Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Figura 1. Variação da esperança média de vida na população portuguesa entre 1940 e 2010.
O conceito de idoso
Nas sociedades modernas, a condição de ser “idoso” é definida pelo número de anos
de vida. A partir dos 65 anos, os humanos são considerados idosos. Porém, este critério não é
universal. Dado que o conceito de ciclo de vida é construído culturalmente observa-se uma
variação considerável no modo como a longevidade e a pessoa idosa são vistos e tratados 14.
A idade cronológica, apesar de ser usada pela Demografia como critério para classificar
as pessoas idosas, não é um marcador preciso das alterações biológicas que acompanham o
envelhecimento, podendo haver grandes variações quanto às condições de saúde e bem-estar
dentro da mesma classe etária. Há cerca de 40 anos foi desenvolvido o conceito de idade
biológica. Apesar de não ter ainda uma definição precisa e consensual, foi sugerido que o seu
valor expressa o verdadeiro estado de deterioração do organismo e, consequentemente, pode
ser usado como indicador da esperança média de vida de um organismo 16.
O conceito de saúde não é fácil de definir. Tal como acontece com os conceitos de
envelhecimento e longevidade, a saúde tem múltiplas dimensões incluindo, a física, a social e a
psicológica 2. Frequentemente, a existência de uma determinada condição de saúde depende
do grau, e este, por sua vez, depende da escala de avaliação, se é objetiva ou subjetiva. De
acordo com a OMS (1981), a “Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social
e não meramente a ausência de doenças ou enfermidades”. Ao nível da população, a
estimativa do estado de saúde dos seus habitantes é uma tarefa igualmente complexa que
requer a combinação de muitos indicadores tais como, a incidência e a prevalência de doenças,
nomeadamente doenças crónicas e degenerativas, a idade de aparecimento, os padrões de
disseminação, as suas causas (genéticas, ambientais, comportamentais ou estocásticas), e os
seus efeitos (físicos, psicológicos, económicos, sociais e demográficos) 2.
A tendência para cada vez mais pessoas alcançarem idades avançadas em melhores
condições de saúde, observada em populações da Europa (Suécia, Reino Unido e Noruega) e
dos Estados Unidos da América, abriu uma nova linha de debate em torno dos mecanismos
que controlam o envelhecimento do organismo. Será a melhoria da saúde da população idosa
um sinal de abrandamento do ritmo de envelhecimento? Muitos estudiosos consideram que
não. Na perspetiva dos demógrafos, o ritmo de envelhecimento não pode ser diminuído,
5
somente adiado . Porém, não há dados biológicos que corroborem esta afirmação
permanecendo sem resposta a questão inicial designada por alguns autores “longevity riddle”
ou “enigma da longevidade” (tradução livre).
Conclusão
Bibliografia
12. Solbakken, S. M. et al. Impact of comorbidity, age, and gender on seasonal variation in
hip fracture incidence. A NOREPOS study. Arch. Osteoporos. 9, 191 (2014).
14. Ember, C. R., Ember, M. & Human Relations Area Files, inc. Encyclopedia of Medical
Anthropology : Health and Illness in the World’s Cultures.
15. From Menarche to Menopause: Reproductive Lives of Peasant Women in Two Cultures
- Yewoubdar Beyene - Google Livros. Available at:
https://books.google.pt/books?hl=ptPT&lr=&id=okq5bkBOu1EC&oi=fnd&pg=PR11&dq
=Beyene,+1989+menopause&ots=ZB hHa3C3Ro&sig=sOvE-
ProwlZ_UfO8XMVB2Ntv1vQ&redir_esc=y#v=onepage&q=Beyene%2C 1989
menopause&f=false. (Accessed: 6th September 2017)
16. Klemera, P. & Doubal, S. A new approach to the concept and computation of biological
age. Mech. Ageing Dev. 127, 240–248 (2006).
18. Caspari, R. & Lee, S.-H. Older age becomes common late in human evolution. Proc. Natl.
Acad. Sci. 101, 10895–10900 (2004).
19. Kaplan, H. S. & Robson, A. J. The emergence of humans: The coevolution of intelligence
and longevity with intergenerational transfers. Proc. Natl. Acad. Sci. 99, 10221–10226
(2002).
21. Hawkes, K., O’Connell, J. F., Jones, N. G., Alvarez, H. & Charnov, E. L. Grandmothering,
menopause, and the evolution of human life histories. Proc. Natl. Acad. Sci. U. S. A. 95,
1336–9 (1998).
22. Lahdenperä, M., Lummaa, V., Helle, S., Tremblay, M. & Russell, A. F. Fitness benefits of
prolonged post-reproductive lifespan in women. Nature 428, 178–181 (2004).
23. Mostafavi, H. et al. Identifying genetic variants that affect viability in large cohorts.
PLOS Biol. 15, e2002458 (2017).
Reference: Morgan CC, McCartney AM, Donoghue MTA, Loughran NB, Spillane C,
Teeling EC, and O’Connell MJ. Molecular adaptations of telomere associated genes in
mammals. BMC Evolutionary Biology 13:251. 2013.