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MARINHA DO BRASIL

Disciplina: Saúde Coletiva


Aula: Processo Saúde-Doença
SUMÁRIO
“Aqui se aprende a valorizar a vida”

SUMÁRIO

Processo Saúde-Doença;
História das políticas públicas de Saúde no Brasil;
Objetivos
“Aqui se aprende a valorizar a vida”

# Ampliar os conhecimentos em políticas públicas de saúde trazendo a


discussão sobre conceitos importantes;

# Conhecer as transformações históricas e os acontecimentos internacionais


e nacionais que propiciaram estas transformações, que culminaram na
institucionalização das políticas públicas de Saúde no Brasil.
Histórico do Conceito de
Saúde-Doença no Mundo
# A definição de saúde e doença é um tema central no âmbito da saúde pública, no
processo epidemiológico e nas ciências sociais.

# Esse conceito sofreu transformações ao longo dos séculos revelando as


modificações que a humanidade passa, sua interação com o meio onde vivem e seu
estágio de desenvolvimento científico, econômico, político e social.
Antiguidade clássica

Galeno, médico e filósofo da Antiguidade clássica, estabeleceu a


teoria das latitudes ALOJAMENTO
de saúde, dividindo-
CONJUNTOa em três estados: o estado
de saúde, o estado neutro e o estado de má-saúde.

Estes três estados poderiam ocorrer isoladamente ou em


combinação entre si. Este esquema foi utilizado por mais de mil
anos na medicina ocidental.
Antiguidade clássica

Ainda na Antiguidade, acreditava-se que as doenças poderiam ser


causadas por elementos naturais ou sobrenaturais.
Então, para alcançar a harmonia perfeita do corpo humano
deveriam ser consideradas as estações do ano, as características do
vento e da água.
Idade Média

Já na Idade Média, a ideia de saúde e doença ganha um


caráter religioso. As doenças eram vistas como forma de
punição e a cura estava relacionada ao arrependimento.
Acreditava-se que as doenças e a cura eram determinadas
por Deus conforme sua vontade.
Idade Média

No final da Idade Média, com as crescentes epidemias, ganha força


a ideia de transmissão de doenças através do contágio entre os
homens, porém as causas estavam relacionadas a fatores
sobrenaturais, como a conjugação dos astros, o envenenamento das
águas pelos leprosos, a presença de judeus ou por questões de
bruxaria.

ALOS
Renascimento

Com o surgimento das ciências básicas através dos estudos


empíricos, surge a necessidade de descobrir a origem das
matérias que causavam os contágios.

ALOS
Renascimento

Assim surge a teoria miasmática.


Segundo essa teoria, as doenças
teriam origem nos miasmas, que
são o conjunto de odores fétidos
provenientes de matéria orgânica
em putrefação nos solos e lençóis
freáticos contaminados.
ALOS
Revolução Industrial

O início da revolução industrial, final do século XVIII, teve consequências

para a saúde, como por exemplo, as grandes epidemias decorrentes das

mudanças sociais e das alterações do sistema de produção.

ALOS
Revolução Industrial

Grande contingente populacional se aglomerava nas grandes cidades, com


precárias condições de salubridade e habitação, o que facilitava a difusão de
microrganismos causadores de doenças, que provocaram grande mortalidade.

ALOS
Biologia científica

No século XIX se fortalece a


biologia científica, sem influência
externa da filosofia. Assim, aflora a
patologia celular, a fisiologia, a
bacteriologia e a concepção de que
para cada doença há um agente
etiológico que poderia ser
combatido com produtos químicos
ou vacinas, além do
desenvolvimento de pesquisas.
A medicina passa de ciência
empírica a ciência experimental.
ALOS
Modelo Biomédico

No século XX vigorou o modelo


biomédico como norteador das
ações em saúde, com foco nos
processos físicos, tais como a
patologia, a bioquímica e a
fisiologia de uma doença.

ALOS
Modelo Biomédico

Aplicado à saúde pública, esse


modelo, se desenvolveu devido ao
reconhecimento de que as doenças
infecciosas eram difíceis, senão
impossíveis, de curar e, uma vez
instaladas no adulto, o seu
tratamento e a sua cura
dispendiosos. ALOS
Modelo Biomédico

Segundo o modelo
biomédico, os indivíduos
contraíam doenças infeccionas
em contato com o meio
ambiente físico e social, que
continha o agente patogênico,
sendo que o indivíduo só
contraía uma doença
infecciosa se seu organismo
como hospedeiro, fornecesse
um meio favorável ao
desenvolvimento do agente
infeccioso. ALOS
Idade, sexo, estado civil,
Hospedeiro ocupação, escolaridade,
características genéticas, história
patológica pregressa, estado
imunológico e nutricional

Vetor

Agente Ambiente
Biológico: vírus, bactéria, protozoário, fungo; Temperatura, umidade, altitude,
Químico: fumo, solventes, álcool, mercúrio; aglomeração, moradia, comunidade,
Físico: traumas, radiação, fogo; Nutricional: água, leite, alimento, radiação, poluição,
vitaminas, carência/excesso de alimentos barulho 19
Modelo Biomédico

Para prevenir as doenças era necessário


controlar os agentes patogênicos, o que foi
feito, por exemplo, controlando a sua
mobilidade através da construção de
sistemas de esgotos e de distribuição de
água potável e da gestão de migrações,
ou destruindo esses agentes, por exemplo,
através da adição de cloro nas águas de
consumo.
Quando essas medidas falhavam,
intervinha a medicina curativa que, a
partir de meados do século XX, encontrou
nos antibióticos um auxiliar eficaz na
ALOS
destruição desses microrganismos.
Modelo Biomédico

Ainda nesse século surge a ideia de


multicausalidade das doenças, tais como
agentes etiológicos, hospedeiros e o meio
ambiente, além de fatores pisiquícos.
Apesar de reconhecer estes varíos fatores
acreditava-se que eles agiam separadamente.
O homem então começa a ser visto como
ser bio-psico-social. ALOS
Modelo Biomédico

O modelo biomédico não leva em


consideração a autonomia conceitual e as
representações que as pessoas fazem sobre o seu
estado de saúde.
É o caso, por exemplo, das avaliações sobre
os sintomas, das interpretações subjetivas ou
das significações sobre as causas e as evoluções
de uma determinada doença, da implementação e
da modificação de estilos de vida ou da decisão
ALOS
em aderir às recomendações feitas pelo médico
Modelo Biomédico

A avaliação pessoal que cada paciente


faz sobre sua própria saúde tem uma
influência marcante na evolução do
estado de saúde, uma vez que
significações pessoais estão na base do
bem-estar psicológico e na facilitação
dos processos de promoção da saúde,
ALOS
assim como nos de reabilitação.
Modelo Biomédico

Essa omissão da autonomia conceitual da pessoa realizada


pelo modelo biomédico é consistente com as definições de
saúde e doença que o próprio modelo utiliza, ou seja, a saúde,
para o modelo biomédico é concebida como sendo a ausência de
doença e esta é conceitualizada considerando exclusivamente as
perturbações que se processam na dimensão física da pessoa.
ALOS
Conferência de Alma-Ata

A mudança de paradigma desse conceito


de saúde surge apenas com a Conferência
Internacional sobre Cuidados Básicos de
Saúde, promovida pela Organização
Mundial de Saúde (OMS), em 1978.
A Conferência Internacional sobre
Cuidados Primários de Saúde, reunida em
Alma-Ata, expressa a necessidade de ação
urgente de todos os governos, de todos os
que trabalham nos campos da saúde e do
desenvolvimento e da comunidade
mundial para promover a saúde de todos
ALOS
os povos do mundo.
A Conferência Internacional sobre
Cuidados Primários de Saúde enfatiza que a
saúde é: [...] estado de completo bem-estar
físico, mental e social, e não simplesmente a
ausência de doença ou enfermidade - é um
direito humano fundamental, e que a
consecução do mais alto nível possível de
saúde é a mais importante meta social
mundial, cuja realização requer a ação de
muitos outros setores sociais e
econômicos, além do setor saúde […]

(OMS,ALOS
1978, p. 1).
Fatores determinantes para a saúde

- Alimentação;
- Moradia;
- Saneamento básico;
- Meio ambiente;
- Trabalho;
- Renda;
- Educação;
- Transporte;
- Lazer;
ALOS
- Acesso a bens e serviços.
Entende-se através desse conceito de saúde da OMS que, nenhum ser
humano ou população será totalmente saudável ou totalmente doente, ou
seja, este é um conceito dinâmico que afirma que o indivíduo, ao longo
de sua existência, viverá condições de saúde/doença, de acordo com
suas potencialidades, suas condições de vida e suas interações.

ALOS
Ainda, segundo a OMS, através da
Conferência Internacional sobre Cuidados
Primários de Saúde, a promoção e proteção
da saúde dos povos é essencial para o
contínuo desenvolvimento econômico e
social e contribui para a melhor qualidade
de vida e para a paz mundial.

ALOS
Em 2000, a Organização das Nações Unidas (ONU) reforçou esse compromisso dos
estados para com a saúde de sua população, apontando quatro condições mínimas para
que um Estado assegure o direito à saúde ao seu povo: disponibilidade financeira,
acessibilidade, aceitabilidade e qualidade do serviço de saúde pública do país.

ALOS
Referências Bibliográficas


BRASIL. Modelos de atenção à saúde no Brasil. In: GIOBANELLA, G. et
al. Políticas e sistema de saúde no Brasil. Rio de Janeiro: FIOCRUZ,
2008;

PAIM, J. S. A Constituição cidadã e os 25 anos do Sistema Único de Saúde
(SUS). Cadernos de Saúde Pública (ENSP. Impresso), v. 29, p. 1927-1936,
2013;

ROSEN, G. Uma história da saúde pública. Rio de Janeiro: Hucitec, 1994.
ALOS

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