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Saúde Coletiva

Prof. Evanúsia de Lima


SAÚDE COLETIVA

O QUE É SAÚDE
???
SAÚDE
 Em seu sentido mais abrangente, é a resultante das
condições de alimentação, habitação, educação, renda,
meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer,
liberdade, acesso e posse de terra e acesso a serviços de
saúde.
 Resultado das formas de organização social da produção, as
quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida.
 Deve ser entendida em sentido mais amplo, como
componente de qualidade de vida, um bem e um direito
social, no sentido de que um e todos possam ter assegurados o
exercício e a prática deste direito à saúde, envolvendo a
promoção e proteção da saúde, prevenção, diagnóstico,
tratamento e reabilitação.
E DOENÇA
???
E DOENÇA?
DOENÇA

Deve ser abordada por várias dimensões:


 Sofrimento;
 Poder ou não estar doente;
 Adversidade;
 Perigo;
 Preconceito;
 Sinal de Doença e outros.
Saúde Pública
ou Saúde
Coletiva
???
Saúde Pública x Saúde Coletiva

Saúde Pública:
 Utiliza os conhecimentos das ciências da saúde com
o intuito de organizar sistemas e serviços de saúde e
controlar a incidência de doenças na população
assistida, com vinculação institucional do Estado;
 Visão clínica da questão saúde-doença.
Saúde Coletiva
 Implica em levar em conta a diversidade e
especificidade dos grupos populacionais e das
individualidades com seus modos próprios de
adoecer e/ou representarem tal processo.
Objeto de trabalho da Objeto de trabalho da
Saúde Pública Saúde Coletiva

problemas de saúde, necessidades de saúde,


definidos em termos de ou seja, todas as condições
mortes, doenças, agravos e requeridas não apenas para
riscos em suas ocorrências no evitar a doença e prolongar
nível da coletividade. a vida, mas também para
melhorar a qualidade de
vida e, no limite, permitir o
Nesse sentido, o exercício da liberdade
conceito de saúde que lhe é humana.
próprio é o da ausência de
doenças.
Saúde Coletiva
 “A Saúde Coletiva pode ser considerada como um
campo de conhecimento de natureza
interdisciplinar cujas disciplinas básicas são a
epidemiologia, o planejamento/administração de
saúde e as ciências sociais em saúde”.
(PAIM; ALMEIDA FILHO, 2000)

 “E também como um âmbito de práticas, em que


se realizam ações em diferentes organizações e
instituições por diversos agentes (especializados ou
não) dentro e fora do espaço convencionalmente
reconhecido como setor saúde”.
(PAIM; ALMEIDA FILHO, 2000)
Objeto de investigação da Saúde
Coletiva

Estado de saúde da população:


Condições de grupos específicos e tendências gerais numa perspectiva
epidemiológica, demográfica, socioeconômica e cultural.

Serviços de saúde:
Processos de trabalho no campo da saúde, organização social dos
serviços, formulação e implantação das políticas e avaliação de
programas, planos e tecnologias.

Conhecimento em saúde:
Produção do saber e relações entre o conhecimento científico e as
concepções populares.
Saúde Coletiva e suas origens
 Década de 50 – Projeto Preventivista
 EUA (1940 ) – fragmentação da medicina: especialidades,
aumento dos custos relacionados as práticas médicas, foco na
doença, não considera a influência do ambiente social
/psicossocial;
 Proposta de mudança no ensino médico – incorporação da
ideia da PREVENÇÃO e reformulação dos currículos escolares
de medicina (1950) - Medicina Preventiva;
 Na América Latina (1950) – Seminários Chile e México – OPAS -
Crítica ao ensino do modelo biomédico e inclusão de
disciplinas e temas associados a Epidemiologia, Ciências da
conduta, Administração de serviços de saúde e Bioestatística.
Saúde Coletiva e suas origens
 Década de 60 – Medicina Comunitária
 EUA- (1950) – intensa mobilização popular e intelectual em
relação as questões sociais;
 Resposta a baixa cobertura de assistência médica aos mais pobres,
tais como comunidades carentes de migrantes ou de extratos de
baixa renda da sociedade norte americana, e à baixa cobertura
aos idosos, que por estarem fora do mercado de trabalho também
ficavam sem acesso adequado aos serviços médicos;
 Centros Comunitários em Saúde - destinados a efetuar ações
preventivas e prestar cuidados básicos de saúde à população
local.
ORIGENS DA SAÚDE COLETIVA:
Contexto Brasileiro

 Década de 70 – Medicina Social


 Valorização do social enquanto esfera de determinação dos
adoecimentos e possibilidades de saúde;
 Intervenção do Estado - Atenção à saúde dos trabalhadores;
 Democratização da Saúde e pensamento em saúde;
 1974 - Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES);
 Redefinição da formação de pessoal para a área da saúde;
 1979- ABRASCO.
CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
SURTO

É a ocorrência de dois ou mais casos epidemiologicamente


relacionados – alguns autores denominam surto epidêmico, ou
surto, a ocorrência de uma doença ou fenômeno restrita a um
espaço extremamente delimitado; colégio, quartel, creches,
grupos reunidos em uma festa, um quarteirão, uma favela, um
bairro, etc.
EPIDEMIA
É a ocorrência em uma comunidade ou região de casos de
natureza semelhante, excessiva em relação ao esperado. O
conceito operativo usado na epidemiologia é: uma alteração,
espacial e cronologicamente delimitada, do estado de
saúde/doença de uma população, caracterizada por uma
elevação inesperada e descontrolada dos coeficientes de
incidência de determinada doença, ultrapassando valores do
limiar epidêmico preestabelecido para aquela circunstância e
doença.
PANDEMIA

É caracterizada por uma epidemia com larga


distribuição geográfica, atingindo mais de um país ou
de um continente. Um exemplo típico deste evento é
a epidemia de AIDS que atinge todos os continentes.
ENDEMIA

Variação da incidência de uma doença em uma


comunidade dentro de limites considerados “normais”
para essa comunidade, baseado na série histórica desse
lugar.
 ANTICORPO: globulina encontrada no soro que reage
especificamente com os antígenos neutralizando-os ou
destruindo-os;
 ANTÍGENO: substância proteica que estimula uma
resposta imunológica no hospedeiro;
 AGENTE ETIOLÓGICO: ou agente infeccioso, ser vivo
causador da infecção. Pode ser bactéria, fungo, vírus,
etc.
CONCEITOS

 INCIDÊNCIA: Intensidade com que acontece a morbidade


em uma população;

 PREVALÊNCIA: descreve a força com que as doenças


subsistem nas coletividades;

 MORBIDADE: refere-se à doença;


 MORTALIDADE: refere-se a morte.
 INFECTIVIDADE é a capacidade de certos organismos
(agentes) de penetrar, se desenvolver e/ou se multiplicar em
um outro (hospedeiro) ocasionando uma infecção. Exemplo:
alta infectividade do vírus da gripe e a baixa infectividade dos
fungos.

 PATOGENICIDADE é a capacidade do agente, uma vez


instalado, de produzir sintomas e sinais (doença). Ex: é alta no
vírus do sarampo, onde a maioria dos infectados tem sintomas
e a patogenicidade é reduzida do vírus da pólio onde poucos
ficam doentes.
 VIRULÊNCIA é a capacidade do agente de produzir efeitos
graves ou fatais, relaciona-se à capacidade de produzir toxinas,
de se multiplicar. Ex: baixa virulência do vírus da gripe e do
sarampo em relação à alta virulência dos vírus da raiva e do
HIV.
 IMUNOGENICIDADE é a capacidade do agente de, após a
infecção, induzir a imunidade no hospedeiro. Ex: alta nos vírus
da rubéola, do sarampo, da caxumba que imunizam em geral
por toda a vida, em relação a baixa imunogenicidade do vírus
da gripe, da dengue, que só conferem imunidade relativa e
temporária.
 AGRAVO À SAÚDE – mal ou prejuízo à saúde de um ou mais
indivíduos, de uma coletividade ou população.

 CASO: é uma pessoa ou animal infectado ou doente que


apresenta características clínicas, laboratoriais e epidemiológicas
específicas de uma doença ou agravo.

 CASO SUSPEITO: é a pessoa cuja história clínica, sintomas e possível


exposição a uma fonte de infecção sugerem que o mesmo possa
estar ou vir a desenvolver alguma doença infecciosa. O caso
suspeito varia de acordo com cada doença ou agravo.
 COMUNICANTE: são todos aqueles (pessoa ou animal) que
estiveram em contato com um reservatório (pessoa - caso clínico
ou doente e portadores ou animal infectado) ou com ambiente
contaminado, de forma a ter oportunidade de adquirir o agente
etiológico de uma doença.
 CONTAMINAÇÃO é a presença do agente (infeccioso) ou fator
de risco.

 CONTROLE quando relacionado a doenças significa operações


ou programas desenvolvidos para eliminá-las ou para reduzir sua
incidência ou prevalência; ou ainda atividades destinadas a
reduzir um agravo até alcançar um determinado nível que não
constitua mais problema de saúde pública.
 DADO: é uma descrição limitada da realidade, não chega a ser
uma informação.

 INFORMAÇÃO: Descrição da realidade, mais completa que um


dado, associada a um referencial explicativo. surge através de
um dado que, após ter sido coletado, é trabalhado de maneira
sistemática, produzindo conhecimento.
 FONTE DE INFECÇÃO: de onde veio determinada infecção. O
conceito confunde-se com o de um determinado reservatório
específico.

 FATORES DE RISCO* – são os componentes que podem levar à


doença ou contribuir para o risco de adoecimento e
manutenção dos agravos de saúde: “Um só fator nunca é
suficiente para o aparecimento da doença, mas esta depende de
vários determinantes”.
 HOSPEDEIRO: Ser vivo que oferece, em condições naturais,
subsistência ou alojamento a um agente infeccioso. Pode ser
humano ou animal (inclusive aves e artrópodes).

 DANO (Aurélio) pode ser definido como: 1- Mal ou ofensa


pessoal, prejuízo moral. 2- Prejuízo material causado a alguém
ou a alguma instituição pela deterioração ou inutilização de
seus bens. 3- Estrago, deterioração, danificação.
Consideraremos principalmente o termos “dano à saúde”que
será correspondente ao termo “agravo à saúde”.
 RESISTÊNCIA: é o conjunto de mecanismos do organismo que
servem de defesa contra a invasão ou multiplicação de agentes
infecciosos ou efeitos nocivos de seus produtos tóxicos e
depende da nutrição, da capacidade de reação a estímulos do
meio, de fatores genéticos, da saúde geral, estresse, ou da
imunidade.

 IMUNIDADE: é um subtipo de resistência, específica, associada à


presença de anticorpos que possuem ação específica sobre o
microorganismo responsável por uma doença infecciosa ou
sobre suas toxinas.
 SUSCETIBILIDADE – é medida de fragilidade, a possibilidade
adoecimento por determinado agente, fator de risco ou
conjunto de causas.
DOENÇAS EMERGENTES

São doenças novas, desconhecidas da população. São causadas


por vírus ou bactéria nunca antes descritos ou por mutação de
um vírus já existente. Também é possível que sejam causadas por
um agente que só atingia animais, e que agora afeta também
seres humanos. Dentro desse conceito, a Aids aparece como a
mais importante doença emergente. Até o início da década de
80, era completamente desconhecida no mundo.
DOENÇAS REEMERGENTES

Doença conhecida cuja incidência esteja aumentando


em um dado lugar ou entre uma população específica. É
preciso levar em consideração fatores específicos de cada
doença e o local onde ela aparece. (DENGUE, GRIPE, LV)
Obrigada!

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