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FUNDAMENTOS DA

EPIDEMIOLOGIA
Prof. Edgleusson Noronha
EPIDEMIOLOGIA:
A palavra é formada pela junção do prefixo
EPÍ-(em cima de, sobre) com o radical -
DEMOS significando povo. O sufixo - LOGIA
também vem do grego que corresponde a
estudo, doutrina. Epidemiologia significa
“ciência do que ocorre sobre o povo”.
EPIDEMIOLOGIA

Segundo Rouquayrol (1999) Epidemiologia é a ciência que


estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas,
propondo medidas específicas de prevenção, controle ou
erradicação de doenças.

A Epidemiologia estuda os problemas de saúde em


coletividades humanas.
HISTÓRIA DA
EPIDEMIOLOGIA

Hipócrates (a.C. 460 a 377 a.C.), o pai da Medicina, é considerado


o precursor da Epidemiologia, devido aos seus relatos sobre as
epidemias. Hipócrates não se limitava a analisar o paciente em si,
mas possuía uma visão holística demonstrando antecipadamente
um raciocínio epidemiológico. Analisava as doenças de forma
racional como produtos da relação dos indivíduos com o ambiente
e com a maneira de viver.
HISTÓRIA DA
EPIDEMIOLOGIA

No tratado de Ares, águas e lugares, um dos mais


antigos do corpus hippocraticum, Hipócrates
discutiu os fatores ambientais ligados às doenças,
defendendo um conceito ecológico de saúde-
doença. Daí surgia a Teoria Miasmática, que
sustentava a ideia de que regiões insalubres eram
capazes de provocar doenças.
O RENASCIMENTO:

A partir dessa nova visão de mundo, “explodiu”,


entre os séculos XVI e XVIII, a necessidade da
produção de conhecimento em todos os
saberes. É justamente nesse contexto que as
raízes históricas de todas as ciências
contemporâneas podem ser identificadas. O
impacto dessa “explosão do saber” na
constituição da ciência epidemiológica é
notável.
As principais aplicações da
Epidemiologia são:
- Investigação etiológica (estudo e causa de um
determinado fenômeno);
- Determinação de riscos;
- Aprimoramento na descrição de quadro
clínico;
- Determinação de prognósticos (previsão) e
diagnósticos de Doenças Infectocontagiosas
(DIC) e Doenças Crônicas Não Transmissíveis
(DCNT).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde
como

“um estado de completo bem-estar físico, mental e


social e não somente ausência de afecções e
enfermidades Cultura organizacional e políticas de
gestão de pessoas”
Tipos de saúde:
Por ser muito importante para os estudos Epidemológicos a
atuação da saúde é dividida em dois tipos:

A Saúde Pública está relacionada a um campo de saberes e


práticas baseado na intervenção técnica e política do Estado,
cujas práticas voltam-se tanto para o individual quanto para o
coletivo (Pires Filho, 1987).
Tipos de saúde:
A Saúde Coletiva “é a ciência que evita doenças,
prolonga a vida e desenvolve a saúde física, mental e a
eficiência, através de esforços organizados da
sociedade, para o saneamento do meio ambiente, o
controle de infecções entre as pessoas, a organização
de serviços médicos e paramédicos para diagnóstico
precoce e o tratamento preventivo de doença, e o
aperfeiçoamento da máquina social que assegurará a
cada individuo, dentro da sociedade, um padrão de
vida adequado à manutenção da saúde” (Winslow
citado por Rouquayrol, 1999).
A Saúde Coletiva
investiga:
- estado de saúde ou condições de saúde de grupos
populacionais específicos;

- serviços de saúde (do posto de saúde ao hospital


especializado);

- saber sobre a saúde, as relações entre o saber "científico" e


as concepções e práticas populares de saúde, influenciadas
pelas tradições;

- crenças e cultura de modo geral.


Saúde evoluiu ao longo do tempo:

Até o século XIX - A “Saúde era a ausência de doença.” O


centro das atenções era a doença em si.

1947 - “Saúde é o estado de completo bem-estar físico,


mental e social, e não apenas a ausência de doença” (OMS
– Organização Mundial da Saúde, 1947). Carta Magna de 7
de abril trouxe, o primeiro conceito de Saúde, que apesar
de revolucionário, era subjetivo e idealizado.

1970 - Cristopher Boorse, formulou a Teoria Bioestatística


da Saúde, altamente criticada.
1986 - Acontece a VIII Conferência Nacional de Saúde, realizada em Brasília
, que traz a seguinte definição: "Saúde é a resultante das condições de
alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho,
emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acessos aos serviços
de saúde, é assim antes de tudo, o resultado das formas de organização
social".

1988 - O Artigo 196 de 05 de outubro de 1988, da constituição federal diz


que: “Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de
outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços, para
sua promoção, proteção e recuperação.” Segundo Tambellini, 1988 , saúde
é um bem coletivo que deve ser compartilhado individualmente por todos
os cidadãos. Comporta duas dimensões essenciais: a dimensão do
indivíduo e a dimensão da coletividade.” Podemos observar a dimensão
social do conceito de saúde. A saúde passou a ser, também, um critério de
cidadania.

Assim, podemos afirmar que todos os cidadãos são responsáveis pela


manutenção da sua saúde (citado por Rouquayrol, 2003).
Epidemiologia de risco:
Atualmente, com a emergência das doenças crônicas não
transmissíveis e com a reemergência de outras que até então
estavam supostamente erradicadas, o objeto, ou seja, a base da
moderna Epidemiologia tem sido construída através do conceito de
risco.

No senso comum risco significa perigo, logo, tem um sentido


negativo, já na Epidemiologia o conceito de risco pode ter tanto um
sentido positivo quanto negativo, pois está associado à
probabilidade de ocorrência de algum evento. Portanto, pode estar
relacionado a algo positivo, como por exemplo, as chances de cura
ou recuperação de uma doença.
A ciência epidemiológica é formada por três
elementos

Clínica Médica - Trata dos saberes sobre saúde e doença.

Estatística - Trata das diretrizes metodológicas


quantitativas.

Medicina Social - Trata das práticas de transformação da


sociedade.
Os principais objetivos da Epidemiologia são:

1 Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de


saúde nas populações humanas;

2 Proporcionar dados para planejar, executar e avaliar


ações de prevenção, controle e tratamento das doenças;

3 Identificar fatores etiológicos na gênese das


enfermidades.
Níveis de Atenção à saúde
Atenção Primária à Saúde - Realizada no período pré-patogênico.
Compreende aplicação de medidas dirigidas a determinado agravo à
saúde.

Objetivos:
• Promoção da saúde e prevenção de doenças;
• Interceptar as causas patológicas antes mesmo que atinjam o
indivíduo.

Exemplos de medidas de proteção específica: Imunização,


quimioprofilaxia para certas doenças, proteção contra acidentes,
controle de vetores, aconselhamento genético, o auto-cuidado em
saúde (alimentação adequada, prática regular de exercícios físicos,
higiene).
Atenção Secundaria a Saúde
Realizada no indivíduo sob ação do agente
patogênico, isto é, quando o período pré-
patogênico já foi ultrapassado e o processo
patológico foi desencadeado. As medidas
preventivas nesse nível incluem: Diagnóstico
precoce, tratamento imediato e limitação da
incapacidade.

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