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Faculdade UnYLeYa

Curso de Pós-Graduação em Psico-Oncologia


PRISCILA DOS SANTOS

DISFUNÇÕES COGNITIVAS E COMPORTAMENTAIS EM PACIENTE


COM CÂNCER: RECONQUISTANDO A SUBJETIVIDADE

BRASÍLIA - DF
2018
Faculdade UnYLeYa
Curso de Pós-Graduação em Psico-Oncologia
PRISCILA DOS SANTOS

DISFUNÇÕES COGNITIVAS E COMPORTAMENTAIS EM PACIENTE


COM CÂNCER: RECONQUISTANDO A SUBJETIVIDADE

Projeto de pesquisa apresentado à Faculdade


Unyleya como parte integrante do conjunto de tarefas
avaliativas da disciplina Metodologia da Pesquisa e
da Produção Científica.

Tutor: Roberta Gueudeville Vita Mourão

BRASÍLIA - DF
2018
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................4

2 REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................................6

3 METODOLOGIA..............................................................................................................8

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................9
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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho é fruto de indagações psicológicas diante do grande


aumento no número de casos de câncer no Brasil. O impacto do diagnóstico na vida e
nas relações do indivíduo e como há uma mudança de comportamento e cognição
diante dessa nova realidade.

As disfunções cognitivas e comportamentais em pacientes com câncer pode


comprometer de forma significativa o reconhecimento de si e perda da subjetividade
como consequência das alterações de percepção.

A grande fonte de questionamento é se há possibilidade dessa subjetividade ser


reconquistada durante e após o processo do adoecer através da psicoterapia.

O objetivo geral da pesquisa é analisar por meio de intervenção psicoterapêutica


as disfunções cognitivas e comportamentais em pacientes com câncer na reconquista
de sua subjetividade e especificamente possibilitar a compreensão dessas disfunções
paciente, incrementar novo repertório mais funcional e adaptativo melhorando a
qualidade de vida do indivíduo e reconstruir através do questionamento socrático uma
visão de si e desse processo de transformação do adoecer.
Enquanto psicóloga, no decorrer do desenvolvimento da profissão constato que
apesar da evolução que houve na compreensão do processo saúde-doença há ainda
um vasto campo a ser pesquisado e compartilhado em busca de melhores profissionais
e indivíduos mais bem assistidos pela Psicologia enquanto ciência. Pessoas estão se
perdendo de si durante o adoecimento e com dificuldades em recuperar ou mesmo
construir suas vidas novamente.
O processo psicoterapêutico em todas as suas vertentes torna-se uma
ferramenta poderosa utilizada em hospitais especializados em câncer, pessoas em
cuidados paliativos e mesmo aqueles que estão à espera do resultado do diagnóstico
em muitas unidades de tratamento e prevenção do câncer que podem se utilizar de
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bases sólidas de pesquisas para viabilizar uma melhor compreensão e atendimento e


mesmo da recuperação de quem está “atrás” do adoecimento.
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2 REVISÃO DE LITERATURA

O significado da palavra Câncer vem do grego Karkinos (carangueijo), utilizado


para nomear as chamadas neoplasias malignas, também reconhecido quando uma
célula se desenvolve de forma descontrolada e há um comprometimento do organismo,
ocasionando sintomas e em muitas casos a morte (LOBO, SANTOS, DOURADO, et al;
2006).

Segundo Sant´Anna (2000), a construção cultural do câncer propagava a ideia


de que as pessoas acometidas pela doença estavam sob uma malignidade, forças
ocultas e que mereciam o castigo imposto pela doença.

No advento da Revolução Industrial no século XIX, o crescimento das cidades e


de sua população aumentava o índice de sujeira e falta de higiene nos grandes centros,
muitos ratos, animais de rua e proliferação de muitas doenças, inclusive acreditava-se
que o câncer estava entre elas. Também foi associado a atividades sexuais
promíscuas, dentre elas o sexo oral (SANT´ANNA, 2000).

As expressões e significados dos autores são semelhantes no que diz respeito à


construção histórica do câncer e sua compatibilidade com perversidade, contágio, falta
de higiene o que repercute no impacto negativo no ato do recebimento do diagnóstico
como na visão social que lhe é atribuída.

Pesquisas e estudos recentes sobre a incidência do câncer no Brasil revelam


que apesar de toda tecnologia envolvida no diagnóstico e prevenção da doença e a
associação da biologia, física e química como novas perspectivas de tratamento, a
doença ainda representa um desafio para os profissionais da área da saúde, pois os
resultados significativos só começaram a aparecer no início do século XX (ROCHA,
2010).
Para o Brasil, estimam-se 59.700 novos casos de câncer de mama, para cada
ano do biênio 2018-2019, com um risco estimado de 56,33 casos a cada 100 mil
mulheres (INCA, 2018).
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Diante desse quadro constata-se a importância da atuação da Psicologia em


pacientes com o diagnóstico de câncer em função do grande impacto em suas relações
interpessoais alterando sua cognição e comportamentos que podem comprometer o
bom desenvolvimento do tratamento.
Quando um indivíduo é acometido por um problema grave de saúde ele sofre de
uma forte carga de estresse que origina uma fonte de pensamentos negativos relativos
ao evento estressor. Este fato pode comprometer o processo adaptativo a essa nova
realidade tornando os pensamentos disfuncionais (MOOREY, 2005).
De acordo com Beck, Judith S. (1997) os sentimentos dos indivíduos estão
diretamente associados à forma como eles percebem as situações ou mesmo as
interpretam. Não é a situação em si o determinante no modo de sentir, esse processo é
mediado pela percepção.
A importância do processo de reconhecimento e reconstrução da subjetividade
também é ponto crucial na etapa do desenvolvimento terapêutico, com a finalidade de
estabelecer uma nova adaptação entre o indivíduo consigo e em suas relações
interpessoais.
Individualidade, subjetividade, personalidade e identidade são termos comuns
utilizados em Psicologia utilizados para designar o objeto de estudo da ciência e
mesmo os processos que evocam sua estruturação (SILVA, 2009).
González Rey (2011) em sua obra sobre Subjetividade destaca a importância da
compreensão do indivíduo além da perspectiva biológica, sua constituição subjetiva se
faz necessária, o estatuto psicológico e de maneira alguma esse paradigma se opõe ao
rigor científico sobre o entendimento do indivíduo.
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3 METODOLOGIA

A preocupação fundamental das pesquisas qualitativas é a análise e o estudo de


indivíduos e seus processos em seu mundo em seu próprio ambiente. O pesquisar é
um instrumento valioso que faz um intensivo trabalho de campo para coletas de
informações. Há uma rejeição a expressão de dados quantitativos e estes aparecem
nesse tipo de pesquisa como entrevistas, questionários e outros documentos (GODOY,
1995).
De acordo com González Rey (2005) o conhecimento tem caráter construtivo-
interpretativo e é uma produção humana. Há um confronto do pensamento do
pesquisador com os eventos existentes no processo a ser investigado.
Quando o pesquisar compreende a pesquisa como um processo de
comunicação, desconectado do conceito de estático, ele passa a compreender o
processo dialógico, já que é a principal forma de comunicação do homem (GONZÁLEZ
REY, 2005).
A Dinâmica Conversacional (utilizada nesse específico trabalho de pesquisa)
concebe o sujeito através da fala individual, revela seus dados sobre cultura, condições
sócio-históricas e seus sistema de valores (MINAYO, 2000).
A identidade ou subjetividade das pessoas através do processo de conversação
não sofre pelos limites impostos pela informalidade, mas, é considerado um poderoso
mecanismo psicológico e também de base sociológica para a compreensão dos
indivíduos e casos estudados (TURATO, 2003).
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4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Beck, Judith S. Terapia cognitiva: teoria e prática/Judith S. Beck; (p. 29) trad. Sandra
Costa. – Porto Alegre: Artmed, 1997.

GODOY, Arlida Schmidt. Introdução à pesquisa qualitativa e suas


possibilidades. Rev. adm. empres.,  São Paulo ,  v. 35, n. 2, p. 57-63,  abr.  1995 .  
Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
75901995000200008&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  15  jul.  2018. 
http://dx.doi.org/10.1590/S0034-75901995000200008.

González Rey, Fernando: Pesquisa qualitativa e subjetividade: os processos de


construção da informação; (tradução Mareei Aristides Ferrada Silva). – São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2005.

LOBO, Rosa Carla de Mendonça Melo et al . Crenças relacionadas ao processo de


adoecimento e cura em mulheres mastectomizadas: um estudo
psicanalítico. Psicol. hosp. (São Paulo),  São Paulo ,  v. 4, n. 1, jan.  2006 .  
Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-
74092006000100003&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  14  jul.  2018.
Minayo, M.C.S. (2000) O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde.
7ª edição. São Paulo: Hucitec.

Ministério da Saúde (BR). Instituto Nacional de Câncer Josè Alencar Gomes da


Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Estimativa 2018: incidência de câncer
no Brasil. Rio de Janeiro (RJ): INCA; 2018. Disponível em:
http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/estimativa-2018.pdf - Acesso em julho 2018

Moorey, S. (2005). Quando coisas ruins acontem com pessoas racionais: terapia
cognitiva em circunstâncias adversas de vida. In Salkorvkes, P.M. (Eds.), Fronteiras
da terapia cognitiva (pp. 389-404). São Paulo: Casa do Psicólogo. (Obra original
publicada em 1996).

Rey, Fernando González. Subjetividade e saúde: superando a clínica da patologia


(pag. 11)/Fernando González Rey – São Paulo: Cortez, 2011 – (Coleção construindo o
compromisso social da psicologia/coordenadora Ana Mercês Bahia Bock)
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ROCHA, Vânia. Do caranguejo vermelho ao Cristo cor-de-rosa: as campanhas


educativas para a prevenção do câncer no Brasil. Hist. cienc. saude-Manguinhos, 
Rio de Janeiro ,  v. 17, supl. 1, p. 253-263,  jul.  2010 .   Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
59702010000500015&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  14  jul.  2018. 
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-59702010000500015.

SANT`ANNA, D.B.DE. A mulher e o câncer na história. In: GIMENEZ, M. DA G. A


mulher e o câncer. Campinas, SP, 1997. cap. 2, p. 43-70.

SILVA, Flávia Gonçalves da. Subjetividade, individualidade, personalidade e


identidade: concepções a partir da psicologia histórico-cultural. Psicol. educ.,  São
Paulo ,  n. 28, p. 169-195, jun.  2009 .   Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
69752009000100010&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  15  jul.  2018.
Turato, E. R. (2003) Tratado da metodologia da pesquisa clínico-qualitativa –
construção teórico-epistemológica discussão comparada e aplicação nas áreas
de saúde e humanas. Petrópolis: Vozes.

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