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Sumário

1- Introdução ................................................................................................................................. 2
2- Fundamentação Teórica ............................................................................................................ 3
3.Características gerais das DCNT............................................................................................ 3
4. As causas das DCNT em Angola .......................................................................................... 4
4.1 Doenças cardiovasculares como.......................................................................................... 5
4.2 Doenças respiratórias crônicas ............................................................................................ 5
5. Promoção da saúde ................................................................................................................ 5
6. Transição Demográfica ......................................................................................................... 5
7. Transição epidimiológica ...................................................................................................... 6
8.Vigilâncias de doenças crônicas não transmissíveisobabilidade ........................................... 6
9. Prevenção e Controlo ................................................................................................................ 6
Conclusão ...................................................................................................................................... 8
Referência bibliográfica ................................................................................................................ 9
1- Introdução

Doenças cronicas degenerativas são conjuntos de agravos que se caracterizam por


serem de longa duração e de progressão lenta, que são resultado da interação de vários
fatores incluindo genéticos, fisiológicos, ambientais e sociais.
É vital que a importância crescente das doenças crônicas seja prevista, compreendida e
que se tomem atitudes em relação a elas urgentemente.

As DCNT representam, especificamente a partir da segunda metade do século


passado, uma importante causa de mortalidade e incapacidade em vários países do
mundo, inclusive no Brasil. Previsões indicam o aumento e agravamento dessas
enfermidades nas próximas décadas, particularmente, nos países em desenvolvimento
onde parcelas da população ainda vivem em estado de pobreza, persistindo grande
desigualdade entre classes sociais. (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE, 2018).

O crescimento previsto é de tal ordem que estima se que 80% das mortes por
DCNT ocorrerão nesses países motivadas pelas grandes mudanças no estilo de vida
decorrentes dos processos de industrialização, urbanização, desenvolvimento econômico,
crescente globalização no mercado de alimentos e, ainda, de alterações demográficas com
consequente envelhecimento populacional (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE, 2018).

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2- Fundamentação Teórica

As doenças não-transmissíveis, entre as quais estão as doenças cardiovasculares,


o cancro, as doenças respiratórias ou a diabetes, são a principal causa de morte em todo
o mundo. A pressão arterial elevada, alterações dos níveis de açúcar ou de gorduras no
sangue, excesso de peso são os principais fatores de risco para todas elas que dependem
muito do comportamento. Assim, o sedentarismo, o consumo de álcool, a ingestão
excessiva de sal, o tabagismo, entre outros, aumentam a probabilidade de ser uma das
pessoas que, a cada 2 segundos, morre prematuramente por doenças não transmissíveis.

A exposição acrescida a estes fatores de risco tem sido um dos fatores


responsáveis para o rápido e importante crescimento do número de pessoas atingidas por
estas doenças, tão elevado que tem sido considerado uma Pandemia. Os sistemas de saúde
deparam-se com cenários epidemiológicos caracterizados pelo envelhecimento da
população e uma “carga” de doenças crónicas não transmissíveis que irá,
largamente, ultrapassar o peso de 60% das causas de morte que estava previsto para o ano
2020. É de notar também que o número de casos nos jovens tem também crescido de
modo significativo. (Epidemiol infect. 1993;110:63-70).

As doenças não-transmissíveis matam por ano mais de 40 milhões de pessoas, das


quais 15 milhões entre os 30 e os 70 anos. A maioria (80%) destes casos de morte
“prematura” acontece em países com rendimento baixo ou médio, como é o caso de
Portugal. A redução da incidência destas doenças é essencial e devem ser feitos esforços
de políticas públicas e de saúde, mas o esforço individual e quotidiano é central neste
combate: a responsabilidade é de todos nós, de cidadãos a instituições e organizações –
cada um pode fazer a sua parte.

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) representam um dos principais


desafios de saúde pública. Isso porque elas se tornaram as principais causas de morte no
Brasil e no mundo. DTNC foram responsáveis por 75% das mortes ocorridas
globalmente. Como consequência, as DCNT têm gerado elevado número de mortes
prematuras e perda de qualidade de vida. Além disso, causa impactos econômicos
negativos para indivíduos, famílias e a sociedade em geral. (Epidemiol infect. 1993;110:63-
70).

3.Características gerais das DCNT

As principais características das DCNT são:

 Não são de instalação rápida


 Não são unicausais
 Não há agente infecioso diretamente envolvido na sua gênese e não são assim
transmitidas*
 Apresentam inflamação crônica de baixo grau na sua fisiopatogenia. *câncer
fígado, estômago e cervical.
 Doenças psiquiátricas

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 Violência/acidentes
 Doenças genéticas
 Doenças relacionadas à gestação e parto
 Deficiências/carências nutricionais
 Doenças imunológicas, endócrinas etc.

4. As causas das DCNT em Angola

Subprograma de doenças crónicas e doenças não transmissíveis As Doenças


Crónicas Não Transmissíveis (DCNT), são a principal causa de morte a nível mundial
(segundo a Organização Mundial de Saúde, 17.3 milhões de mortes por doença
cardiovascular em 2008, sendo que 80% destas mortes em países de baixo-médio
rendimento), são também as responsáveis pela perda da qualidade de vida com um grau
elevado de dependência e limitação física e mental para a actividade laboral e de lazer,
com forte impacto económico para as famílias e a sociedade no geral. Em economias
emergentes como a de Angola (crescimento do PIB a dois dígitos 12.8% previsto para
2012 e 10.3% em 2013), assiste-se ao rápido crescimento das DCNT, resultando dai a
necessidade da definição de estratégias e amplas intervenções no domínio da promoção
da saúde, redução dos factores de risco e a consequente melhoria dos cuidados de saúde,
detecção precoce e tratamento acessível e oportuno. (OMS 2023)

Segundo as projeções da OMS (Organização Mundial e Saúde) estimava-se a


população angolana em 19.081.192, sendo que as mortes por DCNT correspondiam a
25% do total de mortes (Doenças Cardiovasculares 10%, Câncer 3%, Doença
Respiratória 3%, Diabetes 2% e Outras 7%). Os principais factores risco para as DCNT,
são: o tabaco, a alimentação não saudável, o sedentarismo e o consumo excessivo de
bebidas alcoólicas (Malta et al, 2006), associados à obesidade, hipertensão arterial e
dislipidemias. (OMS 2023)

A situação do câncer em Angola, caracteriza-se por um fraco desconhecimento


sobre o câncer e seus factores de risco por parte da população. De cerca de 1000 novos
casos de câncer diagnosticados no Centro Nacional de Oncologia, aproximadamente 80%
destes chegam em estadio avançado. (Fonte: Departamento de Estatística e Registos
Médicos do Centro Nacional de Oncologia). Dos pacientes da Junta Nacional de Saúde,
60% são directas ou indiretamente ligados a patologias do fórum oncológico. (OMS 2023)

Estimativas da International Agency for Research on Câncer (IARC), e da


Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que em Angola são diagnosticados 9.200
casos novos de câncer/ano, com uma mortalidade estimada de 7100/ano, o que representa
um índice de mortalidade de 77,17%, muito acima dos 50% observados em países
desenvolvidos. (OMS 2023)

Justifica-se pelo desconhecimento conforme já referido acima e falta de


infraestruturas, recursos materiais e humanos ligados a essa problemática. 80 O
Subprograma de doenças crónicas e não transmissíveis é composto por nove projectos

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que foram considerados como áreas prioritárias de acção até 2025. Cabe ressaltar que as
DCNT são preveníveis. Dessa forma, cuidados com a alimentação e a prática de atividade
física são fundamentais na prevenção. O grupo de doenças crônicas não transmissíveis é
composto por:

4.1 Doenças cardiovasculares como


 Hipertensão arterial,
 Ataque cardíaco
 Derrame;
 Câncer;
 Diabetes;

4.2 Doenças respiratórias crônicas


 Asma,
 Doença Pulmonar Obstrutiva
 Renite alérgica, por exemplo.
O maior número de mortes dentro das doenças não-transmissíveis 17,7 milhões
por ano, seguidas das neoplasias 8,8 milhões por ano, das doenças respiratórias 3,9
milhões, e da diabetes 1,6 milhões por ano. (Epidemiol infect. 1993;110:63-70).

5. Promoção da saúde
O conceito de promoção da saúde surgiu, inicialmente, em 1986, na Conferência
Internacional sobre Promoção da Saúde, no Canadá. O termo caracteriza o processo de
capacitar as comunidades para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde de
forma que eles sejam protagonistas das ações. No Brasil, em 2006, foi instituída a PNPS
(Política Nacional de Promoção da Saúde) que tem como objetivo principal promover a
qualidade de vida e reduzir vulnerabilidades e riscos à saúde relacionados aos seus
determinantes e condicionantes sociais (modo de vida, condições de trabalho, acesso a
bens e serviços essenciais, educação, lazer e cultura).

O documento possui diretrizes e responsabilidades para cada esfera de gestão.


Para a esfera municipal, que está mais próxima da população, o documento destaca que
compete aos municípios incluir em seu planejamento ações de promoção da saúde nos
territórios e este é o ponto de partida para que o conceito de promoção saia da teoria e
entre na prática. (Luiza Akiko and DE SOUZA PINTO 2021)

6. Transição Demográfica

Caracteriza-se pela queda das Taxas de Mortalidade, e posteriormente das taxas


de Fecundidade. Em uma fase mais avançada da transição acontece o “Envelhecimento
da População.

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7. Transição epidimiológica

É o Resultado de Uma Série Complexa de Mudanças inter-relacionadas nos Padrões de


Saúde e Doença que Ocorrem em Específicas Populações Humanas, Observado um
Longo Período de Tempo. ( FRENK, J. ET AL. ,1991 )

8.Vigilâncias de doenças crônicas não transmissíveisobabilidade

A vigilância em saúde é o conjunto de ações realizadas de maneira contínua e


sistemática passando pela coleta, consolidação, análise e disseminação de dados sobre
eventos de saúde. Ela fornece os insumos para planejamento e a execução de medidas de
saúde pública voltadas para proteção, prevenção, controle de riscos, agravos e doenças,
bem como para a promoção da saúde da população. As ações de vigilância em saúde são
endereçadas para toda a população brasileira, compreendem práticas e processos de
trabalho e são coordenadas com os outros serviços e ações ofertados pelo SUS. Sobre as
DCNT, a atuação da vigilância prevê o acompanhamento da situação de saúde da
população e monitoramento das doenças crônicas não transmissíveis.

A vigilância de DCNT reúne o conjunto de ações que possibilitam conhecer a


distribuição, magnitude e tendência dessas doenças e de seus fatores de risco na
população, identificando seus condicionantes sociais, econômicos e ambientais, com o
objetivo de subsidiar o planejamento, a execução e a avaliação da prevenção e do
controle. (BARROS, FISCHER & ASSOCIADOS)

9. Prevenção e Controlo

A prevenção é uma abordagem destinada a evitar, mitigar ou controlar os riscos e


danos em diferentes áreas da vida. Esse termo se origina do latim praevenire, qual possui
o significado de advertir ou de tomar a frente

A palavra controlo provém do termo francês contrôle e significa verificação,


inspecção, fiscalização ou intervenção. É um conjunto de ações, programas ou
operações contínuas voltadas à redução da incidência e/ou prevalência de um dano à
saúde em níveis tais que deixem de constituir um problema de saúde pública.

A melhor prevenção é atuar nos fatores de risco, uma vez que estas doenças
podem afetar qualquer pessoa: Afinal, 6 pessoas em cada 10 têm excesso de peso e uma
em cada dez pessoas tem diabetes. O risco de cada um depende também do seu
património genético. Mas a verdade é que a maior parte destas doenças podem ser
prevenidas, ou adiado o seu aparecimento, através da implementação de medidas de
prevenção e controle, principalmente medidas de redução do risco cardiovascular, do
cancro, da diabetes e das doenças crónicas respiratórias. (OMS 2023).

A prevenção passa principalmente por alterações do comportamento da pessoa,


objetivo muitas vezes difícil de conseguir sem qualquer apoio. Para modificar esta grave
situação são necessárias medidas e políticas de saúde adequadas, mas também a nível do
indivíduo são necessários programas de apoio na mudança e gestão do comportamento o

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suportam. As grandes ações a tomar foram definidas na 70ª Assembleia Global de Saúde,
realizada no ano de 2017, organizada pelas Nações Unidas e pelos seus estados membros,
em parceira com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Inicialmente, mudanças nos hábitos são necessárias tanto na prevenção como no


controle das doenças crônicas. Por isso, um estilo de vida saudável pode melhorar a
expectativa e a qualidade de vida. Veja algumas ações que podem ser implementadas no
dia-a-dia: Manter uma alimentação saudável e variada, rica em frutas, vegetais e cereais,
por exemplo. Reduzir, também, o consumo de industrializados, açúcar e sódio; Praticar
atividades físicas regulares; Reduzir/evitar o consumo de bebidas alcoólicas; Não fumar.
(OMS 2023).

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Conclusão

Concluímos que as doenças crónicas não transmissíveis têm uma extrema


importância e vem assolando populações em várias décadas e apresentam-se, frequente-
mente, como situações complexas e de multimorbilidade que requerem abordagens
integradas e continuadas, nos diversos níveis do sistema de saúde e envolvendo diversos
setores da sociedade.

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Referência bibliográfica
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Mediadores, Associação Humanidades, Avenida Brasil 53, Edifício 14, Lisboa, Portugal.  OMS,
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2003.  Alfred Brumstein, Youth violence, Gums and the illicit drug Industry Journal of criminal law and
crmininology, Vol 86 n.1 Northwestern University, School of Law 1995 - Volume 27, Issue 4, August
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Drogas Ilícitas e efeitos na Saúde.  BARROS, FISCHER & ASSOCIADOS. Resumo: primeiros socorros.
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5307.  Mickey C. Smith and David Knapp, Pharmacy, Drugs, and Medical Care (Baltimore: Williams and
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