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Revista Encontro | Saúde

Campanha Setembro Vermelho alerta para doenças cardiovasculares


Esse tipo de problema de saúde é a principal causa de morte em todo o mundo; só no Brasil são cerca de 400 mil óbitos ao ano

Da redação | Postado em 01/09/2022 22:51 / Atualizado em 01/09/2022 22:56

As doenças cardiovasculares (DCV) representam


a principal causa de morte no mundo todo: em
quase 20 anos, os óbitos passaram de dois
milhões para cerca de nove milhões, segundo as
"Estimativas Globais de Saúde", publicadas em
dezembro de 2020 pela Organização Mundial da
Saúde (OMS). No Brasil, a Sociedade Brasileira
de Cardiologia (SBC) aponta que em torno de 14
milhões de pessoas têm alguma doença no
coração, com aproximadamente 400 mil mortes
registradas ao ano.

Os índices se explicam em parte pelo aumento do


nível de estresse, por fatores associados à
poluição, presentes nos grandes centros urbanos e hábitos alimentares, como avalia Ricardo Negri Bandeira
de Mello, coordenador do Serviço de Cardiologia do Hospital Vila da Serra. "Houve um crescimento do
sedentarismo e do consumo de fast food entre a população global, com alta prevalência de obesidade e
sobrepeso. O grupo etário infantil também faz parte do mapa da obesidade, são 6,4 milhões de crianças
brasileiras com excesso de peso e 3,1 milhões dessas são obesas, de acordo com o Ministério da Saúde", cita.

Somam-se ao sedentarismo, à obesidade, à má alimentação e ao sobrepeso


outros importantes fatores de risco de doenças cardiovasculares, como
"tabagismo, consumo de drogas, ingestão de bebida alcóolica, dislipidemia
(colesterol e triglicérides elevados), diabetes, idade (pacientes acima de 65
anos), hipertensão arterial e história familiar de doença coronariana
(infarto ou AVC em parentes de primeiro grau, homens com menos de 55
anos e mulheres com menos de 60 anos)", descreve Ricardo Negri
Bandeira de Mello.
O cardiologista salienta que a adoção de hábitos saudáveis pode fazer a
diferença quando se fala em prevenção DCV, como infarto do miocárdio,
acidente vascular cerebral (AVC), doença arterial obstrutiva periférica,
revascularização miocárdica, angina estável ou instável (angina pectoris),
ataque isquêmico transitório (AIT) e estenose de carótidas.

"Cessação do tabagismo, redução do sal na dieta, consumo de frutas e


vegetais, praticar atividades físicas regularmente e evitar o uso nocivo do álcool têm se mostrado eficazes
para reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Além disso, o tratamento medicamentoso da diabetes,
hipertensão e hiperlipidemia pode ser necessário para diminuir esses riscos e prevenir ataques cardíacos e
AVCs. Políticas de saúde que criam ambientes propícios para escolhas saudáveis e acessíveis são essenciais
para motivar as pessoas a adotarem e modificarem seus hábitos", finaliza o coordenador do Serviço de
Cardiologia do Hospital Vila da Serra.

Fonte: https://www.revistaencontro.com.br/canal/saude/2022/09/campanha-setembro-vermelho-alerta-para-doencas-cardiovasculares.html
Revista Galileu | Ciência e Saúde
Um em cada 3 adultos no Brasil pode se tornar obeso até 2030, estima estudo
Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) prevê que um quarto da população adulta poderá sofrer de obesidade
em 24 das 27 unidades geográficas do país

Da redação | Postado em 17/09/2022

A obesidade aumenta o risco de pressão alta, diabetes,


problemas nas articulações, dificuldades respiratórias,
pedras na vesícula e até algumas formas de câncer. Um
estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG) prevê que a doença poderá atingir
cerca de um em cada 3 adultos no Brasil até 2030.
A estimativa faz parte de um estudo publicado em 26 de
julho na revista Scientific Reports. Em colaboração com
outras instituições brasileiras e internacionais, os autores das
previsões se basearam em dados da pesquisa Vigitel,
coletados por entrevista telefônica entre 2006 e 2019 com mais de 730 mil participantes. Segundo o
levantamento, a prevalência de obesidade aumentou de 12% em 2006 para 20% em 2019. Com isso, até o
final de 2030, a previsão é que 68% dos brasileiros estejam com sobrepeso e quase 30% com obesidade.
Entre os obesos, 9% estarão nas classes 2 e 3 — os patamares mais altos, com maiores riscos de doenças
atreladas. O problema será grave o suficiente para afetar quase todo o país: a expectativa é que um quarto
dos adultos possa estar obeso em 24 das 27 unidades geográficas do Brasil. Além disso, a prevalência da
obesidade classes 2 e 3 poderá superar 10% da população em 8 das 27 unidades. A capital que deve liderar
a taxa de obesos é Manaus (36%), seguida por Cuiabá, com 35%, e Rio Branco, com 33%. Já as localidades
que devem ter menor porcentagem são Florianópolis (23%), Palmas (24%) e Curitiba (25%).

A situação poderá ser mais crítica para as mulheres, entre as quais a obesidade deve atingir uma taxa de
30,2%, contra 28,8% para os homens. Além delas, Rafael Claro, professor da UFMG que colaborou com o
estudo, conta que devem ter maior chance de obesidade até 2030 negros e outras etnias minoritárias, além
de pessoas de meia-idade, adultos com menos de 7 anos de escolaridade e residentes das capitais do Norte e
Centro-Oeste.

“Nossos achados indicam um aumento sustentado da epidemia de obesidade em todos os subgrupos


sociodemográficos e em todo o país”, afirma o especialista, conforme comunicado. Claro salienta ainda que
a questão é uma preocupação global de saúde pública: só em 2016, aproximadamente 1,9 bilhão de adultos
viviam com obesidade no mundo e uma tendência crescente é desde então observada. Mesmo assim,
conforme ele conta, os estudos sobre o assunto são escassos em países de baixa e média renda.

No Brasil, segundo Claro, a epidemia de obesidade tem contribuído para o aumento da carga de câncer, com
15 mil casos anuais atribuíveis ao Índice de Massa Corporal (IMC) elevado. “As projeções sugerem que
esse número poderá ultrapassar 29 mil casos até 2025”, ele diz.

Embora não haja previsão de grandes mudanças nos determinantes da obesidade, o especialista considera,
contudo, que a pandemia de Covid-19 afetou desproporcionalmente pobres e países de baixa e média renda.
“Projetamos que o empobrecimento da população, aliado ao limitado acesso econômico a alimentação
saudável e atividade física, possa levar a um aumento mais acentuado das taxas de obesidade em um futuro
próximo”, explica o expert.

Fonte: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2022/09/um-em-cada-3-adultos-no-brasil-pode-se-tornar-obeso-ate-2030-estima-
estudo.html

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