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ATENÇÃO SECUNDÁRIA NO CONTEXTO MUNDIAL

A atenção secundária tem como intuito desenvolver tratamentos de média


complexidade, oferecendo serviços hospitalares e tratamentos especializados. O objetivo desta
política é atender às demandas da população, no entanto, há obstáculos em relação à saúde e
ao acesso aos serviços e informações. Os desafios relacionados à promoção e acesso à saúde
são amplamente debatidos, sendo relevante compreender as necessidades da população e
como os governos podem se responsabilizar para promover melhorias.

Os sistemas de atenção à saúde são definidos pela Organização Mundial da Saúde


como o conjunto de atividades cujo propósito primário é promover, restaurar e
manter a saúde de uma população para se atingirem os seguintes objetivos: o alcance
de um nível ótimo de saúde, distribuído de forma equitativa; a garantia de uma
proteção adequada dos riscos para todos s cidadãos; o acolhimento humanizado dos
cidadãos; a provisão de serviços seguros e efetivos; e a prestação de serviços
eficientes (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2000; MENDES, 2002b).

Segundo as pesquisas, há um aumento nos casos de doenças crônicas. Algumas


das causas podem estar relacionadas às alterações no estilo de vida da população, como a
poluição, consumo excessivo de produtos industrializados, urbanização acelerada, consumo
excessivo de bebidas alcoólicas, sexo inseguro, tabagismo, estresse e outras condições. Dessa
forma, a população necessita de equipes multidisciplinares para atender às suas demandas de
forma eficiente, com acesso a informações, assegurando recursos para lidar com as suas
necessidades.
Até o ano 2020, as condições crônicas serão responsáveis por 78% da carga global
de doenças nos países em desenvolvimento. Em relação aos distúrbios mentais há, atualmente,
mais de 400 milhões de pessoas portadoras dessas condições no mundo (ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DA SAÚDE, 2003).
Alguns países enfrentam dificuldades para lidar com o aumento de doenças e em
como a população terá acesso à saúde. Alguns dos problemas a serem destacados são a falta
de infraestrutura, escassez de profissionais da área da saúde qualificados, falta de recursos
financeiros, desigualdade social, custo elevado ao serviço de saúde e recursos limitados. O
tratamento de doenças em todos os países gera um impacto para a população e para o estado,
pois os efeitos adversos na qualidade de vida daquele individuo refletem negativamente todo
o sistema de um país.
As doenças crônicas determinam impactos fortes: apresentam grandes efeitos
adversos na qualidade de vida dos indivíduos, causam mortes prematuras e geram
grandes efeitos econômicos negativos para as famílias, as comunidades e os países.
O custo econômico das condições crônicas é enorme. Isso se dá por que: as pessoas
portadoras das doenças reduzem suas atividades de trabalho e perdem emprego; os
prestadores de serviços gastam cada vez mais com os custos crescentes dessas
doenças; os gestores de saúde sentem-se desconfortáveis com os pobres resultados
em relação ao manejo dessas condições; e a sociedade em geral apresenta enorme
perda de produtividade e de qualidade de vida impostas por essas condições
(MENDES, 2010).

Dessa forma, o sistema de saúde visa analisar as necessidades da sociedade, de


modo a atender às demandas conforme as condições demográficas e epidemiológicas. A
disponibilização de acesso a todos os cidadãos de forma igualitária, o que resultará em
benefícios como a detecção precoce para um tratamento efetivo e o acesso as informações
para a prevenção de determinadas doenças.
A atenção secundária à saúde é de suma importância para um quadro global de
saúde, uma vez que o tratamento especializado proporciona à população um tratamento
adequado, com profissionais qualificados e recursos técnicos. No entanto, ainda existem
diversos desafios em todo o mundo, sendo necessário que os governos e as organizações de
saúde invistam em capacitação profissional, infraestrutura, promover o acesso aos serviços de
forma igualitária a toda a população. É notório que, em todos os países, se enfrenta
dificuldades. Dessa forma, a troca de informações, recursos e tecnologias entre os diferentes
países pode aprimorar o sistema de saúde e promover um melhor desempenho para todos.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE – Cuidados inovadores para condições


crônicas: componentes estruturais de ação. Brasília, Organização Mundial da Saúde, 2003.

MENDES, E. V. As redes de atenção à saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, n. 5, p.


2297–2305, ago. 2010.

MENDES, E. V. – As redes de atenção à saúde. Belo Horizonte, Escola de Saúde Pública de


Minas Gerais, 2007b.

WORLD HEALTH ORGANIZATION – The world health report 2000: health systems,
improving performance. Geneva, World Health Organization, 2000.

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