Você está na página 1de 10

Efeitos biopsicos sociais e

psiconeuroimunológicos do câncer
sobre o paciente e familiares
Cancer biopsychosocial and
psychoneuroimmunologic effects on
patients and theirfamilies
Terezinha Fátima Hassan Deitas1, João Francisco PoITa Gaspary2

Resumo
Durante as duas últimas décadas, têm sido ressaltados os problemas somáticos, psíquicos e
sociais de pacientes com câncer, bem como têm sido focalizadas, no âmbito do estudo oncolágico,
as teorias hiopsicossociais e psiconeuroimunológicas. O presente trabalho apresenta considerações
clínicas sobre esses aspectos, ressaltando-se o impacto que o câncer provoca sobre os pacientes
e seus familiares. O câncer e seus tratamentos constituem uma fonte de estresse, capaz de
desencadear desordens de ajustamento nestes indivíduos. A mensuração da qualidade de vicIa 117
deve ser incorporada aos estudos clínicos, porque a sua inclusão tende a melhorar as indicações
terapêuticas. Os relatos de pacientes sobre sintomas somáticos são associados, principalmente,
às suas preocupações emocionais e sociais mais do que ao seu estado geral de saúde. A equipe
responsável pelos pacientes deve compreender a dinâmica envolvida no binômio família-paciente
e conhecer a influência que os fatores psicossociais exercem sobre ele. A falha do reconhecimento
dessa influência e, conseqüentemente, o prejuízo provocado no suporte psicossocial da família
irão privar os pacientes do conforto, amor, suporte e companheirismo de que eles precisarão
através do curso da sua doença. Os médicos devem ser capazes de identificar e estimular
circunstâncias que facilitem o processo de adaptação de seus pacientes. O tratamento psicológico,
em pelo menos alguma extensão, sempre é benéfico.

Palavras-chave: câncer; psiconeuroimunologia; estresse; qualidade de vida

Traira/tio realizado iia Unii'ei,çidade Fede ia! de 5'ii,i ia Maria ( UFSM): Curso de Medicina Departamento de
-

Neuropsiquiatria ('roupas Universitário, CCS (49 andar/ai/a 1445) Santa Maria RS.
- -

iPro/essora Titular do Departamento de Neuropsiquiatria da UFSM. Doutora cai Psiquiatria pela Universidade
Cainpluteiise de Ma (Ind. Presidente da Sociedade lnte,'nacional para o Estudo da Criança; 2Acadê,nico (Doutorando)
de Medicina da UFSM. Prêmio Distinção Acadêmica 1/e Psiquiatria Biológica tirnecido pela Associação Brasileira de
Psiquiatria Biológica em outubro/1996.
Endereço para correspondência: Caixa Postal ii p104 97/00-000 Santa Maria RS.
- - -
Abstract
During the iast tvvo decades, it has been stressed the soma tic, psvchic and social probleins of
cancer patients, as weli as biopsvchosociai and psvchoneuroimmunoiogic theories have beca
emphasized on oncoiogic research. This paper presenfs clinical considerations abour psv-
choneuroinnnunoiogic biopsychosociaijactors ia Oncoiogv, and points cancer inipact on patients
and their relatives. Cancer and its treatments create a stress which is imposed upon patients and
their relatives, with 11w power o] onsetting adjustinent disorders in ali of the,n. An assessement of
the quaiitv of life inust be incorporated ia clinicai studies, because ir may improve therapeutic
approaches. Patients' reports 00 somatic svmptoms are mainiv associated with their emocional
and social concernmg rather than with their general heaith status. The staff responsibie for the
patients must understanc/thefamilv/patient dynamics and be aware oft/ie inJluence ofpsychosociai
issues. Falure ia recognizing that, and consequentiv imnpairing theftimilv ' 5 PSYchOSocial support
wili deptive the patients of com for!, iove, support, and friendship that 112ev wili need through the
course of the disease. Phvsicians mnust be able rofacilirare the adaptarion process of their patients.
Psvchoiogic treatnient is aiwavs beneficial, at ieast to some extent.

Key words: cancer; psychoneuroimmunologv; srress; quaiitv of life

Introdução aumentar a sohrevida°. Conforme dados


A etiopatogenia multifatorial neoplásica associa fornecidos pela Revista Brasileira de Cancero-
teorias que implicam modificações genéticas°, logia, no Brasil, para os pacientes com cânceres
fatores ambientais (químicos, biológicos e de pulmão, estômago, colo uterino e mama,
físicos) e fatores psicossomáticos. Estes últimos os dados são similares. Um curso rápido e fatal
seriam coadjuvantes ou precipitantes do força o paciente e sua família a confrontarem
processo mal igno°. Fatores de personalidade muitas mudanças que, por sua vez, exigem um
(defesas psicológicas mal sucedidas e angústia ajustamento rápido e correspondent&2 .
psíquica, perda de importante relacionamento,
118 inabilidade de expressar sentimentos hostis e Este artigo, baseado em uma revisão bi-
emoções, tensão mal resolvida relacionada à bliográfica crítica, via mnedline, apresenta
figura dos pais, depressão, estressores crônicos noções fundamentais sobre o impacto
e distúrbios sexuais) têm sido ligados ao psicossocial do câncer sobre o paciente e seus
desencadeamento e à rápida disseminação do familiares, bem como introduz as teorias
câncei°. Também há evidências de que quanto biopsicossociais e psiconeuroimunológicas no
maior o nível de descrença do paciente com a âmbito do estudo oncológico.
sua vida, menor a sua sobrevida° 2) A
supressão de certos sentimentos, um processo Impacto psicossocial do câncer
passivo de adaptação frente ao estresse e uma A vivência do câncer é mais disruptiva para os
forte tendência ao conformismo parecem ser pacientes e suas famílias do que outras formas
importantes fatores predisponentesU Através
1)
de doença (fatores econômicos são urna parte
da psiconeuroimunologia, têm sido muito significativa desta disrupçâo)°4 9) Os
exploradas as relações entre variáveis psicos- pacientes podem permanecer doentes, desam-
sociais e atividade da célula NK 2 . parados e dependentes por um grande período.
Aqueles pacientes que estão agoniados, com
Nos últimos 20 anos, estudos sobre os pro- incertezas sobre o diagnóstico, a natureza de
blenias somáticos, psíquicos e sociais de pa- suas doenças e seus tratamentos, a sua so-
cientes oncológicos e suas necessidades de su- brevida, podem necessitar de suporte adicio-
porte psicológico têm sido ressaltados° O nal( °. Dificilmente existe outra doença que
câncer e seu tratamento constituem um estresse induza tantos sentimentos negativos em qual-
imposto sobre um indivíduo previamente quer um dos seus estágios: o choque do diag-
hígido, envolvendo um processo de adaptação nóstico, o medo da cirurgia, a incerteza do
e a possibilidade de desordens de ajustamen- prognóstico e recorrência, os efeitos da rádio-
to 1 . Poucos pacientes com câncer são can- e quimioterapia, o medo da dor e de encarar
didatos à terapia curativa. Então, para pelo uma morte indigna°°.
menos 50% (conforme dados publicados flO
European Journal of Cancer) o tratamento é Foi evidenciado que há maior probabilidade
restrito ao alívio sintomático e para se tentar de haver altos índices de depressão na escala
MMPI (Miní: esota Multiphasic Pe rsona 1/tv peculiaridades perceptivas e cognitivas. Esses
Inventor3') em pacientes oncológicos 20. En- indivíduos têm uma tendência de interpretar
tretanto, sintomas somáticos de depressão (fa- qualquer sensação corporal como sintoma
diga extrema e desordens do sono) podem ser físico, até na ausência completa de doença. O
confundidos com tipo de sintomas cons- tratamento dessa experiência emocional por
titucionais do tumor ou seu tratamento°°. De- meio de intervenções psicoterapêutica e psico-
pendendo do tipo de câncer, do seu estágio, farmacológica tem potencializado a qualidade
do tratamento medicamentoso, do tempo em de vida dos pacientes°4 .
que os problemas emocionais foram diagnos-
ticados e do critério usado, a percentagem de O câncer evoca um nível alto de ansiedade e
pacientes que desenvolveram problemas emo- incerteza nos pacientes, em seus familiares e
cionais sérios foi de 25% a 70% das amostras amigos. Os efeitos do estigma (uma indesejável
estudadas120 221 Em um estudo foi observado, anomalia que desqualifica o indivíduo de uma
i.
por exemplo, uma prevalência de 47% de de- aceitação social completa) são geralmente
sordens psiquiátricas, conforme o DSM-III- negativos (ansiedade, desgosto, tristeza, angús-
R (Dia gnosis and Statistical Manual ofMen- tia ou desesperança), mas também podem con-
tal Disorders III Revised) em pacientes
- - ter alguns aspectos positivos (empatia ou
oncológicos°4' 11, 231• Esta taxa é considerada superpreocupação). O estigma é correlaciona-
aproximadamente três vezes maior do que as do a vários indicadores de saúde que refletem
estimativas modais descritas na literatura para problemas de ajuste (pobre habilidade física,
desordens psiquiátricas na população em ge- emocional e social)°4 .
ral. Avaliando a população oncológica com
desordens psiquiátricas, foi descrito que as Apenas recentemente foi considerada a relação
desordens de ajustamento correspondem a entre a dor e outros aspectos físicos, psicoló-
68% de todos esses diagnósticos, enquanto gicos e sociais da doença no plano de trata-
as desordern afetivas maiores (13%), de- mento16' 11,25) A dor, na visão clássica, é consi-
sordens mentais orgânicas (8%), desordens de derada não só um sintoma físico, mas também
personalidade (7%) e desordens de ansieda- uma sensação que pode determinar uma quebra
de (4%) respondem pelo restante. No total, da homeostasia geral do organismo°" 25), A 119
próximo de 85% dos pacientes tinham depres- cronicidade da dor, devido à progressão do cân-
são ou ansiedade como sintoma principal. A cer ou seu tratamento, é freqüentemente
maioria dessas condições são desordens fa- associada a sintomas psicológicos (desordens
cilmente tratáveis04 23) do sono, redução no apetite) e a sintomas
outros que podem mimetizar uma desordem
A neoplasia pulmonar é o câncer mais freqüen- depressiva'9 251 Além disso, a dor do paciente
temente associado a fatores psicossociais se estende à família, aos amigos e até aos pro-
indiretos (tabagismo, exposição a asbesto 2 . fissionais que lidam diretamente com ele°.
A prevenção do câncer de pulmão e outras neo- Similar à dor, a dispnéia provocada por algu-
plasias relacionadas ao tabagismo deve ser mas neoplasias pode ser gênese de considerável
acompanhada por estratégias desenvolvidas ansiedade, por ser freqüentemente associada
que visem aos comportamentos psicossociais com fadiga severa, diminuição da função cog-
associados. nitiva e mau apetite, interferindo na atividade
sociaP2 1 11
De acordo com a hipótese psicossomática,
experiências prolongadas de ansiedade, Uma significativa proporção de pacientes
depressão e frustração causam problemas estudados experienciam problemas psi-
físicos. Problemas de saúde crônica levam a cossociais moderados ou severos com rádio- e
alterações gerais da personalidade e a quimioterapia, além de se acharem muito
experiências emocionais, incluindo auto-afeto doentes por delas precisarem. Freqüentemente,
negativo (uma dimensão de tristeza subjetiva, pacientes experienciam náuseas e vômitos por
refletindo maus humores indiferenciados e mais de uma semana, resultando em perda de
baixa percepção de auto-estima). Tem sido peso, desidratação e um declínio da capa-
relacionado o auto-afeto negativo com o cidade funcional de alguns indivíduos, o que
aunento das queixas subjetivas em avaliações pode ter um importante impacto sobre o seu
sobre a qualidade de vida em estudos oncoló- bem estar 2 Efeitos colaterais físicos, parti-
gicos. A forte associação entre afeto negativo cularmente a fadiga, são comuns e uma fonte
e aumento de relatos de sintomas é devida a freqüente de tristeza. Alterações cognitivas têm
sido reportadas em pacientes com câncer de Estudos realizados em animais e humanos
pulmão recebendo quimioterapia, com ou sem associam fatores psicossociais que geram o
radioterapia cerehral' 26) Aparentemente, a estresse à predisposição e progressão de vários
sequela psicológica de radioterapia é menos processos fisiopatológicos, incluindo doenças
severa e de menor duração do que a de alguns infecciosas, bacterianas, alérgicas, cutâneas, auto-
tipos de quimioterapia' 11. imunes e neoplásicas, através de alterações nos
mecanismos de proteção irnunológica'4'6 1
A maneira pela qual as famílias se adaptam ao Alterações em estados comportamentais e
câncer é um reflexo do seu relacionamento emocionais acompanhadas da percepção e da
íntimo, de suas histórias e do seu nível cultural. necessidade de adaptação a circunstâncias
Então, é difícil determinar o impacto que dife- ambientais desencadeiam modelos complexos
rentes preocupações possam ter e desenvolver de alterações ncuroendócrinas'4" '

intervenções que possam melhorar estes


resultados'27 '. Cerca de 80% dos familiares Os sistemas imune, nervoso e endócrino pos-
(provável morbidade psiquiátrica em 48%) suem capacidade para responder a estímulos
relatam níveis gerais altos de preocupação com específicos originados do ambiente externo ou
a doença, a reação do paciente, o seu estado interno 33 '. Os processos imunorregulatórios são
físico, o seu tratamento, sentimentos próprios parte de um integrado sistema de defesa'321, cu-
de culpa ou tristeza, efeitos da doença sobre jas células imunes têm suas funções alteradas' 33'
outros e o futuro'29 . Também não se deve as- e são dependentes da ação de neurotrans-
sumir que familiares de pacientes que apre- missores, neurcpeptídeos e neuro-hormônios
sentem bom prognóstico se preocupem menos. que afetam a função imunológica126'.
Com efeito, séria depressão e ansiedade foram
consideradas menores em pacientes do que em O sistema límbico é o principal promotor adap-
seus parentes próximos'27 201 Em câncer, tem tacional do organismo ao ambiente externo. E o
sido demonstrada a utilidade clínica do modulador das respostas aos estímulos de acordo
questionário de 12 itens Farnilv Relationship com experiências passadas, transferindo-as para
Index, que pode ser utilizado para identificar a situação atual, avaliando seu significado emo-
120 famílias disfuncionais ou em risco'20'. cional e relacionando-se com o eixo hipotálamo-
pituitária-adrenal (HPA)'36' '. Os hormônios do
Em diferentes níveis individuais, os familiares eixo HPA, em geral, diminuem a resposta de
podem sentir-se inadequados e confusos sobre linfócitos'39 '. As respostas comportamentais ao
como ajudar. Em particular, as crianças podem estresse, mediadas pelo CRH (hormônio liberador
sentir-se culpadas. Muitos estudos têm de corticotrofina), que atua tanto no sistema
chamado a atenção para o nível de ansiedade nervoso simpático como no eixo HPA, causam
e depressão, o medo da morte e da separação um aumento da produção de glicocorticos-
encontrados em crianças de familiares com teróides, catecolaminas, certos opióídes e outras
câncer. O ajustamento positivo é encontrado substâncias" 26,31,32,36)
entre aquelas famílias que são capazes de
permitir à criança expressar suas ansiedades e As mais notáveis influências hormonais sobre
preocupações sobre o familiar doente, sendo o sistema imune são realizadas pela liheraão
encorajadas a participar ativamente em alguns de esteróides adrenocorticais induzida por ,

cuidados'27' 29, 30) ACTH (hormônio adrenocorticotrófico)'32' 37).


Quando os glicocorticóides são produzidos em
grande quantidade, como no estresse e na
Teorias biopsicossociais e depressão, outras substâncias CRH, ACTH e
psiconeuroimunológicas beta-endorfina, liberadas nas etapas de avalia-
As teorias psiconeuroimunológicas no câncer ção do eixo, compensam os efeitos imunos-
fundamentam-se em três hipóteses: o desen- supressores dos glicocorticóides131 '. Os
cadeamento de algumas neoplasias pode ser glicocorticóides teriam então, em relação ao
influenciado por fatores psicossociais; as sistema imunológico, um papel fisiológico
atividades do sistema imune podem influenciar regulatório, principalmente em períodos de
o surgimento de alguns cânceres, e pelo menos estresse, nos quais uma estimulação excessiva
uma resposta imune, a atividade NK (intima- da imunidade causaria danos excessivos ao
mente relacionada à fisiopatologia da neo- organismo'32' 36• A produção de substâncias
plasia), parece ser influenciada por fatores estimuladoras da síntese de glicocorticóides
psicossociais131. pelos imunócitos reforça esta hipótese'5' 32)
Sabe-se que durante o estresse a adrenal libera Uma variedade de estímulos psicológicos
não somente catecolaminas, mas também (perda, privação, aflição, auto-estima dimi-
encefalinas, que apresentam atividade imuno- nuída, situações de dor e sofrimento), fatores
moduladora positiva13' 111 A desregulação nora-
. ambientais (trauma, irradiação, desnutrição,
drenérgica e serotonérgica central tem sido uso de álcool e drogas) e fisiológicos (sexo
relacionada a transtornos depressivos e da feminino, temperatura e idade) podem preci-
ansicdad&321. pitar imunodeficiência°'

Evidências sugerem que várias funções dos Células Natural Kilier (NK) são responsáveis
leucócitos podem ser inibidas ou estimuladas por pelo ataque e destruição de células tumorais
esteróides neuroendócrinos do Sistema Nervoso infectadas por vírus e atuam na prevenção de
Central (SNC)(26' 32, 3K4l) Os leucócitos possuem metástases04' 46' 471. A imunidade natural ausente
receptores com alta e baixa afinidade para todos ou diminuida (mensurada in vitro pela atividade
os maiores esteróides neuroendócrinos132' 38 ,
NK) tem sido associada com o desenvolvimento
Órgãos linfáticos primários e secundários são e a progressão do câncer141'471, com infecção viral
inervados com fibras nervosas quimicamente aguda e crônica, incluindo-se a SIDA, a síndro-
específicas, simpáticas pós-ganglionares me da fadiga crônica, depressão psiquiátrica,
noradrenérgicas14' 23. 26,31,32.36.37.411
várias síndromes imunodeprimidas e certas
desordens auto-imunes146' 46' 491. Os níveis de NK
O sistema imunológico influencia o SNC através podem ser influenciados pela idade, exercício,
de células linfóides, não-linfóides, neurônios sexo e por uma variedade de doenças, inclusive
colinérgicos e adrenérgicos e seus produtos, depressão aguda(501. Uma baixa atividade NK
substâncias biologicamente ativas1421. A interação em pacientes oncológicos é significativamente
é comprovada através de relatos de que a associada com o desenvolvimento de metástase
administração central e periférica de citocinas à distância1461. Há relatos demonstrando que a
tem influência sobre a temperatura corporal, atividade diminuída da NK pode ser um mar-
padrões de sono, alimentação, locomoção, cador de doença metastática oculta(40. Tam-
exploração e estágios de humor, devido a bém tem sido sugerida a utilização da ativi-
alterações na função neuroendócrina15' 321. dade NK como um guia terapêutico, relacio- 121
nando-a com o prognóstico e a melhor terapia
Certos estilos de personalidade podem aumen- a ser escolhida146' 51)
tar ou diminuir a resposta imune. Relações
entre estilos de personalidade e imunidade têm Os meios neurais ou neuroendócrinos
sido identificadas para várias doenças além do envolvidos nas alterações comportamentais de
câncer, como a Síndrome da Imunodeficiência resposta imune não estão ainda completamente
Adquirida (SIDA) e doenças auto-imunes 43' 441. conhecidos. Tanto os efeitos induzidos con-
Em Oncologia, há evidências de que a emoção dicionalmente ou por estressores têm sido rela-
e o espírito de luta são prognosticamente be- cionados à ação de esteróides adrenocorticais,
néficos. Maus hábitos de alimentação, dis- opióides, catecolaminas entre outros132' 44)
túrbios de sono, exercício físico intenso e o Embora os efeitos do estresse na resposta imune
uso aumentado de substâncias psícotrópicas sejam freqüentemente descritos com imunos-
4
são comportamentos que compõem períodos supressivos, as implicações clínicas destes
estressivos e podem produzir efeitos imu- efeitos não são claras. Nos estudos dos efeitos
nomodulatórios 44 . de estressores no sistema imune, as respostas
imunes de pessoas estressadas tipicamente
Quando exigências impostas por certas situa- caem dentro de limites normais, Pouco se co-
ções excedem à capacidade individual de nhece sobre as variações no sistema imune
adaptação, uma resposta estressora psico- de pessoas saudáveis com predisposição para
l'ógïca composta de estados cognitivos e a doença, e esse sistema é complexo (uma
emocionais negativos é desencadeada. Estas mensuração ou mais não necessariamente
respostas são capazes de influenciar a função representam adequadamente a resistência do
imune, por seus efeitos no comportamento e hospedeiro)°91.
respostas neuroendócrinas1391. Os efeitos do
estresse sobre reações de defesa são geral- Discussão
, nente supressivos, mas não uniformemente, Tem sido demonstrado que intervenções
dependendo de certas variáveis (sexo, estado médicas podem influenciar, tanto positiva
metabólico, idade e imunogenética)°' 14 quanto negativamente, a qualidade de vida.
Analgésicos, como também outras terapias podem agir desse modo ou através da neu-
(radioterapia ou cirurgia), podem ser associa- roimunomodulação, diretarnent&4 .
dos a alterações funcionais, de humor e so-
ciais, com os seus conseqüentes efeitos sobre A alteração comportamental nem sempre
a qualidade de vida°5 . Alguns efeitos cola- deveria ser rotulada corno reativa ou apropriada
terais do tratamento, apesar da sua freqüência, e o clínico deve considerar a possibilidade de
não devem ser aceitos como inevitáveis ou uma desordem depressiva severa e tratável.
normais (náusea, vômito, constipação e Quando abordado o tratamento para pacientes
sedação com opióides). com sintomas de depressão e de ansiedade, é
importante tentar definir a presença de desor-
As intervenções de comportamento podem dens distintas, aceitando-se que, em muitos
potencializar e otirnizar a função irnun&4 ' casos, isto será impossível. A medicação
e diferem em metas e técnicas de tratamento, escolhida deve abranger ambos os sintomas de
dependendo dos problemas particulares dos ansiedade e depressão, usando-se urna única
pacientes. Estes, por outro lado, são influenciados droga, se possíveI.
pelo tipo, estádio e padrão do tratamento medi-
camentoso da doença°. Além disso, deve-se tratar A reabilitação envolve todos os aspectos de
sempre os pacientes no contexto psicossocial em cuidados do paciente, expandindo o máximo
que eles vivern" 54 possível o seu potencial (mental, social e eco-
nômico), enquanto restrições devem ser mi-
Os estudos de intervenções psiconeuroimu- nimizadas, e estas incluem o suporte es-
nológicas têm utilizado várias terapias alterna- pecífico por um time multidisciplinar5 I7•
tivas e estratégias, incluindo hipnose, imagi- Entretanto, pacientes encontram freqüente-
nação mental, relaxamento, condicionamentos mente problemas no local de trabalho, apesar
clássicos, dietas apropriadas, exercícios, expo- do seu estado presente de saúde, sendo a
sições a estressores fóbicos, auto conhecimento, discriminação, um dos grandes problemas em
suporte social e terapias cognitivo-compor- sobreviventes do câncer (51 % daqueles com
tarnentais Várias intervenções psicológicas têm,
. doença rnaligna°7 ) 7 .
122 em alguns estudos, revertido ou atenuado os
efeitos do estresse em voluntários normais°. Técnicas diretivas (terapia comportamental,
Por promover um senso de controle, inter- hipnose, relaxamento, treinamento, imaginação
venções psicológicas podem indubitavel- e terapia cognitiva) são especialmente efetivas
mente reduzir a angústia, minimizar a mor- para náusea antecipatória e vômitos associados
bidade psiquiátrica e aumentar a qualidade de à quimioterapia e também para controlar e tratar
vidaW . A psicoterapia individualizada tem reações psicológicas secundárias. Técnicas não
sido efetiva em relação à tristeza, ao auto con- diretivas, como informação, aconselhamentos,
ceito, saúde, foco de controle, fadiga e proble- psicoterapia de suporte ou psicodinâmica
mas sexuais. Quando intervenções compor- (individual, grupo ou familiar) ajudam os
tarnentais ou hipnose foram aplicadas, efeitos processos de adaptação ao câncer'. Inter-
positivos foram encontrados em relação a venções psicológicas estruturadas têm alcan-
sintomas específicos como ansiedade, dor, çado resultados estirnuladores 4' ' .Por
náusea e vômitos 22 . Tem sido evidenciado exemplo, o relato sobre os efeitos imediatos e
também que o tratamento do afeto negativo por não imediatos em um grupo de pacientes com
meio de intervenções psicoterapêuticas e psico- melanoma em estádio 1 ou II de malignidade,
farmacológicas tem o potencial de melhorar a sob um modelo terapêutico (educação saudável,
qualidade de vida dos pacientes°4 . Portanto, aumento das habilidades de resolver problemas
parece claro que existe um suhgrupo de e técnicas de manejo de estresse), por um
pacientes nos quais a terapêutica alternativa período de sets semanas (sem outro tratamento
pode produzir melhoras objetivas e, em um depois da exérese turnoral) constatou redução
número muito maior, melhoras suhjetivas141. A do sofrimento psicológico e alterações imunoló-
neuroirnunomodulação pode ser induzida e, em gicas signihcativas, com imunopotencialização
algumas circunstâncias, ser poderosa corno ação acima de 25Ü/c (aumento da perccntagenl de
farmacológica direta. O efeito do placebo, de- linfócitos granulares grandes, aumento da
tectado em alguns estudos, pode ser desen- atividade NK e uma pequena diminuição em
cadeado através da expectativa do benefício via célLilas T helper). Em contraste, somente um
centros altos de ativação dos mecanismos terço do grupo controle mostrou tais alterações.
irnunomodulatórios. As terapias alternativas Após seis anos de seguimento, foi demonstrado
que o grupo sob intervenção teve menores taxas
de mortalidade e recorrência do que o grupo Referências Bibliográficas
controle. As diferenças continuaram estatisti- Latchman, D.S.- Transcription-factor
camente significativas após o ajuste do tamanho mutations and disease. N Engi J Med,
inicial do melanoma° . 334(1): 28-33, 1996.

Bernhard, J.; Ganz, P.A. Psychosocial


Conclusão -

issues in lung cancer patients (part 1).


Qualidade de vida é um senso individual de bem
Chest, 99: 216-23, 1991.
estar nos domínios somáticos, cultural e social,
que tem se tornado um tópico maior na interface
Bovbjerg, D.H. Psychoneuroimmuno-
-

entre pesquisas de medicina e psicologia. Há


logy: implications for Oncology? Cancet
um crescente consenso de que qualidade de vida
67: 828-32, 1991.
deve ser incorporada nos estudos clínicos como
uma importante variável, como a mortalidade
Deitos, F.H.; Gaspary, J.F.P. Psi-
-

e a taxa de sobrevida°4 , além da inclusão da


coneuroimunologia: Aspectos Biopsi-
mensuração de qualidade de vida melhora as
cossociais. J Bras Psiquiatria, in press,
intervenções terapêuticas". A maioria dos
1997.
pacientes com doença maligna sofre de um
número de sintomas perturbadores, incluindo
Deitos, F.H.; Gaspary, J.F.P.; Lopes, S.A.;
dor, astenia, anorexia, náusea e constipação. E,
De Lima, G.L.; Staats, CO. As -

apesar da existência de guias de manejo da dor,


implicações psiconeuroimunológicas do
muitos pacientes não são tratados de forma
estresse no desencadeamento de doenças.
conveniente°5 . Por isso, os profissionais que
JBM: in press, 1997.
lidam com o paciente devem estar preocupados
com o impacto de seus manejos sobre a qua-
Deitos, F.H.; Gaspary, J.F.P. Implicações
-

lidade de vida do paciente em adição ao efeito


Clínicas das Teorias Psiconeuroimu-
da doença'.
nológicas. Psiq Biol, 4(3): 127-136,
1996. 123
Para a maioria dos pacientes oncológicos, não
são os avanços científicos, mas o manejo diário Hughes, J.E. Depressive illness and lung
-

da doença e o seu impacto nas suas atividades cancer. II: follow-up of inoperable
que determinam se eles podem viver em con- patients. EurJSurg Oncol, 11:21-4, 1985.
dições dignas'. Os relatos de pacientes sobre
sintomas somáticos refletem primeiramente as Solomon, G.F.; Amkraut, A.A. Psy- -

suas preocupações (emocionais e sociais) mais choneuroendocrinological effects on the


do que a sua saúde geral°4 . Os pacientes acen- immune response. Ann Rev Microbiol, 35:
tuam seus sintomas ao grau em que eles expe- 155-84, 1981.
rienciam o afeto negativo°4 . Entretanto, preo-
cupações com a doença podem afetar e sobre- Surman, O.S. Possible immunological
-

carregar as maiores necessidades da família. A effects of psychotropic medication.


falha do reconhecimento e conseqüentemente o Psychosoniatics, 34(2): 139-43, 1993.
prejuízo no suporte psicossocial da família irá
privar os pacientes de conforto, amor, suporte e Zonderman, A.B.; Costa, P.T.; McCrae,
companheirismo de que eles precisarão através R.R. Depression as a risk for cancer
-

do curso da doença 27 . Os difèrentes níveis de morbidity and mortality in a nalionaily


preocupação expressados por pacientes e seus representative sample. fAMA, 262: 1191-
familiares enfatizam a importância do acon- 231, 1988.
selhamento básico diferenciado. Sugere-se que
profissionais da saúde dispensem parte do Walker, L.G.; Eremin, O. Psycho- -

atendimento a pacientes e familiares sepa- neuroimmunology: a new fad or the fifth


radamente, para que cada um expresse livremente cancer treatment modality? Ani J Sui'eiv,
suas preocupações°. Os clínicos devem ser 170: 2-4, 1995.
capazes de negociar circunstâncias para facilitar
o processo de adaptação de seus pacientes. O Paiva, L.; Da Silva, A. Medicina
-

tratamento psicológico sempre é benéfico, em Psicossomática, Artes Médicas, Porto


pelo menos alguma extensão. Alegre (RS), 874, 1994.
Trzepacz, PT.; Levenson, J.L.; Tringali, Ahmedzai, S. Recent Clinical Triais of
-

R.A. Psychopharmacology and neuro-


- Pain Control: impact on quality of life.
psychiatric syndromes in organ trans- Eur J Cancer, 31A(Supp1. 6): S2-S7,
plantation. Gen Hosp Psychiatry, 13: 223- 1995.
45, 1991.
Biack, P.H. Central Nervous System-
-

Razavi, D.; Delvaux, N. The Psy- - Immune System Interactions: Psycho-


chiatrist's Persepctive on Quality of Life neuroendocrinology of Stress and its
and Quality of Care in üncology: con- immune consequences. Antimicrobial
cepts, symptom management, commu- Agents and Chemotheapy, 38(1): 1-6,
ncation issues. Eur J Cancer, 31A(Supp1. 1994.
6): S25-S29, 1995.
Faliowfield, L. Heiping the relatives of
-

Kaasa, S. Using quality of life assessment


- patients with cancer. Eur J Cancer,
methods in patients with advanced cancer: 31A(11): 1731-32, 1995.
a clinical perspective. Eur J Cancer,
31A(Supp1. 6): S 1, 1995. Harrison, J.; Haddad, P.; Maguire, P. The
-

Impact of Cancer on Key Relatives: a


Aapro, M.S. Foreword. Eur J Cancer,
- comparison of relative and patient
31A(Supp1. 6): Si, 1995. concerns. EurJ Cancer 31A(JI): 1736-40,
1995.
Berkman, B.J.; Sampson, S. E. Psy- -

chosocial effects of cancer economics on Deitos, F.H.; Staats, C.G.; Lima, G.L.;
patients and their families. Cancer, 72: Lopes, 5V.; Antoneilo, F.; Nascimento,
2846-9, 1993. L.L.; Gaspary, J.F.P. - Estresse e
depressão, alterações neuroendócrinas e
Bernhard, J.; Ganz, P.A. Psychosocial
- conseqüências imunológicas. Inform
issues in lung cancer patients (part 2). Psiq, 15(3): 83-89, 1996.
124 Chesr, 99: 480-85, 1991.
Breyer, J.- The adjustment of siblings of
Harrison, J.; Maguire, P. Predictors of
- pediatric cancer patients a sibling and
-

psychiatric morbidity in Cancer Patients. parent perspective. Psycho-üncology,


Br J Psychiatr 165: 593-598, 1994. 2:201-208, 1993.

Kissane, D.W. Perceptions of family


- 31 Welch, A.S.; Wadsworth, M.E.; Compas,
functioni ng and cancer. Psycho-Oncology, B.E. Adjustment of chiidren and adoles-
-

3: 259-69, 1994. cents to parental cancer Parents' and


-

Children's perspectives. Cancer 77: 1409-


Mello, F.J. Psicossomática hoje. Ed
- 18, 1996.
Artes Médicas, Porto Alegre (RS), 1992.
Ader, R.; Cohen, N.; Felten, D.
Trhsburg, R.W.; Van Knippenberg, F.C.; Psychoneuroimmunology: interactions
Rijpma, S.E. Effects of psychologicai
- between the nervous system and the immune
treatment on cancer patients: a critical system. Lancet, 345: 99-103, 1995.
review. Psychossomatic Med, 54: 489-517,
1992. Khansari, D.N.; Murgo, A.J.; Faith, R.E.
-Effects of stress on the immune system.
Derogatis, L.R.; Morrow, G.R.; Fetting, Immuno1 Toda 11: 170-5, 1990.
J. et ai. The prevalence of psychiatric
-

disorders among cancer patients. JAMA, Ader, R. On the Clinical reievance of•
-

249: 751-757, 1983. Psychoneuroimmunoiogy. 1in Iminunol


Immunopatho1, 64(1): 6-8, 1992.
Koller, M.; Kussman, J., Lorenz, W. et ai.
- Symptom Reporting in Cancer Patients. Shea, J.D.; Burton, R.; Girgis, A. Ne-
-

The role of Negative affect and Expe- gative affect, absorption, and immunity.
rienced social stigma. Cancer 77: 983- Physiology & Behavior, 53: 449-457,
95, 1996. 1993.
Kiecolt-Glaser, J.K.; Glaser, R. Psycho-
- Brittenden, J.; Heys, S.D.; Ross, J. et ai.-

neuroimmunology: Can Psychological Natural Killer Cells and Cancer. Cance,


interventions modulate immunity? J 77: 1226-43, 1996.
Consulting Clin Psychol, 60(4): 569-75,
1992. Holmes, G.P.; Kaplan, J.E.; Gantz, N.M.
et ai. Chronic fatigue syndrome: a
-

Preger, J.; Gauer, G.C.; Von Mühlen, C.A. working case definition.Ann Int Mcd, 108:
- Sistema Neuroendócrino e Atividade 387-89, 1988.
Imune no Estresse e Depressão. Psiquiatr
Biol, 3(1): 14-25, 1995. Vollhardt, L.T. Psychoneuroimmunology:
-

a literature review. Amer J Orthopsychiat,


Ader, R.; Feltori, D.; Cohen, H. - 61(1): 35-47, 1991.
Interactions between the brain and the
immune system. Annu Rev Pharmacol Irwin, M.; Lacher, U.; Caldwell, C. -

Toxicol, 30: 561-602, 1990. Depression and reduced natural kilier


cytotoxicity: a longitudinal study of
Cohen, S. Psychological stress and
- depressed patients and control subjects.
susceptibility to upper respiratory Psychological Mcd, 22: 1045-1050, 1992.
infections. A,n J Respir Crít Care Mcd,
152: S53-S58, 1995. Lin, C.C.; Kuo, Y.C.; Huang, W.C.; Lin,
C.Y Natural Killer Celi activity in lung
-

Waidhauser, F.; Ehrhart, B.; Fiirster, E. - cancer patients. Chest, 92: 1022-24, 1987.
C\inical aspects of the melatonina action:
impact of development, aging, and Boyce, W.T.; Jensen, E.W.; Cassel, J.C.;
puberty, involvement of melatonin in Colher, A.M.; Smith, A.H.; Ramey, C.T. -

psychiatric disease and importance of Influence of live events and family


neuroimmunoendocrine interactions. routines on childhood respiratory tract
Experientia, 49: 671-681, 1993. illness. Pediatrics, 60: 609-15, 1977.
125
Watkins, A.D. The role of alternative
- Jacobs, M.A.; Spilken, A.Z.; Norman,
therapies in the treatment of allergic M.M.; Anderson, L.S. Life stress and
-

disease. Clinical and Experimental respiratory ihlness. Psychosom Mcd, 32:


Allergy, 24: 813-25, 1994. 233-42, 1970.

Reiche, E.M.; Inouye, M.M.; Ponteilo, R. Schindler, B.A. Stress, affective Disorders,
-

-Visão atual: a psiconeuroimunologia. and immune function. Mcd Clin NorthAm,


Semina, 12(2): 91-94, 1991. 69(3): 585-597, 1985.

Glaser, R.; Kiecolt-Glaser, J. Stress-


- Fawzy, F.L.; Fawzy, N.W.; Arndt, LA.;
associated imrnune suppression and Pasmau, R.O. Critical review of
-

acquired immune deficiency syndrome psychosocial interventions in cancer care.


(AIDS). Adv Biochein Psychopharmacol, Arch Gcn Psychiatr,4 52: 100-113, 1995.
44: 203-15, 1988,
Goldberg, R.J. Diagnostic dilemmas
-

O'Learly, A. Stress, Emotion, and


- presented by patients with anxiety and
Human Immune Function. Psychological depression.AmJMcd, 98: 278-284, 1995.
Buli, 108(3): 363-382, 1990.
Siegel, K.; Yates, J.W. Psychosociai
-

Kiecolt-Glaser, J.K.; Glaser, R. Psy- - barriers to employment of the cancer


choneuroimmunology and health con- survivor. J Psychosoc Oncology, 5: 97-109,
sequences: data and shared mechanisms. 1988.
Psychosom Mcd, 57(3): 269-74, 1995.
Fawzy, F.L.; Kemeny, M.E.; Fawzy, N.W.
Whiteside, T.L.; Herberman, R.B. The - et ai. -A structured psychiatric intervention
role of natural killer celis in human disease. for cancer patients. II. Changes over time
Clin Jmmunol Immunopathol, 53: 1-23, in immunological mensures. Arch Gcn
1989. Psychiatr 47: 729-735, 1990.
Fawzy, F.L.; Fawzy, N.W.; Hyun, C.S. et viewpont. Eur J Cancer 31A(Supp1. 6):
ai. Malignant melanoma: effects of an
- S8-S10, 1995.
early estructured psychiatric intervention,
coping, and affective state on recurrence Cohen, S.R.; Mount, B.M.; Tomas, J.N.;
and survival 6 years later. Arch Gen Mount, L.F. Existencial WeI1-Being is
-

Psychiatry, 50: 681-689, 1993. an important determinat of quality of


life. Evidence from the McGi11 quality
Molin, C.; Arrigo, C. Clinical Triais and
- of life questionnaire. Cance, 77: 576-
Quality of Life Assessment: the nurses's 86, 1996.

126

Você também pode gostar