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INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR RAIMUNDO SÁ

COORDENAÇÃO DE GRADUAÇÃO
CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA DE
PESSOAS DIAGNOSTICADAS
COM CÂNCER

Profa. Me. Jhulyane Cunha


O câncer é caracterizado pelo crescimento insidioso e
desordenado de células que constitui uma ameaça à
manutenção da vida.

Possui implicações diretas na saúde e na qualidade de vida


dos pacientes e com impactos importantes no funcionamento
familiar (American Cancer Society, 2018).
São o esperados 704 mil casos novos de câncer no
Brasil para cada ano do triênio 2023-2025;

Destaque para as regiões Sul e Sudeste, que


concentram cerca de 70% da incidência.

(Instituto Nacional de Câncer, 2022)


O tumor maligno mais incidente no Brasil é o de pele
não melanoma (31,3% do total de casos);
mama feminina (10,5%);
próstata (10,2%);
Cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago
(3,1%).
(Instituto Nacional de Câncer, 2022)
INCIDÊNCIAS

Nas regiões Norte e Nordeste, o câncer de próstata


(Norte: 28,40/100 mil; Nordeste: 73,28/100 mil) é o
mais incidente;
câncer de mama feminina (Norte: 24,99/100 mil;
Nordeste: 52,20/100 mil);
e câncer do colo do útero (Norte: 20,48/100 mil;
Nordeste: 17,59/100 mil).

(Instituto Nacional de Câncer, 2022)


O diagnóstico do câncer vem acompanhado de uma
série de implicações;

Representações e os estigmas associados à doença;

Efeitos de seus tratamentos;


Repercussão na saúde mental e na qualidade de vida
dos pacientes

(Esser et al., 2018; Yang, Chae, & So, 2018).


O tratamento pode mudar de acordo com o diagnóstico
da doença;

Podem envolver intervenções cirúrgicas;

Radioterapias e/ou intervenções medicamentosas;

Quimioterapia.
Variáveis psicológicas, como o estresse e a
personalidade, têm sido relacionadas como fatores
psicossociaisenvolvidos com o desenvolvimento e a
progressão do câncer.

Há evidências do papel do estresse e da personalidade


na vulnerabiliade ao câncer (Temoshok, 1991).
Distresse (do inglês emotional distress)

uma exacerbação da experiência de estresse, angústia


e experiência psicológica desagradável;

termo utilizado no meio científico para se referir ao


sofrimento psicológico de indivíduos em contextos de
doença.
Há um aumento significativo do distresse, que pode ser
seguido ou acompanhado do aparecimento e da
exacerbação de quadros sindrômicos comuns a algumas
psicopatologias.

Os processos de diagnóstico e tratamento do câncer podem,


resultar em importantes repercussões na saúde mental;

(Compen, Adang, Bisseling, Van


der Lee, & Speckens, 2018).
O distresse pode se apresentar em um gradiente que varia
de um extremo normal de vulnerabilidade;

Pode desencadear:

sentimentos de medo e tristeza;

formas complexas de manifestações que podem envolver


isolamento social, crise existencial e espiritual, pânico,
sintomas depressivos e de ansiedade.
A AVALIAÇÃO DO
PACIENTE
ONCOLÓGICO:
PERSPECTIVA
PSICOLÓGICA
O profissional que está realizando a avaliação do paciente
deve respeitar suas condições clínicas e adequar-se às
particularidades do momento.

O desafio é conseguir ganhar tempo com a utilização de


instrumentos, protocolos de avaliação e entrevista clínica.

Protocolos muito longos devem ser evitados.


No ambiente hospitalar a condição ideal de privacidade é
constantemente colocada em risco em virtude de
interferências de outros profissionais.

Com pacientes sob tratamento, são possíveis as interrupções


decorrentes de complicações relacionadas aos tratamentos
instituídos, inclusive alguns interferindo diretamente no
desempenho cognitivo.
Considerando as melhores práticas para avaliação e cuidado
em distresse psicossocial

a American Society of Clinical Oncology (ASCO), recomendou


a diretriz pan-canadense para screening, avaliação e cuidado
do distresse psicossocial (depressão e ansiedade) em adultos
com câncer (Andersen et al., 2014).
1. As recomendações não estão direcionadas a pacientes
com diagnóstico de depressão e ansiedade prévios
aodiagnóstico de câncer, porém reconhece-se estes como
fatores de risco no processo de avaliação.
2. Recomenda-se que todos os pacientes com câncer
sejam avaliados quanto a sintomas de depressão e
ansiedade periodicamente e com instrumentos
validados.

Dependendo da intensidade da sintomatologia,


diferentes tratamentos podem ser indicados.
Falhas em identificar sintomas depressivos e de
ansiedade no contexto oncológico

podem aumentar o risco de piora da qualidade de vida


e potencialmente aumentar a morbidade e a
mortalidade associadas ao câncer.
3. A avaliação dos sintomas depressivos e de
ansiedade deve ser realizada sempre na visita inicial;

Em intervalos apropriados e, especialmente, quando


há alterações no tratamento ou na doença.
A utilidade destes instrumentos deve ser seguida por uma
avaliação clínica minuciosa que permita indicar as melhores
condutas terapêuticas.

A complementação das informações com uma avaliação mais


detalhada, a partir do rastreio para o distresse, pode ser uma
estratégia promissora (Howel & Olsen, 2011).

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