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NOÇÕES DE SAÚDE E

DOENÇA

Profa.: Ma. Lidiane Verônica Collares da Silva


 Qual nossa compreensão cotidiana
sobre a saúde e a doença?

 Representação de pessoa saudável nos


meios de comunicação?

 O que queremos quando vamos ao


médico?

 Qual o objetivo de praticarmos


atividades físicas?
Por que é importante compreender a
historicidade dos conceitos de saúde e doença?

Porque é a partir da compreensão do


que é saúde e do que é doença que são
realizados os projetos de intervenção
em saúde pública.
Teorias sobre saúde e doença

modos de pensar o mundo

projetos filosóficos
Até o século XIX, as formas de representação da doença
podiam ser sintetizadas em duas vertentes fundadas na
unicausalidade: a ontológica e a dinâmica.

Antiguidade: assírios, caldeus, hebreus,


egípcios.

O homem como um receptáculo de um


elemento natural ou de um espírito
Concepção Ontológica maligno causador da doença, causa da
doença sempre externa ao homem e com
existência própria.

Ainda hoje existe essa concepção


ontológica – na interpretação de
doenças infecciosas, carenciais e
parasitárias
Concepção Dinâmica

Medicina hindu e chinesa

A doença era vista como o produto do desequilíbrio ou


desarmonia entre os princípios ou forças básicas da vida,
mas compreendia também a busca do reequilíbrio.

O ser humano deixa de ter papel passivo,


podendo ativamente buscar diferentes
procedimentos terapêuticos para a
restauração de suas forças vitais.
Medicina Hipocrática

O que era saúde para Hipócrates?

A saúde era a expressão de uma condição de equilíbrio do


corpo humano, obtida através de um modo de vida ideal,
que incluía nutrição, excreção, exercício e repouso
adequados.
Medicina Hipocrática

 Rompimento com superstição e práticas mágicas

 Doenças endêmicas X Doenças epidêmicas.

 Doença: desequilíbrio dos quatro humores fundamentais

 Império Romano: assimila medicina grega →


desenvolvimento de engenharia sanitária e administração
Idade Média e Renascimento

 Retrocesso no avanço científico,


embora princípios hipocráticos tenham
sido mantidos.

 Cristianismo – abandono da prática


clínica em favor da salvação espiritual.

 Cristianismo: relação entre doença e


pecado → Doença como castigo de
Deus, expiação do pecado ou possessão
demoníaca.
Idade Média e Renascimento

Aumento das guerras e epidemias


na Europa

Fim da Idade Média Maior preocupação com a


transmissão de doenças

Práticas de cura e terapêutica

Surgimento dos primeiros hospitais


Idade Média e Renascimento

• Transição para a Modernidade: hipótese de que cada


doença é causada por um agente específico

• Estudos sobre anatomia, fisiologia, descrição das doenças

• Séc. XVIII: surgimento da medicina moderna


Idade Moderna

 Influência do modelo cartesiano, progresso no desenvolvimento


da Anatomia Humana, estudos com dissecação de corpos
humanos, vivissecção de animais.

 Com o surgimento de três ciências: Anatomia, Fisiologia e


Patologia houve um DESLOCAMENTO EPISTEMOLÓGICO
da Medicina – de arte para curar indivíduos doentes para uma
disciplina das doenças.

 Século XIX – são lançadas as bases da Epidemiologia


MODELO BIOMÉDICO

 Base: biologia → doença como decorrente da falha nos


mecanismos de adaptação do organismo ao meio ou da
presença de alterações estruturais no organismo.

 Avanço da bacteriologia: doenças causadas pela presença


de agentes patogênicos.

 A medicina social fica em segundo plano – o estudo das


doenças infecciosas tomou o primeiro plano em relação às
condições sociais.
MODELO BIOMÉDICO

 Edward Jenner (1749-1823) - o crédito pelo primeiro uso


médico da cowpox – invenção da vacina contra a varíola.

 Louis Pasteur (1822-1895) – pasteurização – criador da


primeira vacina contra raiva.

 1935 - O isolamento dos vírus em 1935 e seu subsequente


crescimento em culturas de células tornou possível o
desenvolvimento das vacinas contra a poliomielite, o sarampo
e a rubéola.
MODELO BIOMÉDICO

 Lógica unicausal e linear: compreensão do mecanismo e a


sequência do adoecimento

 Explicação do adoecimento → modelo mecanicista.

 Doenças desencadeadas por fatores externos, ambientais.

 O combate das enfermidades agudas através da imunização e


do tratamento; a ênfase na definição biológica das doenças; a
crença na possibilidade de sua erradicação e a reorganização
do ensino médico, com a institucionalização do movimento
científico.
MODELO BIOMÉDICO

 Críticas: aplicação do conhecimento biomédico


→ superar visão normal x patológico:
normatividade da vida.

 Epidemiologia tradicional: biomédica.

 Práticas em saúde: curativas


MODELO DA HISTÓRIA NATURAL DA
DOENÇA

 1950 - 1970: criação da ONU e OMS → “saúde é o estado de


completo bem-estar físico, mental e social e não mera
ausência de moléstia ou enfermidade”.

 Elaboração de modelo multicausal → saúde como um


processo → doenças: transmissíveis e não transmissíveis.
MODELO DA HISTÓRIA NATURAL DA
DOENÇA

 Epidemiologia: novo método para prevenir e controlar


doenças → meio externo e meio interno.

 Adoecimento: influenciado por fatores externos e


modificações no meio interno do organismo.
MODELO DA HISTÓRIA NATURAL DA
DOENÇA

 Processo natural da doença: período pré-patogênico e


patogênico.

 Pré-patogênico: não há manifestação da doença; agentes


físicos e químicos, nutricionais, genéticos, determinantes
econômicos, culturais e psicossociais interagem com o
indivíduo, tornando-o vulnerável
MODELO DA HISTÓRIA NATURAL DA
DOENÇA

 Patogênico: processo patológico ativo → início das


modificações no estado de normalidade → ação de agentes
patogênico

 Criticas ao modelo: reconhece múltiplas causas no


processo saúde-doença → determinações sociais
consideradas de forma secundária.

 Críticas a epidemiologia: cadeias lineares.


MODELO DE DETERMINAÇÃO
SOCIAL DA DOENÇA

 Entendimento diferenciado e não restrito apenas


ao aspecto biológico → saúde enquanto qualidade
de vida

 Compreender e abordar as condições da vida


cotidiana que levam a desigualdades sociais na
saúde.

 Determinantes Sociais da Saúde (DSS): “as


causas das causas” → incluem condições mais
gerais sociais, econômicas, culturais e ambientais.
MODELO DE DETERMINAÇÃO SOCIAL
DA DOENÇA

Determinantes influenciam os estilos de vida


MODELO DE DETERMINAÇÃO SOCIAL
DA DOENÇA

Camada central: características individuais → Camada distal: macro


determinantes (condições econômicas, culturais e ambientais da
sociedade)

Camadas intermediárias: estilos de vida dos indivíduos,


redes sociais e comunitárias e fatores relacionados às
condições de vida e de trabalho.

Características individuais
História da Saúde Coletiva

→ Medicina Social (séc XIX) → caráter social das doenças; a


promoção de saúde exige médicas médicas e sociais
→ Medicina Preventiva (1950) → modelo liberal; busca
reformas na educação médica de modo a integrar as
especializações e sair de um modelo individual para um
biopsicossocial
→ Movimento da Reforma Sanitária (1970-80) → resposta à
crise da saúde durante a década de 70; se une aos movimentos
sociais de contestação da ditadura;
Saúde Coletiva

→ Campo de produção de conhecimentos voltados para a


compreensão da saúde e a explicação de seus determinantes
sociais, bem como âmbito de práticas direcionadas
prioritariamente para a sua promoção, além de voltadas para a
prevenção e o cuidado a agravos e doenças, tomando por
objeto não apenas os indivíduos, mas sobretudo os grupos
sociais, portando, a coletividade.
Saúde Pública X Saúde Coletiva

SAÚDE PÚBLICA SAÚDE COLETIVA


→ campo de conhecimentos e
→ foco em problemas de saúde práticas em saúde
mortes, doenças, agravos e riscos ao → foco nas necessidades de saúde:
nível da coletividade; saúde como evitar a doença e prolongar a vida,
ausência de doenças mas também melhorar a qualidade de
vida e permitir o exercício da
liberdade humana na busca de
felicidade.
Saúde Pública X Saúde Coletiva

SAÚDE PÚBLICA SAÚDE COLETIVA


→ epidemiologia tradicional, → epidemiologia social ou crítica,
planejamento normativo, ciências sociais, determinação social e
→ administração taylorista desigualdades em saúde,
→ concepção biologista planejamento estratégico,
→ programas desarticulados comunicativo e gestão democrática.
→ contribuição de todos os saberes:
→ Estado como ator político científicos e populares
→ Sociedade civil como ator político

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