais biodiversos do planeta. Esse é
um antigo padrão em Ecologia, que explica a distribuição de quase todas
as plantas, animais e microrganismos (ROSA et al. 2008). Ele explica,
por exemplo, que a riqueza de muitas espécies de mamíferos é mais ele-
vada nos trópicos. Entretanto, alguns grupos de insetos apresentam maior
riqueza em locais de maior latitude (KOUKI et al., 1994).
O mapa a seguir representa o padrão de biodiversidade mais aceito
nos dias de hoje, em que a riqueza e a abundância de espécies aumentam
partindo dos polos em direção aos trópicos (figura 7.5).
Figura 7.5 – Padrão latitudinal de distribuição das espécies: biodiversidade
Maior
diversidade nos
trópicos
– 155 –
Ecologia Geral
780
Temperatura
Altitude (m)
50
30
– 156 –
Comunidades Ecológicas
Fonte: ornithos.com.br.
– 157 –
Ecologia Geral
– 158 –
Comunidades Ecológicas
Fonte: Pixabay.com/GregMontani.
Fonte: Pixabay.com/stafichukanatoly.
– 159 –
Ecologia Geral
– 160 –
Comunidades Ecológicas
Fonte: Pixabay.com/ulleo.
Figura 7.12 – Roedores de sementes – herbivoria
Fonte: Pixabay.com/ForMyKerttu.
– 161 –
Ecologia Geral
– 162 –
Comunidades Ecológicas
dizer que existe mesmo um fim? Para responder a esta pergunta, precisa-
mos conhecer os idealizadores deste conceito e quais foram suas contri-
buições para a ecologia de comunidades.
O primeiro pesquisador a elaborar a teoria sobre Sucessão Ecoló-
gica e suas fases foi CLEMENTS (1916). Segundo ele, as mudanças na
comunidade vegetal seguiam um padrão determinístico, com mudanças
ordenadas e previsíveis em direção ao clímax (comunidade em equi-
líbrio). As mudanças na comunidade eram guiadas apenas pelo clima
da região e nada mais (monoclímax). Essa visão de monoclímax não
agradou a muitos ecólogos, que passaram a questionar se somente o
clima era importante no direcionamento de uma comunidade (BEGON
et al., 2007).
Em 1926, um ecólogo chamado Gleason questionou a importân-
cia de se considerar os eventos estocásticos, ou seja, aqueles imprevisí-
veis, como a passagem de um furacão, anos mais secos, queimadas etc.
no estabelecimento e manutenção das comunidades. Nesta mesma linha
de raciocínio, o pesquisador Tansley, (1935) influenciado pelas ideias de
Gleason, propôs a teoria do policlímax. Para Tansley, além das condições
climáticas regionais, a comunidade vegetal poderia sofrer influências das
condições locais e do ambiente físico. O conceito de comunidade clímax
passou a considerar a variabilidade das condições ambientais e a interação
da comunidade de plantas com estas variações.
Hoje, o conceito mais aceito sobre comunidade clímax foi proposto
por Whittaker (1953). Segundo ele, comunidades são dinâmicas e, por
isso, estão em constante mudança. Por se tratar de um processo lento,
há a probabilidade de ocorrerem eventos estocásticos no decorrer da
sucessão e, raramente, a comunidade atinge o clímax. Para Whittaker,
não há um fim no processo sucessional, pois as comunidades estão em
constante mudança.
– 163 –
Ecologia Geral
– 164 –
Comunidades Ecológicas
Estágios iniciais
m1
C1
C2
C1 C1 C1
m2
C1
m4 T2 T1
C2
T1
m2
T3 C3 T4
m1 T1
T2 T3
m2 m3 T2 T2
– 165 –
Ecologia Geral
Você sabia
– 166 –
Comunidades Ecológicas
Fonte: Shutterstock.com/29september.
– 167 –
Ecologia Geral
– 168 –
Comunidades Ecológicas
– 169 –
Ecologia Geral
– 170 –
Comunidades Ecológicas
Síntese
Neste capítulo vimos que as populações de diferentes espécies que
vivem em um mesmo local formam uma comunidade. O estudo de comu-
nidades tem como principal objetivo buscar padrões estruturais e de com-
portamento. Também definimos as escalas globais, regionais e locais, que
são importantes para a realização do estudo de comunidades.
Percebemos que a medida mais comum nestes estudos é a contagem
de indivíduos e que por meio dessa contagem, bem como de outros cálcu-
los e fórmulas, é possível determinar a riqueza, a abundância e a diversi-
dade das comunidades.
Para sabermos quanto devemos contar podemos utilizar a curva do
coletor ou curva de espécie-área. Isso significa que quanto maior o tama-
nho da amostra, maior será o número de espécies listadas. As espécies
aumentam até determinado ponto, depois a curva tende a se estabilizar.
Neste momento, podemos parar de coletar as amostras.
Analisamos, também, os gradientes latitudinais e altitudinais de dis-
tribuição de espécies. Os padrões latitudinais demonstram um aumento do
número de espécies nos trópicos e sua diminuição em direção aos polos.
Já o altitudinal demonstra maior diversidade em baixas altitudes. Podem
ocorrer variações temporais, como, por exemplo, a migração de aves ou
formação de banco de sementes.
Estudamos os processos de sucessão primária e secundária, vimos a
importância dos animais no processo sucessional e abordamos os concei-
tos de comunidade clímax, monoclímax e policlímax. Aprendemos, ainda,
os conceitos de microssucessões e de dinâmica de manchas, os quais con-
sideram o meio como um mosaico de espaços vazios e recolonizados por
indivíduos de diferentes espécies.
Também comparamos sucessão (processo natural) com o processo
de recuperação de áreas degradadas, que ocorre com intervenção humana.
Por último, vimos as técnicas frequentemente utilizadas na recuperação
dessas áreas.
– 171 –
Ecologia Geral
Atividades
Para responder às questões 1 e 2, observe a tabela a seguir:
– 172 –
8
Funcionamento
dos Ecossistemas
Neste capítulo, daremos início ao estudo dos ecossistemas.
Os ecossistemas são os conjuntos de comunidades ecológicas que
interagem e vivem em uma mesma região, bem como de todos
os fatores abióticos que influenciam estas comunidades. Inicial-
mente este assunto pode parecer confuso, mas é fascinante. Para
compreender os ecossistemas e seu funcionamento, apresentare-
mos conceitos básicos sobre obtenção e fluxo de energia entre os
organismos, estruturas tróficas, cadeias e teias alimentares.
Objetivos de aprendizagem:
22 Definir ecossistema;
22 Conceituar fluxo de energia;
22 Conceituar produtividade primária e produtividade
secundária;
22 Compreender a estrutura e o funcionamento dos ecos-
sistemas terrestres e aquáticos;
22 Compreender a transferência de energia entre os
organismos;
22 Conceituar cadeias alimentares, teias tróficas e pirâmi-
des energéticas.
Ecologia Geral
Autótrofos Heterótrofos
Sintetizam seu próprio Alimentam-se de matéria orgânica para obte-
alimento com base em rem energia.
nutrientes e energia
luminosa.
Produtores Consumidores Saprófitos e
decompositores
Plantas fotossintéticas Consumidores primá- Organismos que se
utilizam a clorofila e a rios: animais que se alimentam de matéria
energia solar. alimentam de vegetais orgânica morta.
(herbívoros).
Bactérias fotossintéti- Onívoros: animais que D e c o m p o s i t o r e s :
cas utilizam pigmen- se alimentam de vege- degradam matéria
tos e energia solar. tais e outros animais. orgânica morta – fun-
gos e bactérias.
– 174 –
Funcionamento dos Ecossistemas
– 175 –
Ecologia Geral
Energia Luminosa
clorofila
Cloroplasto
O O
O2
O C O + HO
2
OH OH O
CO2 HO
OH OH
– 176 –
Funcionamento dos Ecossistemas
Esse fluxo depende diretamente dos produtores primários, que são, em sua
grande maioria, a base da pirâmide alimentar de todos os ecossistemas.
Você sabia?
– 177 –
Ecologia Geral
– 178 –
Funcionamento dos Ecossistemas
mos toda a parte aérea e toda parte subterrânea das plantas e levá-las
ao laboratório (figura 8.3). Usando uma balança de precisão, devemos
medir o peso úmido, ou seja, o peso das partes da planta sem a retirada
de água. Após esta etapa, devemos levar todo o material à estufa, normal-
mente a 45 graus Celsius, por um período de 72h ou mais, para retirada da
água e estimativa do peso bruto da biomassa. Este tempo é determinado
pela estabilização do peso seco. Isso quer dizer que após 72h as amostras
deverão ser pesadas. Se, no dia posterior, após a pesagem, ainda houver
variações no peso, as amostras deverão permanecer na estufa e só devem
ser retiradas quando não houver mais essa variação. Este procedimento
deve ser repetido após algum tempo. Os dados podem ser comparados
para verificar como ocorre o acúmulo de biomassa vegetal por tempo, ou
seja, a produtividade primária.
Figura 8.3 – Metodologia para estimar a produtividade primária por meio da retirada da
biomassa vegetal
– 179 –
Ecologia Geral
Fonte: marconi.com.br.
– 180 –
Funcionamento dos Ecossistemas
parente, que será iluminada, e outra escura, que será protegida da luz.
Estima-se, então, a quantidade de O2 dissolvido por meio de um aparelho
chamado Oxímetro (figura 8.5). A garrafa transparente, que ficou na pre-
sença de luz, mede fotossíntese e respiração juntas. A garrafa que ficou no
escuro mede apenas a respiração. A produtividade bruta será a diferença
entre a concetração de O2 da garrafa clara e da escura.
Figura 8.5 – Método para avaliar a PPL em ambientes aquáticos
– 181 –
Ecologia Geral
Fonte: Pixabay.com/Pexels.
Figura 8.7 – Energia alóctone: folhas em riacho
Fonte: Pixabay.com/kaandursun.
– 182 –
Funcionamento dos Ecossistemas
Fonte: knoow.net.
– 183 –
Ecologia Geral
5
C
C
2
C C
C C
Eficiência fotossintética (%)
1
D DD D
D DD
0,5
0,2 De
0,1
De
DeDe
0,05 De De
De
C Floresta de coníferas
0,02 D Floresta decídua
De Deserto
De
0,01
1.000.000 2.000.000 3.000.000 4.000.000
– 184 –
Funcionamento dos Ecossistemas
Você sabia?
Estes são alguns dos principais fatores limitantes da Produtividade Pri-
mária terrestre:
A radiação recebida é usada de maneira ineficiente devido a:
1. Escassez de água, restringindo a taxa fotossintética;
2. Escassez de nutrientes minerais, que diminui a velocidade da taxa de
produção de folhas (crescimento) e afeta a fotossíntese;
3. Temperaturas letais, altas ou baixas;
4. Solos rasos ou inexistentes, arenosos;
5. Cobertura incompleta do dossel (perda de folhas – em determinadas
épocas do ano – ex.: florestas caducifólias, herbivoria, doenças ou para-
sitismo). A redução da área foliar consequentemente poderá reduzir a
eficiência fotossintética.
– 185 –
Ecologia Geral
Fonte: viagemempauta.com.br.
– 186 –
Funcionamento dos Ecossistemas
– 187 –
Ecologia Geral
Fonte: CC BY 3.0/eol.jsc.nasa.gov.
Você sabia
– 188 –
Funcionamento dos Ecossistemas
Fonte: animais.culturamix.com.
– 189 –
Ecologia Geral
E P C
A
Ex
– 190 –
Funcionamento dos Ecossistemas
Legenda:
As setas indicam o fluxo de energia
E = entrada de energia
A = corresponde à energia assimilada
P = produção de matéria orgânica
C = crescimento
D = energia armazenada
R = respiração
B = biomassa
Planta
Herbívoro
Carnívoro
Fonte: <http://maxaug.blogspot.com.br/2014/12/ecologia-01-fluxo-de-materia-e-energia.
html>. Acesso em: 10 jan. 2018.
– 191 –
Ecologia Geral
Você sabia?
20 Consumidores 20
aves Secundários aves
300 Consumidores
gafanhotos Primários 1000 besouros
3
1000 plantas Produtores ipês
Onça 150kg
boi 2.000kg
capim 200t
peixes
zooplâncton
Fitoplâncton
– 192 –
Funcionamento dos Ecossistemas
Fonte: planetabiologia.com.
Figura 8.20 – Teia trófica
Fonte: bemexplicado.pt.
– 193 –
Ecologia Geral
Carnívoro Carnívoro
Herbívoro Herbívoro
Produtor Produtor
Você sabia
– 194 –
Funcionamento dos Ecossistemas
Carnívoro
Herbívoro
Produtor
– 195 –
Ecologia Geral
Síntese
Neste capítulo definimos ecossistema como sendo uma unidade funcio-
nal formada pelas comunidades biológicas e o meio abiótico. Definimos seres
autótrofos e heterótrofos. Descrevemos níveis tróficos: produtores primários,
herbívoros, carnívoros, bem como a produtividade primária e secundária.
Descrevemos o processo de fotossíntese e o modo de obtenção de ener-
gia pelos produtores primários. Também apresentamos como a radiação ele-
tromagnética é captada por células especializadas: os cloroplastos. Apresen-
tamos os fatores que limitam a produtividade primária, tais como escassez
de água e de nutrientes e temperaturas que limitam as taxas fotossintéticas.
Abordamos a complexidade das relações de transferência de energia
e matéria nos ecossistemas terrestres e aquáticos e relacionamos sua pro-
dução primaria à secundária. Apresentamos os tipos de pirâmides ecológi-
cas, que são representações gráficas do fluxo de energia nos ecossistemas.
Vimos ainda o conceito de cadeia alimentar e teia trófica. Descrevemos
os efeitos de uma cascata trófica, que podem ocorrer de maneira ascendente
(Botton-up) ou de maneira descendente (Top-down). Por fim, demonstramos
que todo o ecossistema está interligado e que qualquer alteração em um
nível trófico poderá provocar mudanças e desequilíbrio ecológico.
Atividades
Para responder às questões 1 e 2, analise a figura a seguir.
A
Fonte: <http://brasilescola.uol.com.
br/biologia/piramides-ecologicas.
Sapos
htm. Acesso em: 10 jan. 2018.
Insetos
Plantas
B
Peixes
Zooplâncton
Fitoplâncton
– 196 –
Funcionamento dos Ecossistemas
Fonte: thinglink.com.
– 197 –
Ecologia Geral
– 198 –
9
Ecossistemas: ciclagem
de nutrientes e
impactos ambientais
Os nutrientes são essenciais à sobrevivência e ao desenvol-
vimento dos organismos. Na natureza, eles podem ser encontra-
dos associados a outros elementos, formando os compostos quí-
micos. Os nutrientes fazem parte do meio abiótico e precisam ser
capturados para serem usados. Este processo envolve um gasto
de energia por parte dos organismos, que captam o composto,
utilizam-no e depois o devolvem ao ecossistema. A movimen-
tação destes nutrientes entre os seres vivos e o meio abiótico é
cíclica. Neste capítulo, estudaremos o ciclo dos nutrientes (com-
postos químicos) mais importantes para a manutenção da vida
neste planeta.
Objetivos de aprendizagem:
22 Compreender o modo como os compostos químicos
estão estocados na natureza;
22 Compreender como ocorre a ciclagem destes compostos;
22 Descrever os principais ciclos biogeoquímicos (água,
nitrogênio, fósforo, enxofre e carbono);
22 Descrever os impactos associados a estes ciclos.
Ecologia Geral
– 200 –
Ecossistemas: ciclagem de nutrientes e impactos ambientais
Fonte: ciclagemdenutrientes.com.br.
– 201 –
Ecologia Geral
Fonte: ventosdouniverso.com.
Legenda:
A = fitoplâncton
B = zooplâncton
C = ecossistema aquático
– 202 –
Ecossistemas: ciclagem de nutrientes e impactos ambientais
– 203 –
Ecologia Geral
– 204 –
Ecossistemas: ciclagem de nutrientes e impactos ambientais
– 205 –
Ecologia Geral
9.2.2.1 Amonificação
As bactérias fixadoras captam o N2 da atmosfera e o convertem para
amônia (NH3) ou íons de amônio (NH4+). O processo pode ocorrer também
por outras vias. Quando os organismos morrem, os microrganismos do
solo (bactérias e fungos) decompõem os compostos orgânicos (proteínas,
aminoácidos, ácidos nucleicos) em compostos nitrogenados mais simples,
liberando o nitrogênio sob forma de amônio (NH4+). Este processo recebe
o nome de amonificação.
– 206 –
Ecossistemas: ciclagem de nutrientes e impactos ambientais
Você sabia?
– 207 –
Ecologia Geral
Fonte: sobiologia.com.br.
– 208 –
Ecossistemas: ciclagem de nutrientes e impactos ambientais
Você sabia?
– 209 –
Ecologia Geral
Fonte: sobiologia.com.br.
– 210 –
Ecossistemas: ciclagem de nutrientes e impactos ambientais
Fonte: pinsdaddy.com.
– 211 –
Ecologia Geral
– 212 –
Ecossistemas: ciclagem de nutrientes e impactos ambientais
Fonte: Shutterstock.com/TSpider.
– 213 –
Ecologia Geral
– 214 –
Ecossistemas: ciclagem de nutrientes e impactos ambientais
– 215 –
Ecologia Geral
Síntese
Neste capítulo, estudamos a ocorrência da ciclagem de nutrientes nos
ecossistemas, que é bastante semelhante tanto no meio terrestre quanto no
meio aquático. A entrada de nutrientes nos ecossistemas terrestres pode
ocorrer pelo intemperismo das rochas, pela atmosfera ou pela água das
chuvas, geleiras e nevoeiros.
Os nutrientes são absorvidos pelas plantas, que são consumidas por
herbívoros, que são consumidos por carnívoros e assim por diante. Os
nutrientes retornam ao meio terrestre por meio da decomposição. Já no
ecossistema aquático os nutrientes chegam por meio do escoamento super-
ficial das águas da chuva ou enxurradas. Eles são muito influenciados pela
bacia hidrográfica. Os nutrientes entram na cadeia alimentar por meio das
algas e do fitoplâncton. Nos oceanos abertos, os nutrientes estocados nos
sedimentos se tornam disponíveis nas zonas de ressurgências.
Descrevemos os principais ciclos biogeoquímicos: ciclos da água, do
nitrogênio, fósforo, enxofre e carbono. Também apresentamos os prin-
cipais impactos ambientais relacionados a estes ciclos. Foram tratados
assuntos como poluição das águas, eutrofização artificial, chuva ácida,
efeito estufa e aquecimento global.
– 216 –
Ecossistemas: ciclagem de nutrientes e impactos ambientais
Atividades
1. Analise a figura a seguir (fonte: brasil.gov.br):
– 217 –
Ecologia Geral
– 218 –
Ecossistemas: ciclagem de nutrientes e impactos ambientais
– 219 –
10
Conservação e
biodiversidade
Objetivos de aprendizagem:
22 Compreender as teorias que auxiliam na conservação
das espécies;
22 Conhecer o conceito de SLOSS e como utilizá-lo na
criação de unidades de conservação;
Ecologia Geral
– 222 –
Conservação e biodiversidade
Fonte: Shutterstock.com/Harvepino.
– 223 –
Ecologia Geral
– 224 –
Conservação e biodiversidade
35
30
Number of species
25
20
15
10
0
0 10 20 30 40 50 60 70
2
Area ( in m )
1.5
1.4
log 10 ( Number of species )
1.3
1.2
1.1
0.9
-1.0
-1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0
log 10 ( Area in m2 )
– 225 –
Ecologia Geral
– 226 –
Conservação e biodiversidade
Imigração Extinção
Equilíbrio
Número de espécies na ilha
– 227 –
Ecologia Geral
– 228 –
Conservação e biodiversidade
– 229 –
Ecologia Geral
10.3.1 Biodiversidade
Nosso planeta abriga uma infinidade de espécies, podemos dizer
que chega a alguns milhões. Desde seu surgimento já houve mais de 500
milhões de seres vivos na Terra (PRIMACK; RODRIGUES, 2001). A
maioria dessas espécies já desapareceu e nem foi descrita ou conhecida. A
extinção de espé-
cies não é exata- Figura 10.7 – Extinções nas eras geológicas
Milhões de
mente uma novi- Período anos atrás
dade. Há registros Quartenário 0,01 Pleistoceno: grandes mamíferos e aves
de vários episódios Terciário
65 Cretáceo: répteis (dinossauros) e
de extinção em Cretáceo
muitas espécies marinhas
massa no passado
Jurássico
– por exemplo, a Triássico
180 Triássico: 35% das famílias de animais
surgiam novas
Número relativo
espécies e substi- de grupos
tuíam as que exis- Fonte: Primack (2001).
– 230 –
Conservação e biodiversidade
– 231 –
Ecologia Geral
– 232 –
Conservação e biodiversidade
– 233 –
Ecologia Geral
Interior = 64ha
– 234 –
Conservação e biodiversidade
– 235 –
Ecologia Geral
– 236 –
Conservação e biodiversidade
– 237 –
Ecologia Geral
– 238 –
Conservação e biodiversidade
Fonte: content.yardmap.org.
– 239 –
Ecologia Geral
– 240 –
Conservação e biodiversidade
Síntese
No final da década de 1960, os cientistas americanos MacArthur e
Wilson propuseram a teoria da biogeografia de ilhas. Essa teoria diz res-
peito ao número de espécies de uma ilha. Em geral, o número de espécies
de uma ilha depende de seu tamanho e de sua distância em relação ao con-
tinente mais próximo. As comunidades atingem equilíbrio dinâmico, no
qual o número de espécies resulta da combinação de duas taxas distintas:
a taxa de imigração e a taxa de extinção. A taxa de extinção é dependente
do tamanho da ilha, e a taxa de imigração depende de sua distância até o
– 241 –
Ecologia Geral
continente mais próximo. Inicialmente, o termo ilha foi usado para estu-
dar porções de terra rodeadas pelo mar, porém hoje, com o desmatamento
acelerado dos ecossistemas naturais, esse termo também se aplica a frag-
mentos de habitat.
Nesse capítulo foram apresentados conceitos sobre conservação e as
principais causas da perda da biodiversidade: 1) fragmentação de habitat
e efeito de borda; 2) introdução de espécies exóticas e invasoras; 3) supe-
rexploração dos recursos naturais. Abordamos as causas das extinções e o
que torna as espécies vulneráveis.
Sobre a conservação de espécies, apresentamos as estratégias in-situ e
ex-situ. Apresentamos as razões pelas quais consideramos muito importan-
tes os princípios gerais da biogeografia de ilhas, da dinâmica de metapopu-
lações e da ecologia de paisagens no planejamento e manejo de espécies.
Da teoria à prática
O artigo do ecólogo Fernando Ferandez, publicado no site O Eco
(Fonte: <http://www.oeco.org.br/colunas/fernando-fernandez/18375-
-oeco-28361/>. Acesso em 22 jan. 2018) é um excelente exemplo de
aplicação dos dados ecológicos para a conservação de uma espécie. Leia
trechos adaptados do texto e responda às questões que se seguem. (Reco-
mendamos a leitura completa do artigo).
Descrição da espécie:
– 242 –
Conservação e biodiversidade
Impactos antrópicos
– 243 –
Ecologia Geral
– 244 –
Conservação e biodiversidade
Reintrodução na natureza
– 245 –
Ecologia Geral
Dados da recuperação:
Atividades
1. Explique por que a espécie de falcão Maurício precisava de
ajuda para sua conservação.
2. O pesquisador Carl Jones usou estratégias ex-situ ou in-situ para
salvar o falcão da ilha Maurício? Comente sua resposta.
3. Explique de que maneira o conhecimento sobre a espécie auxi-
liou Carl Jones na elaboração da estratégia de conservação.
4. Qual é a grande lição que tiramos deste texto? Reflita e comente
sua resposta.
– 246 –
Gabarito
Ecologia Geral
– 248 –
Gabarito
– 249 –
Ecologia Geral
Fonte: wwf.org.br.
– 250 –
Gabarito
– 251 –
Ecologia Geral
2. Condições e recursos
1. Na era glacial, as espécies de regiões temperadas puderam avan-
çar até as zonas tropicais; isso ocorreu porque as condições
haviam mudado. As espécies tropicais ficaram restritas a peque-
nos refúgios, reduzindo drasticamente seu tamanho populacio-
nal. Já nos períodos interglaciais (o que estamos vivendo hoje,
inclusive), houve a expansão das florestas tropicais, o que fez
com que as espécies nativas de regiões temperadas retornassem
ao seu habitat de origem.
Mudanças climáticas podem tornar determinado habitat inapro-
priado para uma espécie (mudança das condições). Se houver
um aumento de temperatura, florestas inteiras podem ser trans-
formadas em savanas, e as savanas em desertos. Essas mudanças
ocorrem de maneira lenta e gradual, mas é possível que várias
espécies sejam extintas por causa deste aumento. Algumas
espécies conseguem migrar de uma região menos favorável a
outra, mas nem sempre obtêm sucesso no novo local, e há vários
motivos para isso, todos eles associados à limitação de recursos.
É esperado também que as mudanças climáticas afetem as
interações ecológicas. Isso porque a fenologia das plantas
(diferentes etapas do ciclo do indivíduo: crescimento, produção
– 252 –
Gabarito
– 253 –
Ecologia Geral
– 254 –
Gabarito
– 255 –
Ecologia Geral
6
Diâmetro (cm)
2
1
0
0 1 2 3 4 5 6 7
-1
Altura (m)
Classes Altura
< 90 11
91 a 190 7
191 a 290 4
291 a 390 10
> 390 1
– 256 –
Gabarito
12
Número de indivíduos
10
0
< 90 91 a 190 191 a 290 291 a 390 > 390
Classes de altura
– 257 –
Ecologia Geral
– 258 –
Gabarito
– 259 –
Ecologia Geral
– 260 –
Gabarito
População de Onças
Número de indivíduos=20
– 261 –
Ecologia Geral
Número de
indivíduos = 3
Número de
indivíduos = 0
Número de
indivíduos = 10
Número de
indivíduos = 2
Metapopulação de Onças
N. ind = 1
5. Interações ecológicas
1.
a) As interações harmônicas são aquelas em que pelo menos uma
das espécies é beneficiada. Já as interações desarmônicas ocor-
rem quando pelo menos uma espécie é prejudicada.
As interações intraespecíficas ocorrem entre indivíduos da
mesma espécie, ao passo que as interespecíficas ocorrem entre
espécies diferentes.
b) São interações harmônicas e intraespecíficas: colônia, sociedade
e agregações.
São interações harmônicas e interespecíficas: mutualismo, sim-
biose, protocooperação, comensalismo, inquilinismo, epifitismo
e foresia.
São interações desarmônicas intraespecíficas: competição (não
tratada neste capítulo) e canibalismo.
– 262 –
Gabarito
– 263 –
Ecologia Geral
– 264 –
Gabarito
– 265 –
Ecologia Geral
7. Comunidades Ecológicas
1.
a) A comunidade A possui 7 espécies (Espécie 1, Espécie 2, Espé-
cie 3, Espécie 4, Espécie 5, Espécie 6 e Espécie 7).
A comunidade B possui 6 espécies (Espécie 1, Espécie 4, Espé-
cie 6, Espécie 7, Espécie 8 e Espécie 10).
b) A espécie mais abundante em A é a Espécie 4, com 100 indivíduos.
A espécie mais abundante em B é a Espécie 10, com 206
indivíduos.
c) Espécie rara é aquela que possui baixa abundância na comuni-
dade. Na comunidade A, a espécie rara é a 5, que possui apenas
2 indivíduos. Já na B, a espécie rara é a 1, que possui apenas 1
indivíduo.
2. O Índice de Margalef é o mais simples dentre os apresentados e
utilizados em ecologia de comunidades. Para calcular a diversi-
dade, basta utilizarmos a seguinte fórmula:
D = (S – 1)/lnN
Em que:
D = diversidade
S = número de espécies
– 266 –
Gabarito
– 267 –
Ecologia Geral
– 268 –
Gabarito
– 269 –
Ecologia Geral
Pássaro
Pássaro Pássaro
Grilo
Grilo Grilo
Planta
9. Ecossistemas: ciclagem de
nutrientes e impactos ambientais
1.
a) O estoque de carbono se encontra principalmente nas flores-
tas maduras.
b) Redução das emissões de CO2, que, consequentemente, interfe-
rem no efeito estufa e no aquecimento global.
c) Há liberação de grande quantidade de CO2, aumentando as emis-
sões deste gás para a atmosfera.
2. Os agrotóxicos são ricos em compostos fosfatados que podem
conter em sua estrutura átomos de carbono, hidrogênio, enxofre,
– 270 –
Gabarito
– 271 –
Ecologia Geral
– 272 –
Gabarito
– 273 –
Referências
Ecologia Geral
– 276 –
Referências
– 277 –
Ecologia Geral
– 278 –
Referências
– 279 –
Ecologia Geral
– 280 –
Referências
– 281 –
Ecologia Geral
– 282 –
Referências
– 283 –
Ecologia é uma ferramenta que dispomos para compreender o mundo, as rela-
ções entre as espécies e o meio em que vivem, bem como o funcionamento e
saúde dos ecossistemas. Quando bem compreendida, a ecologia nos propor-
ciona uma visão integrada do ambiente, e esta é uma das principais caracterís-
ticas que um bom gestor ambiental deve desenvolver.
A Terra vem sofrendo grandes impactos pela atuação do homem. A exploração
dos recursos naturais, os desmatamentos, as queimadas, o crescimento de-
sordenado das cidades e tantas outras ações têm colocado em risco inúmeras
espécies e, consequentemente, a nossa biodiversidade.
Já ouvimos diversas vezes a frase: “precisamos salvar nosso planeta”. Mas
como? Bem, essa não é uma resposta muito simples, não é mesmo? Para resol-
ver esta questão, os conhecimentos de ecologia podem ser de grande utilida-
de. Ações positivas, como a recuperação de áreas degradadas, a criação de
unidades de conservação, a exploração sustentável de recursos naturais e a
aplicação e desenvolvimento de estratégias de conservação são alguns exem-
plos do que somos capazes de fazer. Estas ações podem nos proporcionar um
mundo melhor, onde a tão sonhada sustentabilidade realmente exista. Portanto,
estude ecologia e faça sua parte! Contamos com você!
ISBN 978-85-53370-32-0
9 7885 53 3 7032 0