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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS - FMU

ESCOLA DE SAÚDE
GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

MARCELLA SILVA PEREIRA PINTO - RA 7248293


MICHEL GONÇALVES DE SOUZA PIRES - RA 3739004
NATHÁLIA CORDEIRO MOLINA BENITES - RA 3148643
RAMIRO DE SOUZA - RA 3825048
THIAGO SANTOS RIBEIRO – RA 7889162

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE HIPERTENSO

Orientadora: Profa. Ma. Flávia Pereira Carnaúba

São Paulo
2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS - FMU
Curso de Graduação de Enfermagem
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE HIPERTENSO

Marcella Silva Pereira Pinto RA: 7248293; Michel Gonçalves de Souza Pires RA:
3739004; Nathália Cordeiro Molina Benites RA: 3148643; Ramiro de Souza RA:
3825048; Thiago Santos Ribeiro RA: 7889162

Orientadora: Profa. Ma. Flávia Pereira Carnaúba

RESUMO
As doenças crônicas não transmissíveis têm sido a principal causa de morte
prematura em todo o mundo nos últimos 100 anos. Com a evolução tecnológica e a
melhoria das condições socioeconômicas e culturais vivenciadas pelas sociedades
modernas, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são hoje a principal causa
de morte no mundo, com destaque para as doenças cardiovasculares. Dentre estes,
a hipertensão arterial sistêmica (HAS) é considerada um dos mais importantes fatores
de risco modificáveis e um dos mais importantes problemas de saúde pública no Brasil
e no mundo. É uma condição clínica multifatorial caracterizada por uma elevação
sustentada da pressão arterial (PA) acima de 140 mmHg da pressão arterial sistólica
(PAS) e da pressão arterial diastólica (PAD) de 90 mmHg, com prevalência de alta,
baixa taxa de controle. Foi identificada como precursora e potencial fator de risco para
doenças cardiovasculares (DCV), responsável por 30% de todas as mortes
(aproximadamente 17 milhões) e até 50% das doenças não transmissíveis na última
década.
Manter a progressão das DCNT é um grande desafio para os sistemas de saúde no
Brasil e no mundo. Organizações internacionais estimam que o custo global das
perdas econômicas das DNTs seja de até US$ 7 trilhões entre 2011 e 2030. Isso
corresponde a 5% da produção total mundial no período coberto. Diante de seus
impactos epidemiológicos e socioeconômicos, a Organização Mundial da Saúde
(OMS) tem promovido o desenvolvimento de técnicas de intervenção para ajudar a
preveni-los, controlá-los e controlá-los. Em todo o mundo, vários projetos de
intervenção populacional vêm sendo desenvolvidos desde a década de 1970 com o
objetivo de promover mudanças comportamentais que reduzam os fatores de risco
para as DCNT, mas novos projetos e estratégias de alto impacto estão surgindo
atualmente. e controle. gerenciar essas doenças.
Neste contexto, recomenda-se fortemente a elaboração sistemática e por escrito de
planos de cuidado junto aos indivíduos com condições crônicas, pois o planejamento
de ações concretas pode levar a resultados clínicos favoráveis, além de aumentar o
conhecimento individual sobre a doença e o próprio tratamento. Objetivo: Descrever
assistência de enfermagem ao paciente hipertenso. Metodologia: Trata-se de uma
pesquisa de revisão bibliográfica, construída a partir de materiais publicados entre
2012 e 2022. Para seleção dos textos foi feito um levantamento na internet, utilizando
as bases de dados da BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) e Scielo (Scientific Electronic
Library Online). As palavras-chaves investigadas foram: Plano de Cuidados de
Enfermagem; Assistência de Enfermagem; Hipertensão Arterial Sistêmica.
Resultados: Para apresentação dos resultados sobre os cuidados de enfermagem
ao paciente hipertenso, tivemos equipes que desenvolveram planos de cuidados para
pessoas com hipertensão arterial individual e com seus familiares, pontuaram
significativamente mais nas subdimensões promoção da saúde e atenção
individualizada do que na subdimensão familiar. Considerações finais: As
necessidades básicas afetadas pela HAS são várias e podem ser minimizadas se
houver orientações de toda a equipe de saúde e especialmente da enfermagem. É
essencial a prevenção e o rastreamento precoce de casos de Hipertensão.

Descritores: 1. Plano de Cuidados de Enfermagem 2. Assistência de Enfermagem


3. Hipertensão Arterial Sistêmica.
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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE HIPERTENSO

1. INTRODUÇÃO
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) exercem um grande desafio
para a saúde pública mundial, é responsável pelas principais causas de
morbidades e mortalidade. De acordo com Barroso WKS, Rodrigues CIS,
Bortolotto LA, Mota-Gomes MA, Brandão AA, Feitosa ADM, et al. (2020, p. 116,
apud Neves RG; Pereira DC; Santos AV; Tomasi, E, 2022, p. 2), “A hipertensão
arterial (HA) é uma doença crônica não transmissível (DCNT) de importância
para a saúde pública.”
De acordo com Kearney PM, Whelton M, Reynolds K, Muntner P, Whelton PK,
He J. (2005, p. 365 apud Neves RG; Pereira DC; Santos AV; Tomasi, E, 2022,
p. 2), “Estima-se que, até 2025, a HA acometa cerca de um terço da população
do planeta.”
De acordo com Lim SS, Vos T, Flaxman AD, Danaei G, Shibuya K, Adair-Rohani
H, et al.(2012, p. 380 apud Neves RG; Pereira DC; Santos AV; Tomasi, E, 2022,
p. 2), “As complicações de HA respondem por 9,4 milhões de mortes em todo o
mundo, a cada ano”, de acordo com Departamento de Informática do SUS.
Datasus: Tabnet - mortalidade - Brasil [Internet] (2021, p. 16 apud Neves RG;
Pereira DC; Santos AV; Tomasi, E, 2022, p. 2), “sendo que, em 2017, o Brasil
registrou 141.878 mortes devidas a HA, ou a causas atribuíveis a ela, como
complicações.”
“Além de reduzir a capacidade funcional e a expectativa de vida, a HA e seu
impacto na saúde pública representam um custo significativo para o sistema de
saúde. Além da medicação, os cuidados do sistema de saúde às pessoas com
HA devem incluir monitoramento e apoio às mudanças no estilo de vida.”
(TOMASI, 2022, p.1).
De acordo com Metzelthin SF, Daniëls R, van Rossum E, Cox K, Habets H, de
Witte LP, et al. (2013, p. 50 apud Silva RL, Arruda GO, Barreto MS, Oliveira ML,
Matsuda LM, Marcon SS, 2016, p. 495), “Neste sentido, tem-se recomendado
fortemente a elaboração sistemática e por escrito de planos de cuidado junto
pode levar a resultados clínicos favoráveis, além de aumentar o conhecimento
individual sobre a doença e o próprio tratamento.”
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“A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), por seu perfil epidemiológico,


tem sido estudada sob diferentes perspectivas, com o intuito de desenvolver uma
prática profissional que proporcione sua prevenção ou controle por meio de
mudanças de estilo de vida e/ou adesão ao tratamento farmacológico.” (Moura
DJM, Bezerra STF, Moreira TMM, Fialho AVM, (2010, p.760).
De acordo com Brasil. Hipertensão arterial sistêmica para o Sistema Único
de Saúde. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção a Saúde, Departamento
de Atenção Básica. – Brasília :Ministério da Saúde (2006 apud Moura DJM,
Bezerra STF, Moreira TMM, Fialho AVM, (2010, p.760). “A hipertensão arterial é
um importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças
cardiovasculares, sendo responsável por 40 % das mortes por acidente vascular
cerebral e 25 % por doença coronariana. Existem cerca de 17 milhões de
pessoas com hipertensão no Brasil, o que representa cerca de 35 % da
população com mais de 40 anos. É um fenômeno crescente, cada vez mais
prematura, e representa um grave problema de saúde pública no Brasil e no
mundo.”
“Caracteriza-se por níveis de hipertensão, definida como pressão arterial
sistólica igual ou superior a 140 mmHg e/ou pressão arterial diastólica igual ou
superior a 90 mmHg em indivíduos que não fazem uso de medicação anti-
hipertensiva. No entanto, a definição de um diagnóstico de hipertensão com base
apenas em dados de pressão arterial é arbitrária. É necessário ressaltar a
importância de identificar essa doença com base nos níveis pressóricos, fatores
de risco, lesões em órgãos-alvo e comorbidades associadas para prevenir erros
ou danos às pessoas.” (Moura DJM, Bezerra STF, Moreira TMM, Fialho AVM,
2010, p.760).
“Embora se trate de uma doenca cronico-degenerativa de facil diagnostico
e com grande diversidade terapeutica, seu controle constitui um desafio aos
pacientes em virtude das mudancas de estilo de vida necessarias; e aos
profissionais de saude, sobretudo aos enfermeiros, que tem sua acao pautada
no cuidado continuo a esses individuos. A esses profissionais, o maior desafio
revela-se na necessidade de desenvolver estrategias com vistas a conduzir o
individuo ao autocuidado e consequente adesao a terapeutica.” (Moura DJM,
Bezerra STF, Moreira TMM, Fialho AVM, 2010, p.760).
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De acordo com Araújo GBS, Garcia TR (2006, p.250-6A apud Moura DJM,
Bezerra STF, Moreira TMM, Fialho AVM, 2010, p.760). “A adesão ao tratamento
anti-hipertensivo e consolidada com a participacao do cliente de forma ativa no
seu plano terapeutico, nao se constituindo em mero cumpridor de
recomendacoes; ao contrário, e visto como sujeito do processo, assumindo com
os profissionais de saude, a responsabilidade pelo seu tratamento.”
“A não adesão ao tratamento tem atingido aproximadamente 50% dos
pacientes e envolve aspectos biologicos, psicologicos, culturais e sociais. A falta
de controle da pressao arterial, mesmo em pacientes acompanhados em
unidades de saude, regularmente e frequente.” (Moura DJM, Bezerra STF,
Moreira TMM, Fialho AVM, 2010, p.760).
“Assim, faz-se necessário o desenvolvimento de estratégias de cuidado
que contemplem os diversos elementos envolvidos no processo de adoecimento
da hipertensão arterial: as expressivas transformações na vida dos indivíduos
nas esferas emocional, familiar, social e econômica, considerando que a maior
parte se constitui de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), dentre os quais
estão embutidas dificuldades socioeconômicas e culturais que podem tornar-se
empecilhos a adesão terapêutica adequada. Esse cuidado deve ser
contextualizado as necessidades do indivíduo e permeado pela noção de
autonomia, com vistas a produção de postura ativa na adesão.” (Moura DJM,
Bezerra STF, Moreira TMM, Fialho AVM, 2010, p.760).
De acordo com Moreira TMM, Araújo TL (2004, p.268-77apud Moura
DJM, Bezerra STF, Moreira TMM, Fialho AVM, 2010, p.760). “Mesmo com o
reconhecimento da Enfermagem na adesão ao tratamento, evidenciamos uma
lacuna entre teoria e prática, uma vez que são elevados os índices de não
adesão e a presença de complicações.”
De acordo com Barreto JAE, Moreira RVO. (Sobral (CE): Edições UVA
(2004, apud Moura DJM, Bezerra STF, Moreira TMM, Fialho AVM, 2010, p.760).
“A Enfermagem e uma ciência, cuja essência e especificidade e o cuidado ao
ser humano, individualmente, na família ou na comunidade, desenvolvendo-o de
forma autônoma e/ou, muitas vezes, em equipe; e uma profissão de ajuda com
relações complexas e multifacetadas, composta por uma grande variedade de
elementos; o seu cuidado transcende a dimensão biológica da pessoa, e tem
como foco o ser que experiencia a doença, incluindo sua cultura, valores,
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crenças, modos de vida e sentimentos vinculados às suas necessidades de


cuidado.”
Assim, torna-se urgente compreender como se dá a prática de
enfermagem a essa clientela nos diversos cenários de atuação da saúde. A
realização de pesquisas fornece subsídios para que os conhecimentos
produzidos e divulgados sejam incorporados na assistência de enfermagem,
melhorando a qualidade de vida dos pacientes portadores de hipertensão
arterial. Segundo (Moura DJM, Bezerra STF, Moreira TMM, Fialho AVM, 2010,
p.760).
Dessa forma, o objetivo deste estudo foi identificar as competências de
promoção da saúde em intervenções de enfermagem em portadores de
hipertensão arterial por meio da revisão de artigos publicados. Espera-se que o
estudo possa contribuir para uma reflexão crítica da prática assistencial de
enfermagem na promoção da saúde de indivíduos com hipertensão arterial, uma
vez que trará uma síntese do conhecimento produzido no tocante às
competências.

• PROMOÇÃO Á SAÚDE: A saúde está ligada, especificamente, a dois fatores:


ao estilo de vida (modo de viver) e ao ambiente em que se vive, e que vão
influenciar na saúde do indivíduo.
Promoção da saúde é

[...] o conjunto de estratégias e formas de produzir


saúde, no âmbito individual e coletivo, que se
caracterizam pela articulação e cooperação intra e
intersetorial e pela formação de redes integrais, com
ampla participação e controle social (MINAS GERAIS,
2015, p. 2).
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2. OBJETIVO
Descrever assistência de enfermagem ao paciente hipertenso através de
revisão das publicações dos ultimos 12 anos.

3. METODOLOGIA
O presente estudo foi realizado por meio de uma pesquisa bibliográfica,
procurando identificar os cuidados de enfermagem para o paciente hipertenso.
Para a realização do mesmo foram analisados artigos publicados em revistas
científicas, utilizando as bases de dados da BVS (Biblioteca Virtual da Saúde),
como: Scielo (Scientific Electronic Library Online).
As palavras-chave utilizadas foram: Plano de Cuidados de Enfermagem;
Assistência de Enfermagem; Hipertensão Arterial Sistêmica. Os artigos, fontes
de informações foram coletados no período de setembro e outubro de 2022.
Quanto aos critérios de escolha, foram incluídos os artigos que
contemplassem o tema; disponíveis na íntegra em meio eletrônico; em idioma
português e publicados entre 2010 e 2022. Como critérios de exclusão foram
adotados a fuga da temática e os artigos em duplicidade.
A apresentação dos resultados e discussão dos dados obtidos foi realizada
de forma descritiva, possibilitando ao leitor a avaliação da aplicabilidade da
revisão da literatura, de forma a impactar positivamente a prática da
Enfermagem, fornecendo um modo organizado de rever as evidências sobre um
tema.
Para eliminar possível viés, todos os autores do presente manuscrito
participaram da coleta de dados, buscando um consenso de opiniões.
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4. RESULTADOS
A pesquisa nas bases de dados possibilitou a localização de 16
publicações. Nas quais foram analisadas e submetidas aos critérios de inclusão
e exclusão, considerando-se, portanto, 07 artigos para o estudo.
Para apresentação dos resultados sobre Assistência de enfermagem ao
paciente hipertenso, optou-se pela utilização de Categorias de análise. Assim,
os dados da literatura que respondiam à pergunta de indagação do estudo foram
agrupados em categorias, conforme a relevância e similaridade do material
pesquisado, sendo identificadas de acordo com o seu conteúdo. Cada grupo,
representou o que se chamou de categoria temática, encontrando-se, portanto,
02 categorias, sendo: (1) Intervenções ao Paciente Hipertenso; (2) Assistência
de Enfermagem.
1. Intervenções ao Paciente Hipertenso - A educação em saúde e
empoderamento foram as principais intervenções de enfermagem na
prática de promoção da saúde em portadores de hipertensão arterial,
catalisar mudanças, cujo enfoque é permitir mudanças e capacitar os
indivíduos e comunidades para melhorar a saúde.
“As recomendações de tratamento farmacológico incluem fármacos
como diuréticos tiazídicos para início de tratamento em pacientes sem
contraindicações. Os bloqueadores de canais de cálcio, inibidores da
enzima conversora da angiotensina e os bloqueadores do receptor de
angiotensina II também são recomendados segundo situações
específicas. E são feitas recomendações para determinados grupos
populacionais, como pacientes afro-americanos, mulheres e idosos.
Entre as recomendações para tratamento não farmacológico são
abordadas a redução do peso em pacientes com sobrepeso ou
obesidade, o controle da alimentação, a realização de atividade física, a
redução no consumo de álcool e a mudança no estilo de vida. Metas
pressóricas a serem alcançadas referem-se a situações específicas
como pacientes com PAS persistentemente elevada, com histórico de
AVC, aqueles com alto risco para eventos cardiovasculares ou com
diabetes concomitante. As recomendações foram classificadas de
acordo com a ferramenta GRADE quanto ao grau de confiança em fortes
ou fracas a favor ou contra.” (JUNIOR, C.D.L. et al. 2021).
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“Deve-se dar importância as práticas de conscientização e incentivo ao


desenvolvimento de atividades físicas por meio de programas
educativos da equipe da saúde da família, com o intuito de proporcionar
o melhor controle da doença, a melhoria da saúde e da qualidade de
vida da população, bem como de prevenir agravos. Assim as
metodologias NANDA, NOC e NIC atendem as necessidades em relação
aos cuidados a partir dos problemas, propondo intervenções para
alcance dos resultados esperados. Logo, a sistematização reflete na
autonomia profissional frente aos caminhos para o cuidado, sendo
preconizada e aceita como uma prática de enfermagem universal.”
(PINTO, E.S.O.; RODRIGUES, W.N.; 2018).

2. Assistência de Enfermagem - Nesse sentido, a assistência de


enfermagem ao paciente portador de Hipertensão arterial na atenção
primária a saúde é de extrema importância para a elaboração de um
plano de cuidados individualizado com a participação da família e
comunidade o que contribui para diminuir o número de complicações.
Mais importante do que o diagnóstico do indivíduo com hipertensão é a
avaliação dos seus riscos para a sua saúde. No âmbito da saúde pública,
além de todos os critérios de avaliação, as Unidades Básicas devem
oferecer um ambiente apropriado para receber os pacientes hipertensos.
“Existem gargalos no âmbito do sistema de saúde. A oferta de
orientações e a prescrição de exames de rotina são manifestações
concretas deste cuidado a pessoas com HA, e devem ser mais
frequentes. Em todos os seus contatos com os serviços de saúde, os
usuários devem receber, de parte de seus profissionais, o reforço dessas
condutas. Mais ações de educação permanente, voltadas não só à
promoção da saúde de modo geral, mas também a cuidados específicos,
no caso dos portadores de doenças crônicas, podem potencializar a
melhoria da saúde em todas as idades. Espera-se que as políticas em
nível macro, a exemplo da ampliação do acesso à alimentação saudável
e da manutenção da segurança para a prática de atividade física, sejam
fortalecidas. Ademais, os serviços de saúde devem encorajar o
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autocuidado e o engajamento da família nas mudanças de estilo de vida,


contribuindo para viabilizar a adesão da pessoa com HA ao tratamento
não farmacológico. Este apoio pode atenuar as deficiências nas
orientações sobre uso de bebida alcoólica e tabagismo. Tais orientações
se mostraram menos prevalentes, embora sejam tão importantes para a
saúde da população.” (TOMASI, E. et al. 2022).
“Os resultados arrolados constituem indicativo de que existem itens do
programa de atenção ao indivíduo com hipertensão arterial que podem
estar mais presentes entre as equipes da Estratégia Saúde da Família
que elaboram sempre ou quase sempre os planos de cuidados,
sobretudo no âmbito das práticas assistenciais, como o atendimento
individual e as atividades de promoção da saúde. Salienta-se que a
subdimensão promoção da saúde compreende ações que vão desde a
busca ativa de casos novos e estratégias para estimular hábitos
saudáveis até o estabelecimento de metas para o acompanhamento dos
indivíduos com hipertensão arterial. Já a subdimensão atendimento
individual compreende ações como realização de consultas médica e de
enfermagem segundo protocolos, classificação de risco cardiovascular e
visita domiciliar aos usuários não aderentes. Apontam que, para
enfrentar de forma eficaz e equitativa a elevada carga global de
condições crônicas, os sistemas públicos de saúde precisam
implementar abordagens integradas que incluam a comunidade; abordar
múltiplos fatores e condições de risco de modo concomitante; fomentar
mudanças nos hábitos de vida de toda a população; e ajudar os
subgrupos populacionais mais afetados e vulneráveis, principalmente
por meio das atividades educativas e promotoras da saúde, no âmbito
da APS, o que depende de envolvimento de distintos setores, incluindo
parcerias público-privadas. É nesse contexto que a promoção da saúde
tem se apresentado como a principal estratégia relacionada à diminuição
dos fatores de risco para as condições crônicas. Dessa forma, a
elaboração de planos de cuidados direcionados ao paciente e à sua
família tem muito a contribuir para o controle das condições crônicas.
Para ajudar a superar a carga imposta pelas condições crônicas aos
sistemas de saúde.” (SILVA, R.L. et al. 2016).
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“Na Atenção Primaria a Saúde (APS), a promoção do autocuidado e da


adesão ao tratamento deve ser um dos principais objetivos a serem
implementados pela estratégia de saúde da família. Tal desenho
organizativo atua como porta de entrada e propõe um novo modelo de
atenção à saúde baseado nas ações de promoção, prevenção, proteção,
recuperação e reabilitação. Diante da complexidade da práxis da
enfermagem, um instrumento metodológico e imprescindível para a
realização de um cuidado de qualidade, o qual vem sendo desenvolvido
por meio do processo de enfermagem e implementado com a
sistematização da assistência de enfermagem. O diagnóstico da
Hipertensão Arterial, em geral, faz-se por consulta de outras afecções,
muitas vezes já havendo complicações da doença, por queixas diversas,
ou seja, de forma casual, o que confirma a necessidade de que a medida
da PA seja rotina na consulta médica e de enfermagem. Sobre a
percepção do cliente hipertenso acerca de sua doença e tratamento, foi
constatado que há apreensão moderada do conhecimento dado pelo
profissional, referente a prática da caminhada, da dieta hipossódica e do
uso correto da medicação.” (MOURA, D.J.M. et al. 2010).
“A construção de uma assistência de enfermagem voltada para práticas
de promoção da saúde e prevenção de agravos é fundamental para
responder às necessidades psíquicas, físicas, socioeconômicas e
culturais da pessoa idosa, que deve ser visto pelos profissionais de
saúde de forma integral e não fragmentado pelas suas enfermidades. O
profissional de enfermagem promove o empoderamento do idoso por
meio das ações de educação em saúde que permitem a identificação de
barreiras no tratamento e dificuldades de adesão terapêutica e possibilita
mudanças no comportamento e adoção de novos hábitos de vida. A
promoção do autocuidado por meio do vínculo entre enfermeiro e
paciente também foi apresentada por alguns autores como intervenção
capaz de catalisar mudanças em idosos com hipertensão. Promover
saúde por meio das ações de autocuidado pode revelar um
comportamento que busca as potencialidades, entende as limitações,
valoriza a saúde e o bem-estar e encontra maneiras criativas de cuidar
de si. Dessa maneira, a consulta de enfermagem apresenta-se como
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uma tecnologia fundamental de promoção do autocuidado por meio da


sistematização de enfermagem capaz de identificar necessidades reais
do paciente, desenvolver um planejamento da assistência e implementar
intervenções que potencializam o cuidado, estimulando a pessoa idosa
a participar do cuidado com práticas de recuperação da saúde e
prevenção de agravos.” (JÚNIOR, F.W.D. et al. 2016).
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta revisão rápida identificou recomendações de três guias de prática


clínica para o tratamento de HAS. As recomendações referem-se a tratamentos
farmacológicos e não farmacológicos, além de metas pressóricas a serem
alcançadas.
As recomendações de tratamento farmacológico incluem fármacos como
diuréticos tiazídicos para início de tratamento em pacientes sem
contraindicações. Os bloqueadores de canais de cálcio, inibidores da enzima
conversora da angiotensina e os bloqueadores do receptor de angiotensina II
também são recomendados segundo situações específicas.
Entre as recomendações para tratamento não farmacológico são
abordadas a redução do peso em pacientes com sobrepeso ou obesidade, o
controle da alimentação, a realização de atividade física, a redução no consumo
de álcool e a mudança no estilo de vida.
Metas pressóricas a serem alcançadas referem-se a situações
específicas como pacientes com PAS persistentemente elevada, com histórico
de AVC, aqueles com alto risco para eventos cardiovasculares ou com diabetes
concomitante.
Foram analisados 7 artigos sobre as competências de enfermagem de
promoção da saúde para hipertensos. Os dados apresentados neste estudo
apontam várias competências que os enfermeiros desenvolvem, tais como:
avaliação integral do paciente, educar em saúde, desenvolver estratégias de
empoderamento, prevenir agravos, avaliar estilo de vida, intervir em fatores de
risco modificáveis e promover parcerias entre paciente, familiares e profissionais,
planejamento e avaliação. Os domínios de competência mais evidenciados nas
publicações foram: Catalisar mudança, Avaliação do impacto e Planejamento.
Por outro lado, o processo de enfermagem é uma tecnologia que permite
realizar, de forma sistemática e dinâmica, um cuidado humanizado, dirigido a
resultados positivos e de baixo custo. Possibilita compreender, descrever e/ou
explicar como a clientela responde aos problemas de saúde e processos vitais,
e determinar que aspectos exigem intervenções de enfermagem.
Ao escolher esse tema para estudo, acreditamos ser grande o quantitativo
de textos que seriam encontrados em virtude da importância do estudo de uma
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doença tão prevalente e incidente na atualidade. Contudo, consideramos


insuficiente a literatura encontrada nas bases de dados no que se refere a
operacionalização da prática dos enfermeiros a esses pacientes com
vistas a melhoria na qualidade da assistência. O estudo permitiu visualizar a
produção cientifica do cuidado de enfermagem ao hipertenso, impulsionando a
reflexão
sobre a necessidade de mais publicações na temática. Trata-se de
indivíduos em condição de cronicidade, necessitando de abordagens
inovadoras, as quais promovam maior adesão ao tratamento anti-hipertensivo.
E preocupante a forma como foi relatada a realização da Consulta de
Enfermagem, ou seja, de forma assistemática, individualizada e ainda centrada
no modelo médico hegemônico.
Os hipertensos possuem consciência sobre os hábitos inadequados,
porém sentem-se desmotivados as mudanças, em virtude da cronicidade da
doença. Desse modo, confirmamos a falta de adesão, conhecimento insuficiente
e precariedade no autocuidado, o que é fortalecido pela ausência de sintomas,
cujo caráter silencioso, mascara sua gravidade e faz com que os
pacientes se acomodem a condição de cronicidade.
Por outro lado, visualizamos possibilidades de mudanças, por meio de
condutas que valorizem o outro, seja no ambiente familiar, nas atividades de
grupo, ou nas unidades de saúde, promovendo, assim, maior adesão do cliente
hipertenso ao tratamento. Para uma ação efetiva na prevenção e no controle da
hipertensão, e necessário aliar educação, trabalho e fator social, não em âmbito
individual e sim coletivo.
Nesse contexto, esperamos desafiar os enfermeiros assistenciais e
pesquisadores a refletirem acerca das práticas de cuidado de enfermagem a
clientela hipertensa, no sentido de contribuir para o seu controle e qualidade de
vida dos pacientes e de seus familiares.
Salienta-se que os resultados deste estudo poderão subsidiar as condutas
dos enfermeiros para a prática da promoção da saúde em pessoas com
hipertensão, bem como estimular tais profissionais à adoção das estratégias aqui
discutidas.
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REFERÊNCIAS

Tomasi, Elaine, et al. Adequação do cuidado a pessoas com hipertensão arterial


no Brasil: Pesquisa Nacional de Saúde, 2013 e 2019. Epidemiologia e Serviços de
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DOI:http://dx.doi.org/10.12957/reuerj.2021.56922 Acesso em: 28 nov. 2022.

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