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CONTRIBUIÇÕES DAS PSICOTERAPIAS CORPORAIS

PARA O TRATAMENTO DE PACIENTES COM


CÂNCER

Shardanne Maria de Freitas Rêis 1

RESUMO
O câncer apresenta uma variedade de fatores relacionados a sua manifestação, dentre eles os
fatores emocionais. Do ponto de vista emocional, o câncer pode ser visto como a expressão
somática das nossas frustrações, deixando de ser visto somente como um tumor a ser extirpado
do corpo do paciente, o que confere a doença uma dimensão maior de possibilidade de
tratamento. O presente trabalho tem por objetivo compreender o câncer a partir dos estudos da
Psicossomática e das psicoterapias corporais, mais especificamente, a Psicossomática Reichiana,
partindo da visão de homem como uma unidade psicossomática, bem como possibilitar explorar
as contribuições das psicoterapias corporais para o tratamento dos pacientes com câncer, para a
prevenção e auxílio do tratamento dessa enfermidade. Esta pesquisa tem caráter qualitativo, no
qual buscamos através de levantamento bibliográfico de textos e livros de autores, desenhar uma
visão panorâmica sobre a importância da referida abordagem para o tratamento de pacientes
oncológicos.

Palavras Chave: Psicoterapia corporal, Psicossomática, Câncer.

Introdução

Este trabalho é resultado de uma pesquisa bibliográfica, ainda introdutória, sobre as


contribuições das psicoterapias corporais para o tratamento de pacientes com câncer. Partindo do
entendimento de que a doença em questão apresenta uma variedade de causas, sendo esta uma
doença multifatorial e considerando que os aspectos psicológicos participam desta gama de
fatores a serem explorados e entendidos para um entendimento mais global da doença e dos
tratamentos possíveis.
Iniciamos o texto, abordando o próprio câncer, falando brevemente sobre o que é a
doença, procuramos listar os fatores que estão envolvidos no processo do adoecimento com
dados colhidos nos sites oficiais do Instituto Nacional do Câncer (INCA) e no site da Fundação
do Câncer.

1 Psicóloga Clínica e hospitalar, CRP - 21/624, Especialista em Saúde Mental - UFRJ e pós-graduanda em
Psicoterapia Corporal- CENSUPEG.
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Durante o percurso da pesquisa, fez-se necessário uma reflexão sobre a conduta


médica em relação às doenças orgânicas, enfatizando o modelo médico que desde sua origem se
apresentou reducionista e fragmentado, considerando especificamente os fatores biológicos e
estruturais do indivíduo, desconsiderando os aspectos emocionais (anulação da subjetividade),
nos processos que desencadeiam o surgimento do câncer e outras enfermidades. Esta conduta
cria um distanciamento entre os aspectos físicos e emocionais.
Dando seguimento, escolhemos a Psicossomática como a caminho de entrada para
validar a relação entre o físico e o psíquico, já que vários estudos apontam que inúmeros
aspectos emocionais, causadores de sofrimento psíquico, podem estar relacionados a esta visão
mais integral sobre a doença câncer. A Psicossomática Psicanalítica, surge no nosso arcabouço
conceitual, auxiliando no entendimento de como ocorrem os fenômenos psicossomáticos, já que
as psicoterapias corporais, práticas que serão abordadas em seguida, sofreram influências
importantes da Psicanálise.
Preferimos não alongar a investigação nos conceitos da psicossomática psicanalítica e
aprofundamos a leitura sobre os conceitos e práticas em psicoterapias corporais como auxílio no
tratamento dos pacientes com câncer. As psicoterapias corporais surgem como possibilidade de
proporcionar a este paciente o enfrentamento da doença, a redução da ansiedade, de outros
sintomas, além de propiciar um entendimento maior de seu funcionamento psíquico, atuando
como facilitador na adesão e continuidade ao tratamento.
Relatamos a dificuldade no levantamento de material referencial no que toca às
psicoterapias corporais. Tomamos como base a obra "A Biopatia do câncer", de W. Reich
(2009), que trata longa e detalhadamente sobre a doença em questão, e como autor considera o
câncer uma biopatia. Escolhemos ainda a obra "Do trauma encarnado a biopatia”, do prof. Dr.
Perisson Dantas (2016) na complementação do levantamento conceitual.
Por fim, listamos algumas sugestões de contribuições das referidas abordagens para o
acolhimento do corpo do paciente adoecido, com técnicas e exercícios que objetivam
principalmente restabelecer a energia do paciente, a partir de uma maior conexão consigo
mesmo, e cuidar do aspecto emocional que pode ser de fundamental importância no caminho de
tratamento deste adoecimento que surge a partir de um encolhimento do corpo como um todo.
No percurso que deu origem a este trabalho, utilizamos a metodologia de revisão
bibliográfica não exaustiva, por se tratar de uma pesquisa introdutória. Escolhemos
prioritariamente basear o estudo nas contribuições das psicoterapias corporais para o tratamento
dos pacientes com câncer objetivando identificar as produções científicas e teóricas relacionados
ao tema proposto.
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Para atingir os objetivos, foram realizadas pesquisas em bancos de dados, sites e


institutos especializados, tais como Centro Reichiano, Instituto de Análise Bioenergética e de
Biodinâmica, além de leitura sistemática de obras de autores das abordagens corporais e da
Psicossomática tendo como principal critério as referências conceituais que melhor abraçavam o
tema escolhido para a pesquisa.
Portanto, este trabalho é de cunho descritivo, partindo de uma revisão de literatura,
que busca colaborar e enfatizar a importância de um estudo teórico sobre as contribuições das
Psicoterapias Corporais para o tratamento dos pacientes com câncer, relacionando com pesquisas
contemporâneas.

O Câncer na Perspectiva da Psicossomática Psicanalítica

O câncer continua sendo uma das principais causas de morte no mundo, sendo
responsável por mais de 12% dos óbitos, segundo estimativas da International Union Against
Cancer (UICC). Sua incidência cresceu 20% na última década. No Brasil, é a segunda causa de
morte por doença. A estimativa do INCA para 2018-2019 é de 600 mil novos casos no país.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a expectativa para 2030, em todo o mundo, é
de 27 milhões de novos casos e 17 milhões de óbitos.
Os casos continuam aumentando a cada ano devido a maior exposição dos indivíduos
a fatores de risco cancerígenos que interagem entre si aumentando a possibilidade de
transformações malignas nas células normais. O seu desenvolvimento envolve um grande
número de alterações nos genes das células afetadas e uma multifatorialidade nas causas, o que
torna muito difícil a contenção da doença, em alguns casos.
De acordo com o INCA, Instituto Nacional de Câncer, câncer é o nome dado a um
conjunto de mais de 100 doenças que aparecem a partir do crescimento desordenado de células
malignas, que se reproduzem de maneira desordenada, agressiva e, muitas vezes, incontrolável,
que invadem os tecidos e órgãos, favorecendo o surgimento de tumores, podendo ainda espalhar-
se para outras regiões, denominadas metástases.
Os fatores que participam na etiologia e desenvolvimento do câncer são variados,
tendo fatores externos (ambientais) e internos (genética) diretamente relacionados na oncogênese
da maioria dos casos.
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De acordo com a Fundação do Câncer, instituição fundada em 1991 e que apoia o


Instituto Nacional de Câncer (Inca) e todas as atividades do Programa Nacional de Controle do
Câncer, as causas podem ser externas e internas ao organismo que se inter-relacionam entre si.
Como fatores externos podemos citar o tabagismo, a exposição excessiva ao sol, alguns vírus,
hábitos alimentares não saudáveis e sedentarismo. Já os fatores internos, na maioria das vezes,
dizem respeito a capacidade que o organismo tem de se defender de agressões externas, bem
como os fatores de risco constitucionais como moleculares, hereditários e predisposição
genética. Ainda em relação aos fatores internos, podemos ressaltar a influência de características
subjetivas e estados afetivos, no processo de alteração das condições imunológicas, conforme
evidenciado em pesquisas da Psiconeuroimunoendocrinologia (CAETANO, CAETANO &
KRÄMER, 1999).
De acordo com Bandeira e Barbieri (2007), a psico-oncologia amplia a gênese do
câncer considerando os fatores psicossociais, os fatores externos, trabalho, as substâncias
químicas, alimentação e afins e os eventos significativos para a vida psíquica do sujeito. Assim
como a psico-oncologia, a psicossomática psicanalítica, embora não enfatize, reconhece a
multifatorialidade do adoecimento orgânico, atribuindo grande importância aos aspectos
psicossociais na etiologia e desenvolvimento do câncer,
Desta forma, considerando a pluralidade desta patologia, faz-se necessária uma
ampliação da discussão sobre a relação, influência e interação, entre mente e corpo, visto que o
modelo biomédico clássico apresentou desde sua origem, uma visão mecanicista, organicista e
reducionista acerca da doença, considerando somente os aspectos mensuráveis, como os
biológicos, a fim de padronizar e catalogar a etiologia das mesmas. A ideia de um mundo
concebido à maneira de um modelo mecânico, foi estendida aos seres humanos que passaram a
serem vistos como máquinas, onde cada parte é estudada separadamente, de acordo com Justo
(2010). Os processos físicos, tais como a patologia, a fisiologia e a bioquímica da doença, são
tidos como o foco deste modelo, desconsiderando o papel dos fatores sociais ou a subjetividade
individual.
Assim sendo, no desenvolvimento da clínica médica, evidenciou-se uma preocupação
explícita na busca pelo conhecimento técnico, eficiente para o controle das enfermidades e
descartou-se os elementos subjetivos inerentes ao sofrimento e no processo de adoecimento.
Diante deste contexto de anulação da subjetividade e para dar conta de uma visão mais ampla de
saúde que até então não existia, a Psicossomática surgiu como um campo de conhecimento que
buscaria entender a influência dos fatores emocionais na origem e no desenvolvimento das
doenças somáticas.
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O termo "psicossomática" foi inicialmente usado pelo psiquiatra alemão Johann


Christian Heinroth (1773-1843), no século XIX, para procurar entender algumas doenças, como
por exemplo, o câncer e a tuberculose, que apresentavam fatores psicológicos ocupando um
papel importante no cerne de seu desenvolvimento. Contudo, o movimento só se consolidou em
meados deste século com Franz Alexander, fundador de uma das escolas de psicossomática
psicanalítica, que conseguiu fazer a articulação entre Medicina e Psicanálise no entendimento da
doença psicossomática. Segundo Alexander (1989), os conflitos inconscientes não resolvidos
geram tensões crônicas emocionais que podem ter seus reflexos fisiológicos, podendo provocar
disfunções ou até mesmo alterações estruturais em órgãos específicos, como no caso do câncer.
A psicossomática compartilha de uma nova visão da patologia e da terapêutica,
considerando corpo e mente como duas partes de um mesmo processo vital e lançando um olhar
mais ampliado sobre o indivíduo que deve ser analisado sobre diferentes pontos de vista,
simultaneamente. De acordo com Teixeira (1996), surge a partir do conceito de holismo uma
visão do organismo humano como um todo, um complexo mente-corpo. O termo não pretende
implicar causalidade, ou seja, que a psique é de algum modo a causa dos sintomas somáticos.
Pelo contrário, significa que o organismo humano, ou a pessoa, funciona, reage e atua,
invariavelmente, como uma unidade integrada mente-corpo.
Diante do reconhecimento de que o processo do adoecimento é costurado por vários
fatores é importante frisar que o psiquismo não seria a causa do adoecimento psíquico, a doença
não surgiria então a partir do emocional. O que acontece é uma vulnerabilidade para o
adoecimento, em termos psicossomáticos, a partir de experiências traumáticas.
De acordo com Teixeira (2006), o fenômeno psicossomático expõe modos de
expressão do sofrimento psíquico no corpo-organismo, por alterações funcionais ou lesionais,
entende-se então que pelo fato da presença de um psiquismo pouco elaborado, a alternativa que
o indivíduo encontra seria a expressão pela via somática. O corpo é afetado em sua realidade
orgânica e funcional, podendo ser encontradas essas manifestações inclusive por exames
clínicos, laboratoriais ou exames de imagem. No caso do câncer, há por exemplo a detecção de
uma lesão.
Dentro da abordagem da psicossomática psicanalítica, vários autores compartilham a
ideia de que a doença somática aparece onde há carência de elaboração psíquica e falhas de
simbolização. Isso possibilita a necessidade de descarga pulsional através do corpo. Se as
excitações persistem em demasia, há uma desorganização progressiva e o aparelho mental
transborda, abrindo caminho para as somatizações e doenças somáticas.
Segundo Oliveira (2006)
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Percebe-se que como há falhas na constituição do simbólico, o sujeito com uma


afecção psicossomática não possui recursos para integrar um traumatismo psíquico
a não ser através de seu corpo; aqui há um silêncio simbólico e a falha na
elaboração psíquica, onde o corpo se torna uma linguagem, ou seja, os órgãos são
afetados devido a uma disfunção simbólica. O conteúdo que se encontra em
excesso, ao invés de ser processado e representado psiquicamente, é descarregado
no corpo. (pág.16)

Desta forma, a psicossomatização pode ocorrer em qualquer sujeito diante de uma


carga exagerada de afetos que não consegue manejar nem manter o equilíbrio psíquico quando
as defesas neuróticas e psicóticas fracassam ou tropeçam em seu funcionamento (MARTY,
1993; MCDOUGALL, 1996). Diante da incapacidade de suportar psiquicamente uma carga
demasiada de sentimentos e pensamentos, o sujeito tende a responder abolindo a sua capacidade
de pensar dada à deficiência de condições psíquicas para expressar-se através das
representações. (MCDOUGALL, 1996).
Em relação ao câncer, estudos apontam que os indivíduos que estão mais propícios a
desenvolver a doença são aqueles que frequentemente se utilizam de mecanismos de defesa
primários e que apresentam dificuldades em codificar e expressar os seus próprios sentimentos,
além de apresentarem dificuldades em estabelecer vínculos afetivos. Segundo Alexander (1989),
um dos principais teóricos da Psicossomática, uma das características clássicas dos pacientes
com câncer é a alexitimia, que seria essa dificuldade em nomear sentimentos e até mesmo de
contatar suas emoções.
De acordo com alguns estudos encontrados durante esta pesquisa, citados por Barros e
Oliveira (2014), podemos destacar alguns aspectos emocionais que fazem relação com o
surgimento das neoplasias, são eles:
- Peller e Greene, relacionaram a predisposição à neoplasia em pacientes que tiveram
alguma perda relacionada à morte ou à separação, seguida de sentimentos de desesperança,
depressão e ansiedade;
- Iker e Schmale, numa pesquisa com mulheres com câncer de útero que, através de
estudos da personalidade, apresentavam sentimento de desesperança ao longo da vida (SEGUIN,
2003);
- Nos estudos desenvolvidos por LeShan (1966), em 500 casos relatados a partir de
entrevista ou psicoterapia, identificaram-se situações de abandono, solidão, culpa ou
autocondenação, bem como lutos patológicos em nível corporal e tendência a reprimir os afetos,
através da negação, fato revelado no desconhecimento emergente na reação ao surgimento da
enfermidade;
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Ainda sobre o câncer, Leshan em suas pesquisas pontuou, que a capacidade de


expressar sentimentos e emoções hostis, e a existência de uma fachada social de bondade e
generosidade. O paciente com câncer conseguia exprimir agressão ou hostilidade em defesa de
outra expressão de raiva, quando em defesa de si mesmo. Encontraram, também, em seus
pacientes, fortes sentimentos de culpa e inferioridade pessoal, ou seja, o sujeito não acreditava
ter valor e não aprovava a si mesmo. Tensão no relacionamento com um ou ambos os pais,
principalmente quando já falecidos, com culpa e ansiedade ainda presentes, também foram
relatadas por estes enfermos. SEGUIN (2004)
A partir de uma pesquisa realizada com mães de crianças com câncer infantil, Volpi
(2013) também pontua alguns eventos vivenciados durante a gestação e os primeiros anos de
vida da criança, tidos como fatores estressores, tais como: medos, ansiedade, conflitos conjugais,
problemas financeiros, ausência do companheiro, agitação no útero, gravidez indesejada,
sentimento de abandono e perdas.
Mello Filho (1992) aponta o estresse, o luto e a depressão como aspectos emocionais
importantes que podem se relacionar ao surgimento do câncer.
Vale ressaltar que, ainda são bem principiantes as pesquisas que consideram a
aceitação dos aspectos emocionais que podem contribuir para a manifestação da doença, sendo
como fatores desencadeadores ou promotores, porém é inegável, que pelo fato de o câncer ser
considerado uma doença multifatorial, há uma inter-relação entre esses inúmeros fatores,
inclusive os emocionais.

Câncer na Visão das Psicoterapias Corporais: Aspectos teóricos

A psicoterapia corporal é uma linha clínica da Psicologia que se caracteriza por um


trabalho no corpo e com o corpo, utilizando-se de intervenções conjuntas sobre mente e corpo a
partir de exercícios corporais e vivenciais. Estas abordagens se fundamentam na visão de que os
conflitos psicológicos se enraízam no corpo, expressando-se através de determinadas posturas,
de tensões e espasmos musculares e até de doenças somáticas.
De uma forma geral, busca compreender o psiquismo e soma integrados em sua
conexão energética, e reencontrar a capacidade do ser humano de regular a sua própria energia,
e, por consequência, seus pensamentos e emoções, podendo alcançar uma vida mais saudável.
As abordagens corporais sustentam a ideia de que o ser humano é uma unidade
psicossomática, em que corpo e mente formam um sistema integrado indissociável, que
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influenciam-se mutuamente. Foi com base nos trabalhos iniciais de Wilhelm Reich(1897-
1957),discípulo de Freud, rompendo com a Psicanálise, fundador da psicoterapia com ênfase no
corpo, a qual denomina-se psicoterapia reichiana ou corporal, que diversos outros teóricos
continuaram com o desenvolvimento de estudos e pesquisas sobre a relação mente-corpo e
energia ampliando o campo das psicoterapias corporais com o surgimento de várias outras
abordagens como a Análise Bioenergética, a Biodinâmica , a Biossíntese entre outras.
É importante ressaltar que a partir destas abordagens, energia, corpo e mente andam e
pulsam juntos exercendo uma importante influência sobre a raiz comum das funções psíquicas e
somáticas, inaugurando a visão energética funcional da saúde, onde se considera a dimensão
subjetiva do paciente e dos aspectos orgânicos do mesmo.
O corpo e o psiquismo formam uma unidade funcional, controlada pelo sistema
nervoso autônomo, em equilíbrio entre os sistemas simpático e parassimpático, cada um com seu
funcionamento e leis próprias mas que estão integrados em sua conexão energética. Pensando
nesse sentido, se existe uma unidade funcional, a doença orgânica estaria associada e integrada a
uma história e a um estilo de vida do indivíduo. (Nascimento, 2016)
Desta forma, podemos entender que todos os distúrbios psíquicos e emocionais
apresentam um correspondente nas alterações corporais, já que o homem passa a ser visto no seu
aspecto somato psico dinâmico, onde corpo, mente e energia fazem parte de uma única unidade
funcional. Seria necessário ter equilíbrio energético para ter uma mente saudável e um corpo
vibrante.
Entendendo que a complexidade dinâmica fisiológica do organismo se relaciona com
as dinâmicas existenciais e subjetivas, o sintoma deve ser visto como um fenômeno na sua
dimensão psicodinâmica, a partir de cada estrutura de caráter e suas defesas, e na sua dimensão
somática, expressados por alterações ou disfunções orgânicas correspondentes às suas defesas de
caráter.
Segundo Nascimento (2016),
As emoções e pensamentos também estão integrados a movimentos somáticos
(contraímos a musculatura e sentimos frio quando sentimos medo, o coração
acelera e sentimos calor quando estamos com raiva ou amorosos, por exemplo).
Então, os movimentos de funcionalidade de cada órgão vão ser influenciados,
modificados, facilitados ou impedidos pelo movimento das emoções-cognições e
vice-versa, de maneira que o organismo vais e moldando dentro nas duas vias
tanto psicossomática quanto somatopsíquica (pág. 44)

A partir de suas pesquisas, Reich (1995) descobriu que os distúrbios emocionais e


psíquicos se inscrevem no corpo a partir de alterações que afetam principalmente os tônus da
musculatura, podendo ocasionar tensões crônicas as quais ele chamou de "couraça muscular"
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que possuem sua função defensiva para o organismo e que alteram o sistema natural da pulsação
do organismo. Estas alterações podem se apresentar a nível respiratório, circulatório, sensorial,
entre outros, e até mesmo, de outros órgãos resultantes de desequilíbrios nos nervos simpáticos e
parassimpáticos do sistema nervoso vegetativo. Estas descobertas passaram a ser a base de
compreensão das doenças psicossomáticas.
De acordo com Reich (1995), quando o organismo não pulsa mais naturalmente, a
energia se desorganiza reprimindo o sistema vegetativo, podendo facilitar a partir disto o
surgimento de alterações na estrutura dos tecidos, podendo provocar a manifestação de doenças,
como por exemplo o câncer, ou seja, todo processo que diminui a carga energética do organismo
e do seu funcionamento pode favorecer o aparecimento de biopatias. Segundo Nascimento
(2016):

"o processo biopático estaria intimamente relacionado a um transtorno global da


função pulsatória natural do organismo, decorrente de uma perturbação na
capacidade de descarga da excitação energética sexual, confirma o pensamento
funcional orgástico do processo vital. (Pág. 50)

Todas as biopatias agem da mesma forma, ou seja, é um distúrbio na função da


pulsação de carga e descarga da energia orgone, que em um corpo saudável encolhe e expande.
No caso do câncer ele somente encolhe e o movimento celular realiza apenas a contração. Nesse
sentido, Reich (2009) afirma que,

O encolhimento biopático começa com uma predominância crônica da contração e


uma inibição da expansão do sistema plasmático. Isto se manifesta de maneira
mais nítida nos distúrbios respiratórios de pacientes neuróticos e psicóticos, em
que há uma restrição da pulsação pulmonar e torácica (alternância de expansão e
contração) e predomina a atitude inspiratória. A contração geral (simpaticotonia)
não se limita aos órgãos individuais (...) ocorre, por exemplo, no sistema
sanguíneo, bloqueio afetivo e encouraçamento de caráter na esfera das emoções,
constipação espasmódica no canal alimentar, palidez de pele, impotência orgástica
na função sexual e assim por diante. (REICH, 2009, p. 157-158)

Sendo assim, existiria então um terreno biopático que envolveria tanto a predisposição
genética, como questões psicodinâmicas que servem de base biológica para o aparecimento
posterior psicossomático. As questões de ordem psicodinâmicas e emocionais perpassam pela
dificuldade do indivíduo de elaboração simbólica e pelo contato também dificultado com suas
emoções.
De acordo com Nascimento (2016), o fenômeno biopático refere-se a uma
configuração patológica predominantemente somática, com pouca capacidade de elaboração
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simbólica e refere-se a déficits vivenciado no período de formação inicial do organismo. Diante


do explanado sobre a biopatia, podemos retomar a discussão sobre o câncer como forma de
ilustrar este conceito. Reich (1995), classifica o câncer como uma biopatia, podendo ser visto
como o encolhimento do organismo em relação ao sofrimento, manifestando-se por meio de um
comprometimento estático da energia, que promoveria um distúrbio na função natural de
pulsação no organismo como um todo.
Essa situação de encolhimento biopático, portanto, é “(...) uma continuação da
resignação caracterológica crônica no campo do funcionamento celular” (REICH, 2009, p. 214).
Mesmo antes de atingir a função plasmática, ocorre o distúrbio das funções periféricas
(fisiológicas e caracterológicas), que resultam da perda da capacidade de contato social, da
alegria de viver, da capacidade de produzir e de sentir prazer (potência orgástica). Ainda sobre
características destes pacientes, Nascimento (2016) afirma que:

Tais pessoas geralmente marcadas por perdas, pânico, melancolia, sensações de


abandono e vazio, com conflitos pessoais dramáticos e prolongados. Demonstram
déficits no sistema de defesa e encouraçamento muscular clássicos, pois, como a
frustração traumática que ocasiona o bloqueio energético acontece em um período
crítico do desenvolvimento do eu primário, não se pode pensar em couraças
musculares clássicas, resultantes de conflitos edípicos. (pág.54)

Ainda sobre o câncer, Reich (1995) afirma que o câncer é a expressão somática mais
significativa do efeito biofisiológico da estase sexual, ou seja, o câncer é uma doença sistêmica
causada pela frustração do funcionamento sexual natural.
Entende-se então que o aparecimento do câncer inicia-se a partir do encolhimento
biopático do organismo, já que o mesmo encontra-se incapaz de realizar a pulsação de carga e
descarga, que seria um processo natural e sadio do ponto de vista orgonótico, visto que para se
ter um corpo vibrante seria necessário um equilíbrio energético. Dessa forma, o câncer seria
apenas a manifestação mais visível da doença, que surgiu a partir de um recolhimento energético
do corpo todo. O tumor local não e o câncer em si, por trás do tumor ocorre na realidade um
encolhimento do Sistema Nervoso Autônomo. Segundo Nascimento (2016)

O câncer é basicamente uma putrefação ativa do tecido afetado, resultante da falta


de impulsos para a expansão energética a nível orgânico, ou seja existe uma alta
potencialidade para a contração e a estase, com escassas possibilidades de
expansão e canalização dos impulsos, de forma que o fluxo pulsatório celular da
bioenergia e diminuído, interrompido. Nos casos de pacientes com câncer, seu
organismo desistir de fazer sua energia circular, manifestado por um estado
contínuo de resignação biológica, afetando as funções imunológicas.
Emocionalmente, o paciente relata um estado de vida sem o prazer, com ausência
de sentido nas atividades cotidianas e relações afetivas. (Pág. .52)
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Sobre o aparecimento do câncer, Nascimento (2016) afirma que


Geralmente, os tumores ocorrem em locais onde a simpaticotonia e a contração
estática provocam fortes couraças musculares nos indivíduos, decorrentes de
processos crônicos de estresse mantidos sobre os sistemas fisiológicos de resposta
- neuromuscular, vegetativo, endócrino e imunológico. (Pág. 53)

Em relação aos estudos referentes ao câncer a luz das psicoterapias corporais Reich se
destaca com sua extensa obra a Biopatia do câncer. Destacamos nesta obra, a utilização de uma
ferramenta de pesquisa como tratamento adjuvante ao processo da orgonoterapia, o acumulador
de Orgone. Segundo ele, a caixa orgônica permitiria tratar com sucesso doenças orgânicas
graves, como o câncer.
Em seguida, relataremos algumas outras experiências e ou contribuições de outras
abordagens corporais para o tratamento de pacientes oncológicos, levando sempre em
consideração o paciente como uma unidade psicossomática e considerando que a partir do
impacto do diagnóstico e do tratamento podem surgir co-morbidades que podem comprometer
ainda mais o estado de saúde do paciente, tais como ansiedade e estados depressivos. O objetivo
é dar suporte ao tratamento médico, minimizando os efeitos das co-,morbidades emocionais e
auxiliar na recuperação, aceitação e empoderamento do tratamento.
Em uma outra perspectiva, Alexander Lowen, médico e psicoterapeuta americano,
desenvolveu uma outra abordagem corporal, a Análise bioenergética, sustentada no pressuposto
psicossomático que o corpo e mente mantém uma unidade funcional e dialética no ser humano.
(Nascimento, 2016, pág. 27)
Lowen defendeu a tese de que a história de vida de cada pessoa está inscrita no corpo
e somou aos estudos de W. Reich do funcionamento dos tipos de caráter, a leitura corporal que
permite ao terapeuta entender a dinâmica energética dos bloqueios do paciente juntamente com
toda a sua história psicodinâmica. De acordo com Seguin (2004) a consciência do corpo é um
princípio básico da bioenergética.
Podemos destacar como proposta central da Análise Bioenergética, o trabalho do
desenvolvimento do Grounding, para o auxílio ao paciente oncológico no contato com seu
corpo, estimulando a vibração e a motilidade. Para Lowen (1985)
A pessoa grounded “tem o seu lugar”, isto é, “alguém”. Num sentido mais amplo,
o grounding representa o contato de um indivíduo com as realidades básicas de
sua existência. A pessoa está firmemente plantada na terra, identificada com seu
corpo, ciente de sua sexualidade e orientada para o prazer. Estas qualidades faltam
à pessoa que está “suspensa no ar” ou na sua cabeça, em vez de estar em cima dos
próprios pés. (Pag. 23)
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Este trabalho busca a conquista de um enraizamento do paciente, promovendo um


corpo equilibrado e firme, fluindo a energia por todas as partes do corpo, o que permite o
inundar da vitalidade no combate ao estado enfermo. Ainda como resultado do trabalho de
grounding com estes pacientes, podemos citar a redução da ansiedade através da ampliação da
respiração.
A redução da ansiedade é outro aspecto que pode ser trabalhado por estes
exercícios, principalmente através da ampliação da respiração. Como mostram as
pesquisas reichianas, as células tumorais padecem de oxigênio, enquanto reflexo
de uma respiração periférica encurtada. Os vários exercícios de respiração
(respiração abdominal, balanço da pélvis, respiração e vibração), juntamente com
a emissão de sons, permitem ao paciente oncológico diminuir a dor e o estresse do
tratamento. (BARROS e OLIVEIRA, 2014, p.75)

O Trabalho Corporal com Pacientes Oncológicos

Considerando ainda que as psicoterapias corporais se utilizam de exercícios e de


outras atividades corporais almejando um efeito sobre o psiquismo, os grupos de movimento
(GM) se apresentam como uma importante contribuição para o acolhimento de pacientes
oncológicos. Tendo como base os trabalhos corporais, os grupos de movimento visam a
promoção de saúde através de um corpo vibrante e energeticamente fluido, permitindo que os
pacientes consigam se conectar com emoções encouraçadas no caminho da espontânea
motilidade existencial.
Os grupos proporcionam aos seus integrantes uma auto percepção, o desbloqueio da
expressão emocional e do contato com conteúdos inconscientes emergentes, permitindo desta
forma, através da descarga energética e emocional direcionadas para a espontaneidade do corpo
e da expressão, um aprendizado de novos caminhos e visões diferenciadas.
No caso de grupos de pacientes oncológicos, que tem suas vidas entrelaçadas pelo
câncer e que são pacientes que, normalmente, ao receberam o diagnóstico ficam anestesiados,
diante de tamanho impacto emocional, os grupos se apresentam como o encontro dos corpos e
das vidas que são ressignificadas em um continuo energético.
De acordo com Gama e Rego (1994) apud Barros e Oliveira (2014), existem alguns
fundamentos básicos que norteiam o trabalho com GMs e que podem ser utilizados dentro das
limitações de cada paciente, tais como:
MOVIMENTO: aumento da mobilidade do organismo, estimulando o fluxo
energético da vida.
EXPANSÃO E CONTRAÇÃO: visa mudar o padrão habitual, gerando nova
aprendizagem no caminhar da motilidade e da pulsação essenciais à vida saudável.
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DENTRO-FORA/EU-TU: o movimento de contato intra e interpessoal circular.


MOVIMENTO E CARÁTER: a capacidade de circular em vários modos de ser, sair do lugar
habitual a partir do movimento dos grupos.
PRAZER E EMOÇÃO: o caminho que vai da sensação à emoção, uma ligação
possível entre cabeça e coração, razão e sensibilidade, no trabalho conjunto de construção da
saúde.
COURAÇA MUSCULAR: volta-se para o aprofundamento da respiração, percepção
da postura e do movimento, vitalização e energização, organização do eixo corporal, alívio das
tensões com ampliação da auto expressão.
RESPIRAÇÃO: a nitidez dos processos, vivacidade e fluidez que o mobilize, tudo
com muita cautela.
ALONGAMENTO: estimulando a elasticidade, possibilitando o movimento.
VOLUNTÁRIO/INVOLUNTÁRIO: conscientização das partes bloqueadas e das tensões.
ENERGIA: energia é vitalidade, a quantidade e o uso determinam como se responde à vida.
CONSCIÊNCIA E EXPRESSÃO: um processo pessoal, percebido e com sentido para quem o
executa,
Podemos citar uma experiência de terapia de grupo bioenergética realizada no estado
de São Paulo, com mulheres com câncer de mama, com faixa etária de 28 a 70 anos, coordenado
pela psicooncologista, Elisa Maria. O trabalho durou aproximadamente seis (06) anos, levando a
cidade a ter o primeiro outubro Rosa, além de realizar eventos sociais onde os próprios pacientes
organizavam falas públicas sobre suas vivências com a doença. Deste projeto também surgiram
comitês entre os próprios pacientes para suprir as demandas do grupo diante da sociedade.
Uma outra experiência de igual importância é o projeto QUIRON - Centro de estudos
e práticas transomáticas no RJ, Brasil, formado por profissionais da área de psicoterapia
somática, apresentando como princípios teóricos a psicossomática, a psicoterapia corporal e a
musicoterapia, pensando sempre na promoção da saúde considerando a inter-relação entre os
aspectos somáticos, psíquicos e espirituais do indivíduo. Este grupo auxilia o serviço de
psicologia e musicoterapia da AACN (Associação de Apoio à Criança com Neoplasia),
desenvolvendo atividades desde atendimentos individualizados aos pacientes, como grupos
operativos, atendimentos S.O.S, grupos de suporte para os familiares e grupos de suporte em
musicoterapia.
O diagnóstico de câncer se apresenta, inicialmente, como uma ruptura da homeostase
do indivíduo, exigindo que o mesmo busque alternativas que auxiliem na recuperação desse
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equilíbrio, visto que, este diagnóstico vem trazendo muitos medos, insegurança e uma
proximidade muito intensa com o tema da morte.
Muitas pessoas podem vivenciar o recebimento deste diagnóstico como um trauma,
quase como uma sentença de morte. Por trauma podemos entender uma experiência de
sobrecarga para o organismo, que não tem o suporte para tal. No caso do câncer, esse quadro
facilita o aparecimento de outras co-morbidades que podem vir a atrapalhar a adesão ao
tratamento.
O trabalho corporal do TRE (Exercícios para liberação do trauma) foi criado por
Berceli (2010) como uma importante ferramenta de integração, alívio e elaboração das dores
psicossomáticas do choque ou trauma. Baseia-se em uma técnica indolor e simples que trabalha
no sentido de liberação das contrações criadas por um trauma ou um choque, os tremores
induzidos reverberam por todo o organismo em busca da dissolução das tensões profundas
Desta forma, podemos entender que esta seria uma importante contribuição no sentido
de promover a saúde do paciente oncológico, através da potencialização do contato com suas
emoções, vencendo as tensões crônicas do choque/trauma da doença. (Berceli, 2010).

Considerações Finais

A pesquisa demonstrou que o câncer, a partir da ótica da Psicossomática e das


abordagens das terapias corporais, é visto como uma expressão somática e não somente como
um tumor, exemplificando claramente o conceito de Biopatia desenvolvido por W. Reich (2009).
O caminho conceitual nos fez entender melhor as possíveis interferências dos fatores emocionais
na manifestação desta patologia.
Entendemos o ser humano como uma unidade psicossomática, o câncer como sendo
uma resignação, um encolhimento energético de todo corpo e de uma visão funcional energética
da saúde, neste sentido, as psicoterapias corporais podem auxiliar no tratamento de pacientes em
vários aspectos, dentre eles, na recuperação do equilíbrio do sistema neurovegetativos com os
desbloqueios das tensões corporais que impedem o fluxo da pulsação vital, auxiliando no
tratamento de co-morbidades como a depressão, proporcionando experiências a partir da
percepção do próprio corpo para uma melhor compreensão e interpretação dos sintomas e,
principalmente resgatando a auto regulação do organismo e a integração dos aspectos físicos e
emocionais.
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Tomando como base estas possibilidades de intervenção e considerando que existe


uma gama de fatores envolvidos no surgimento desta patologia, podemos inferir que um trabalho
corporal, anterior a um diagnóstico, pode servir inclusive como uma alternativa de profilaxia
para o surgimento de biopatias, como o câncer, a partir do momento que o indivíduo se
conscientiza de seu funcionamento psíquico, de suas defesas e de como acontece, estas se
relacionam com o adoecimento ou o sofrimento orgânico, já que somos uma unidade funcional e
que existe uma vulnerabilidade caracterológica e energética envolvidas no processo de
adoecimento.
É importante ressaltar que nos deparamos com dificuldades para encontrar ensaios,
artigos e livros dentro de outras abordagens das terapias corporais diferentes da reichiana,
mesmo em contato direto com institutos nacionais como o Instituto da Biossíntese e de
Biodinâmica. Ressaltamos ainda o contato com outros pesquisadores da área, porém sem
respostas positivas. A escassa bibliografia encontrada abre espaço para a ampliação deste estudo
dentro da perspectiva de continuidade desta pesquisa.
Por fim, por se tratar de um tema denso e mobilizador, sugerimos que as práticas de
grupo de acolhimento com base nestas abordagens deveriam ser mais difundidas e estudadas
pois, acreditamos que estes espaços se apresentam como um encontro potente de trocas
energético, onde vidas e corpos podem ser ressignificados.

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