Você está na página 1de 137

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSO EM ENFERMAGEM
CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO E DOUTORADO

EDILENE CASTRO DOS SANTOS

VALIDAÇÃO DE PROTOCOLO ASSISTENCIAL DE


ENFERMAGEM PARA O PACIENTE EM PROCESSO DE
TERMINALIDADE

NATAL
Janeiro / 2015
EDILENE CASTRO DOS SANTOS

VALIDAÇÃO DE PROTOCOLO ASSISTENCIAL DE


ENFERMAGEM PARA O PACIENTE EM PROCESSO DE
TERMINALIDADE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação


em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte para obtenção do título de Mestre em
Enfermagem.

Área de Concentração: Enfermagem na Atenção à Saúde

Linha de Pesquisa: Desenvolvimento Tecnológico em


Saúde e Enfermagem

Orientadora: Prof.ª Dra. Alexsandra Rodrigues Feijão

NATAL
Janeiro / 2015
Catalogação da Publicação na Fonte

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN


VALIDAÇÃO DE PROTOCOLO ASSISTENCIAL DE
ENFERMAGEM PARA O PACIENTE EM PROCESSO DE
TERMINALIDADE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Enfermagem da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte para obtenção
do título de Mestre em Enfermagem.

Aprovada em:_____/_____/______.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________________
Prof.ª Dra. Alexsandra Rodrigues Feijão (Presidente)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN

_______________________________________________________________
Prof. Dr. Ednaldo Cavalcante de Araújo (Titular)
Universidade Federal de Pernambuco-UFPE

_______________________________________________________________
Prof.ª Dra. Rejane Maria Paiva de Menezes (Titular)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN
Primeiramente, dedico esta dissertação ao meu irmão, Marcos
César (in memoriam), que ao longo da minha vida foi meu mestre,
companheiro e amigo.
Que em meio ao sofrimento de sua enfermidade nunca perdeu a
capacidade de amar, sorrir e, acima de tudo, ter fé.
Ele foi minha maior inspiração para a concretização desta pesquisa,
pois suas atitudes diante da terminalidade de sua vida me fizeram adquirir um
novo olhar diante da morte.
Sua trajetória foi marcante no decorrer dos 29 anos de convivência.
Batalhou arduamente pela vida e inesperadamente sua finitude chegou,
retirando de nós o seu sorriso e as belas canções que compusera.
Tenho a certeza que sempre esteve ao meu lado quando não sabia
mais como proceder. Hoje, sou grata a Deus por ter escolhido você para ser
meu irmão, o nosso caçulinha, e pela oportunidade de aprender com teus
ensinamentos vitais.
Finalmente, dedico também a minha querida paciente Analayflan, a
qual viveu sua finitude ao meu lado.
Exercer com ela uma assistência de qualidade no final da vida diante
das dimensões humanas foi primordial na construção deste protocolo
assistencial.
Diante dessas duas pessoas que hoje habitam no reino celeste, o
processo de morrer configurou um novo significado para minha vida e percebi
que cada gesto humano faz sentido, uma vez que somos finitos.
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradeço a Deus, criador de todas as coisas e pai


de infinita misericórdia, o qual através da iluminação e sabedoria me
proporcionou fortaleza para concretizar mais esse sonho.
A Jesus Cristo e Maria Santíssima, pois na representação da “Pietà”
a morte deixa de causar medo, apenas um cuidar para que ela seja serena,
digna, sem dores e cercada da família e amigos.
Aos amados pais, José Lourenço e Maria da Salete, pela educação
proporcionada, pelo amor e por mostrarem capacidade de enfrentar a vida com
determinação e honestidade.
A Pedro, meu esposo, pelo total desprendimento, companheirismo e
incentivo para realização dessa vitória.
A minha sogra, Antônia Rodrigues, e cunhadas, Maria das Neves e
Maria da Conceição, pelo apoio, carinho e por fazerem parte da minha nova
família.
Aos meus familiares e amigos, principalmente aos legionários de
Maria, pelos domingos de ausência no grupo.
À Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pelo acolhimento e
retorno à academia após 10 anos, e por ser propulsora para realização dessa
etapa da vida profissional.
Ao Departamento de Enfermagem da UFRN, representado pela
coordenadora do Programa de Pós Graduação em Enfermagem, Profa. Dra.
Ana Luisa Brandão de Carvalho Lira, pela oportunidade de mostrar novos
desafios para a enfermagem.
A todos os professores da Pós-Graduação em Enfermagem, pelo
compartilhamento de novos saberes.
A minha querida orientadora, Prof.ª Dra. Alexsandra Rodrigues
Feijão, pelos ensinamentos, compreensão e acolhimento.
Ao Centro Universitário do Rio Grande do Norte e Estácio-Fatern,
através da coordenadora do Curso de Enfermagem Rejane Millions e Elizabete
Couto, respectivamente, pela compreensão nos momentos de ausência, bem
como aos colegas de trabalho pela força.
A todos os professores da Escola de Enfermagem da UFRN e,
principalmente, a Diretora Edilene Rodrigues, pelo carinho no decorrer dos
anos que dediquei-me ao ensino nessa Instituição.
Aos funcionários, Sebastião, Zefinha e Aparecida, pelo suporte e
carinho.
Aos meus pacientes que, ao longo do exercício profissional em UTI,
pude compartilhar com eles os cuidados paliativos.
Aos queridos alunos, pela dedicação em participar ativamente das
discussões na disciplina Tanatologia instituída no UNI-RN durante o decurso do
Mestrado.
Aos colaboradores da minha pesquisa, os quais doaram seu
precioso tempo para avaliar meu instrumento viabilizando, assim, o andamento
do estudo.
Enfim, a todos que direta e indiretamente contribuíram para o
alcance desta jornada.
“Trouxeste toda cor, o brilho da
natureza, o som de todos os sons, o
canto que engrandece [...] Aos males, o
saber; às lágrimas a alegria, do chão
aos corações jamais faltou a vida”
(Marcos Santos)
SANTOS, E.C. Validação de protocolo assistencial de enfermagem para o
paciente em processo de terminalidade. Natal, 2014. 133f. Dissertação
(mestrado em enfermagem) – Departamento de Enfermagem, Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, 2014.
RESUMO

A terminalidade configura-se num assunto geralmente evitado, embora todos


tenham ciência de sua inevitabilidade. Sobretudo, não se caracteriza como
uma tarefa de fácil discussão diante da sociedade, pois se vivencia com
angústia os momentos da finitude. O estudo teve como objetivo validar uma
proposta de protocolo assistencial de enfermagem para pacientes em
terminalidade internados em Unidades de Terapia Intensiva no município de
Natal-RN. Trata-se de um estudo transversal, descritivo, do tipo metodológico,
no qual realizou-se primeiramente uma revisão integrativa da literatura. A
validação resultou do julgamento de experts envolvidos na assistência e/ou
docência. A amostra ocorreu por intencionalidade e os colaboradores foram
selecionados pela análise de Currículo Lattes com a adaptação do sistema de
pontuação proposto por Fehring, totalizando 11 enfermeiros, mediante
aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Os
critérios de inclusão foram enfermeiros experts em terminalidade atuantes
como assistencialistas e/ou docentes das disciplinas de tanatologia, bioética ou
afins. A operacionalização ocorreu por meio da concordância entre as
respostas obtidas pelo Índice de Validade de Conteúdo através da avaliação
dos juízes em uma rodada. Como resultados, a revisão mostrou os seguintes
elementos da assistência de enfermagem: o alívio da dor, promoção de
conforto, higiene, afeto, reavaliação de suporte ventilatório, hidratação,
aplicação de compressas, posicionamento do paciente, toque e uso de
musicoterapia; apoio psicológico e espiritual de paciente e família elencados
por domínios de cuidado. Os aspectos bioéticos trataram o respeito à
autonomia e dignidade dos pacientes, além da comunicação com os familiares
ser deficitária. Foram avaliados 15 itens, sendo nove correspondentes ao
histórico de enfermagem e seis referentes às intervenções de enfermagem
durante o processo de enfermagem na terminalidade, no qual apresentou-se
favorável para 0,9 de IVC. Das 165 respostas, 67,27% mostraram-se
adequados; 30,91% adequados com alterações e somente 1,82% foi
considerado inadequado, o que atesta a validade de conteúdo em 67% das
respostas elaboradas pelos juízes. Diante das sugestões dos juízes, procurou-
se reformular o protocolo buscando uma melhor compreensão e clareza dos
itens que compunham o instrumento, visando a torná-lo exequível. A
importância do estudo para a enfermagem de cuidados paliativos destaca-se
pela uniformidade das ações no fim de vida para que seja assegurada uma
assistência mais humana e de qualidade.
Palavras-chave: Enfermagem de Cuidados Paliativos. Assistência de
Enfermagem. Pesquisa Metodológica em Enfermagem.

SANTOS, E.C. Assistance protocol Validation of nursing for the patient in


process of Terminality. Natal, 2014. 133f. dissertation (master's degree
in nursing) - Nursing Department, University Federal of Rio Grande do Norte,
2014.

ABSTRACT

The context of the terminality sets up a subject generally avoided even though
everyone has their science inevitability. Above all, it is characterized as an easy
task discussion on society, because if experience with anguish the moments of
finitude. This study aimed to validate a proposed for nursing assistance protocol
for terminally ill patients admitted to Intensive Care Units in the municipality of
Natal-RN. This is a cross-sectional study, descriptive methodological type,
where there was first an integrative review of the literature. Validation resulted
from the judgment of experts involved in assistance and/or teaching. The
sample occurred by intentionality and collaborators were selected through
analysis of curriculum Lattes with the adaptation of the scoring system
proposed by Fehring totalling 11 nurses upon approval of the Committee of
ethics in research. The points of inclusion were nurses complete experts acting
as paternalistic and/or teachers of disciplines of thanatology, bioethics or the
like. The operation occurred through the concordance between the answers
obtained by content Validity index through the evaluation of judges in a round.
As a result, the review showed the following elements of nursing care: pain
relief, promoting comfort, hygiene, affection, appreciation of ventilatory support,
moisturizing, application of compresses, patient positioning, touch and use of
music therapy; psychological and spiritual support of patient and family listed by
areas of care. The operation occurred through the concordance between the
answers obtained by content Validity index through the evaluation of judges in a
round. As a result, the review showed the following elements of nursing care:
pain relief, promoting comfort, hygiene, affection, appreciation of ventilatory
support, moisturizing, application of compresses, patient positioning, touch and
use of music therapy; psychological and spiritual support of patient and family
listed by areas of care. Bioethical aspects dealt with respect for the autonomy
and dignity of patients, in addition to communicating with the families be
deficient. Assessed 15 items, being 9 corresponding to the history of nursing
and 6 regarding nursing interventions during the nursing process on completion,
where it presented itself in favour to 0.9 of IVC. Of the 165 replies, 67.27%
proved to be appropriate; 30.91% suitable with changes and only 1.82%
inadequate consideration, which attests to the validity of content in 67% of
responses prepared by the judges. On the suggestions of the judges sought to
redesign the Protocol mostly seeking greater understanding and clarity of the
items composing the instrument in order to make it feasible. The importance of
the study to the palliative care nursing is distinguished by the uniformity of the
shares at the end of life by ensuring a more humane and quality assistance.
Keywords: Palliative care Nursing; Nursing care; Methodological research in
nursing.

LISTA DE REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS

Figura 1: Fluxograma de seleção dos artigos. Natal/RN,


2014...................................................................................................................34
Figura 2: Achados da revisão integrativa dispostos em categorias. Natal/RN,
2014...................................................................................................................45
Figura 3: Victoria Hospice Society. J Pall Care, v. 9, n. 4, p. 26-32. Tradução
livre de Maria Goretti Maciel/Ricardo Tavares de Carvalho,
2009..................................................................................................................59

Quadro 1: Variáveis do protocolo assistencial. Natal/RN,


2014..................................................................................................................36
Quadro 2: Critério para a seleção de experts (LIRA e LOPES, 2011; FEHRING,
1987).................................................................................................................37
Quadro 3: Requisitos a serem analisados para cada um dos itens da avaliação
sobre o processo de terminalidade. Natal/RN,
2014..................................................................................................................38
Quadro 4: Distribuição temporal dos artigos selecionados de acordo com
código, título, periódico, autor, base dados, ano e nível de evidência.
2014..................................................................................................................42
Tabela 1: Perfil dos juízes, Natal/RN,
2014...................................................................................................................46
Tabela 2: Estatística descritiva das variáveis demográficas dos juízes da
pesquisa. Natal/RN,
2014...................................................................................................................46
Tabela 3: Análise da validade do conteúdo dos itens do protocolo assistencial
proposto. Natal/RN,
2014...................................................................................................................47
Tabela 4: Classificação quanto ao nível de concordância entre os juízes da
pesquisa. Natal/RN,
2014...................................................................................................................48
Tabela 5: Itens do protocolo assistencial avaliados pelos juízes da pesquisa.
Natal/RN, 2014..................................................................................................49

Gráfico 1: Validação de aplicação dos Itens, Natal/RN,


2014...................................................................................................................48
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ANCP Academia Nacional de Cuidados Paliativos


CEP Comitê de Ética em Pesquisa
CP Cuidados Paliativos
CNPQ Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CIPE Classificação de Intervenções para a Prática de Enfermagem
DECS Descritores em Ciências da Saúde
ECG Escala de Coma de Glasgow
EVA Escala Visual Analógica
ESAS Escala de Avaliação de Sintomas de Edmonton
EDK Escala de Desempenho de Karnofsky
HQLS Hospice Quality of Life Scale
IVC Índice de Validade de Conteúdo
LET Limite de Esforço Terapêutico
LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe
MESH Medical Subject Headings
MEDLINE Literatura internacional em Ciências da Saúde
MQOL-CSF McGill Quality of Life Questionnaire-Cardiff Short Form
NE Nível de Evidência
NIC Nursing Outcomes Classification
NOC Nursing Interventions Classification
OMS Organização Mundial de Saúde
PPS Palliative Performance Scale
PQLI Palliative Care Quality of Life Instrument
QV Qualidade de vida
SUS Sistema Único de Saúde
SiELO Scientific Electronic Library Online
SPSS Statistical Package for Social Science

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte


UTI Unidade de Terapia Intensiva
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................12
2 OBJETIVO.............................................................................................................................................17
3 REVISÃO DA LITERATURA................................................................................................................18

3.1 O CUIDAR NA TERMINALIDADE......................................................................................................18

3.2 A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM DURANTE O PROCESSO DE TERMINALIDADE................24

2.1.1 Práticas Complementares e os cuidados paliativos...........................................................27


2.1.2 Comunicação do enfermeiro com familiares.......................................................................27

3.3 A QUALIDADE DE VIDA NO PROCESSO DE MORRER................................................................28

4 MÉTODO...............................................................................................................................................31

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO....................................................................................................31

4.2. PROCEDIMENTO DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS..............................................................32

4.2.1 Primeira etapa: Revisão Integrativa.............................................................................................32

4.2.2 Segunda etapa: Elaboração do protocolo e validação de conteúdo........................................35

4.3 VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO


IVC......................................................................................................39

4.4 ASPECTOS ÉTICOS..........................................................................................................................40

5 RESULTADOS......................................................................................................................................41

5.1 ACHADOS DA REVISÃO INTEGRATIVA..........................................................................................41

5.2 PERFIL DOS


JUÍZES..........................................................................................................................44

5.3 DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS DA VALIDADE DE CONTEÚDO................................................46

5.4 ADEQUAÇÃO DO PROTOCOLO ASSISTENCIAL............................................................................49

6 DISCUSSÃO
.........................................................................................................................................52

6.1 ANÁLISE QUANTO À REVISÃO INTEGRATIVA...............................................................................52


12

1 INTRODUÇÃO

O processo de terminalidade perpassa a vida humana,


principalmente, a dos enfermeiros assistenciais atuantes em Unidades de
Terapia Intensiva (UTI) que no cotidiano do exercício profissional se deparam
com situações de enfrentamento da morte.
O conceito de morte é um assunto geralmente evitado, embora
todos tenham ciência de sua inevitabilidade, sobretudo, por não ser uma tarefa
de fácil discussão perante a sociedade atual devido ser vivenciada com
angústia a consciência da própria finitude. Entretanto, o tema nem sempre foi
visto dessa maneira, na Idade Média, era abordado no âmbito familiar sem
nenhuma dramaticidade ou eloquência. Com o advento da globalização, que é
um processo de estruturação mais recente da sociedade, a morte tem sido
encarada como um tabu favorecendo, dessa maneira, o distanciamento do
convívio familiar em detrimento ao ambiente hospitalar. (SANTOS; BUENO,
2010)
Nessa perspectiva, as pesquisas desenvolvidas nos estudos de
Silva e Teixeira (2013) têm como objetivo oferecer uma melhor assistência à
saúde das pessoas acometidas de uma enfermidade em estágio avançado, na
tentativa de causar menos impacto no seu processo de terminalidade, com a
redução de efeitos colaterais das terapias medicamentosas, a fim de
estabelecer qualidade de vida.
O efeito dessa realidade ser investigada em UTI ocorre por se tratar
de um setor, onde o enfermeiro atua com frequência no cuidado direto às
pessoas sem possibilidades de cura, salientando ser este profissional detentor
de um conhecimento especializado e de outras demandas que exigem
cuidados diferenciados e individualizados.
Diante disso, a assistência de enfermagem durante o processo de
terminalidade deverá estar pautada na padronização das ações no final de
vida, desenvolvendo um cuidado sistematizado, seguro e de qualidade.
13

Considerando a abrangência do processo do cuidar no contexto da


terminalidade, cabe citar Boff (2014) quanto à valorização do indivíduo e a sua
capacidade de acolher a vida com base em suas virtudes e entusiasmo mas
também em sua finitude e mortalidade. Isto traduz a capacidade de conviver,
de crescer e de humanizar-se com estas dimensões de vida, de doença e de
morte. Com respaldo, o cuidado deve permear toda a conduta durante o
processo de existência a fim de promover qualidade e assistência holística.
O cuidado deve envolver toda a estrutura do ser humano, nas
dimensões do ser social, biopsíquico e espiritual, resgatando sua essência na
tentativa de um melhor enfrentamento diante do processo de concretude da
vida.
Conforme Chaves e Massarollo (2008), o avanço tecnológico e
científico contribuiu sobremaneira para o grande emprego de recursos na
manutenção da vida fazendo com que novas formas de tratamento surgissem
como esperança para o enfrentamento de diversos problemas tornando
possível, portanto, a extensão dos limites da existência. Neste sentido, as
instituições hospitalares tornaram-se espaços privilegiados para o
desenvolvimento dessas tecnologias acompanhando o progresso científico da
humanidade na medida em que se observa a crescente mercantilização da
saúde. Para facilitar o diagnóstico e o tratamento, houve um aumento
significativo nos números das internações e, dentre os pacientes internados,
havia os que necessitavam de cuidados mais especializados em face ao grau
de complexidade e medidas de suporte para a manutenção de suas funções
vitais.
Dentre esses cuidados, estão a reanimação cardiopulmonar, a
diálise, uso de antibióticos de amplo espectro, a inserção de cateteres de
artéria pulmonar, entre outros que tiveram seu uso intensificado da metade
para o final do século XX. As práticas utilizadas para combater a mortalidade
juntamente às iniciativas públicas de melhoria no saneamento carregavam a
promessa de tratar as causas de morte, tão quanto estender a vida, gerando
um aumento na expectativa de vida no ano de 2000 para 77 anos (MORTON E
FONTAINE, 2013).
14

Esse aumento da sobrevida gerou um número considerável de


pacientes internados nas UTIs e, consequentemente, a vivência frequente cada
vez mais do profissional enfermeiro no processo de terminalidade. Surge,
nessa conjuntura, a presença dos cuidados paliativos na tentativa de amenizar
o sofrimento das pessoas que estão no final de vida.
Morton e Fontaine (2013) ressaltam que os cuidados paliativos
abordam três níveis de ação: o primário, de responsabilidade dos enfermeiros
para intervirem diretamente no alívio dos sinais e sintomas, além de minimizar
o sofrimento; o secundário, oferecido pelos especialistas em hospices,
proporciona subsídios para os profissionais de nível primário; e o cuidado
paliativo terciário diz respeito às pesquisas para a aquisição de novos
conhecimentos e disseminação através de programas educacionais.
No estudo ressaltado por Silva, Quintana e Nietsche (2012) destaca-
se a escassez dessa temática no tocante a implementação de protocolos
assistenciais que indiquem padronização no cuidado aos pacientes em fase
terminal, tornando ainda mais desafiadora à assistência de enfermagem com
impossibilidades de uma ação profissional mais objetiva.
O anseio em estudar o contexto de terminalidade da vida surgiu ao
longo dos 5 anos de atuação em UTI adulta de uma Instituição privada situada
na cidade de Natal-RN, onde pude perceber que as ações da equipe de
enfermagem eram executadas com dificuldade, uma vez que inexistia
padronização dos cuidados e quais seriam as condutas sobre as questões de
distanásia versus ortotanásia, bem como uma situação pessoal de um ente
querido que desejava não mais sofrer com o tratamento quimioterápico no
momento da recidiva da leucemia.
Observa-se que, nas UTIs, o convívio com os pacientes graves e,
inevitavelmente, com a morte constante, sobretudo, as implicações pessoais,
legais, éticas e profissionais que esse contexto encerra, determinam que a
equipe atuante busque conhecimento especializado a respeito do assunto, de
maneira a construir seu próprio juízo crítico, o qual é permeado por dilemas
éticos, condutas e comportamentos que envolvem a situação de morte no
ambiente hospitalar.
15

Partindo da necessidade de estabelecer critérios para nortear a


assistência de enfermagem durante o processo de morte e morrer, o referido
estudo propiciou a elaboração e validação de um protocolo assistencial de
enfermagem para atender pacientes em seu processo de terminalidade.
O uso de protocolos assistenciais na atenção aos pacientes sob as
condições finais de vida é de suma importância, uma vez que torna a
assistência de enfermagem sistematizada. Associa-se ao uso da Classificação
da Intervenções de Enfermagem (NIC) para que as ações sejam uniformizadas
e resultados efetivos, proporcionando, assim, um atendimento mais humano,
um morrer digno e menos sofrível.
Percebe-se o uso de protocolos para vários níveis da assistência
curativa (curativos, ventilação mecânica, drogas vasoativas, cateterismo vesical
e gástrico etc), porém, no tocante a terminalidade da vida, não há intervenções
norteadas nas dimensões humanas durante este processo, mas sim, voltadas
para o preparo do corpo propriamente dito.
Concebe-se que há instrumentos voltados para pacientes em fase
terminal, entretanto, o uso em unidades de terapia intensiva na assistência de
enfermagem ainda inexiste.
A escassez desses protocolos, bem como de sua observância na
prática profissional, impulsionou-nos a desenvolvê-los. Para isso, torna-se
imprescindível a validação destes antes da aplicabilidade, uma vez que
conferem confiabilidade nos quesitos do instrumento e transformam-se em
subsídios para futuros estudos nesse enfoque. A partir disso, esta pesquisa
traz a seguinte questão norteadora: o protocolo assistencial de enfermagem
para pacientes internados em UTI em processo de terminalidade proposto
neste estudo possui validade de conteúdo?
A necessidade de formação e aprimoramento constante de
profissionais que atuam em unidades de terapia intensiva é inquestionável,
inclusive, quanto aos aspectos humanísticos para a promoção do cuidado
holístico. Assim, a prática baseada em evidência deve permear esse processo,
sendo um elo das evidências extraídas da literatura científica e das atividades
assistenciais do enfermeiro.
16

Com isso, justifica-se a importância da elaboração um protocolo que


subsidie a assistência de enfermagem em Unidades de Terapia Intensiva
durante o processo de terminalidade, uma vez que os estudos sobre esta
temática são escassos, o qual se apresenta no cotidiano da vida profissional
dos enfermeiros.
Portanto, a escassez de estudos sobre o tema, bem como a
carência no Brasil de protocolos assistenciais de enfermagem implementados
para cuidados paliativos e executados em tais circunstâncias, contribuiu na
decisão de sua realização.
Concebe-se que o referente estudo poderá trazer contribuições aos
serviços e enfermeiros prestadores de assistência aos pacientes terminais não
só na seara da reflexão a respeito dos aspectos que envolvem a assistência de
enfermagem no processo de terminalidade, como também numa ação efetiva,
pois a implementação do protocolo contribuirá significativamente para o
cuidado humanizado e de qualidade no fim de vida proporcionando, dessa
maneira, uma morte digna e sem maiores sofrimentos. Além disso, por ser um
tema pouco estudado, tem potencial para subsidiar novas pesquisas
contribuindo para a ampliação do conhecimento científico em enfermagem e
para uma atuação mais efetiva no processo de morte e morrer, pois também
servirá como auxílio relevante no ensino do cuidado aos pacientes terminais e
na realização do registro desses cuidados por toda a equipe cuidadora
favorecendo os aspectos ético e legal servindo como fonte de pesquisas
retrospectivas neste âmbito.

A questão sobre terminalidade da vida atualmente vem sendo


estudada por se tratar de um tema instigante e que poucos profissionais da
saúde refletem sobre isso. Com isso, propõe-se a pesquisá-la para que assim
haja uma melhor assistência de enfermagem e de qualidade dos cuidados
prestados aos pacientes terminais internados em unidades de terapia intensiva
na região do Nordeste, onde este assunto é pouco debatido em virtude das
culturas imbuídas em cada profissional durante o seu processo de formação.
17

2 OBJETIVO

Validar uma proposta de protocolo assistencial de enfermagem para


pacientes em terminalidade internados em Unidades de Terapia Intensiva.
18

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 O CUIDAR NA TERMINALIDADE DA VIDA

Relativo ao processo de morte e morrer, no início do século XIX, as


pessoas não o experienciavam durante muito tempo, pois o espaço de tempo
entre adoecer e morrer era curto. Na Antiguidade, a morte era esperada no
leito domiciliar. Realizava-se uma cerimônia pública e organizada no quarto do
moribundo, o qual se tornava um lugar público com livre circulação. (PESSINI,
2007)

Ainda, segundo Pessini (2007), os médicos no final do século XVIII e


XIX, com a descoberta dos métodos de higiene, queixavam-se do excesso de
pessoas. Até mesmo aquelas que passavam nas ruas acompanhavam o padre
levando o viático (sacramento da eucaristia dado aos moribundos próximos a
morrer) ao doente e entravam livremente na casa. Havia uma importância da
presença dos parentes, amigos e vizinhos, bem como das crianças. A morte
era familiar, em contrapartida, existia um medo social dos mortos.
Concomitante a isso, as cerimônias funerárias tinham como objetivo impedir
que os defuntos voltassem para incomodar os vivos.

O advento da globalização trouxe a sofisticação tecnológica com


requisição da mão de obra cada vez mais qualificada, dando origem as
Unidades de Terapia Intensiva que, para Souza et al (2009), consiste em um
setor hospitalar altamente especializado com destino ao atendimento de
pacientes graves ou de risco potencialmente recuperáveis sob uma ótica de
vigilância contínua. Este setor objetiva oferecer suporte, monitorização
19

hemodinâmica, metabólica, nutricional e ventilatória, bem como reabilitação de


pacientes com doenças graves e condições críticas de desequilíbrio de sua
saúde. Com isso, se fazem necessários recursos materiais e humanos
especializados em uma área física delimitada.

Com a expansão da cultura hospitalocêntrica, a terminalidade sai do


contexto familiar e adentra às Unidades de Terapia Intensiva, onde os recursos
artificiais trouxeram a possibilidade de adiar a morte por períodos quase
ilimitados. Quanto ao tratamento de pacientes criticamente enfermos, esses
avanços tecnológicos concretizaram, em muitos casos, esperanças de
sobrevida. Entretanto, tornou-se comum o sustento artificial dos sinais vitais de
maneira indefinida a qualquer custo e, principalmente, perda significativa da
dignidade humana e qualidade de vida. (BARUZZI; IKEOKA, 2013)

Diante de tantos aparatos tecnológicos sofisticados favorecendo a


um tratamento especializado, a equipe cuidadora em terapia intensiva tem
tendência em deixar de lado o conceito da morte e os significados que dele
emanam. Destarte, faz-se necessário o ato de cuidar de maneira harmoniosa
mediante a valorização humana permeado na condição em saber viver para
melhor cuidar no momento final da vida.

A intenção curativa dos tratamentos, segundo Pessini (2007), revela


as raízes da problemática da finitude no envelhecimento das populações, nas
tendências de mercado, nas pressões culturais, na medicalização da vida, no
aprimoramento humano e no progresso científico e tecnológico. Esse cenário
contextualiza a origem dos fatores que compõem esta discussão em
conformidade com os princípios da Bioética - a justiça, a beneficência, a não
maleficência e a autonomia na prestação da assistência.

Concebe-se a adoção de medidas terapêuticas que prolongam o


processo de morrer e não a vida como promotora de aumento do sofrimento e
minimizadora da dignidade no momento da morte. Nos Estados Unidos, este
ato é chamado de “futilidade médica”, na Europa, de “obstinação terapêutica” e,
no Brasil, de “distanásia”. (PESSINI, 2011)
20

A distanásia é uma conduta que visa manter a vida do paciente


terminal, sujeito a muito sofrimento. Esta conduta estende o processo de
morrer, mas não afeta o prolongamento da vida. O avanço da ciência e sua
aplicação, por vezes, comprometem a qualidade de vida das pessoas levando
ao sofrimento e, consequentemente, afetando a sua dignidade. Na contramão,
dessa prática, os cuidados paliativos, bem como o respeito ao direito do
paciente, são meios eficazes para a prevenção da prática da distanásia.
(MENEZES; SELLI; ALVES, 2009).

Etimologicamente, a palavra distanásia, segundo Rios (2010),


significa morte lenta e com muito sofrimento. No prefixo grego dis-, significa
“afastamento”. Então, a distanásia caracteriza-se como prolongamento
exagerado da morte de um paciente terminal. Trata-se de uma intervenção por
parte da medicina que se alarga o sofrimento de pacientes e famílias na
vigência do processo final em curso.

Como mencionado anteriormente, a obstinação terapêutica tornou-


se um problema ético de grande relevância na medida em que o avanço
técnico-científico passou a interferir de forma decisiva nas fases finais da vida
humana. Assim, as ciências da saúde têm diante de si um desafio ético de
grande relevância: o comprometimento em humanizar a vida durante o seu
transcurso, no intuito de garantir a dignidade das pessoas.

Para Almeida, Veloso e Blaya (2006), o ato de humanizar significa


cuidar de pessoas como um todo, englobando o contexto familiar e social,
incorporando e respeitando os seus valores, princípios éticos, morais, crenças,
esperanças, aspectos culturais e as preocupações de cada indivíduo inserido
neste contexto. Uma das premissas básicas da humanização destaca em
oferecer todo o investimento possível e viável em recursos tecnológicos e
terapêuticos ao paciente com doença potencialmente reversível e recuperável.
A busca da humanização não deve comprometer a segurança do paciente e
não deve transpor as barreiras éticas e legais.
21

A distanásia é vista como aspecto bioético comumente enfrentado


pelos enfermeiros intensivistas, pode emergir e remontar a uma atitude não só
terapêutica mas também a uma conduta familiar visando tentativas rigorosas
mesmo contra o princípio da autonomia. A aceitação familiar diante da morte é
burlada tornando a manutenção do paciente em condições de não
sobrevivência.

Logo, torna-se claro direito do paciente em fase terminal de agir


autonomamente mediante o esclarecimento das consequências de sua
decisão, contrariando a postura tradicional paternalista. Diante do exposto, a
norma aponta que os médicos não são obrigados a sempre lançar mão de
todos os recursos científicos disponíveis, pois utilizar medidas extraordinárias,
desproporcionais, que acarretam mais sofrimento do que benefícios potenciais,
podem constituir-se em prática distanásica, não significando que esteja
omitindo assistência aos pacientes ou até mesmo esteja desejando uma ação
eutanásica. O Código Civil (2001. p. 3-4) afirma em:

“seu art. 13, expressa que “Salvo por exigência médica, é defeso o
ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição
permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes”.
Essa afirmação é carregada por um viés paternalista, cabendo aos
médicos definirem o que é exigido, podendo ser conflituoso com o
disposto no art. 15, ao afirmar que “ninguém pode ser constrangido a
submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou intervenção
cirúrgica”.

No Brasil, a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde em seu


terceiro princípio assegura ao cidadão o atendimento acolhedor e livre de
discriminação, visando à igualdade de tratamento e à uma relação mais
pessoal e saudável. Este enunciado garante o direito à dignidade humana e a
opção pelo local de morte expressos nos incisos a seguir: VI - A informação a
respeito de diferentes possibilidades terapêuticas de acordo com sua condição
clínica, considerando as evidências científicas e a relação custo-benefício das
alternativas de tratamento, com direito à recusa, atestado na presença da
testemunha. VII - A opção pelo local de morte. (BRASIL, 2006a)
22

Observa-se que a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde está


em consonância com a valorização e a dignidade do ser humano frente ao
processo de morte e morrer favorecendo um atendimento mais humano e
acolhedor.

Esta valorização humana é ressaltada pelas Diretivas Antecipadas


de Vontade estabelecida pela Resolução CFM nº 1.995/2012, p. 1, na qual se
visa:

“definir diretivas antecipadas de vontade como o conjunto de desejos,


prévia e expressamente manifestados pelo paciente, sobre cuidados
e tratamentos que quer, ou não, receber no momento em que estiver
incapacitado de expressar, livre e autonomamente, sua vontade”.

Para Silva (2009), os enfermeiros intensivistas convivem no seu


cotidiano com pacientes críticos potencialmente curáveis mas também lidam
com pacientes que são admitidos fora de possibilidade de cura ou se tornam
terminais na vigência do tratamento.

Com base nisso, pacientes terminais são aqueles acometidos por


uma doença de difícil tratamento, por um conjunto de situações em que se
esgotam as possibilidades terapêuticas de cura ou para prolongar vida de
forma digna, ou então quando há uma disfunção irreversível do sistema
nervoso central. (STEFANINI, ROSENTHAL e SIMON, 1998)

Dessa complexidade, emerge o conceito de cuidado paliativo (CP)


definido pela Academia Nacional de Cuidados Paliativos-ANCP (2009, p.7)
como:

“Cuidado Paliativo, sem dúvida, é o exercício da arte do cuidar aliado


ao conhecimento científico, em que a associação da ciência à arte
proporciona o alívio do sofrimento relacionado com a doença. Por ser
parte fundamental da prática clínica, pode ocorrer de forma paralela
às terapias destinadas à cura e ao prolongamento da vida.”
23

O termo paliativo deriva do latim pallium, que significa “manto”,


“capa”, “proteção”, mostrando a essência dos cuidados paliativos oferecendo
um manto para aquecer os necessitados ao longo do exercício da profissão.
(PESSINI, 2007)

Nas considerações de Mccoughlan (2011) e Floriani (2013), os


cuidados paliativos ou cuidados de hospice foram introduzidos em 1967 por
Cecily Saunders, que fundou em Londres o St. Christopher Hospice para
vivenciar a filosofia do cuidar de pessoas em processo de terminalidade. Foi a
primeira pesquisadora a abordar a dor total caracterizada pela dor física,
psicológica, social e espiritual culminando em um cuidado ativo total. Esse
cuidado só é possível por meio de um trabalho ativo com a família do paciente
a fim de estabelecer objetivos da qualidade, e não da quantidade, além das
habilidades não serem usadas simplesmente quando nada mais pode ser feito.

Mccoughlan (2011) diz ainda que parte integrante dos cuidados


paliativos são voltados para o alívio dos sintomas e sofrimento, promover a
dignidade da pessoa em terminalidade e sua família, profissionais habilitados
para proporcionar conforto sem grandes tecnologias sofisticadas, do
compromisso do governo, educação permanente dos profissionais da saúde e
acesso às medicações para controle da dor.

Segundo World Health Organization (2014), os princípios


norteadores dos cuidados paliativos visam proporcionar o alívio da dor e
sintomas angustiantes; afirmar a vida e encarar a morte como algo natural; não
apressar e nem adiar a morte; integrar os aspectos psicológicos e espirituais do
cuidado ao paciente; oferecer um sistema de apoio aos pacientes a viveram
ativamente na medida do possível até a morte; usar uma abordagem de equipe
para atender às necessidades de pacientes e famílias incluindo
aconselhamento de luto; melhorar a qualidade de vida; ser aplicado no início do
curso da doença conjuntamente com outras terapias que prolongam a vida e
gerenciar as complicações clínicas.
24

A abordagem para o alívio da dor é regulamentada pela Portaria


MS/GM nº 3.150, de 12 de dezembro de 2006, na qual foi criada uma câmara
técnica em controle da dor e cuidados paliativos visando determinar diretrizes
nacionais sobre o controle da dor e CP; ações efetivas e seu desenvolvimento
no âmbito coletivo e individual; atualizações de normas e procedimentos
referente ao CP; projeto que incentivem ao controle da dor; estruturação em
redes de atenção; qualificação de profissionais da área; e avaliação de estudos
e pesquisas no tocante a esta temática. (BRASIL, 2006c)

No tocante ao aspecto bioético centrado nesse cuidado, encontra-se


um termo recente denominado kalotanásia, proveniente do termo kalós (boa,
bela) e thánatos (morte). Este consiste numa possibilidade oferecida nos
cuidados de fim de vida baseada na expressão filosófica do moderno
movimento hospice, pois seu significado permeia no tipo peculiar de luta
travada pelas instâncias mais profundas da natureza humana assumindo um
novo enfrentamento e disposição para transcendê-la, ou seja, é o processo de
morrer em si. (FLORIANI, 2013)

Floriani (2013) também diz que a kalotanásia é um conjunto de


características que convergem para condutas médicas mais suaves de alívio
do sofrimento, de respeito pelas decisões de quem está no processo de
terminalidade, de acolhimento incondicional e de um enfrentamento percebido
pelo paciente e ritualizado socialmente diante do cenário do cuidar, sendo este
eticamente desejável. Ressalta-se a falta de estudos voltados para a
enfermagem neste aspecto do cuidar, uma vez que o enfoque é sempre
abordado para as condutas médicas.

3.2 A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM DURANTE O PROCESSO DE


TERMINALIDADE

Diante da terminalidade da vida, inúmeras ações de enfermagem


podem ser realizadas com ênfase na ortotanásia ou Limite de Esforço
Terapêutico (LET), a qual é derivada do prefixo grego orto, que significa
“correto”, ou seja, morte no seu tempo certo, sem abreviações, nem
25

prolongamentos desproporcionados do processo de morrer. (PESSINI, 2009;


MORITZ, 2012)

O processo de prolongamento remonta a defesa da ortotanásia,


referendada pelo Art. 5º, inciso III, da Constituição, que assevera suporte
jurídico a esta prática, trazendo fundamentação em seu conteúdo, pois a morte
é tida como uma fatalidade e não uma escolha, e que o indivíduo deve ter a
garantia e o poder de exercer sua autonomia assegurando que essa chegue na
hora certa, sem sofrimentos inúteis e degradantes, de forma digna. (BRASIL,
1988)

Silva, Medeiros e Nóbrega (2013) ressaltam que, ao longo dos anos,


a enfermagem vem construindo vocabulários próprios para descrever a sua
prática e melhorar a qualidade dos cuidados prestados a indivíduos, família e
comunidade. Tais cuidados são executados através dos sistemas de
classificações, dentre elas: Nursing Interventions Classification (NIC), Nursing
Outcomes Classification (NOC) e Classificação Internacional para a Prática de
Enfermgem (CIPE). Esses sistemas são base para a assistência durante a
terminalidade, uma vez que norteiam a prática do enfermeiro permitindo a
tomada de decisão juntamente com a família do paciente.
Nessa conjuntura, observa-se que a clínica ampliada harmoniza-se
no ambiente dos cuidados paliativos através da atuação de uma equipe
interdisciplinar em prol da integralização do cuidar baseada na construção de
responsabilidades e vínculo estável entre equipe e paciente. A proposta da
clínica ampliada é rever as formas de atuar ampliando as possibilidades de
intervenções para um morrer com dignidade. (SILVA, MEDEIROS E
NÓBREGA, 2013)
Na perspectiva dos cuidados paliativos, o cuidar é voltado para a
sistematização direcionada ao paciente e família enfocando as dimensões
humanas (física, psicológica, social e espiritual). As intervenções são voltadas
para o controle da dor, náuseas, vômitos, diarreia, repouso, técnicas de
relaxamento, aconselhar acerca do medo, reforçar a identidade pessoal,
estabelecer confiança, ensinar a família acerca da doença e tratamento, avaliar
26

crenças espirituais e favorecer o serviço religioso. (SILVA; AMARAL;


MALAGUTTI, 2013)
Corroborando com o exposto, Kretzer (2012) enfatiza a incorporação
do modelo paliativista nas UTIs com vistas a complementar o modelo
tradicional do cuidar. A inserção deste modelo através dos princípios holísticos
contribui para aliviar o sofrimento físico e psíquico tanto dos pacientes
internados neste setor como familiares.
Percebe-se que um dos pilares fundamentais dos CP é o controle
dos sinais e sintomas, como: a dor, dispneia, roncos terminais, delírios,
alteração de sono, fraqueza, boca seca e medo. Essa sintomatologia deve ser
abordada por uma equipe interdisciplinar baseada tanto em medidas
farmacológicas quanto não farmacológicas. (KRETZER, 2012)
Moritz et al (2011) ressaltam que a assistência intensiva voltada para
os pacientes criticamente enfermos deve esta pautada em três fases: a
primeira quando a morte é pouco provável, na qual os CP são focados para
aliviar o desconforto da doença e do tratamento intensivo; a segunda fase é
direcionada na vigência da morte em dias, semanas ou meses com prioridade
para a qualidade de vida possível; e a terceira fase é atribuída à morte prevista
para horas ou dias, daí o cuidado paliativo passa a ser exclusivo com conforto
para pacientes e familiares.
O papel do enfermeiro na equipe interdisciplinar é de mediador no
estabelecimento da relação do trinômio paciente, família e demais profissionais
para condução das ações do final de vida. Considera-se a identificação do
sofrimento social, as intervenções diante do sofrimento paciente e família
proporcionando conforto dentro da unidade (quarto privativo, iluminação e
acústica adequada, flexibilizar normas e rotinas engessadas) e intervenções
diante do sofrimento da equipe. (NILSON, 2012)
É notório que a participação dos enfermeiros ainda é pouco
assertiva no processo de tomada de decisão. Torna-se necessário a discussão
dos aspectos bioéticos, assim como momentos de reflexão a fim de auxiliar na
prática clínica com pacientes críticos terminais internados e a implantação de
27

protocolos de cuidados paliativos nas UTIs valorizando as dimensões


humanas. (NILSON, 2012)
Firmino (2009) aponta que o enfermeiro atuante em cuidados
paliativos é considerado um elo entre os demais membros da equipe numa
relação direta, processual, dialógica, interativa e subjetiva. Este tem a
capacidade de desenvolver habilidade clínica no manejo do controle dos sinais
e sintomas, bem como comunicação para agregar ações diversas existentes na
equipe interdisciplinar de uma forma sistematizada e prioritária para cada
paciente.
No tocante ao processo de terminalidade, existem instrumentos
comumente utilizados por enfermeiros que permitem avaliar de maneira global
a situação do enfermo. Dentre eles, têm-se a Escala Visual Analógica (EVA),
Escalas Numéricas, Escala de Avaliação de Sintomas de Edmonton (ESAS),
Escala de Desempenho de Karnofsky (EDK) e Palliative Performance Scale
(PPS). (AMARAL, POVEDA E MENEZES, 2013; FORTE, 2012; MACIEL,
CARVALHO, 2009)

3.2.1 Práticas complementares e os cuidados paliativos

A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no


Sistema Único de Saúde (SUS) foi instituída pelo Ministério da Saúde por meio
da Portaria n. 971, de 03 de maio de 2006. Esta política visa à introdução de
práticas alternativas de assistência à saúde no âmbito dos serviços de saúde,
possibilitando uma nova alternativa de cuidar e uma relação de interação entre
terapeuta e paciente. (BRASIL, 2006b).
No contexto da terminalidade da vida, as práticas integrativas e
complementares fazem parte da atuação da enfermagem paliativista com
intuito de oferecer possibilidades de intervenções não farmacológicas no cuidar
de pessoas sob estas condições.
Algumas modalidades de terapias complementares podem oferecer
conforto e contribuir para o alívio dos sinais e sintomas associados ao processo
28

de terminalidade, dentre elas: massagem, musicoterapia, aromaterapia,


arteterapia, reiki e meditação. (AMARAL; SILVA, 2013)

3.2.2 Comunicação do enfermeiro com familiares

Na assistência de enfermagem, a comunicação é considerada uma


ferramenta de suma importância, pois promove elo entre equipe, paciente e
família mediante o uso de comunicação verbal e não-verbal. Todavia, observa-
se que os profissionais enfermeiros não estão preparados para situações que
envolvam a comunicação na terminalidade humana. Com isso, procuram evitar
o contato verbal e se afastam dos pacientes. (ALVES, 2013)

Ainda ressalta estratégias de comunicação verbal como, veracidade,


bom humor, o ouvir e clareza nas informações e na comunicação não-verbal é
necessário empatia, posturas, expressões faciais, contato visual e toque.
Andrade, Costa e Lopes (2013) dizem que, na prática dos cuidados
paliativos, quando a comunicação é subsidiada por uma relação de
cooperação, atitude e sensibilidade são impulsionadoras da interação
enfermeiro-paciente. Vai além de palavras, considera-se uma medida
terapêutica, pois resgata a relação humana.
Destarte, a modalidade de comunicar faz parte integrante da
assistência paliativa e deve ser considerada uma das habilidades mais eficazes
do enfermeiro para fortalecimento de vínculo entre ele, paciente e sua família.

3.3 A QUALIDADE DE VIDA NO PROCESSO DE MORRER

Pesquisas sobre a qualidade de vida (QV) têm aumentado


significativamente na atualidade com o intuito de mostrar aquilo que o avanço
tecnológico não foi capaz de fazer, trazendo aspectos como bem-estar,
felicidade, boas condições de vida e satisfação na vida. (LENTZ et al, 2000).
29

Ainda conforme as considerações Lentz (2000), o conceito de


qualidade de vida remete a um sentimento de satisfação individual, capacidade
mental de avaliar sua própria vida dita como satisfatória, um estado aceitável
de saúde física, emocional, mental e social, bem como uma avaliação objetiva
realizada por outro, cujas condições de vida não são ameaçadoras.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), qualidade de


vida significa percepção do indivíduo de sua própria posição na vida no âmbito
da cultura e sistema de valores em que vivem voltados para os objetivos,
expectativas e padrões a serem alcançados durante sua existência. É uma
construção subjetiva e multidimensional. (WHOQOL Group, 1994)

Almeida, Gutierrez e Marques (2012) ressaltam que a QV está ligada


a percepção das pessoas diante do modo de viver. Mesmo no momento final
da vida, a qualidade é indispensável na prestação de uma assistência voltada
às necessidades humanas inerentes a essa condição.

A qualidade no final de vida é vivenciada pelos cuidados paliativos,


pois trata-se de uma filosofia de cuidados para promover melhoria na vida dos
pacientes e familiares no processo de enfrentamento da terminalidade por meio
da identificação precoce, alívio do sofrimento, avaliação e tratamentos ligados
tanto a problemas físicos, psicossociais como espirituais (CORREIA E DE
CARLO, 2012). Concebe-se que a prática deste cuidado está intrinsecamente
interligada às quatro dimensões holísticas do ser.

Neste contexto, observa-se o desenvolvimento de Escalas de


avaliação adaptadas culturalmente e validadas em diferentes realidades no que
tange à qualidade dos cuidados no final da vida, como por exemplo, a McGill
Quality of Life Questionnaire-Cardiff Short Form (MQOL-CSF); McGill Quality of
Life Questionnaire; Hospice Quality of Life Scale (HQLS); e a Escala Palliative
Care Quality of Life Instrument (PQLI). (CORREIA E DE CARLO, 2012)

Ressalta-se que, especificamente na enfermagem, os cuidados


paliativos durante a terminalidade são contemplados na Taxonomia da
Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC). A NIC tem grande
30

relevância nas condutas dos enfermeiros, pois estas tornam-se ações


padronizadas nas diversas especialidades a fim de promover o engajamento
dos profissionais para melhor assistir de acordo com as necessidades dos
pacientes. (BULECHEK; BUTCHER; DOCHTERMAN, 2010)

Burlá e Py (2011) ressalvam que a paliação, bem como a


observação e manutenção da qualidade de vida, é uma prática multidisciplinar
meramente de caráter intervencionista, pois exige do profissional: maturidade,
decisão, trabalho em equipe de forma ativa e de compromisso humanitário. O
enfoque é a qualidade de vida que permanece até o final visando alívio de
qualquer forma de padecimento físico, emocional e espiritual, no qual não há
limite para os cuidados, que devem alcançar prontamente os sintomas
inerentes à terminalidade (dor, fadiga, insônia, dispneia, náusea e constipação,
confusão mental, agitação, anorexia e desidratação), bem como incluir os
cuidados espirituais.
31

4 MÉTODO

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO

Estudo transversal, descritivo, do tipo metodológico com abordagem


quantitativa, para a validação do conteúdo de protocolo assistencial de
enfermagem após a elaboração com vistas a otimizar a assistência na
terminalidade de pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva.
Optou-se por um estudo transversal, pois, conforme Newman
(2003), se caracteriza por ser observacional, no qual todas as medições de
uma pesquisa são realizadas em um momento único. O pesquisador examina
as variáveis preditoras e de desfecho dentro da amostra, sendo bastante
utilizado na descrição de variáveis e seus padrões de distribuição.
No contexto dos estudos observacionais, a pesquisa descritiva visa
a observar, registrar e analisar, além de correlacionar fenômenos sem a
interferência por parte do pesquisador diante das situações no universo
percebido pelo homem, seja em grupos, pessoas e comunidades complexas.
Com isso, é possível encontrar o fenômeno, bem como sua relação com outros
processos que o envolve (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007).
Os estudos metodológicos incluem a validação de instrumentos, na
qual é necessário investigar métodos de obter, organizar e analisar os dados,
abordando a elaboração, validação e avaliação de instrumentos de pesquisa
32

objetivando construir instrumentos viáveis e, assim, aplicá-los por meio de


outros pesquisadores (POLIT; BECK; HUNGLER, 2011).
Conforme Hulley et al (2008), a validação pode ser considerada um
tipo especial de acurácia (grau de medida) para representar o fenômeno a ser
pesquisado. No presente estudo, será realizada a validação de conteúdo, a
qual permite aferir todos os aspectos do evento estudado incluindo os
julgamentos subjetivos (validade aparente).

4.2 PROCEDIMENTOS DE COLETA E ANÁLISE DE DADOS

4.2.1 Primeira etapa: Revisão Integrativa da literatura

No intuito de subsidiar a elaboração do instrumento com seus itens


aplicáveis na assistência de enfermagem durante o processo de terminalidade,
optou-se por uma revisão integrativa. Esta objetiva identificar as práticas
executadas pelos profissionais de enfermagem e os protocolos operacionais
existentes.
A revisão seguiu seis etapas pré-determinadas: a elaboração da
pergunta norteadora, busca na literatura (estabelecimento de critérios de
inclusão e exclusão de artigos), coleta de dados (definição das informações a
serem extraídas dos artigos selecionados), análise crítica dos estudos,
apresentação e discussão dos resultados e apresentação da revisão como um
todo. (SOUZA, SILVA e CARVALHO, 2010; URSI e GAVÃO, 2006)
No primeiro passo, a questão norteadora foi construída com base na
estratégia PICO (representa um acrônimo para Pacientes, Intervenção,
Controle e Outcomes). (SANTOS, PIMENTA e NOBRE, 2007), a saber: como
ocorre a assistência de enfermagem a pacientes sem possibilidade de cura nas
unidades de terapia intensiva?
33

A amostragem e busca dos artigos foi realizada por meio do


cruzamento entre os descritores controlados dispostos a seguir: (Cuidados de
Enfermagem), (Morte) e (Unidade de Terapia Intensiva) separados pelo
operador booleano “AND”, encontrados nos Descritores em Ciências da Saúde
(DeCS) e igualmente na biblioteca virtual SciELO (Scientific Electronic Library
Online) e na base de dados LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe).
Enquanto que, na MEDLINE (Literatura internacional em Ciências da Saúde) e
SCOPUS, o cruzamento foi (Care Nursing), (Death) e (Intensive Care Units)
também separados pelo operador AND, encontrados no Medical Subject
Headings (MeSH).
Para nortear a coleta de dados, foram adotados os seguintes
critérios de inclusão: artigos científicos publicados na íntegra e gratuitamente
na base de dados e biblioteca virtual SciELO e MEDLINE, selecionados sem
restrição de idioma. Excluíram-se cartas ao editor, editoriais, objeto relacionado
à pediatria ou dimensionamento da equipe de enfermagem, bem como teses e
dissertações, pois para garantir a validade interna é necessário a avaliação por
pares e, assim, subsidiar a construção do protocolo.
A figura 1 mostra o fluxograma da estratégia adotada para a busca e
inclusão dos artigos.

ESTRATÉGIA PICO

Como ocorre a assistência de enfermagem a


pacientes sem possibilidade de cura nas unidades
de terapia intensiva?

LILACS: 41 SciELO: 9 MEDLINE: 20 SCOPUS: 3

Aplicado os critérios de inclusão e após leitura de títulos e resumos


34

LILACS: 8 SciELO: 4 MEDLINE: 1 SCOPUS: 0

TOTAL: 13 artigos.

Figura 1: Fluxograma de seleção dos artigos. Natal/RN, 2014.

Ao realizar a primeira fase de buscas, a LILACS foi a que


apresentou mais estudos (41), seguindo-se a SciELO (9), MEDLINE (20) e
SCOPUS (3). Após a leitura dos títulos dos manuscritos encontrados, o número
de artigos selecionados totalizou (25) LILACS, (7) SciELO, (8) MEDLINE e (3)
SCOPUS.
Após a seleção dos artigos, iniciou-se a leitura dos resumos
reduzindo, dessa forma, o número de artigos selecionados para (8) LILACS, (4)
SciELO, (1) MEDLINE e nenhum na SCOPUS. Posteriormente, realizou-se a
leitura dos artigos na íntegra perfazendo uma amostra de 13 estudos.
Para a fase de coleta de dados, analisou-se os seguintes dados:
título, resumo, introdução com os objetivos claramente estabelecidos,
metodologia e resultados da pesquisa a fim de extrair as informações gerais
dos artigos.
Com isso, distribuiu-se as seguintes variáveis com vistas a sintetizar
a abordagem da revisão, contendo uma codificação atribuída ao estudo, os
títulos dos artigos, os nomes dos autores, os anos de publicação, os títulos dos
periódicos, bases de dados/ biblioteca virtual e nível de evidência baseado na
Colaboração Cochrane. (THE COCHRANE COLLABORATION, 2014)
Com relação ao nível de evidência (NE) utilizado para esta revisão,
empregou-se o sistema de classificação contendo sete níveis, a saber: Nível I –
evidências provenientes de revisões sistemáticas ou metanálise de ensaios
clínicos; Nível II – evidências advindas de pelo menos um ensaio clínico
randomizado controlado bem desenhado; Nível III – estudos oriundos de
ensaios clínicos sem randomização; Nível IV – estudos de coorte e caso-
35

controle com delineamento explícito; Nível V – estudos derivados de revisão


sistemática de estudos descritivos ou qualitativos; Nível VI – contemplando um
único estudo qualitativo e Nível VII – correspondente à opinião de autoridades
ou relatórios de comitês de especialistas. (STILLWELL et al, 2010)
Após a análise, os achados dos resultados foram categorizados da
seguinte maneira: assistência de enfermagem no processo de terminalidade
com enfoque nos cuidados paliativos e seus desdobramentos (higiene,
conforto, sintomas álgicos, hidratação, suporte ventilatório, necessidades
humanas básicas, uso de compressas, o toque e uso da música,
posicionamento do paciente e ambiência); aspectos bioéticos mediante a
terminalidade e a comunicação efetiva com os familiares neste processo.
Esses aspectos foram utilizados para a elaboração do protocolo assistencial e
seguimento do processo de validação.

4.2.2 Segunda etapa: Elaboração do protocolo e validação do conteúdo

A construção do protocolo assistencial constituiu-se em duas partes:


a primeira refere-se ao histórico de enfermagem, contemplando itens
concernentes com a literatura de Morton e Fontaine (2013). A segunda etapa
diz respeito às intervenções listadas conforme as dimensões humanas
norteadas pela Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC) para
uniformizar a nomenclatura das ações durante o processo de terminalidade.
(BULECHEK; BUTCHER; DOCHTERMAN, 2010)

O histórico (parte I) abrangeu variáveis concernentes a dados de


identificação, nível de consciência, ventilação e hidratação, eliminação vesical,
balanço hídrico, eliminação intestinal, higiene corporal e curativos.

As intervenções (parte II) constam de controle da dor, dos sintomas


respiratórios, náuseas e vômitos, diarreia e obstipação, delírio e demência,
identificação das fases de Klübler-Ross, cuidado psicológico, apoio familiar e
ao paciente, apoio espiritual, intervenção no ato da terminalidade e cuidados
pós- morte. (APÊNDICE D)
36

O quadro 1 permite visualizar todas as variáveis elencadas


propostas para o protocolo assistencial.

HISTÓRICO DE INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM


ENFERMAGEM
Nível de consciência e estado Controle da dor.
de consciência
Ventilação Controle dos sintomas respiratórios.
Acesso venoso Controle de náuseas e vômitos.
Alimentação Controle de diarreia e obstipação.
Hidratação Controle da fadiga.
Eliminação vesical e Controle do delírio e demência.
Balanço hídrico Identificação das fases de Kübler-Ross.
Eliminação intestinal Cuidado psicológico; Apoio familiar e ao
paciente.
Higiene corporal Apoio espiritual.
Curativos Ato da terminalidade; Cuidados pós-morte.
Quadro 1. Variáveis do protocolo assistencial. Natal/RN, 2014.

Selecionou-se juízes enfermeiros assistenciais de unidades de


terapia intensiva de hospitais da cidade de Natal-RN e docentes das principais
universidades brasileiras. A identificação destes ocorreu pelos sites das
referidas Instituições de Ensino Superior e por meio da identificação pela
Plataforma Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq).

Em sequência, a amostragem ocorreu por intencionalidade


obedecendo aos seguintes critérios adaptados com base no sistema de
pontuação proposto por Fehring (LIRA; LOPES, 2011; FEHRING, 1987),
conforme o quadro 2, nos quais foram considerados para compor a amostra os
enfermeiros que apresentaram escores maior ou igual a 5 pontos.

CRITÉRIOS PONTUAÇÃO

Mestre em enfermagem; 1
Doutor em enfermagem; 2
37

Ter desenvolvido dissertação de mestrado 1


envolvendo processo de terminalidade;
Ter desenvolvido tese de doutorado 2
envolvendo processo de terminalidade;
Trabalho publicado em relação ao 1
processo de terminalidade;
Participar de grupos e/ou projetos de 1
pesquisa que envolvam a temática
terminalidade ou afins;
Docente do curso de enfermagem nas 2
disciplinas de bioética e terminalidade;
Experiência profissional (mínimo de um 2
ano) como enfermeiro assistencial em UTI
e que tenha vivenciado o processo de
cuidar na terminalidade.
Quadro 2. Critério para a seleção de experts (LIRA e LOPES, 2011; FEHRING, 1987).

A coleta ocorreu em setembro de 2014, na qual os currículos dos


juízes foram capturados, avaliados e selecionados na plataforma Lattes do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) a
partir da pontuação de mínimo 5 como mencionado anteriormente. Os sujeitos
que não completaram o processo de avaliação foram automaticamente
excluídos da amostra.
Após a seleção, a abordagem dos juízes aconteceu por meio
eletrônico (e-mail). Foi enviada uma carta convite (APÊNDICE A) com ênfase
na justificativa e objetivo do estudo, o parecer do Comitê de Ética em Pesquisa
(CEP), além do TCLE a ser assinado em caso de aceite (APÊNDICE B). Com a
devolutiva do TCLE devidamente assinado, o protocolo assistencial e o
instrumento de análise do protocolo foram enviados também por e-mail
(APÊNDICES C e D). (MACHADO, 2010)

O parecer dos juízes embasou-se na avaliação global do protocolo,


a qual foi fundamentada na análise baseada em 10 requisitos expressos no
quadro 3. (TIBÚRCIO, 2013; TRISTÃO, 2008).
CÓDIGO REQUISITOS CRITÉRIOS DE ANÁLISE
ANALISADOS
1 A questão é relevante e atende
Pertinência a finalidade relativa ao
38

procedimento proposto.

2 O conteúdo apresenta
profundidade suficiente para a
Consistência
compreensão da questão.
3 Encontra-se clara, simples e
inequívoca.
Clareza
4 Permite resposta pontual.
Objetividade
5 A questão expressa uma única
ideia.
Simplicidade
6 A questão é aplicável.
Exequível
7 As etapas seguem as evidências
mais atuais.
Atual
8 Vocabulário Palavras não contêm
ambiguidades.

9 Cada item do protocolo é


diferente dos demais, não
Precisão
havendo confusão.
10 A sequência das etapas do
procedimento é coerente.
Sequência de instrução
dos tópicos
Quadro 3. Requisitos a serem analisados para cada um dos itens da avaliação sobre o
processo de terminalidade. Natal/RN, 2014.

A concordância entre as respostas dos experts foi obtida por meio


do Índice de Validade de Conteúdo (IVC), pois se apresenta imprescindível
para tornar o protocolo válido e posterior aplicabilidade.
O Índice de Validade de Conteúdo compreende um método muito
utilizado na área da saúde e foi proposto por Waltz, Strickland, Lenz (1991), os
quais referem que o foco principal da validação de conteúdo visa determinar se
os itens elencados no protocolo representam a adequação do conteúdo do
critério expresso dele, uma vez que objetiva definir a função de como o
instrumento foi elaborado, bem como se os resultados obtidos foram
analisados.
39

Nas considerações de Alexandre e Coluci (2011), o IVC permite


avaliar cada item do instrumento e após avaliação em sua totalidade. Também
avalia a capacidade de um instrumento em medir precisamente o fenômeno
proposto ao estudo. A avaliação de conteúdo caracteriza-se relevante, pois
associa conceitos abstratos com indicadores mensuráveis.

Esta validação configura em um processo composto por duas fases,


a primeira consiste na construção do instrumento e a segunda a análise deste
por especialistas que envolvem a temática em questão. Recomenda-se no
mínimo de 5 a 10 juízes e uma taxa de concordância não inferior a 0,78.
Polit, Beck e Owen (2007) mostram que o índice de validade de
conteúdo é um dos métodos mais utilizados pelos pesquisadores na
enfermagem para quantificar vários itens de um determinado instrumento
através da análise de peritos de relevância na área. Esse método expressa
confiabilidade na aplicabilidade de protocolos assistenciais.

4.3 VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO-IVC

Com vistas a avaliar a validade de conteúdo dos itens elencados no


protocolo, foi utilizado o IVC proposto por Waltz, Strickland e Lenz (1991),
calculado da seguinte maneira:

IVC= Número de itens avaliados como equivalentes por 2 juízes

Total de itens da escala

A avaliação de cada juiz foi comparada com as avaliações dos


demais, calculando-se o IVC para cada par de juízes (juiz 1 x juiz 2; juiz 1 x juiz
3; juiz 2 x juiz 3; ... e assim consecutivamente).

Para o tratamento estatístico dos dados, foi construído um banco de


dados em formato xlsx e para a construção de tabelas e gráficos, utilizou-se
40

Excel 2010 e os softwares estatísticos SPSS (Statistical Package for Social


Science), versão 20.0.

Em se tratando da análise de cada item elegível para compor o


protocolo assistencial, no decorrer na pesquisa é possível a retirada e/ou
modificações de alguns quesitos conforme as adaptações sugeridas pelos
avaliadores, portanto, estabeleceu-se um critério de 50% das observações
entre eles, além dos achados da revisão.

4.4 ASPECTOS ÉTICOS

Por se tratar de uma pesquisa envolvendo seres humanos, o estudo


levou em consideração a garantia dos preceitos básicos da bioética de
autonomia, beneficência, não maleficência e justiça. Isto visa assegurar
direitos e deveres no que diz respeito à comunidade científica, aos sujeitos
da pesquisa e ao Estado de acordo com a Resolução 466/2012 (BRASIL,
2012).

Dessa forma, o projeto de pesquisa foi enviado ao Comitê de Ética


em Pesquisa (CEP/UFRN) da UFRN (ANEXO A) para apreciação e seu
deferimento favorável, obtendo aprovação pelo parecer número 750.848 e
CAAE: 33913514.9.0000.5537.

Considerou-se também os aspectos éticos que dizem respeito ao


Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) a ser assinado pelos
participantes mediante explicação acerca da intenção e dos objetivos da
pesquisa.

Garantiu-se o anonimato, a participação voluntária, a isenção de


gastos, bem como o não recebimento de incentivos financeiros por fazer
parte da pesquisa (APÊNDICE B). Além disso, garantia de indenização em
41

caso de danos físicos, legalmente comprovados, advindos da participação


do enfermeiro na pesquisa.

5 RESULTADOS

Os resultados estão descritos obedecendo aos seguintes


subtópicos: os achados da revisão integrativa, a caracterização dos juízes e a
descrição dos resultados da validação de conteúdo.

5.1 ACHADOS DA REVISÃO INTEGRATIVA

Os resultados evidenciados foram compilados no Quadro 4 contendo


a distribuição temporal dos artigos selecionados de acordo com código, título,
periódico, autor, base de dados e biblioteca virtual, ano e nível de evidência.

Base de
Dados e
Código Título Periódico Autores Ano NE
Biblioteca
virtual

A1 O cuidador de UNOPAR
enfermagem e o Cient. Ciênc Alves EF. LILACS 2013
cuidar em uma Biol Saúde
unidade de
42

terapia intensiva. VI

A2
Barros NCB,
Cuidados Alves ERP,
Revista de
paliativos na Oliveira
pesquisa:
UTI: CDB, Dias LILACS 2013
Cuidado é
compreensão MD, França
fundamental
dos enfermeiros. ISX, Freire
MEM.
VI

A3 Obstinação
terapêutica em
Silva KCO,
unidades de
Escola Anna Quintana
terapia intensiva: SciELO 2012
Nery AM, VI
perspectiva de
Nietsche EA.
médicos e
enfermeiros.

A4 Suspensão de
tratamentos em
unidades de V
Revista Saraiva
terapia intensiva LILACS 2012
Bioética AMP.
e seus
fundamentos
éticos.

A5 Refletindo sobre
finitude: um
enfoque na Medeiros
assistência de Revista RENE YF, Bonfada LILACS 2012
enfermagem D. VI
frente à
terminalidade.

A6 Ho LA,
Comparing Engelberg
clinician ratings RA, Curtis
of the quality of Crit Care Med. JR, Nelson MEDLINE 2011
palliative care in J, Luce J, VI
the intensive Ray DE,
care unit. Levy MM.

A7 Cuidando do
paciente no Revista da Silva RS,
processo de Escola de Campos
SciELO 2011
morte na Enfermagem AER,
unidade de USP Pereira A. VI
terapia intensiva.

A8 Vivência dos
enfermeiros de Sanches
Revista
unidade de PG,
Gaúcha de LILACS 2009
terapia intensiva Carvalho
Enfermagem VI
frente à morte e MDB.
o morrer.
43

A9 Percepção de
enfermeiros
sobre dilemas
Revista da Chaves
éticos
Escola de AAB,
relacionados a LILACS 2008
Enfermagem Massarollo
pacientes
USP MCKB. V
terminais em
unidades de
terapia intensiva.

A10 Moritz RD,


Terminalidade e Lago PM,
Revista
cuidados Souza RP,
Brasileira de
paliativos na Silva NB, SciELO 2008
Terapia VI
unidade de Meneses
Intensiva
terapia intensiva. FA, Othero
JCB, et al.

A11 Como Costa Filho


implementar RC, Costa
Revista
cuidados JLF,
Brasileira de
paliativos de Gutierrez SciELO 2008
Terapia
qualidade na FLBR,
Intensiva
unidade de Mesquita
terapia intensiva. AF. VI

A12 Como melhorar


a comunicação e
Revista
prevenir conflitos
Brasileira de
nas situações de Moritz RD. LILACS 2007
Terapia
terminalidade na
Intensiva
unidade de
terapia intensiva. VI

A13 Profissionais de
enfermagem
Gutierrez
frente ao Acta Paulista
BAO,
processo de de LILACS 2006
Ciampone
morte em Enfermagem
MHT.
unidades de
terapia intensiva. VI

Quadro 4. Distribuição temporal dos artigos selecionados de acordo com código, título,
periódico, autor, base de dados e biblioteca virtual, ano e nível de evidência. 2014.

Na Figura 2, é possível visualizar os achados e a apresentação das


evidências, os quais foram categorizados da seguinte maneira: assistência de
enfermagem no processo de terminalidade com enfoque nos cuidados
paliativos e seus desdobramentos (higiene, conforto, sintomas álgicos,
hidratação, suporte ventilatório, necessidades humanas básicas, uso de
compressas, o toque e uso da música, posicionamento do paciente e
ambiência); aspectos bioéticos mediante a terminalidade e comunicação efetiva
com os familiares neste processo.
44

Cabe ressaltar que essas evidências encontradas por meio da


revisão subsidiaram a elaboração do protocolo assistencial submetido à
validação de conteúdo pelos juízes da pesquisa.

Assistência de
enfermagem com Comunicação efetiva
Aspectos bioéticos
enfoque nos cuidados com familiares
paliativos
Queixas álgicas, Princípios da
higiene, conforto, bem- autonomia e da não Qualidade dos
estar e afeto, maleficência; serviços, na
ambiência, Distanásia frequente assistência
musicoterapia, toque humanizada, para
diminuir riscos e
Enfermagem sem interpretações
Hidratação, participação ativa, equivocadas
compressas frias, dificuldade na tomada
posição no leito de decisão
Opinião de familiares é
aceita de forma variada
Atender a pedido da Decisões dos médicos
família quanto ao uso são desvinculadas dos
de medidas outros profissionais
Informações sobre
extraordinárias de condição e óbito
tratamento acontecem nos
Decisões antecipadas corredores
de vontade;
Necessidade de Não clareza da não
guidelines na tomada reanimação, ausência
Domínios de cuidado de decisões durante a de registros nos
terminalidade prontuários

Figura 2. Achados da revisão integrativa dispostos em categorias. Natal/RN, 2014.


45

5.2 PERFIL DOS JUÍZES

Dos 28 especialistas, mestres e doutores contatados tanto das


principais universidades brasileiras quanto de instituições hospitalares apenas
11 devolveram o protocolo completamente analisado e avaliado.

Os 11 enfermeiros avaliaram itens correspondentes ao histórico de


enfermagem codificado por H1, H2.... sucessivamente, e para a segunda parte
do protocolo, os itens referentes às intervenções de enfermagem com código
I1, I2.... e assim, consecutivamente.

Os juízes analisaram o protocolo assistencial considerando


pertinência, consistência, clareza, objetividade, simplicidade, ser exequível,
atual, com vocabulário não gerador de ambiguidades e preciso.

Inicialmente, compilou-se dados referentes ao perfil dos juízes nas


variáveis sexo e formação ilustrada na frequência absoluta descrita na Tabela 1
e a descrição das variáveis demográficas visualizada pela Tabela 2.

Tabela 1. Perfil dos juízes da pesquisa, Natal/RN-2014.


Perfil Frequência absoluta %
Sexo
Feminino 9 81,82
Masculino 2 18,18
Total 11 100,00
Formação
Especialista 5 45,46
Mestre 3 27,27
Doutor 3 27,27
Total 11 100,00
46

Percebe-se que 81,82% dos juízes eram do sexo feminino, enquanto


que o gênero masculino apresentou um percentual de 18,18%. Na variável
formação, apresentou-se que a maioria era especialista (45,46%).

Tabela 2. Estatística descritiva das variáveis demográficas dos juízes da pesquisa,


Natal/RN-2014.
Variáveis Mínimo Máximo Média DP
Idade 24,00 56,00 36,64 8,51
Tempo formação 2,00 35,00 11,91 8,95
Tempo trabalho 2,00 35,00 10,27 8,64
Pontuação 5,00 12,00 6,55 2,30
formaçãoformação
A Tabela 2 mostra que a idade mínima dos juízes foi 24,00 e
máxima 56,00, média de 36,64 anos com desvio padrão de 8,51, enquanto que
o tempo de formação foi mínimo (2,00), máximo (35,00) e médio (11,91) com
desvio padrão de 8,95. O tempo de trabalho expressa-se em 2,00; 35,00; 10,27
e 8,64, respectivamente.

A pontuação necessária para elegibilidade dos juízes foi no mínimo


5,00; máxima 12,00; média 6,55 com desvio padrão de 2,30.

5.3 DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS DA VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO

Cada juiz avaliou 15 itens, sendo nove correspondentes ao histórico


de enfermagem e seis referentes às intervenções de enfermagem durante o
processo de enfermagem na terminalidade (APÊNDICE D).

Tabela 3. Análise da validade do conteúdo dos itens do protocolo assistencial proposto


pela pesquisa, Natal/RN-2014.
IVC Juiz 1 Juiz 2 Juiz 3 Juiz 4 Juiz 5 Juiz 6 Juiz 7 Juiz 8 Juiz 9 Juiz 10 Juiz 11
Juiz 1 ** 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9
Juiz 2 ** 0,9 1 1 1 1 1 0,9 1 1
Juiz 3 ** 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9
Juiz 4 ** 1 1 1 1 0,9 1 1
Juiz 5 ** 1 1 1 0,9 1 1
47

Juiz 6 ** 1 1 0,9 1 1
Juiz 7 ** 1 0,9 1 1
Juiz 8 ** 0,9 1 1
Juiz 9 ** 0,9 0,9
Juiz 10 ** 1
Juiz 11 **

Na tabela 3, ilustra-se os valores obtidos pelo cálculo do Índice de


Validade de Conteúdo. Representa-se os onze juízes pelos números de 1 a
11, a intersecção das linhas abcissas com as ordenadas expõe o valor que
corresponde ao índice de concordância entre os mesmos, na qual se constata
uma correlação favorável à validade de conteúdo, sendo que somente os juízes
1, 3 e 9 apresentaram respostas desfavoráveis à validação ao quesito H2
“estado de consciência”.

Aplicando-se a fórmula do IVC anteriormente supracitada, obteve-se


que o número de itens em concordância entre os avaliadores foi de 14 dividido
pelo total de itens (15), conseguindo-se o valor aproximado de 0,9 para este
estudo.

O Gráfico 1 expressa a validade de aplicação dos itens do protocolo


assistencial, como mostra a seguir:

11
10
9
Adequado
8
7 Adequado
com alteração
Juízes

6
Inadequado
5
4
3
2
1
H1 H2 H3 H4 H5 H6 H7 H8 H9 I1 I2 I3 I4 I5 I6

Gráfico 1. Validação de aplicação dos Itens, Natal/RN, 2014.


48

No Gráfico 1, estão representadas, consecutivamente, as respostas


dos avaliadores em relação à validade de aplicação dos itens que compõem o
instrumento. Observa-se a concentração de respostas consideradas
adequadas, seguido por adequado com alteração e apenas um item (H2)
mostrando-se inadequado entre três juízes.

A Tabela 4 demonstra o percentual de concordância entre os juízes


quanto à classificação e suas respectivas frequências absolutas.

Tabela 4. Classificação quanto ao nível de concordância entre os juízes da pesquisa,


Natal/RN-2014.
Classificação n %
Adequado 111 67,27
Adequado com alteração 51 30,91
Inadequado 3 1,82
Total 165 100,00

De forma ilustrativa, a tabela acima vem demonstrar a porcentagem


das respostas feitas pelos juízes. Totalizou em 165 respostas, nas quais
67,27% dos itens avaliados foram considerados adequados; 30,91%
adequados com alterações e somente 1,82% considerado inadequado, o que
atesta a validade de conteúdo em 67% das respostas elaboradas pelos juízes.

Os resultados são apresentados na Tabela 5.

Tabela 5. Itens do protocolo assistencial avaliados pelos juízes da pesquisa, Natal/RN-


2014.
Itens Frequência Adequado Adequado com alteração Inadequado Total
n 9 2 --- 11
Nível de consciência
% 81,82 18,18 --- 100,00%
n 7 1 3 11
Estado de consciência
% 63,64 9,09 27,27 100,00%
n 9 2 --- 11
Ventilação
% 81,82 18,18 --- 100,00%
n 7 4 --- 11
Acesso venoso
% 63,64 36,36 --- 100,00%
n 9 2 --- 11
Alimentação e hidratação
% 81,82 18,18 --- 100,00%
Eliminação vesical e n 6 5 --- 11
Balanço hídrico % 54,55 45,45 --- 100,00%
n 8 3 --- 11
Eliminação intestinal
% 72,73 27,27 --- 100,00%
Higiene corporal n 7 4 --- 11
49

% 63,64 36,36 --- 100,00%


n 6 5 --- 11
Curativos
% 54,55 45,45 --- 100,00%
n 7 4 --- 11
Dimensão biológica
% 63,64 36,36 --- 100,00%
n 8 3 --- 11
Dimensão psicológica
% 72,73 27,27 --- 100,00%
n 7 4 --- 11
Dimensão social
% 63,64 36,36 --- 100,00%
n 7 4 --- 11
Dimensão espiritual
% 63,64 36,36 --- 100,00%
n 7 4 --- 11
Intervenção no ato terminal
% 63,64 36,36 --- 100,00%
n 7 4 --- 11
Intervenção na pós-morte
% 63,64 36,36 --- 100,00%

A validade de conteúdo está representada pela Tabela 5 com o


intuito de visualizar a classificação do protocolo com suas respectivas
frequências absolutas no histórico e intervenções de enfermagem.
Ao analisar a Tabela 5, observa-se quanto ao aspecto do histórico
de enfermagem que o valor mais elevado de concordâncias foi nos quesitos
nível de consciência, ventilação, alimentação e hidratação, com uma
porcentagem de 81,82% e apenas 18,18% para serem ajustadas. Apesar de o
percentual ter variado entre os itens avaliados, percebe-se que o mínimo
obteve um valor de 54,55% para adequação do protocolo, o que confere
relevância do material.
O que chamou a atenção foi a presença de 27,27% na classificação
inadequada referente ao tópico estado de consciência, havendo discordância
com os demais juízes.
Vale salientar que no aspecto das intervenções de enfermagem
63,64% correspondente a sete juízes concordaram que o protocolo estava
adequado para as dimensões biológica, social e espiritual, bem como as
intervenções no ato da terminalidade e cuidados pós-morte, entretanto, a
dimensão psicológica apresentou 72,73% de acordo para adequação do
instrumento entre oito juízes.

5.4 ADEQUAÇÃO DO PROTOCOLO ASSISTENCIAL


50

Durante a leitura do protocolo, os enfermeiros foram orientados a


registrar no próprio material as correções e recomendações que julgassem
necessárias. Desta orientação, houve sugestões consideradas pertinentes, as
quais foram acatadas com vistas a aperfeiçoar o protocolo proposto.
Reformulou-se o instrumento com base nos seguintes critérios:
sugestões com mais de 50% dos juízes nos blocos histórico de enfermagem e
intervenção de enfermagem, bem como corroborar com a literatura por meio
das evidências extraídas da revisão integrativa. Essas alterações podem ser
visualizadas na íntegra no APÊNDICE E.
As sugestões dizem respeito a alguns itens que poderiam causar
confusão ao profissional enfermeiro em sua aplicação. Primeiramente, foi
retirado o item “estado de consciência” contido no histórico de enfermagem. Foi
acrescentada no tópico de nível de consciência a Escala de Performance
Paliativa (PPS) por se tratar de um instrumento voltado para os cuidados
paliativos e mantida a Escala de Coma de Glasgow (ECG) e Escala de Ramsay
no mesmo bloco.
No quesito acesso venoso do histórico de enfermagem,
acrescentou-se a via subcutânea associada ao uso de “Hipodermóclise” no
item da hidratação. Em seguida, realizou-se a adaptação dos itens propostos
para alimentação, como “não aceita”. Na eliminação vesical, houve introdução
dos itens: “Anúria”, “Nefrostomia”, “Ureterostomia”, “Briker”, “Urostomia” e
“Colostomia úmida”.
Nos itens correspondentes à eliminação intestinal, acrescentou-se o
termo “Ausentes” e “Jejunostomia”. Seguindo a análise das observações, no
item higiene corporal, complementou-se com “Banho de aspersão com auxílio”,
“Banho de aspersão sem auxílio”, “Higiene oral e íntima”.
Um dos juízes sugeriu acrescentar um tópico de grande relevância,
como o sono e repouso, o qual foi adicionado ao protocolo com as
características “Preservado” e “Comprometido”. Quanto ao quesito curativos,
procurou-se melhorar introduzindo o curativo cirúrgico e a avaliação do aspecto
de cada parte deste tópico.
51

Após a análise das intervenções de controle da dor, foram excluídos


os seguintes itens: “Observar a ocorrência de indicadores não verbais de
desconforto”, pois já havia contemplado no número anterior, e “Usar medidas
de controle antes do agravamento”, sem necessidade para o protocolo.
No tocante à intervenção controle dos sintomas respiratórios,
percebeu-se a necessidade de deixar mais claro o item 9 quando ressalta uma
medida para aliviar a tosse. Da mesma forma, na intervenção controle de
náuseas e vômitos, foram necessários mais detalhes quanto à explicação da
medida não farmacológica expressa no item 10.
Para a intervenção da fadiga, acrescentou-se os tipos de atividades
que poderão ser realizadas para minimizar esse desconforto, bem como o uso
de canções e massagens estimulantes expressas no item 9.
Com relação à dimensão psicológica no cuidado psicológico,
procurou-se ajustar a identificação das fases de Kübler-Ross em “sinais de
negação, raiva, barganha, depressão e aceitação”, sendo registrada nas 24h, e
não por turno conforme a proposta inicial.
Na mesma intervenção, retirou-se “escutar o paciente ativamente e
solicitar serviço psicológico” das fases de Kübler-Ross, uma vez que não se
trata de um componente desta fase. Portanto, este item passou a compor o
primeiro da sequência desta intervenção.
Na dimensão espiritual em que se ressalta a intervenção apoio
espiritual, um juiz sugeriu o detalhamento dos recursos espirituais listados no
item 7, como “eucaristia”, “unção dos enfermos”, “água benta”, “reza do terço”,
“orações”, “óleo ungido” e “água fluidificada”.
Durante o ato da terminalidade, apenas foi acrescentado no item 2 o
“cuidado com janelas”, “sons ambientes” e “temperatura”. Referente à
intervenção cuidados pós-morte, foi necessária a introdução do horário do
óbito, uma vez que a morte é um evento pontual. Um enfermeiro julgou a
modificação do item 7 para “oferecer apoio e escuta aos familiares durante a
permanência no hospital e após sepultamento por meio de contato telefônico”,
e, por fim, um ajuste no último item (registrar as medidas adotadas no
prontuário) desta intervenção proposta pelo protocolo assistencial.
52

6 DISCUSSÃO

6.1 ANÁLISE QUANTO À REVISÃO INTEGRATIVA

Concebe-se que a fase final da vida humana deve ser cuidada tão
quanto no momento em que as pessoas estão criticamente enfermas com
potencial de cura previsível. É nessa seara que emerge a modalidade dos
cuidados paliativos na assistência de enfermagem em unidades de terapia
intensiva com o enfoque nos aspectos físicos, comunicativos e nos preceitos
bioéticos.
Ficou clara a supremacia dos aspectos físicos nos cuidados
paliativos sobre os demais achados. Concorda-se quanto à implantação de
planos terapêuticos paliativistas, dos quais a prioridade abarca o controle da
dor e desconforto em prol da promoção do bem-estar. Cabe ressaltar que a
suspensão de tratamento fútil faz parte do enfoque paliativo e que as medidas
ainda não são totalmente efetuadas na prática médica devido à repercussão de
cunho legal. (SANTOS et al, 2012)

Ressalta-se que os cuidados de enfermagem nessas unidades de


tratamento são voltados para procedimentos técnicos por meio de normas e
rotinas. Os estudos abordam a presença desse cuidado, além da execução dos
53

mesmos cuidados prestados aos pacientes com possibilidades de cura


juntamente à ausência no enfoque emocional, espiritual e promoção da
dignidade durante a morte e o morrer. Esse cuidar técnico é enfatizado na
prática curativa, porém não se deve esquecer um olhar mais além do curar.
(SADALA; SILVA, 2008).
Diante dessa conjuntura nas regiões do sudeste e sul do Brasil,
esses cuidados são desenvolvidos em hospices, pois proporcionam um manejo
adequado da equipe multiprofissional diante da morte e da capacidade de
perceber o desejo dos pacientes quanto às medidas invasivas, bem como
preservar a vida com dignidade e respeito, principalmente sem manobras de
ressuscitação, devendo apenas humanizar o processo de morrer
transcendendo às limitações do cuidado tecnicista.
Ao analisar esses estudos, constata-se que não há padronização
dos cuidados paliativos nas unidades estudadas. Existem diferentes modelos,
como o integrativo, que incorpora as intervenções paliativas na prática do
cotidiano dos intensivistas, e o consultivo, que ocorre por meio de
interconsultas com equipes de cuidados paliativos, incorporado à prática dos
cuidados em unidades de alta complexidade (BIONDO; ARAÚJO; SILVA,
2013).
Corroborando com os achados, uma revisão sistemática realizada
em Portugal no ano de 2011 mostrou que os componentes principais
envolvidos nos cuidados paliativos são: o alívio dos sintomas; o apoio
psicológico, espiritual e emocional; o apoio à família durante o luto e a
interdisciplinaridade. Após a análise de 14 estudos, os autores puderam
construir um checklist abordando cuidados de higiene, alimentação, eliminação,
alternância de decúbito, uso de equipamentos, controle dos sintomas e
administração de medicamentos. A comunicação parte da negociação e
envolvimento na tomada de decisão através da segurança da equipe
multidisciplinar (FONSECA; REBELO, 2010).
Silva, Amaral e Malagutti (2013) afirmam que os cuidados finais de
vida são essenciais e devem ser proporcionados de maneira individual em todo
o momento da internação em unidades de terapia intensiva. É primordial que o
54

enfermeiro intensivista adquira as habilidades necessárias para realizar


adequadamente os cuidados paliativos. Além disso, os alicerces se ancoram
nos quatro princípios bioéticos (autonomia, justiça, beneficência e não
maleficência) para promover qualidade de vida.
Concorda-se com Biondo, Silva e Dal Secco (2009) quando trazem
em seus estudos a deficiência no conhecimento acerca desses princípios, bem
como dos conceitos de eutanásia, distanásia e ortotanásia pelos enfermeiros
que vivem em sua prática o processo de finitude, o que incapacita o uso destes
em busca cada vez mais do morrer dignamente.
Estudiosos no assunto propuseram ações que o enfermeiro deve
exercer enquanto atuante multidisciplinar em UTI, a saber: cumprir os
princípios bioéticos, assegurando que as informações possam chegar aos
pacientes e sua família na tomada de decisão livre e consciente; a cada ação
ou discussão da equipe, assegurar a justiça, respeito, competência,
responsabilidade e honestidade visando à promoção do ser humano na
totalidade em situação de morte e pós-morte (SILVA; AMARAL; MALAGUTTI,
2013).
Ainda deve-se objetivar a ortotanásia; individualizar o cuidado;
promover alívio do sofrimento e qualidade de vida; utilizar habilidades de
comunicação verbal e não verbal; a cada ação técnica assegurar que não está
realizando distanásia; participar ativamente das decisões; capacitar-se
científica e humanamente; fazer elo entre conhecimento biológico e
humanidades durante as decisões; valorizar a comunicação verbal otimista;
identificar situações discordantes dos princípios bioéticos e cuidar sempre do
binômio paciente-família.

As ações nacionais estão em consonância quando enfoca através


da Câmara Técnica em controle da dor e cuidados paliativos as ações de
controle da dor e CP no âmbito coletivo ou individual na assistência pública; as
recomendações das ações nas entidades públicas e privadas que integram o
SUS, a incorporação tecnológica das ações; projeto de incentivo; estruturação
de redes de atenção; formação e qualificação profissional e avaliação dos
estudos e pesquisas na área (BRASIL, 2006c).
55

É incontestável que a expectativa de vida vem aumentando


significativamente e a medicina tem permitido o tratamento de diversas
doenças, entretanto, em muitas situações, a tecnociência leva a um
prolongamento do processo de terminalidade, surgindo assim dilemas éticos na
sua prática cotidiana.
Diante do exposto, a vigilância ética representa fundamental
importância em não deixar que a máquina seja mais importante do que o ser
cuidado. Concorda-se ao dizer que a obstinação terapêutica frequentemente
vivenciada nas unidades de terapia intensiva é geradora de grande sofrimento
e infringe a dignidade do paciente em estado terminal. Há, sem dúvida, a
obrigação moral em tratar e curar um paciente, porém deve ser medida
conforme as situações concretas avaliando os meios terapêuticos de cunho
objetivo e proporcionando as perspectivas de melhoramento (PESSINI, 2011).
Um aspecto imprescindível na relação equipe-paciente-família é a
troca de informações, principalmente quando o diagnóstico se caracteriza como
desfavorável provocando sentimentos intensos de dor. Com isso, a
comunicação tem sido uma tarefa difícil de ser vivenciada entre as equipes que
trabalham em UTI. Uma das dificuldades neste aspecto é o sentimento de
medo na falha terapêutica, bem como o medo de ser considerado culpado,
impotente e preocupação em âmbito legal (RIBEIRO, 2008).
Também estabelece alguns princípios que devem ser elencados
para que a comunicação seja efetiva, como escolher um momento de descanso
e com tempo necessário; avaliar o estado emocional e psicológico do paciente;
uso de linguagem clara e simples, sem termos técnicos; ser humanitário;
fornecer informações reais; assegurar a continuidade da conversa
posteriormente; e uniformizar as informações com os demais profissionais
envolvidos.
Os profissionais de saúde sentem-se despreparados para ter um
diálogo quando os pacientes estão nessa fase da vida, tendenciado, assim, a
falar mais tecnicamente e sem detalhes para evitar possíveis questionamentos.
É necessária a criação de habilidades na comunicação para a tomada de
56

decisão bem informada e promover qualidade de fim de vida (REYNIERS et al,


2014; EPNER; BAILE, 2014; MEDEIROS; BONFADA, 2012).

6.2 ANÁLISE QUANTO À VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO

A validação de um conteúdo requer a construção de instrumentos


com rigor metodológico a partir de desenhos em que as etapas estejam bem
definidas (MARTIN ARRIBAS, 2004).
Vale salientar que a referida pesquisa obedeceu a três etapas
preestabelecidas, a saber: 1) realização da revisão integrativa; 2) elaboração
do protocolo assistencial; e 3) validação do conteúdo através de juízes com
experiência na terminalidade.
Quanto ao perfil dos colaboradores da pesquisa, verificou-se que a
maioria foi do sexo feminino e especialistas. A predominância de mulheres na
pesquisa reitera a característica da enfermagem. Essa questão de gênero
persiste desde o início da profissão, pois o cuidado era exercido
eminentemente por mulheres (STEIN BACKES et al, 2008).
Em relação à titulação, a maioria era especialista, o que configura a
necessidade das instituições de assistência hospitalar incentivar seus
enfermeiros quanto à inserção em programa de pós-graduação, garantindo
dessa forma qualidade e aprimoramento profissional. Referente ao tempo do
exercício profissional, percebeu-se que a média representou 10,27 anos,
permitindo identificar que os cuidados prestados no tocante à terminalidade são
executados por profissionais experientes na área.

Ao analisar a validade de conteúdo propriamente dito, os resultados


obtidos por meio do cálculo do IVC mostraram-se válidos para 67% das
respostas analisadas pelos juízes, visto que o valor do nível de concordância
entre eles foi no mínimo de 0,9. Corrobora-se com Alexandre e Coluci (2011)
quando se recomenda a taxa de concordância não inferior a 0,78. Sendo
57

assim, observa-se que o ponto de corte foi alcançado através do valor


encontrado.
De acordo com a teoria postulada por Pasquali (2003), a validação
de conteúdo consiste quando os itens de um instrumento correspondem ao que
se deseja mensurar, que representam fidedignamente seus objetivos
propostos, sendo avaliados por um corpo de especialistas em questão.
Um ponto crucial que merece destaque no referido trabalho diz
respeito às intervenções propostas para o protocolo, pois houve um nível de
concordância considerável das dimensões humanas biológica, social e
espiritual, além dos cuidados no ato da terminalidade e pós-morte, perfazendo
o ajuizamento de sete avaliadores para adequação do instrumento.
Destarte, este protocolo assistencial considerou-se válido, uma vez
que ultrapassou o ponto de corte proposto por Alexandre e Coluci (2011), bem
como do total de respostas favoráveis à validação em 67%. Mesmo assim, há
necessidade de novos estudos porque esta temática é permeada em um
universo de saberes e pormenores do ser humano.
Cabe destacar a impossibilidade de realizar uma segunda rodada
entre os juízes devido ao curto espaço de tempo. Com isso, necessita-se da
continuidade do processo de validação deste protocolo no tocante ao seu
melhoramento e futura aplicabilidade clínica.

6.3 ANÁLISE QUANTO À ADEQUAÇÃO DO PROTOCOLO APÓS A


VALIDAÇÃO

A elaboração do protocolo aconteceu após as evidências extraídas


da literatura científica e pela prática clínica dos enfermeiros assistenciais
intensivistas e docentes atuantes na temática proposta.
58

Quanto à adequação do protocolo assistencial, considerou-se as


% Deambulação Atividade e evidência da Autocuidado Ingesta Nível da
doença Consciência

observações e sugestões apresentadas pelos avaliadores conforme o critério


exposto anteriormente devido a sua pertinência nas ações no final de vida.
Após essa análise, procurou-se adequar o instrumento proposto.
Em relação ao histórico de enfermagem na avaliação do nível de
consciência, acrescentou-se a PPS, embora apenas um juiz tenha sugerido o
uso dessa escala por ser comumente utilizada em cuidados paliativos.
Segundo Maciel e Carvalho (2009), os escores dessa Escala
permitem avaliar o estado funcional do paciente continuamente, além de ser
um excelente instrumento de comunicação entre equipe interdisciplinar e o
enfermo. A seguir, pode-se visualizar os itens da PPS pela Figura 3.
59

100 Completa Atividade normal e trabalho; Completo Normal Completa


sem evidência de doença
90 Completa Atividade normal e trabalho; Completo Normal Completa
alguma evidência de doença
80 Completa Atividade normal com Completo Normal ou Completa
esforço; alguma evidência reduzida
de doença
70 Reduzida Incapaz para o Trabalho; Completo Normal ou Completa
Doença significativa reduzida
60 Reduzida Incapaz para Assistência Normal ou Completa ou
hobbies/trabalho doméstico ocasional reduzida períodos de
Doença significativa confusão
50 Maior parte de tempo Incapacitado para qualquer Assistência Normal ou Completa ou
sentado ou deitado trabalho; Doença extensa Considerável reduzida períodos de
confusão
40 Maior parte do tempo Incapaz para a maioria das Assistência Normal ou Completa ou
acamado atividades. Doença extensa quase completa reduzida sonolênci
+/- confusão
30 Totalmente acamado Incapaz para qualquer Dependência Normal ou Completa ou
atividade. Doença extensa Completa Reduzida sonolência
+/- confusão
20 Totalmente acamado Incapaz para qualquer Dependência Mínima a Completa ou
atividade. Doença extensa Completa pequenos sonolência
goles +/- confusão
10 Totalmente acamado Incapaz para qualquer Dependência Cuidados com Sonolência ou
atividade. Doença extensa Completa a boca coma
+/- confusão
0 Morte - - - -
Figura 3. Victoria Hospice Society. J Pall Care, v. 9, n. 4, p. 26-32. Tradução livre de Maria
Goretti Maciel/Ricardo Tavares de Carvalho, 2009.

Ainda nesse enfoque, as Escalas de Coma de Glasgow e de


Ramsay foram mantidas no mesmo bloco, que segundo Morton e Fontaine
(2013) servem para avaliação rápida dos pacientes internados em UTI, bem
como a de Ramsay, quando existe o uso de sedação.
Em relação à hidratação e manejo de drogas em pacientes
assistidos em UTI no contexto dos cuidados paliativos, a Hipodermóclise é uma
alternativa por meio da via subcutânea, sendo segura, eficaz e, sobretudo,
confortável.
Ressalvada por Oliveira e Carvalho (2013) e CREMESP (2008),
essa técnica consiste na infusão de líquidos na hipoderme com scalp ou jelco
de calibre variados entre 18G a 27G conforme avaliação e quantidade de
tecido subcutâneo nas regiões da face externa das coxas, escapular, face
anterolateral do abdômen, parte anterior do tórax e anterior dos braços. Deve-
se atentar para que o volume de líquidos não ultrapasse 3000 ml nas 24h e as
soluções sejam isotônicas. A manutenção do cateter ocorre a cada 4h,
podendo permanecer in situ até 72h.
60

No tocante à eliminação vesical com a adição de derivações


urinárias do tipo “Ureterostomia”, “Briker”, “Urostomia” e “Colostomia úmida” no
protocolo, percebe-se que é comum o uso de tais ostomias, pois diante das
considerações de Costa (2007) o uso melhora a qualidade de vida dos
pacientes em CP. A colostomia úmida também conhecida como
ureterossigmoidostomia permite a saída de urina e fezes em um mesmo
estoma. A ureteroileostomia ou derivação de Briker consiste na implantação
dos ureteres em segmento isolado de íleo terminal.
Dentre as variáveis correspondentes ao histórico de enfermagem,
acrescentou-se o item sono e repouso, pois um juiz sugeriu por ser uma das
necessidades importantes que o paciente apresenta diante de sua
terminalidade. Este aspecto é abordado por Kretzer (2012) quando a alteração
do padrão sono-vigília é modificado devido a inúmeros fatores, como
ambientais, interrupção do sono para a realização de coletas de exames,
ansiedade, uso de sedativos e analgésicos. Percebe-se que a manutenção do
sono deve ser estimulada ao máximo a fim de promover qualidade no final de
vida, como também minimização de eventos estressantes.
Com relação aos aspectos de controle de sintomas respiratórios e
digestórios, foi sugerido uma ênfase maior no que se refere às medidas não
farmacológicas para o alívio desses desconfortos.

É notória a presença das terapias integrativas e complementares


também no cuidado paliativo. Trata-se de ações paliativas não invasivas e
aceitas pelos pacientes durante esse processo. Uma unidade de CP deve
contar com recursos, como psicoterapia, acupuntura, massagens e técnicas de
relaxamento corporal e musicoterapia (CREMESP, 2008).
Corroborando com essas ações, Amaral e Silva (2013) acrescentam
ainda as modalidades de acupressão, eletroacupuntura, shiatsu, reflexologia,
aromaterapia, meditação, arteterapia, terapia floral, reiki e toque terapêutico.
Ressalta-se que a visão holística dos cuidados complementares
integra de forma clara algumas das teorias de enfermagem. Dentre elas,
destaca-se o modelo de Henderson elencando as 14 necessidades básicas do
ser humano; a Teoria de Peplau das relações interpessoais; Rogers descreve a
61

importância do campo energético do ser humano como sistema de energias;


Leninger através da Teoria da Diversidade e da Universalidade dos cuidados
culturais e Watson com o cuidado transpessoal (TOMEY; ALLIGOOD, 2010).
A respeito da dimensão espiritual, um dos juízes mostrou a clareza
da descrição ao abordar os recursos espirituais na intervenção apoio espiritual.
Aitken (2008) diz que o atendimento espiritual deverá ser oferecido de acordo
com as crenças religiosas e correspondem à qualidade no fim de vida. O
cuidado paliativo reconhece que as curas espirituais podem acontecer mesmo
quando a cura física é impossibilitada.
A última intervenção sugerida após a avaliação dos juízes foi no
cuidado pós-morte em que houve a necessidade de adicionar a conduta de
oferecer apoio e escuta aos familiares durante a permanência no hospital e
após sepultamento por meio de contato telefônico.
A finitude da vida não termina com o preparo do corpo. Silva (2014)
evidencia que a dor e o sofrimento do outro, no caso a família, tem de ser
compartilhada e expressa pelos sujeitos, uma vez que a humanização transita
no diálogo, gerando, assim, a possibilidade de reinventar a vida e o morrer com
o outro.
62

7 CONCLUSÃO

A validação de conteúdo que visa validar uma proposta de protocolo


assistencial de enfermagem para pacientes em terminalidade internados em
Unidades de Terapia Intensiva foi realizada por 11 juízes. Do total, a maioria
era do sexo feminino, especialistas, média de idade de 36,64 anos e tempo de
trabalho de 10,27 anos em média.
Durante o processo de julgamento, os juízes avaliaram 15 quesitos
divididos em histórico e intervenções de enfermagem. Obteve-se um percentual
de 67,27% das respostas consideradas adequadas ao protocolo assistencial,
30,91% adequadas, porém necessitando de alterações, e apenas 1,82% dos
juízes julgou o quesito estado de consciência no bloco do histórico de
enfermagem como inadequado.
O índice de validade de conteúdo aplicado ao protocolo assistencial
durante o processo de terminalidade mostrou-se favorável, uma vez que a
avaliação global totalizou no mínimo 0,9.
Ressalta-se que as sugestões dos juízes foram acatadas em sua
maioria buscando uma melhor compreensão e clareza dos itens que
compunham o instrumento visando torná-lo exequível.
Após a realização da validação e inclusão das sugestões por parte
dos colaboradores da presente pesquisa, construiu-se uma nova proposta de
protocolo assistencial de enfermagem durante o processo de terminalidade.
Na reformulação, retirou-se apenas o item estado de consciência
que compõe o histórico de enfermagem por ter sido julgado inadequado para
essa proposta, bem como foi acrescentado o quesito sono e repouso conforme
recomendado.
Como produto final, este protocolo apresenta-se válido, porém é
imprescindível a realização de novos estudos com amostra maior para uma
representatividade e poder de generalização.
As limitações do estudo foram a não disponibilidade de alguns
juízes, reduzindo, assim, o tamanho da amostra, como também o longo período
63

referente à devolução dos protocolos devidamente preenchidos e avaliados,


além da impossibilidade da aplicação da técnica de Delphi devido ao curto
espaço de tempo.
Cabe salientar que esta pesquisa não encerra aqui, faz-se
necessária uma nova rodada do protocolo aos juízes para uma nova
apreciação, além da continuidade do processo com a validação de critério para
prática clínica em um possível doutoramento.

REFERÊNCIAS
64

ACADEMIA NACIONAL DE CUIDADOS PALIATIVOS. Manual de cuidados


paliativos. Rio de Janeiro: Diagraphic, 2009, p.320.

ALEXANDRE, Neusa Maria Costa; COLUCI, Marina Zambon Orpinelli.


Validade de conteúdo nos processos de construção e adaptação de
instrumentos de medidas. Ciência & Saúde Coletiva. v.17, n.7, p.3061-3068,
2011. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/csc/v16n7/06.pdf>. Acesso em:
20 dez. 2014.

ALMEIDA, Francisca Pereira de; VELOSO, John Wesley Nascimento; BLAYA,


Rosangela Pereira. Humanização em UTI. In: ARRUDA, A. et al (org).
Representando a alteridade. Petrópolis: Vozes, 2006.

ALMEIDA, Marco Antônio Bettine; GUTIERREZ, Gustavo Luís; MARQUES,


Renato. Qualidade de vida. São Paulo: EACH, 2012.

ALVES, Everton Fernando. A comunicação da equipe de enfermagem com o


paciente em cuidados paliativos. Ciências Biológicas e da Saúde. Londrina,
v.34, n.1, p. 55-62, jan./jul. 2013. Disponível em:
<www.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/download/.../13736>.
Acesso em: 17 dez. 2014.

AMARAL, Juliana Bezerra; POVEDA, Maria Antonia Martorell; MENEZES,


Maria do Rosário. A enfermagem e os cuidados paliativos à pessoa idosa.
In: Silva RS, Amaral JB, Malagutti W. Enfermagem em cuidados paliativos.
Cuidando para uma boa morte. São Paulo: Martinari, p. 454, 2013.

AMARAL, Juliana Bezerra; SILVA, Maria Júlia Paes. Práticas


Complementares e os Cuidados Paliativos. In: Silva RS, Amaral JB,
Malagutti W. Enfermagem em cuidados paliativos. Cuidando para uma boa
morte. São Paulo: Martinari, p. 454, 2013.

ANDRADE, Cristiani Garrido de; COSTA, Solange Fátima Geraldo da; LOPES,
Maria Emília Limeira. Cuidados paliativos: a comunicação como estratégia de
cuidados para o paciente em fase terminal. Ciência & Saúde Coletiva. v 18,
n.9, p.2523-2530, mai. 2013. Disponível
em:<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-
81232013000900006&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 17 dez. 2014.

AITKEN, Eleny Vassão de Paula. Papel do assistente espiritual na equipe


deCuidados Paliativos. ACADEMIA NACIONAL DE CUIDADOS PALIATIVOS.
Manual de cuidados paliativos. Rio de Janeiro: Diagraphic, 2009, p.320.

BARUZZI, Antônio Cláudio de A; IKEOKA, Dimas T. Terminalidade e cuidados


paliativos em terapia intensiva. Rev Assoc Med Bras, São Paulo, v.59, n.6,
65

p.528-530, nov.2013. Disponível em:


<http://dx.doi.org/10.1016/j.ramb.2013.06.018>. Acesso em: 16 nov. 2014.

BIONDO, Chaiane Amorim; ARAÚJO, Mônica Martins Trovo; SILVA, Maria


Júlia Paes. Cuidados paliativos em terapia intensiva: diretrizes para atenção
aos pacientes e familiares sob a ótica da bioética.In: SILVA, Rudval Souza;
AMARAL Juliana Bezerra; MALAGUTTI William. Enfermagem em cuidados
paliativos: cuidando para uma boa morte.1ed. São Paulo: Matinari. 2013,
p.427.

BIONDO, Chaiane Amorim; SILVA, Maria Júlia Paes; Dal secco, Lígia Maria.
Dysthanasia, eutanásia, orthotanasia: the perceptions of nurses working in
intensive care units and care implications. Revista Latino-Americana de
Enfermagem (on line), Ribeirão Preto, São Paulo, v.15, n.5, set. 2009.
Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
11692009000500003>. Acesso em: 17 nov. 2013.
BOFF, Leonardo. Saber cuidar: ética do humano-compaixão pela terra. 20 ed.
Petrópolis, Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2014. p.248.

BULECHEK, Glória M; BUTCHER, Howard K; DOUCHTERMAN, Joanne


McCloskey. Classificação das Intervenções de Enfermagem, [tradução
Soraya Imom de Oliveira et al], Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

BURLÁ, Cláudia; PY, Lígia. Humanizando o final da vida em pacientes idosos:


manejo clínico e terminalidade. In: PESSINI, Léo; BERTACHINI, Luciana.
(orgs). Humanização e Cuidados Paliativos. 5.ed. São Paulo: Edições
Loyola, 2011. p.344.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República do Brasil. Brasília,


DF: Senado, 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> . Acesso
em: 20 jul 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde,


Brasília, Série E. Legislação de Saúde, 2006a. p.1-8.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento


de Atenção Básica. Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares no SUS-PNPIC-SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 2006b.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria MS/GM Nº 3.150, de 12 de dezembro


de 2006. Institui a Câmara Técnica em Controle da Dor e Cuidados Paliativos.
Brasília: Ministério da Saúde. 2006c. Disponível em:
<http://www.cremesp.org.br/?siteAcao=LegislacaoBusca&nota=362>. Acesso
em: 15 dez. 2014.
66

BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução Nº 466, de 12 de dezembro


de 2012. Disponível em:
<http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf>. Acesso em: 17
dez. 2014.

CERVO, Amado. L; BERVIAN, Pedro. A; SILVA, Roberto. Metodologia


científica. 6 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

CORREIA, Fernanda Ribeiro; DE CARLO, Marysia Mara Rodrigues do Prado.


Avaliação de qualidade de vida no contexto dos cuidados paliativos: revisão
integrativa de literatura. Revista Latino-Americana de Enfermagem. Ribeirão
Preto, São Paulo, v.20, n.2, abr/mai. 2012. Disponível em:
<http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=281422733025>. Acesso em: 10 mai.
2012.

CÓDIGO CIVIL. (REDAÇÃO FINAL , aprovada em 06/12/2001). P a r t e g e r


a l. Disponível em:
<http://www.culturabrasil.pro.br/zip/novocodigocivilbrasileiro.pdf> . Acesso em:
12 mai 2013.

COSTA, Luciana Maria Pyramo. Qualidade de vida e complicações


decorrentes da colostomia úmida em dupla-boca como opção de desvios
urinário e fecal simultâneos. 2007, 80f. Dissertação (Mestrado). Universidade
Federal de Minas Gerais. Faculdade de Medicina. Belo Horizonte. 2007.

CHAVES, Adriano Aparecido Bezerra; MASSAROLLO, Maria Cristina Komatsu


Braga. Percepção de Enfermeiros sobre dilemas éticos relacionados a
pacientes terminais em Unidades de Terapia Intensiva. Revista da Escola de
Enfermagem USP, São Paulo, v.1, n.43, p.30-36, jun. 2008. Disponível em:
<www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080>. Acesso em: 13 mai.
2012.

CREMESP. Cuidado Paliativo. Coordenação institucional de Reinaldo Ayer de


Oliveira. São Paulo: Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo,
2008.

EPNER, Daniel E,BAILE Walter F. Difficult Conversations: Teaching Medical


Oncology Trainees Communication Skills One Hour at a Time. Acad Med
(online), v.89, n.4, p.578-584, 2014. Disponível em: <
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24556763 >. Acesso em: 10 mar. 2014.

FEHRING Richard. Methods to validate nursing diagnosis. Heart & Lung. v.


6, n.6, p.625-629, 1987. Disponível em:
<http://epublications.marquette.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1026&context=n
ursing_fac>. Acesso em: 19 de nov. 2014.
67

FIRMINO, Flávia. Papel do enfermeiro na equipe de cuidados paliativos. In:


ACADEMIA NACIONAL DE CUIDADOS PALIATIVOS. Manual de cuidados
paliativos. Rio de Janeiro: Diagraphic, 2009.

FLORIANI, Ciro Augusto. Moderno movimento hospice: Kalotanásia e o


revivalismo estético da boa morte. Revista Bioética. jul 18 v. 21, n. 3, 2013.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/bioet/v21n3/a03v21n3.pdf>. Acesso
em: 21set. 2014.

FONSECA, João Vicente César; REBELO, Teresa. Necessidades de cuidados


de enfermagem do cuidador da pessoa sob cuidados paliativos. Revista
Brasileira de Enfermagem (online), Portugal, v.64, n.1, jul. 2010. Disponível
em: <http://www.redalyc.org/pdf/2670/267019462026.pdf>. Acesso em: 11 nov.
2013.

FORTE, Daniel Neves. Predições probabilísticas em cuidados paliativos. In:


MORITZ, Rachel Duarte. Cuidados Paliativos nas Unidades de Terapia
Intensiva. São Paulo: Atheneu, 2012.

HULLEY, Stephen B. et. al., Delineando a pesquisa clínica: uma abordagem


epidemiológica. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p.384.

KRETZER, Lara Patrícia. Cuidados Paliativos-Identificação e controle dos


sintomas. In: MORITZ, Rachel Duarte. Cuidados Paliativos nas Unidades de
Terapia Intensiva. São Paulo: Atheneu, 2012.

LENTZ, Rosemery Andrade et al. O profissional de enfermagem e a qualidade


de vida: uma abordagem fundamentada nas dimensões propostas por
Flanagan. Revista Latino-Americana de Enfermagem (on line), Ribeirão
Preto, v.8, n.4, p.7-14, agos. 2000. Disponível em:
<www.scielo.br/pdf/rlae/v8n4/12378.pdf>. Acesso em: 09 abr. 2012.

LIRA, Ana Luisa Brandão de Carvalho; LOPES, Marcos Venícios de Oliveira.


Diagnóstico de enfermagem: estratégia educativa fundamentada na
aprendizagem baseada em problema. Revista Latino-Americana de
Enfermagem(on line). jul.-ago. 2011,v.19, n.4, p. 1-8. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1590/S0104-1169201100040001 jul.-ago> . 2011. Acesso
em: 07 nov. 2013.

MARTIN ARRIBAS, Maria Concepción. Diseño y validación de cuestionarios.


Matronas Profesion, v.5, n.17, s/p, 2004.

MACHADO, Regimar Carla. Estudo e validação de protocolo dos cuidados


na assistência circulatória por balão intra aórtico em pacientes com
insuficiência cardíaca refratária. 2010. 123f. Tese. (Doutorado) –
Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Programa de
Pós-Graduação em Cirurgia Cardiovascular.
68

MACIEL, Maria Goretti Sales; CARVALHO, Ricardo Tavares. PALLIATIVE


PERFORMANCE SCALE PPS VERSÃO 2. Tradução para a língua
portuguesa. São Paulo, 2009.

MCCOUGHLAN, Marie. A necessidade de cuidados paliativos. In: PESSINI,


Léo; BERTACHINI, Luciana. (orgs). Humanização e Cuidados Paliativos.
5ed. São Paulo: Edições Loyola, 2011. p.344.

MEDEIROS, Ylana Karine Fonseca; BONFADA, Diego. Refletindo sobre a


finitude: um enfoque na assistência de enfermagem frente à terminalidade.
Revista Rene, v.13, n.4, p.854-852, abr. 2012. Disponível em: <
http://www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/view/1079/pdf > .
Acesso em: 13 nov. 2013.

MENEZES, Milene Barcellos; SELLI, Lucilda; ALVES, Joseane de Souza.


Distanásia: percepção dos profissionais da enfermagem. Revista Latino-
Americana de Enfermagem (on line), Ribeirão Preto, v.17, n.4, p.1-7, jul/ago.
2009. Disponível em: <www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-
11692009000400002...sci>. Acesso em: 2 jul. 2012.

MORTON, Patrícia Gonce; FONTAINE, Dorrie K. Cuidados críticos de


enfermagem: uma abordagem holística. 9 ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2013.

MORITZ, Rachel Duarte et al. II Fórum do “Grupo de Estudos do Fim da


Vida do Cone Sul”: definições, recomendações e ações integradas para
cuidados paliativos na unidade de terapia intensiva de adultos e pediátrica.
v.23. n.1. RBTI, 2011.

MORITZ, Rachel Duarte. Cuidados Paliativos nas Unidades de Terapia


Intensiva. São Paulo: Atheneu, 2012.

NEWMAN, Thomas B et al. Delineando um estudo observacional: estudos


transversais e de caso-controle. In: HULLEY, SB. Delineando a pesquisa
clínica: uma abordagem epidemiológica. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.

NILSON, Cristine. Cuidado paliativo na UTI: o papel da enfermagem na equipe


multidisciplinar. In: MORITZ, Rachel Duarte. Cuidados Paliativos nas
Unidades de Terapia Intensiva. São Paulo: Atheneu, 2012.

OLIVEIRA, Fernanda Feitosa Silva; CARVALHO, Evanilda Souza de Santana.


Hipodermóclise: Alternativa para administração de drogas e soluções no
contexto dos cuidados paliativos. In: SILVA Rudval Souza, AMARAL Juliana
Bezerra, MALAGUTTI William. Enfermagem em cuidados paliativos.
Cuidando para uma boa morte. São Paulo: Martinari, 2013, p.454.
69

PASQUALI, Luiz. Psicometria: teoria dos testes na psicologia e na


educação. 1ed. v.1. Petrópolis: Vozes, 2003.

PESSINI, Léo; BARCHIFONTAINE, C. de Paul de. Problemas atuais de


bioética, 8 ed. Revista e ampliada, São Paulo: Editora Loyola, 2007, p.351-
366.

_______, Léo. Distanásia: Até quando investir sem agredir? Revista Bioética,
América do Norte, 4 nov. 2009. Disponível em:
<http://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/view/394/357
>. Acesso em: 14 jan. 2011.

PESSINI Léo. Como lidar com o paciente em fase terminal. 11ed. São
Paulo: Editora Santuário, 2011, p.156.

POLIT, Denise F.; BECK, Cheryl Tatano; HUNGLER, B. P. Fundamentos de


pesquisa em enfermagem: métodos, avaliação e utilização. 12 ed. Porto
Alegre: Artmed, 2011.

POLIT, Denise F; BECK, Cheryl Tatano; OWEN, Steven V. Is the CVI an


Acceptable Indicator of Content Validity? Appraisal and
Recommendations. Research in Nursing & Health. v.30, p.459-467, 2007.
Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17654487>. Acesso em:
20 dez. 2014.

RESOLUÇÃO CFM (Conselho Federal de Medicina) nº 1.995/2012. Dispõe


sobre as diretivas antecipadas de vontade dos pacientes. p.269-270.
Disponível em: <
http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2012/1995_2012.pdf>. Acesso
em: 20 dez. 2014.

REYNIERS, Thijs et al. The acute hospital setting as a place of death and final
care: A qualitative study on perspectives of family physicians, nurses and family
carers. Healthplace (online), v.27, feb. p.77-83. 2014. Disponível
em:<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24577161>. Acesso em: 10 mar.
2014.

RIOS, D. R. Grande dicionário unificado da língua portuguesa. São Paulo:


Difusão Cultural do Livro, 2010, p.703.

RIBEIRO, Euler Esteves. Tanatologia: vida e finitude. Rio de janeiro: Unati,


2008, p.145.

SADALA, Maria Lúcia Araújo; SILVA, Mayle Paulino. Care for terminal patients:
the experience of medical students. Interface-Comunic. Saúde, Educ (online),
70

v.12, n.24, jan/mar. 2008. Disponível em:


<http://www.scielo.br/pdf/icse/v12n24/01.pdf>. Acesso em 15 nov. 2013.

SANTOS Iraci et al. Caring: building a new history of sensibility. Online braz j
nurs(online), Rio de Janeiro, v.20, n.3, mar. 2012. Disponível em:
<http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/3774/pdf_1
>. Acesso em: 03 mar. 2014.

SANTOS, Janaina Luiza dos; BUENO, Sônia Maria Villela. A questão da morte
e os profissionais de enfermagem. Rev Enferm. UERJ, Rio de Janeiro, v.18,
n.3, jul/set. p.484-487. 2010. Disponível em:
<http://portal.revistas.bvs.br/index.php?search=Rev.%20enferm.%20UERJ&con
nector=ET&lang=pt>. Acesso em: 13 mai. 2012.

SANTOS, Cristina Mamédio da Costa; PIMENTA, Cibele Andrucioli de Mattos;


NOBRE, Moacyr Roberto Cuce. A Estratégia PICO para a construção da
pergunta de pesquisa e busca de evidências. Revista Latino-Americana de
Enfermagem (on line), v. 15, n.3, mai. 2007, p.508-511. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rlae/v15n3/pt_v15n3a23.pdf>. Acesso em: 13 de fev.
2013.

SILVA, Karla Cristiane Oliveira; QUINTANA, Alberto Manuel; NIETSCHE,


Elisabeta Albertina. Obstinação terapêutica em Unidade de Terapia Intensiva:
Perspectivas de médicos e enfermeiros. Esc. Anna Nery, v.16, n. 4, p.697-703.
out-dez, 2012. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S1414-
81452012000400008>. Acesso em: 15 fev. 2013.

SILVA, Rudval Souza; AMARAL Juliana Bezerra; MALAGUTTI William.


Enfermagem em cuidados paliativos: cuidando para uma boa morte. 1ed. São
Paulo: Matinari. 2013, p.427.

SILVA, Mary Gomes; TEIXEIRA Giselle Alves da Silva. Enfermagem e os


Cuidados Paliativos à Pessoa Adulta. In: SILVA Rudval Souza, AMARAL
Juliana Bezerra, MALAGUTTI William. Enfermagem em cuidados paliativos.
Cuidando para uma boa morte. São Paulo: Martinari, 2013, p.454.

SILVA, Rudval Souza; MEDEIROS, Ana Cláudia Torres; NÓBREGA, Maria


Miriam Lima. Processo de enfermagem na perspectiva dos cuidados
paliativos. In: In: SILVA Rudval Souza, AMARAL Juliana Bezerra,
MALAGUTTI William. Enfermagem em cuidados paliativos. Cuidando para uma
boa morte. São Paulo: Martinari, 2013, p.454.

SILVA, Georgia Sibele Nogueira da . A Humanização do Cuidado diante da


Morte: “Quando a prática queima os dedos. In:Pessini, Léo; Bertachini, L;
Barchifontaine, C P. (orgs). Bioética, cuidado e humanização: sobre o
cuidado respeitoso. v.2. São Paulo: Edições Loyola: IBCC Centro de Estudos,
2014, p.405-427.
71

SOUZA, Sônia Regina e Silva. et al. Unidade de Terapia Intensiva. In: SILVA,
M. V. G.; OLIVEIRA, A. M. G. (Org.). Plantão de Enfermagem: O cotidiano da
assistência de enfermagem numa unidade hospitalar. Rio de Janeiro: Editora
Nogueira Rio, 2009, p.301-323.

SOUZA Marcela Tavares, SILVA Michelly Dias, CARVALHO Raquel. Revisão


integrativa: o que é e como fazer. 2010 [Cited 2013 Feb 16] v.1, n.8.
Disponível em: <http://apps.einstein.br/revista/arquivos/PDF/1134-
Einsteinv8n1_p102-106_port.pdf>. Acesso em: 7 mai. 2014.

STEFANINI, E; ROSENTHAL, C; SIMON, S. Paciente terminal: Qual o limite


da intervenção? Ser Méd. 1998, v.1, n.3, p.19-25.

STEIN BACKES, Dirce et al. O ser humano e a perspectiva de gênero


Influenciando o viver e a saúde. Enfermería Global, n.14, out. 2008, p.11.
Disponível em:<http://revistas.um.es/eglobal/article/viewFile/36151/34991>.
Acesso em: 2 jan. 2015.

STILLWELL, Susan et al. Evidence-based practice: step by step. Am j Nurs.


2010 [ Cited 2015 Feb 15] v.110, n. 5, p. 51-53. Disponível em:
<http://journals.lww.com/ajnonline/fulltext/2010/01000/evidence_based_practice
_step_by_step_the_seven.30.aspx> . Acesso em: 7 mai. 2014.

TIBÚRCIO, Manuela Pinto. Validação de instrumentos para avaliação da


habilidade e do conhecimento acerca da medida da pressão arterial. 2013,
117f. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós Graduação em Enfermagem-
Universidade Federal do Rio Grande do Norte-Centro de Ciências da Saúde.
Natal, 2013.

TOMEY, Ann Marriner; ALLIGOOD, Martha Raile. Modelos y teorías en


enfermería. 7ed. Madrid: Elsiever Science. 2010.

THE COCHRANE COLLABORATION.Trusted evidence. Informed decisions.


Better health. 2014.

TRISTÃO, Maria Tereza Cazal. Sistema de classificação de pacientes


cirúrgicos em um hospital especializado: construção e validação de um
instrumento. 2008, 108f. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós
Graduação em Enfermagem – Mestrado Profissional – da Faculdade de
Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho”. Botucatu. 2008.

URSI Elizabeth Silva, GAVÃO Cristina Maria. Prevenção de lesões de pele no


perioperatório: revisão integrativa da literatura. Revista Latino-Americana de
Enfermagem (online) [internet] 2006 jan-fev [cited 2013 nov 11], v.14, n1.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rlae/v14n1/v14n1a17.pdf>. Acesso
em: 10 abr. 2014.
72

WALTZ, Carolyn F; STRICKLAND, Ora Lea; LENZ, Elizabeth R. Measurement


in Nursing Research. Ed. FA. Davis Company: Philadelphia, 1991.

WHOQOL Group, 1994. Development of the WHOQOL: Rationale and current


status. International Journal of Mental Health, v. 23, n.3, 1994, p.24-56.

WHOQOL Group. The World Health Organization quality of life assessment


(WHOQOL): position paper from the World Health Organization. Soc Sci Med.
1995, v. 41, p.1403-1409.

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Definition of palliative care


[document da internet] 2014. Disponível em:
<http://www.who.int/cancer/palliative/definition/en>. Acesso em: 16 set. 2014.
73

APÊNDICE A

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
CARTA CONVITE AOS JUÍZES DA PESQUISA
Aos avaliadores,
Vimos por meio desta respeitosamente convidá-lo a compor o Corpo
de Juízes destinado a avaliar o instrumento (check list) para verificar os
conhecimentos e habilidades técnicas referentes aos procedimentos de
enfermagem realizados com os pacientes em processo de terminalidade. Desta
forma, solicitamos sua colaboração na leitura e apreciação do instrumento,
assim como comentários e sugestões acerca da manutenção ou exclusão dos
itens e inclusão de novos, caso julgue necessário.
A avaliação deste material compõe a primeira etapa do projeto de
pesquisa ao nível de mestrado intitulado: “Validação de um instrumento para a
assistência de enfermagem durante o processo de terminalidade”, cujo objetivo
consiste em elaborar e validar um protocolo assistencial de enfermagem
direcionado para pacientes em terminalidade internados em Unidades de
Terapia Intensiva.
Esta pesquisa servirá como subsidio na assistência de enfermagem
através da ação efetiva na implementação do protocolo, onde contribuirá
significativamente ao cuidado humanizado e de qualidade no fim de vida
proporcionando uma morte digna e sem maiores sofrimentos. O projeto obteve
parecer aprovado, cujo protocolo é 787.224 CAAE: 33913514.9.0000.5537 de
11 de setembro de 2014 e está sendo desenvolvido pela mestranda Edilene
Castro dos Santos.
Caso nos honre com a sua participação para compor o quadro de
juízes, o material será disponibilizado através de correspondência eletrônica e
deverá ser avaliado em 15 dias a contar da data de recebimento dos
instrumentos. Gostaríamos de ressaltar que o instrumento deverá ser mantido
em completo sigilo.
Na certeza de contarmos com a compreensão e empenho dos
docentes, agradecemos antecipadamente.

Atenciosamente,
Mesd. Edilene Castro dos Santos
74

APÊNDICE B
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
Campus Universitário – Br 101 – Lagoa Nova – Natal, RN.
CEP: 59072-970. Fone/fax: (84) 3215-3196. E-mail: pgenf@pgenf.ufrn.br

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO


EU, __________________________________________________________,
RG ___________________________, declaro que, após ter sido
convenientemente esclarecido(a) por Edilene Castro dos Santos, mestranda do
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, consinto em participar como juiz avaliador na pesquisa
intitulada “validação de um instrumento para a assistência de enfermagem
durante o processo de terminalidade”, sob coordenação da professora
orientadora Dra. Alexsandra Rodrigues Feijão, que tem como objetivo Elaborar
e validar um protocolo assistencial para os pacientes em terminalidade
internados em Unidades de Terapia Intensiva no município de Natal-RN. Estou
ciente que tenho a liberdade para participar e para retirar o consentimento em
qualquer fase da pesquisa, sem qualquer prejuízo de caráter econômico,
social, psicológico ou moral, sendo garantido o anonimato e o sigilo dos dados
referentes à minha identificação. Sei também que terei acesso aos resultados
desta pesquisa, se assim desejar, após sua publicação e que a equipe da
pesquisa se responsabilizará por possíveis custos, bem como indenizações de
danos decorrentes da minha participação na pesquisa, desde que fique
comprovado legalmente sua necessidade.
_______________________________________________________________
Assinatura do participante
COMPROMISSO DO PESQUISADOR: Eu, Edilene Castro dos Santos,
brasileira, CPF:02720135445, residente a Rua Luiz Cúrcio Cabral, 08 A.
Natal/RN, CEP:59060430, Tel: (84) 88136465,
Email:edilene.edi2007@gmail.com, discuti as questões acima apresentadas ao
participante no estudo.
Natal, _____ de ____________de 2014.
__________________________________
Profa. Edilene Castro dos Santos
Pesquisadora responsável
75

APÊNDICE C

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM – CURSO DE
MESTRADO
INSTRUÇÕES PARA O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO CONTEÚDO DOS
INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Prezado (a) Juiz (a),______________________________________________


Leia atentamente as instruções a seguir para o preenchimento do instrumento
do presente estudo intitulado “validação de um instrumento para a assistência
de enfermagem durante o processo de terminalidade”. O objetivo deste
instrumento é captar o parecer dos juízes da pesquisa acerca de cada um dos
itens de avaliação dos indicadores durante o processo de terminalidade em
unidades de terapia intensiva. Este instrumento é composto por um quadro
demonstrativo com os requisitos (quadro 1) e seus respectivos códigos
numéricos, a serem analisados em cada um dos itens dos instrumentos de
coleta. Cada instrumento de check list do processo de terminalidade estão
dispostos, para avaliação, da seguinte maneira: a primeira coluna contém os
itens a serem avaliados; segue-se com duas colunas revelando se cada item é
compreensível e sugestões dos juízes; a última coluna contém categorias com
respostas dicotômicas “Adequado (1)”, Adequado com alterações (2)” e
“Inadequado (3)”, que devem ser assinaladas com um “X”. Em caso de
inadequação, deverão ser listados os respectivos códigos numéricos, contidos
no instrumento, na coluna seguinte; e uma última coluna para designar de
forma escrita os motivos de inadequações e/ou sugestões a fim de se adequar
o item avaliado. Assinalar com um “X” na opção “Adequado (1)” se o item de
avaliação preencher todos os requisitos e, na opção “ Adequado com
alterações (2)” e “Inadequado (I)” se não preencher algum(ns) dos requisitos,
explicitando o código respectivo do requisito inadequado e o motivo e/ou
sugestão para melhoramento do item. Marcar somente uma opção. Será
disponibilizado, em anexo, o instrumento gabarito do check list de cada
procedimento (ANEXO D), o qual contém os parâmetros considerados
adequados para a correta atuação na terminalidade em UTI. Por fim, o juiz
deverá emitir um parecer final para o instrumento, através de requisitos pré-
determinados e por escrito.

1. HISTÓRICO DE ENFERMAGEM
76

SUBDIVISÕES ESTE ITEM CATEGORIAS CÓDIGOS NUMÉRICOS CASO JULGUE


PARECE EM CASO DE QUE
COMPREENSÍVEL SUGESTÃO ALGUM ITEM NÃO
? ESTEJA
CLARO E
COMPREENSIVO
ACRESCENTE
SUA
SUGESTÃO NO
ESPAÇO
DESTINADO PARA
CADA
ITEM.

NÍVEL DE ( ) Sim
CONSCIÊNCIA ( ) Não
1. Adequado
2. Adequado
com
alterações
3.Inadequado

ESTADO DE ( ) Sim 1. Adequado


CONSCIÊNCIA ( ) Não 2. Adequado
com
alterações
3.Inadequado
VENTILAÇÃO ( ) Sim 1. Adequado
( ) Não 2. Adequado
com
( ) Sim alterações
( ) Não 3.Inadequado

ACESSO VENOSO ( ) Sim 1. Adequado


( ) Não 2. Adequado
com
alterações
3.Inadequado
ALIMENTAÇÃ E ( ) Sim 3. Adequado
HIDRATAÇÃO ( ) Não 4. Adequado
com
alterações
3.Inadequado
77

ELIMINAÇÃO ( ) Sim 1. Adequado


VESICAL E ( ) Não 2. Adequado
BALANÇO HÍDRICO com
alterações
3.Inadequado
ELIMINAÇÃO ( ) Sim 1. Adequado
INTESTINAL ( ) Não 2. Adequado
com
alterações
3.Inadequado
HIGIENE CORPORAL ( ) Sim 1. Adequado
( ) Não 2. Adequado
com
alterações
3.Inadequado
( ) Sim 1. Adequado
CURATIVOS ( ) Não 2. Adequado
com
alterações
3.Inadequado
2.INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NAS DIMENSÕES HUMANAS

SUBDIVISÕES ESTE ITEM CATEGORIAS CÓDIGOS NUMÉRICOS CASO JULGUE


PARECE EM CASO DE QUE
COMPREENSÍVEL SUGESTÃO ALGUM ITEM NÃO
? ESTEJA
CLARO E
COMPREENSIVO
ACRESCENTE
SUA
SUGESTÃO NO
ESPAÇO
DESTINADO PARA
CADA
ITEM.

DIMENSÃO ( ) Sim 1. Adequado


BIOLÓGICA ( ) Não 2. Adequado
com
alterações
3.Inadequado
DIMENSÃO ( ) Sim 1. Adequado
PSICOLÓGICA ( ) Não 2. Adequado
78

com
alterações
3.Inadequado
DIMENSÃO SOCIAL ( ) Sim 1. Adequado
( ) Não 2. Adequado
com
alterações
3.Inadequado
DIMENSÃO ( ) Sim 1. Adequado
ESPIRITUAL ( ) Não 2. Adequado
com
alterações
3.Inadequado
INTERVENÇÃO NO ( ) Sim 1. Adequado
ATO DA ( ) Não 2. Adequado
TERMINALIDADE com
alterações
3.Inadequado
INTERVENÇÃO NO ( ) Sim 1. Adequado
PÓS-MORTE ( ) Não 2. Adequado
com
alterações
3.Inadequado

Quadro 1: quadro demonstrativos dos requisitos a serem avaliados durante o processo de terminalidade
79

APÊNDICE D

PARTE I
PROTOCOLO
HISTÓRICO DE ENFERMAGEM

Data:___________________ Setor:______________Leito:______________

Paciente:________________________________________ Idade:________

Diagnóstico médico:___________________________________________

NÍVEL DE CONSCIÊNCIA

1. Consciente ( ) 2.Letárgico ( ) 3. Torporoso ( )

4. Semicomatoso ( ) 5. Comatoso ( )

ESTADO DE CONSCIÊNCIA

Glasgow: AO:_________; RV:___________ RM:____________

VENTILAÇÃO

1. Ar ambiente ( )

2. Máscara de Venturi ( ) à________ % 3. Cateter ( ) à _______ l/min

1. TQT ( ) 5. TOT ( ) 6. BiPAP ( ) 7. CPAP ( )

8. VMNI ( ) 9. VMI ( )

9.1. Modalidades: C/A ( ) VSIO ( ) VSP ( ) VCP ( ) VLPA ( ) OPGV ( )

FiO2:_____________

SPO2:______________________

ACESSO VENOSO
80

1. Periférico ( ) 2. Central ( ) 3. Flebotomia ( )

4.Cateter totalmente implantado ( ) 5. Cateter semi-implantado ( )

6.Sem acesso ( )

ALIMENTAÇÃO E HIDRATAÇÃO

1. Oral com ajuda ( ) 2. Oral sem ajuda ( )

3.SNG ( ) 4.SNE ( ) 5.GTM ( ) 6. JTM( ) 7.NPT ( ) 8. Zero ( )

1. Hidratação Oral ( ) 2. Venosa hidratação ( )

ELIMINAÇÃO VESICAL

1. Espontânea no banheiro ( )

2. Fralda ( ) 3. Aparadeira ( ) 4. Papagaio ( )

5.Dispositivo urinário tipo camisinha ( )

6.SVD ( ) 7. SVA ( ) 8.Cistostomia ( )

BALANÇO HÍDRICO

Líquidos infundidos:___________________

Líquidos eliminados:__________________

Total:____________________

ELIMINAÇÃO INTESTINAL

1. Espontânea no banheiro ( )

2. Fralda ( )

3. Ileostomia ( ) 4. Colostomia ( )

HIGIENE CORPORAL
81

1. Banho de aspersão ( )

2. Banho no leito ( )

CURATIVOS / REGIÃO

1. Acesso venoso central: __________________________________

2. Úlcera de pressão: ______________________________________

3. Dreno: ______________________________________________

OBSERVAÇÕES

______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________

_________________ ___________________ ________________

ENFERMEIRO-M ENFERMEIRO-T ENFERMEIRO- N


82

PARTE II

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM DURANTE A TERMINALIDADE-

DIMENSÃO BIOLÓGICA

INTERVENÇÃO-CONTROLE DA DOR MANHÃ TARDE NOITE

1. Realizar avaliação da dor. Valor: Valor: Valor:


______ ______ _____

2. Observar a ocorrência de indicadores não


verbais de desconforto.

3.Assegurar que o paciente receba cuidados


precisos de analgesia.

4.Investigar o conhecimento do paciente sobre a


dor de acordo com sua crença.

5.Reduzir ou eliminar fatores desencadeantes da


dor(medo, cansaço, falta de informação).

6.Escolher estratégias que aliviam a dor(não


farmacológica), conforme apropriado.
83

7.Usar medidas de controle antes do


agravamento.

8.Encorajar o paciente a conversar sobre a


experiência da dor.

9.Utilizar abordagem multidisciplinar de controle


da dor.

10.Medidas Não farmacológicas (massagem,


música)

INTERVENÇÃO -CONTROLE DOS SINTOMAS MANHÃ TARDE NOITE


RESPIRATÓRIOS

1.Avaliar a intensidade da dispneia e tosse.

2.Avaliar fatores desencadeantes da dispneia.

3.Avaliar a necessidade de aspiração.

4.Manter vias aeras pérvias.

5.Posicionamento de semi Fowler.

6.Promover tranquilidade.

7.Ofertar oxigênio suplementar se necessário.

8.Monitorar o fluxo dos litros de oxigênio.

9.Comprimir o abdome do paciente abaixo do


84

apêndice xifoide, com a mão espalmada,


enquanto o ajuda a flexionar-se para frente, ao
mesmo tempo que tosse.

INTERVENÇÃO -CONTROLE DE NÁUSEAS E MANHÃ TARDE NOITE


VÔMITOS

1.Identificar os fatores causadores de náusea e


vômito.

2.Controlar os fatores ambientes capazes de


evocar náuseas e vômitos.

3.Reduzir fatores pessoais que precipitem a


náusea e vômito (ansiedade, medo e falta de
conhecimento).

4.Posicionar para prevenção de aspiração.

5.Manter via aérea oral permeável.

6.Higienização da cavidade oral com clorexidine


2%.

7.Oferecer gelo 40min antes das refeições para


minimizar os sintomas.

8.Monitorar o equilíbrio eletrolítico.

9.Encorajar o repouso.

10.Ensinar medidas não farmacológicas para


controlar náuseas e vômitos (pressionar por 2min
na medida de três dedos à prega da flexão do
punho entre os tendões do músculo palmar
longo e flexor radial do carpo; 4 dedos abaixo da
85

patela e lateral à tuberosidade da tíbia)

11.Oferecer líquidos incolores conforme


apropriado.

12.Em caso de vômitos fecaloides realizar o


cateterismo gástrico para descompressão.

INTERVENÇÃO -CONTROLE DE DIARREIA E MANHÃ TARDE NOITE


OBSTIPAÇÃO

1.Avaliar os episódios de diarreia quanto à cor,


volume, frequência e consistência das fezes.

2.Avaliar a ausência das eliminações intestinais


em dias.

3.Avaliar fatores desencadeantes de constipação


(opiácios, dieta).

4.Monitorar os ruídos hidroaéreos.

5.Oferecer alimentação 6-8 vezes ao dia.

6.Oferta de líquidos isotônicos.

7.Avaliação nutricional para adaptação da dieta.

8.Realizar mudança de decúbito 2/2h.

9.Promover higienização corporal e conforto.

10.Manter controle hídrico.

INTERVENÇÃO -CONTROLE DA FADIGA MANHÃ TARDE NOITE

1.Encorajar a expressão de sentimentos sobre


86

as limitações.

2.Monitorar a ingestão nutricional para garantir


aporte energético adequado.

3.Selecionar as intervenções para reduzir a


fadiga conforme
apropriado._____________________________

4.Prática de exercícios conforme apropriado.

5.Uso da massagem com óleos aromáticos


conforme a necessidade.

6.Auxiliar o paciente a identificar as preferências


por atividades.

7.Limitar estímulos ambientais (ruídos e


iluminação) para facilitar o relaxamento.

8.Encorajar períodos alternados de descanso e


atividade.

9.Oferecer recursos complementares (música).

INTERVENÇÃO -CONTROLE DO DELÍRIO E MANHÃ TARDE NOITE


DEMÊNCIA

1.Monitorar o estado neurológico continuamente.

Escala de Coma de Glasgow:______________

2.Permitir que o paciente mantenha rituais que


limitam a ansiedade.

3.Encorajar visitas de pessoas significativas.

4.Orientar o paciente sobre pessoa, lugar e


87

tempo se necessário.

5.Usar indicadores ambientais (fotos, cores,


objetos) que estimulem a memória.

6.Aproximar-se lentamente do paciente e sempre


pela frente.

7.Fornecer iluminação adequada e não


excessiva.

8.Manifestar interesse pelo paciente.

9.Evitar perguntas que ele não consegue


responder.

DIMENSÃO PSICOLÓGICA

IDENTIFICAÇÃO DAS FASES DE MANHÃ TARDE NOITE


KÜBLER-ROSS

1. Negação

2. Raiva

3. Barganha

4. Depressão

5. Aceitação

6.Escutar o paciente ativamente.

INTERVENÇÃO-CUIDADO PSICOLÓGICO

7.Promover o envolvimento familiar.

8.Permitir que o paciente se expresse ativamente

9.Manter a comunicação efetiva entre equipe e


88

paciente.

10.Promover uma relação de confiança com a


família.

DIMENSÃO SOCIAL

INTERVENÇÃO -APOIO FAMILIAR E AO MANHÃ TARDE NOITE


PACIENTE

1.Avaliar a reação emocional da família à


condição do paciente.

2.Escutar as preocupações, sentimentos e


perguntas da família.

3.Facilitar a comunicação entre os membros da


família.

4.Aceitar os valores da família e paciente sem


julgamento.

5.Responder a todas as perguntas da família e


paciente juntamente com a equipe
multiprofissional.

6.Ajudar a família a solucionar conflitos de


valores.

7.Ensinar os planos de cuidado à família.

8.Proporcionar conhecimentos necessários aos


familiares que auxiliarão na tomada de decisão.

9.Oportunizar a visita de pessoas que o paciente


deseje.

10.Orientar a família e paciente quanto as


89

diretivas antecipadas de vontade.

11.Proteção dos direitos do paciente.

12.Não exercer a distanásia.

DIMENSÃO ESPIRITUAL

INTERVENÇÃO -APOIO ESPIRITUAL MANHÃ TARDE NOITE

1.Usar da comunicação efetiva para estabelecer


confiança e cuidados com empatia.

2.Tratar a pessoa com dignidade e respeito.

3.Encorajar a participação em interação com


familiares e amigos.

4.Oferecer privacidade para as atividades


espirituais.

5.Compartilhar a própria perspectiva espiritual,


conforme apropriado.

6. Facilitar o processo de perdão.

7.Organizar visitas de conselheiro espiritual.

8.Encorajar o uso de recursos espirituais,


quando desejado.

9.Proporcionar música, literatura, ou programas


de TV ou rádio espirituais do paciente.

10.Estar junto ao paciente no tocante aos rituais


religiosos.

INTERVENÇÕES NO ATO DA MANHÃ TARDE NOITE


TERMINALIDADE
90

1.Permanecer fisicamente próximo ao paciente


quando estiver assustado.

2.Modificar o ambiente com base na


necessidade e desejos do paciente.

3.Respeitar solicitações específicas de cuidado


feitas pelo paciente e família.

4.Apoiar os esforços da família para permanecer


junto ao leito.

5.Incluir a família nas decisões e atividades de


cuidado, se for o desejo.

INTERVENÇÃO -CUIDADOS PÓS-MORTE MANHÃ TARDE NOITE

1.Retirar todos os drenos, sondas, acessos,


como convier.

2.Higienizar o corpo se necessário.

3.Colocar prótese dentária se possível.

4.Fechar os olhos do paciente.

5.Realizar tamponamento dos orifícios com


algodão e espátula sem deixar aparente.

6.Manter o alinhamento corporal correto.

7.Oferecer apoio aos familiares.

8.Identificar o paciente com uma etiqueta em


duas vias contendo (nome, idade, data do óbito,
hora do óbito e setor), onde uma deverá ser
fixada no tórax do paciente e a outra no invólucro
externo.
91

9.Organizar os pertences do paciente, protocolar


e entregar à família.

10.Orientar a família quanto a declaração de


óbito fornecida e preenchida pelo médico de
plantão (entregar a via amarela e orientar a
procurar o cartório até 15 dias).

11.Transferir o paciente ao necrotério.

12. Registro no prontuário

APÊNDICE E

PARTE I

PROTOCOLO REFORMULADO

HISTÓRICO DE ENFERMAGEM
92

Data:___________________ Setor:______________Leito:______________
Paciente:________________________________________ Idade:________
Diagnóstico médico:______________________Dias de internação:_______

NÍVEL DE CONSCIÊNCIA

1. Vigília: 1.1 Consciente ( ) 1.1 Inconsciente ( )


2. Letargia ( ) 3. Confusão mental ( ) 4. Estupor ( ) 5. Coma ( )
PPS:__________ ECG:_______________ Ramsay:_____________

VENTILAÇÃO

VNI: 1. Ar ambiente ( ) 2. Máscara de Venturi ( ) à________ % 3. Cateter (


) à _______ l/min 4. BIPAP ( ) 5. CPAP ( ) 6. Macronebulização ( ) à
____l/min

VI: 1. TQT ( ) 2. TOT ( )


Modalidades: C/A ( ) VSIO ( ) VSP ( ) VCP ( ) VLPA ( ) OPGV ( )
FiO2:__________ SPO2:___________

ACESSO VENOSO

1. Periférico ( ) em:______ 2. Central: 2.1 Cateter totalmente implantado


( ) 2.2 Cateter semi-implantado ( ) 3. Flebotomia ( ) 4. Subcutâneo ( )
5.Jelco hidratado ( ) 6. Sem acesso ( )

ALIMENTAÇÃO

1. Oral com ajuda ( ) 2. Oral sem ajuda ( ) 3. Não aceita ( )

4.SNG ( ) 5.SNE ( ) 6.GTM ( ) 7.JTM ( ) 8.NPT ( ) 9. Zero ( )

HIDRATAÇÃO

1. Hidratação Oral ( ) 2. Hidratação venosa ( ) ____ml/h 3. Ambas ( )


3. Hipodermóclise ( )

ELIMINAÇÃO VESICAL

ESPONTÂNEA: 1. Banheiro ( ) 2. Fralda ( ) 3. Aparadeira ( )


4. Papagaio ( ) 5. Anúria ( )

DISPOSITIVO: 1.Dispositivo urinário ( ) 2. SVD ( ) 3. SVA ( )


4.Cistostomia ( ) 5. Nefrostomia ( ) 6. Ureterostomia ( )
93

7. Briker ( ) 8. Urostomia ( ) 9. Colostomia úmida ( )

BALANÇO HÍDRICO

Líquidos infundidos:______ Líquidos eliminados:_____ BH:______

ELIMINAÇÃO INTESTINAL

ESPONTÂNEA: 1. Banheiro ( ) 2. Fralda ( )

DISPOSITIVO: 1. Ileostomia ( ) 2. Colostomia ( ) 3. Jejunostomia ( )


4.Ausentes há_____dias

HIGIENE CORPORAL

1. Banho de aspersão c/ auxílio ( ) 2. Banho de aspersão s/ auxílio ( )


3.Banho no leito ( ) 4.Higiene oral ( ) 5.Higiene intima ( )

SONO E REPOUSO

1. Preservado ( ) 2. Comprometido ( )

CURATIVOS

1. Acesso venoso central ( ) Local:______________________________


Aspecto:_________________________________________________

2.Úlcera de pressão ( ) Local:__________________________________


Aspecto: __________________________________________________

3.Dreno ( ) Local:____________________________________________
Aspecto:__________________________________________________

4.Incisão cirúrgica ( ) Local:____________________________________


Aspecto:__________________________________________________

5.Outros ( ) Quais/Local:_____________________________________
Aspecto:___________________________________________________

OBSERVAÇÕES_________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________ ___________________ ________________
94

ENFERMEIRO-M ENFERMEIRO-T ENFERMEIRO- N

PARTE II

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM DURANTE A TERMINALIDADE-

DIMENSÃO BIOLÓGICA

INTERVENÇÃO-CONTROLE DA DOR MANHÃ TARDE NOITE

1. Avaliar intensidade da dor. Escore: Escore: Escore:


______ ______ ______

2.Assegurar que o paciente receba cuidados


precisos de analgesia conforme prescrito.

3.Investigar o conhecimento do paciente sobre a


dor de acordo com sua crença.

4.Promover medidas que possibilite reduzir ou


eliminar fatores desencadeantes da dor(medo,
cansaço, falta de informação).

5.Escolher estratégias não farmacológica


(massagem, música) que aliviam a dor.
Especificar__________________

6.Encorajar o paciente a conversar sobre a


experiência da dor.

7.Utilizar abordagem multidisciplinar de controle


da dor.
95

INTERVENÇÃO-CONTROLE DOS SINTOMAS MANHÃ TARDE NOITE


RESPIRATÓRIOS

1.Avaliar a intensidade da dispneia e tosse.

2.Avaliar fatores desencadeantes da dispneia.

3.Avaliar a necessidade de aspiração.

4.Manter vias aéreas pérvias.

5.Viablize o posicionamento confortável no leito


em semi Fowler.

6.Promover tranquilidade.

7.Ofertar oxigênio suplementar SN conforme


prescrito.

8.Monitorar o fluxo de oxigênio de acordo com o


dispositivo utilizado.

9.Quando houver tosse: comprimir o abdome do


paciente abaixo do apêndice xifoide, com a mão
espalmada, enquanto o ajuda a flexionar-se para
frente, ao mesmo tempo que tosse.

INTERVENÇÃO-CONTROLE DE NÁUSEAS E MANHÃ TARDE NOITE


VÔMITOS

1.Identificar os fatores causadores de náusea e


vômito.

2.Controlar os fatores ambientes capazes de


desencadear náuseas e vômitos.

3.Reduzir fatores pessoais que precipitem a


náusea e vômito (ansiedade, medo e falta de
conhecimento).

4.Posicionar para prevenção de


broncoaspiração.

5.Manter via aérea permeável.

6.Higienização da cavidade oral com clorexidine


2%.

7.Oferecer gelo 40min antes das refeições para


minimizar os sintomas.
96

8.Monitorar o equilíbrio hidroeletrolítico.

9.Encorajar o repouso.

10.Ensinar medidas não farmacológicas para


controlar náuseas e vômitos da seguinte forma:
Medir três dedos à prega da flexão do punho
e pressionar entre os tendões do músculo
palmar longo e flexor radial do carpo por 2
min.
Medir 4 dedos abaixo da patela e lateral à
tuberosidade da tíbia pressionando por 2 min.

11.Oferecer líquidos conforme apropriado.

12. Realizar o cateterismo gástrico para


descompressão em caso de vômito fecaloide.

INTERVENÇÃO-CONTROLE DE DIARREIA E MANHÃ TARDE NOITE


OBSTIPAÇÃO

1.Avaliar os episódios de diarreia quanto à cor,


volume, frequência e consistência das fezes.

2.Avaliar a ausência das eliminações intestinais


diariamente.

3.Avaliar fatores desencadeantes de constipação


(opiáceos, dieta).

4.Monitorar os ruídos hidroaéreos.

5. Avaliação nutricional para adequação da dieta.

6.Oferecer líquidos isotônicos.

7.Oferecer alimentação 6-8 vezes ao dia


conforme nutrição.

8.Realizar mudança de decúbito 2/2h para


controle da diarreia conforme resposta de
conforto do paciente.

9.Promover higienização corporal e conforto


após episódios diarreicos.

10.Manter controle hídrico.


97

INTERVENÇÃO-CONTROLE DA FADIGA MANHÃ TARDE NOITE

1.Encorajar a expressão de sentimentos sobre


as limitações.

2.Monitorar a ingestão nutricional para garantir


aporte energético adequado.

3.Selecionar as intervenções (exercício aeróbio,


atividades manuais) para reduzir a
fadiga.___________________________

4.Praticar exercícios conforme apropriado.

5.Uso da massagem com óleos aromáticos


conforme a necessidade.

6.Auxiliar o paciente a identificar as preferências


por atividades.

7.Limitar estímulos ambientais (ruídos e


iluminação) para facilitar o relaxamento.

8.Encorajar períodos alternados de descanso e


atividade.

9.Oferecer recursos complementares (música).

INTERVENÇÃO-CONTROLE DO DELÍRIO E MANHÃ TARDE NOITE


DEMÊNCIA

1.Monitorar o estado neurológico continuamente.

2.Permitir que o paciente mantenha rituais que


limitam a ansiedade.

3.Encorajar visitas de pessoas significativas.

4.Orientar o paciente sobre pessoa, lugar e


tempo se necessário.

5.Usar indicadores ambientais (fotos, cores,


objetos) que estimulem a memória.

6.Ao abordar o paciente, aproximar-se


lentamente dele e preferencialmente pela frente.

7.Fornecer iluminação adequada e não


excessiva.

8.Manifestar interesse verbal e não verbal pelo


paciente.
98

9.Evitar perguntas que ele não consiga


responder.

DIMENSÃO PSICOLÓGICA

IDENTIFICAÇÃO DAS FASES DE NAS 24H


KÜBLER-ROSS

1. Sinais de negação

2. Sinais de raiva

3. Sinais de barganha

4. Sinais de depressão

5. Sinais de aceitação

INTERVENÇÃO-CUIDADO PSICOLÓGICO MANHÃ TARDE NOITE

1.Escutar o paciente ativamente e solicitar


serviço psicológico.

2.Promover o envolvimento familiar.

3.Permitir que o paciente se expresse ativamente

4.Manter a comunicação efetiva entre equipe e


paciente.

5.Promover uma relação de confiança com a


família.

DIMENSÃO SOCIAL

INTERVENÇÃO-APOIO FAMILIAR E AO MANHÃ TARDE NOITE


PACIENTE

1.Avaliar a reação emocional da família à


condição do paciente.

2.Escutar as preocupações, sentimentos e


perguntas da família.

3.Facilitar a comunicação entre os membros da


família.

4.Aceitar os valores da família e paciente sem


julgamento.

5.Responder a todas as perguntas da família e


paciente juntamente com a equipe
99

multiprofissional.

6.Ajudar a família a solucionar conflitos de


valores.

7.Ensinar os planos de cuidado à família.

8.Proporcionar conhecimentos necessários aos


familiares que auxiliarão na tomada de decisão.

9.Oportunizar a visita de pessoas que o paciente


deseje.

10.Orientar a família e paciente quanto as


diretivas antecipadas de vontade.

11.Promover atitudes que visem a proteção dos


direitos do paciente.

12.Evitar procedimentos que prologuem o


sofrimento.

DIMENSÃO ESPIRITUAL

INTERVENÇÃO-APOIO ESPIRITUAL MANHÃ TARDE NOITE

1.Usar da comunicação efetiva para estabelecer


confiança e cuidados com empatia.

2.Tratar a pessoa com dignidade e respeito.

3.Encorajar a participação em interação com


familiares e amigos.

4.Oferecer privacidade para as atividades


espirituais.

5. Facilitar o processo de perdão na família e


círculo social.

6.Organizar visitas de conselheiro espiritual.

7.Encorajar o uso de recursos espirituais,


quando desejado (eucaristia, unção dos
enfermos, água benta, reza do terço, orações,
óleo ungido e água fluidificada).
Especificar:_________________

8.Proporcionar música, literatura, ou programas


de TV ou rádio espirituais do paciente.

9.Estar junto ao paciente no tocante aos rituais


100

religiosos.

INTERVENÇÕES NO ATO DA MANHÃ TARDE NOITE


TERMINALIDADE

1.Permanecer fisicamente próximo ao paciente


quando ele(a) estiver assustado ou com medo.

2.Modificar o ambiente com base na


necessidade e desejos do paciente (cuidado com
janelas, sons ambientes, temperatura).

3.Respeitar solicitações específicas de cuidado


feitas pelo paciente e família.

4.Apoiar os esforços da família para permanecer


junto ao leito.

5.Incluir a família na tomada de decisões e


atividades de cuidado, se for o desejo.

INTERVENÇÃO-CUIDADOS PÓS-MORTE HORÁRIO:__________

1.Retirar todos os drenos, sondas e acessos.

2.Higienizar o corpo se necessário.

3.Colocar prótese dentária se possível.

4.Fechar os olhos do paciente.

5.Realizar tamponamento dos orifícios com


algodão e espátula sem deixar aparente.

6.Manter o alinhamento corporal correto.

7.Oferecer apoio e escuta aos familiares durante


a permanência no hospital e após sepultamento
por meio de contato telefônico.

8.Identificar o paciente com uma etiqueta em


duas vias contendo (nome, idade, data do óbito,
hora do óbito e setor), onde uma deverá ser
fixada no tórax do paciente e a outra no invólucro
externo.

9.Organizar os pertences do paciente, protocolar


e entregar à família.

10.Orientar a família quanto a declaração de


óbito fornecida e preenchida pelo médico de
plantão (entregar a via amarela e orientar a
101

procurar o cartório até 15 dias).

11.Transferir o paciente ao necrotério.

12. Registrar as medidas adotadas no prontuário.

ANEXO A- Protocolo Comitê de Ética em Pesquisa


102
103
104
105

ANEXO B- Artigo submetido à REME

Assistência de enfermagem durante o processo de terminalidade: revisão integrativa

Nursing care during process the terminal illness: integrative review


Asistencia de enfermería durante el proceso de terminalidade: repaso integrativa

Autores:

Edilene Castro dos Santos. Enfermeira. Professora do Centro Universitário do Rio


Grande do Norte e Faculdade Estácio do Rio Grande do Norte. Mestranda da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN. Natal-RN.

Alexsandra Rodrigues Feijão. Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora da


Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN. Natal-RN. Brasil.

Regimar Carla Machado. Enfermeira. Doutora em enfermagem. Professora da


Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN. Natal-RN. Brasil.

Autor responsável pela correspondência

Edilene Castro dos Santos

Rua Luiz Cúrcio Cabral, 08A. Nossa Senhora de Nazaré.

CEP: 59060430. Tel: 8432057869. Natal(RN). Brasil. Email:


edilene.edi2007@gmail.com.

Categoria do artigo: Revisão teórica (Integrativa)


106

Assistência de enfermagem durante o processo de terminalidade: revisão


integrativa

RESUMO

Este estudo visa identificar a assistência de enfermagem durante o processo de terminalidade em unidades
de terapia intensiva. Tem como método revisão integrativa da literatura realizado nas bases de dados
SciELO, LILACS, PUBMED E SCOPUS. A amostra totalizou em 13 estudos. Os achados abordaram a
assistência de enfermagem nos cuidados paliativos como, alívio da dor, conforto, afeto, hidratação e
posicionamento do paciente. Os aspectos bioéticos enfocando autonomia, beneficência, não maleficência
e justiça para promover dignidade durante a morte, bem como a comunicação efetiva entre a equipe
multidisciplinar na tomada de decisão. Ficou evidenciado que a terminalidade é um assunto ainda visto
como entrave na assistência de enfermagem em unidades de terapia intensiva. Deve estar voltada para os
cuidados paliativos e proporcionar uma morte digna além da construção de protocolos assistenciais nesta
fase de vida.
Descritores: Cuidados de Enfermagem; Morte; Unidade de terapia intensiva.

Nursing care during process the terminal illness: integrative review

ABSTRACT

This study aims to identify the nursing care during process of terminally illness in intensive care units. Its
integrative review of the literature method held in databases SciELO, LILACS, PUBMED and SCOPUS.
The sample totaled in 13 studies. The findings raised the nursing care in palliative care, such as pain
relief, comfort, affection, hydration and patient positioning.Bioethical aspects focusing on autonomy,
beneficence, non-maleficence and justice to promote dignity in death, as well as effective communication
between the multidisciplinary team decision-making. It was evident that the terminally ill is a subject still
seen as obstacle in nursing care in intensive care units. Must be focused on palliative care and provide a
dignified death in addition to the construction of assistive protocols at this stage of life.

Key words: Nursing care; Death; The intensive care unit

Asistencia de enfermería durante el proceso de terminalidade: repaso integrativa


RESUMEN

Este estudio visa identificar la asistencia de enfermería durante el proceso de terminalidade en unidades
de terapia intensiva. Tiene como método repaso integrativa de la literatura realizado en las bases de datos
SciELO, LILACS, PUBMED Y SCOPUS. La muestra totalizó en 13 estudios. Los hallazgos abordaron la
asistencia de enfermería en los cuidados paliativos como, alivio del dolor, conforto, afecto, hidratación y
posicionamiento del paciente. Los aspectos bioéticos enfocando autonomía, beneficencia, no maleficencia
y justicia para promover dignidad durante la muerte, así como la comunicación efectiva entre el equipo
multidisciplinar en la tomada de decisión. Quedó evidenciado que la terminalidade es un asunto aún visto
como entrabe en la asistencia de enfermería en unidades de terapia intensiva. Debe estar vuelta para los
cuidados paliativos y proporcionar una muerte digna además de la construcción de protocolos asistencias
en esta fase de vida.

Descriptores: Cuidados de Enfermería; Muerte; Unidad de terapia intensiva.


107

Assistência de enfermagem durante o processo de terminalidade: revisão


integrativa

INTRODUÇÃO

Assim como o nascer, o processo de morrer faz parte da vida do ser humano,
apesar dos avanços científicos tentando prolongar a vida humana, a morte é uma
certeza. Para ser encarada como um processo natural, a morte e suas significações
devem ser discutidas com o paciente, família e profissional na tentativa de promover um
ambiente tranqüilo e sereno fazendo com que tal situação seja menos sofrível. 1
A literatura2 relata que apesar de sua inevitabilidade, o processo de morte e
morrer se caracteriza por uma tarefa árdua a ser refletida diante das ações profissionais.
O cuidado no fim da vida é adotado na modernidade como cuidados paliativos, embora
não visem à cura, proporcionam o conforto para minimizar o sofrimento gerando
qualidade de vida tanto a clientes como familiares diante de doenças terminais.3
Nesse contexto, novas pesquisas estão sendo desenvolvidas com o objetivo de
oferecer uma melhor assistência à saúde dessas pessoas acometidas de uma enfermidade
em estágio avançado, na tentativa de causar menos impacto no seu processo de
terminalidade, com a redução de efeitos colaterais das terapias medicamentosas, a fim
de estabelecer qualidade de vida. 4
Essa realidade vem sendo observada nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI),
por caracterizar um local que o enfermeiro atua com frequência no cuidado direto às
pessoas fora de possibilidades de cura, salientando que este profissional deverá ser
detentor do conhecimento de outras demandas que também exigem cuidados
diferenciados e individualizados.

Sobre a temática, estudo multicêntrico realizado em 1990 em cinco hospitais-


escola dos Estados Unidos com o intuito de caracterizar o processo de morrer, constatou
entre 9105 pacientes acompanhados durante os seus seis últimos meses de vida por
médicos e enfermeiros, que a metade permaneceu consciente e relatou dor moderada a
severa e 38% permaneceram na UTI pelo menos 10 dias antes de seu falecimento.
108

Entretanto, um dado alarmante, foi a apresentação da maioria dos médicos não conhecer
as preferências de seus pacientes frente ao processo de terminalidade. 5

Com isso, grande esforço vem sendo estabelecido na última década na tentativa
de melhorar os cuidados paliativos em moldes baseados em evidência científica, com a
finalidade de exercê-los na UTI de forma mais humanizada e segura.5

Todavia, para que a assistência de enfermagem se estabeleça de forma mais


humana é imprescindível o conhecimento dos princípios bioéticos por parte do
enfermeiro e que saibam ancorar suas ações diante da terminalidade. O privilégio em
poder prestar uma assistência por tempo prolongado permite a identificação de sinais
verbais e não verbais com riqueza de detalhes em suas várias dimensões e assim,
implementar seus cuidados junto á equipe multidisciplinar em benefício do binômio
paciente-família.

Portanto, os cuidados que remetem à dignidade humana no final de vida são


exercidos através dos cuidados paliativos que podem e devem ser exeqüíveis nas UTIs,
uma vez que a promoção à saúde e a bioética se aliam pela defesa da qualidade no fim
da vida. 5

Ao considerar estes aspectos, percebe-se a necessidade de uma assistência


humanizada no que concerne os cuidados paliativos, bem como a necessidade de o
enfermeiro adequar sua práxis a este conceito e às mudanças no pensar e agir que vêm
emergindo recentemente neste sentido. Com isso, evidencia-se a relevância de subsídio
teórico e metodológico para auxiliar o profissional de enfermagem na implementação de
suas ações fundamentadas em evidências. Assim, o objetivo desta pesquisa é identificar
a assistência de enfermagem durante o processo de terminalidade em unidades de
terapia intensiva.

MÉTODO

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura que seguiu seis etapas pré-
determinadas: a elaboração da pergunta norteadora, busca ou amostragem na literatura
(estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão de artigos), coleta de dados
(definição das informações a serem extraídas dos artigos selecionados), análise crítica
109

dos estudos incluídos, apresentação e discussão dos resultados e apresentação da


revisão. 6,7

Para a definição da pergunta norteadora, utilizou-se a estratégia PICO8 como


segue: Como ocorre a assistência de enfermagem a pacientes sem possibilidade de cura
nas unidades de terapia intensiva?

A busca dos artigos foi realizada através do cruzamento entre os descritores


controlados “Cuidados de Enfermagem”, “Morte” e “Unidade de Terapia Intensiva
através do operador booleano “AND” encontrados nos Descritores em Ciências da
Saúde (DeCS) igualmente nas bases de dados SciELO, LILACS e enquanto que nas
bases PUBMED e SCOPUS o cruzamento foi “Care Nursing”, ”Death” e “Intensive
Care Units” encontrados no Medical Subject Headings (MeSH.)

Os critérios de inclusão adotados para a pesquisa foram: artigos científicos


disponíveis nos idiomas português, inglês ou espanhol, publicados na íntegra e
gratuitamente nas bases de dados selecionadas no momento da pesquisa; estudos que
apresentavam a assistência de enfermagem durante o processo de terminalidade e suas
implicações bioéticas. Foram excluídos, editoriais, cartas ao editor, resumos, temática
voltada para a pediatria, doação de órgãos e dimensionamento da equipe de
enfermagem.
Ao realizar a primeira fase de buscas a base de dados LILACS foi a que
apresentou mais estudos (41), seguindo-se a SciELO (9), PUBMED (20) e SCOPUS
(3). Após a leitura dos títulos dos manuscritos encontrados, o número de artigos
selecionados totalizaram (25) LILACS, (7) SciELO, (8) PUBMED (3) SCOPUS.
Então foi realizada a leitura dos resumos reduzindo o número de artigos selecionados
para (8) LILACS, (4) SciELO, (1) PUBMED e nenhum na SCOPUS. Por fim foi
realizada a leitura dos artigos na íntegra perfazendo uma amostra de 13 estudos.

Para a fase de coleta de dados foi construído um instrumento contendo a revista,


título, resumo, introdução com os objetivos claramente estabelecidos, metodologia com
fonte de dados abordada, critérios de inclusão, resultados da pesquisa, discussão e
conclusão a fim de extrair as informações gerais dos artigos e identificar a assistência de
enfermagem durante o processo de terminalidade.
110

Foi elaborado um quadro comparativo para sintetizar a abordagem da revisão, o


qual contém um codinome atribuído ao estudo, os títulos dos artigos, os nomes dos
autores, os anos de publicação, os títulos dos periódicos e as bases de dados.
Visando viabilizar a análise dos achados e apresentação das evidências, os
resultados foram categorizados da seguinte maneira: assistência de enfermagem no
processo de terminalidade com enfoque nos cuidados paliativos e seus desdobramentos
(higiene, conforto, sintomas álgicos, hidratação, suporte ventilatório, necessidades
humanas básicas, uso de compressas, o toque e, uso da música, posicionamento do
paciente, e ambiência); aspectos bioéticos mediante a terminalidade e comunicação
efetiva com os familiares neste processo.

RESULTADOS

Os resultados evidenciados foram compilados no quadro 1 contendo a distribuição


temporal dos artigos selecionados de acordo com codinome atribuído, título, autor, base
dados e ano.

Base de Ano de Nível de


Código Título Periódico Autores
Dados publicação evidência

A130 O cuidador de
enfermagem e
UNOPAR
o cuidar em
Cient. Ciênc Alves EF. LILACS 2013
uma unidade VI
Biol Saúde
de terapia
intensiva.

A229
Cuidados Barros NCB,
paliativos na Revista de Alves ERP,
UTI: pesquisa: Oliveira CDB,
LILACS 2013
compreensão Cuidado é Dias MD, França
dos fundamental ISX, Freire
enfermeiros. MEM.
VI
111

A328 Obstinação
terapêutica
em unidades
Silva KCO,
de terapia Escola Anna VI
Quintana AM, SCIELO 2012
intensiva: Nery
Nietsche EA.
perspective de
médicos e
enfermeiros.

A427 Suspensão de
tratamentos
V
em unidades
de terapia Revista
Saraiva AMP. LILACS 2012
intensiva e Bioética
seus
fundamentos
éticos.

A526 Refletindo
sobre finitude:
um enfoque
na assistência Revista Medeiros YF, VI
LILACS 2012
de RENE Bonfada D.
enfermagem
frente à
terminalidade.

A631 Ho LA,
Comparing
Engelberg RA,
clinician
Crit Care Curtis JR,
ratings of the PUBMED 2011
Med. Nelson J, Luce J,
quality of
Ray DE, Levy
palliative care
MM.
in the
112

intensive care
unit.

A725 Cuidando do
paciente no
Revista da
processo de Silva RS,
Escola de
morte na Campos AER, SCIELO 2011 VI
Enfermagem
unidade de Pereira A.
USP
terapia
intensiva.

A824 Vivência dos


enfermeiros
de unidade de Revista
Sanches PG,
terapia Gaúcha de LILACS 2009 VI
Carvalho MDB.
intensiva Enfermagem
frente à morte
e o morrer.

A923 Percepção de
enfermeiros
sobre dilemas
éticos Revista da
Chaves AAB,
relacionados a Escola de
Massarollo LILACS 2008 V
pacientes Enfermagem
MCKB.
terminais em USP
unidades de
terapia
intensiva.

A1022 Terminalidade Moritz RD, Lago


Revista
e cuidados PM, Souza RP, SCIELO 2008
Brasileira de
paliativos na Silva NB,
Terapia VI
unidade de Meneses FA,
113

terapia Intensiva Othero JCB, et


intensiva. al.

A1121 Como
implementar
cuidados Revista Costa Filho RC,
paliativos de Brasileira de Costa JLF,
SCIELO 2008
qualidade na Terapia Gutierrez FLBR,
VI
unidade de Intensiva Mesquita AF.
terapia
intensiva.

A1220 Como
melhorar a
comunicação
e prevenir Revista
conflitos nas Brasileira de
Moritz RD. LILACS 2007 VI
situações de Terapia
terminalidade Intensiva
na unidade de
terapia
intensiva.

A1319 Profissionais
de
enfermagem
frente ao Acta
Gutierrez BAO,
processo de Paulista de LILACS 2006
Ciampone MHT. VI
morte em Enfermagem
unidades de
terapia
intensiva.
114

Quadro 1. Distribuição temporal dos artigos selecionados de acordo com codinome


atribuído, título, autor, base dados e ano. 2014.

Nos artigos analisados, foram observados diversos desenhos de pesquisa, sendo


(8) com abordagem qualitativa, (3) revisão e (2) quantitativos do tipo transversal.

Assistência de enfermagem com enfoque nos cuidados paliativos

Percebeu-se que todos os artigos abordaram a assistência de enfermagem


durante o processo de fim de vida nas unidades de terapia intensiva. Em sua maioria,
evidenciou-se que os cuidados de enfermagem eram voltados para as queixas álgicas e
sintomas associados dos pacientes em estado terminal seguidos de ações paliativas,
onde descreviam como sendo cuidados de higiene, conforto, promoção de bem estar e
os artigos (13) e (2) dos abordaram a questão de proporcionar afeto ao paciente. 19, 29

Foi observado que apenas o artigo (10)22 relata a importância de reconhecer e


tratar aspectos físicos e psicológicos da dispneia e reavaliação da necessidade do
suporte ventilatório; o estudo (7)25 trata da hidratação, higiene e uso das mesmas
medicações prescritas por vários dias. O estudo (2)29 mostrou o uso de compressas frias
para aliviar a hipertermia, bem como o posicionamento do paciente no leito a fim de
promover bem estar foi abordado. No estudo (1)30 diz que o toque e a música são
exercidos como terapia complementar e integrativa de cuidado no tocante à
terminalidade.

Quanto ao cenário onde acontece a promoção dos cuidados paliativos, o qual é


de fundamental importância para a assistência, evidenciaram-se nos achados (12) e (2) a
ênfase na ambiência em unidades de terapia intensiva com vista a promover melhor
atendimento no fim da vida. 20, 29

Apenas na pesquisa (3)28 foi relatada que a assistência de enfermagem está


voltada para atender ao pedido da família quanto ao uso de medidas extraordinárias de
tratamento. Observa-se que ao invés de trabalhar com esta acerca da compreensão e
aceitação da condição do paciente, se investe todas as possibilidades existentes de
manutenção de vida.
115

Cabe ressaltar que nos artigos (11)21 e (6)31 houve consonância quando
classificaram os cuidados de saúde executados em UTI entre 6-7 domínios como:
cuidado centrado na família e paciente; comunicação adequada entre equipe
multidisciplinar, paciente e família; um cuidado sustentado e continuado; suporte
emocional e prático ao paciente e família; controle dos sintomas e promoção de
conforto; suporte espiritual; suporte emocional e organizacional à equipe da UTI.

Mediante tais achados o (10)22 aponta a necessidade de protocolos assistenciais


para minimizar a dor e o sofrimento dos pacientes que passam pelo processo de finitude.
Com isso, é imprescindível o preparo adequado da equipe de enfermagem para assistir
durante esta fase da vida, pois esses cuidados vão além da técnica, envolvem questões
culturais, étnicas, humanas, sociais e espirituais. No tocante ao preparo do corpo, o
estudo (4) mostrou dificuldades dos profissionais de enfermagem em enfrentar esse
momento. 27

Aspectos bioéticos

Dentre os 13 artigos analisados, 10 trataram de aspectos bioéticos durante a


terminalidade, nos quais os princípios da autonomia e da não maleficência em 50% dos
estudos foram preservados. Embora alguns relatarem que se evita a obstinação
terapêutica, no estudo (9) demonstrou que a prática da distanásia em sua unidade era
exercida frequentemente, e que as decisões dos médicos são desvinculadas dos outros
profissionais com discordâncias nas condutas e sem consenso, além da enfermagem não
ter participação ativa neste processo gerando assim, sentimentos de impotência perante
a morte contrariando seus valores e crenças. 23

A dificuldade dos profissionais em aceitar as atitudes relativas à tomada de


decisão com o uso da tecnologia que não prolonguem a vida e sim o sofrimento dos
pacientes, dos familiares e até do próprio profissional foram mais citadas em
19,22,23,24,28
(3;8;9;10;13). Muitas vezes os pedidos obstinados da família para adiar a
morte do ente querido repercutem diretamente nas condutas. Somente no estudo (2)
abordou as decisões antecipadas de final de vida. 29

Diante disso, a pesquisa (4)27 realizada em Portugal apontou a necessidade de


guidelines na tomada de decisões durante a terminalidade a fim de uniformizar as
116

condutas com respaldo ético para a equipe de unidade de terapia intensiva. Mostra ainda
que a apreciação da fundamentação ética de decisão pode ser feita tanto pelo médico
como pelo enfermeiro, doente e família. Tudo isto deve estar registrado formalmente em
prontuário.

Comunicação efetiva com familiares

Para que os cuidados no fim de vida sejam de qualidade é importante a


comunicação efetiva entre a equipe multiprofissional e os familiares dos pacientes
envolvidos, pois a comunicação é dos principais fatores na qualidade dos serviços, na
assistência humanizada para diminuir riscos e interpretações equivocadas.

Ficou evidenciado em 4 artigos (3;11;12;13) que a opinião dos familiares quanto


aos cuidados durante a terminalidade é aceito de forma bastante variável e que as
informações da condição do paciente e até mesmo do óbito acontece informalmente nos
corredores que antecedem a UTI gerando insatisfação. 19, 20, 21, 28 Este déficit também foi
observado quanto ao prognóstico dos enfermos e da não clareza em não reanimar em
caso de parada cardiorrespiratória além da ausência dos registros nos prontuários.

Algo que chama atenção é a divergência de opiniões entre a equipe


multiprofissional dificultando assim, a tomada de decisões diante da terminalidade.
Dois deles (2 e 10)22, 29descrevem elementos essenciais para uma boa comunicação na
unidade de terapia intensiva, como: paciência, humildade, transparência, segurança, boa
didática, envolver a família nos cuidados, negociação das necessidades especiais,
permitirem que a família participe do processo de morrer juntamente com o preparo e
suporte para o luto.

DISCUSSÃO

Ao analisar os artigos desta revisão pode-se observar que a maioria deles


foram publicados em revistas que apresentam boa classificação nos estratos do
Qualis/CAPES refletindo na qualidade dos resultados destes estudos. Em contrapartida,
a maioria apresentou nível de evidência VI, apenas dois teve V. Portanto, observou-se
muitos estudos descritivos com baixo potencial de recomendação. O que sugere a
117

necessidade de ampliação desses estudos na área da enfermagem, principalmente no


Brasil.
Ficou clara a supremacia dos aspectos físicos nos cuidados paliativos sobre os
demais achados. Concorda-se quanto a implantação de planos terapêuticos paliativistas,
dos quais a prioridade é para o controle da dor e desconforto em prol da promoção do
bem estar. Cabe ressaltar que a suspensão de tratamento fútil faz parte do enfoque
paliativo e que as medidas ainda não são totalmente efetuadas na prática médica devido
à repercussão de cunho legal.9

Ressalta-se que nos cuidados de enfermagem nessas unidades de tratamento são


voltados para procedimentos técnicos através de normas e rotinas. Os estudos abordam
a presença desse cuidado, além da execução dos mesmos cuidados prestados aos
pacientes com possibilidades de cura, além da ausência no enfoque emocional,
espiritual e promoção da dignidade durante a morte e o morrer. Esse cuidar técnico é
enfatizado na prática curativa11, porém não se deve esquecer-se de um olhar mais além
do curar.

Diante dessa conjuntura em alguns lugares do Brasil esses cuidados são


desenvolvidos em hospices, pois proporcionam um manejo adequado da equipe
multiprofissional frente à morte e a capacidade de perceber o desejo dos pacientes
quanto às medidas invasivas, bem como preservar a vida com dignidade e respeito
principalmente sem manobras de ressuscitação devendo apenas humanizar o processo
de morrer transcendendo às limitações do cuidado tecnicista.

Ao analisar esses estudos, constata-se que não há padronização dos cuidados


paliativos nas unidades estudadas. Existem diferentes modelos como: o integrativo,
onde incorpora as intervenções paliativas na prática do cotidiano dos intensivistas e o
consultivo, que ocorre por meio de interconsultas com equipes de cuidados paliativos,
incorporado à prática dos cuidados em unidades de alta complexidade.5

Corroborando com os achados uma revisão sistemática realizada em Portugal no


ano de 2011 mostra que os componentes principais envolvidos nos cuidados paliativos
são: o alívio dos sintomas; o apoio psicológico, espiritual e emocional; o apoio à família
durante o luto e a interdisciplinaridade. Após a análise de 14 estudos, os autores
118

puderam construir um checklist abordando cuidados de higiene, alimentação,


eliminação, alternância de decúbito, uso de equipamentos, controle dos sintomas e
administração de medicamentos. A comunicação parte da negociação e envolvimento na
tomada de decisão através da segurança da equipe multidisciplinar.10

Percebe-se que os cuidados finais de vida são essenciais e devem ser


proporcionados de maneira individual em todo o momento da internação em unidades
de terapia intensiva. É primordial que o enfermeiro intensivista adquira as habilidades
necessárias para realizar adequadamente os cuidados paliativos. Além disso, os alicerces
se ancoram nos quatro princípios bioéticos (autonomia, justiça, beneficência e não
maleficência) para promover qualidade de vida.14

Concorda-se quando dizem que a deficiência no conhecimento acerca desses


princípios, bem como dos conceitos de eutanásia, distanásia e ortotanásia pelos
enfermeiros que vivem em sua prática o processo de finitude incapacita o uso destes em
busca cada vez mais do morrer dignamente.15

Estudiosos no assunto propuseram ações que o enfermeiro deve exercer


enquanto atuante multidisciplinar em UTI, a saber: cumprir os princípios bioéticos,
assegurando que as informações possam chegar aos pacientes e sua família na tomada
de decisão livre e consciente; a cada ação ou discussão da equipe, assegurar a justiça,
respeito, competência, responsabilidade e honestidade, visando à promoção do ser
humano na totalidade em situação de morte e pós-morte.14

Ainda deve-se objetivar a ortotanásia; individualizar o cuidado; promover alívio


do sofrimento e qualidade de vida; utilizar habilidades de comunicação verbal e não
verbal; a cada ação técnica assegurar que não está realizando distanásia; participar
ativamente das decisões; capacitar-se cientifica e humanamente; fazer elo entre
conhecimento biológico e humanidades durante as decisões; valorizar a comunicação
verbal otimista; identificar situações discordantes dos princípios bioéticos e cuidar
sempre do binômio paciente-família.

No ano de 2006, o Ministério da Saúde através da Portaria15 MS/GM Nº 3.150,


de 12 de dezembro de 2006, instituiu a Câmara Técnica em controle da dor e cuidados
paliativos, cabendo pronunciar a respeito das diretrizes nacionais sobre o controle da
119

dor e cuidados paliativos; as ações de controle da dor e cuidados paliativos no âmbito


coletivo ou individual na assistência pública; as recomendações das ações nas entidades
públicas e privadas que integram o Sistema Único de Saúde e, quando solicitado o
sistema de saúde suplementar; atualização das normas e procedimentos do SUS; a
incorporação tecnológica das ações; projeto de incentivo; estruturação de redes de
atenção; formação e qualificação profissional e avaliação dos estudos e pesquisas na
área.

É incontestável que a expectativa de vida vem aumentando significativamente e


a medicina tem permitido o tratamento de diversas doenças. Entretanto, em muitas
situações, a tecnociência leva a um prolongamento do processo de terminalidade
surgindo dilemas éticos na sua prática cotidiana.

Diante do exposto, a vigilância ética é de fundamental importância em não


deixar que a máquina seja mais importante do que o ser cuidado. Concorda-se com
quando diz que a obstinação terapêutica frequentemente vivenciada nas unidades de
terapia intensiva é geradora de grande sofrimento e infringe a dignidade do paciente em
estado terminal. Há, sem dúvida, a obrigação moral em tratar e curar um paciente,
porém deve ser medida conforme as situações concretas avaliando os meios terapêuticos
de cunho objetivo e proporcionando às perspectivas de melhoramento.12

Um aspecto imprescindível na relação equipe-paciente-família é a troca de


informações principalmente quando o diagnóstico se caracteriza como desfavorável
provocando sentimentos intensos de dor.

Com isso, a comunicação tem sido uma tarefa difícil de ser vivenciada entre as
equipes que trabalham em UTI. Uma das dificuldades neste aspecto é o sentimento de
medo na falha terapêutica, bem como o medo de ser considerado culpado, impotente e
preocupação em âmbito legal.13

Este autor estabelece alguns princípios que devem ser elencados para que a
comunicação seja efetiva, como: escolher um momento de descanso e com tempo
necessário, avaliar o estado emocional e psicológico do paciente, uso de linguagem
clara e simples sem termos técnicos, ser humanitário, fornecer informações reais,
120

assegurar a continuidades da conversa posteriormente e uniformizar as informações com


os demais profissionais envolvidos.

Portanto, os profissionais de saúde sentem-se despreparados para ter um diálogo


quando os pacientes estão nessa fase da vida, tendendo assim, a falar mais tecnicamente
e sem detalhes para evitar possíveis questionamentos. É necessária a criação de
habilidades na comunicação para na tomada de decisão bem informada e promover
qualidade de fim de vida17,18, 26.

CONCLUSÃO

Nessa conjuntura fica evidenciado que a terminalidade é uma temática ainda


vista como um entrave na assistência de enfermagem no âmbito das unidades de terapia
intensiva, pois é geradora de dilemas éticos relevantes.

É notório que a assistência deverá estar voltada para os cuidados paliativos


devido à existência da ortotanásia em detrimento à distanásia. Os resultados obtidos
dizem respeito ao aspecto físico como controle da dor, sinais e sintomas,
posicionamento, conforto, afeto, na comunicação efetiva, do aspecto bioético além do
uso da música como uma modalidade no cuidar. Sendo assim, a assistência de
enfermagem durante a terminalidade em unidades de terapias intensiva abordam de
modo mais efetivo o aspecto físico do ser humano.

Pode-se perceber que ao longo desta revisão integrativa, não há uma


padronização dos cuidados de enfermagem no tocante ao processo de morte e morrer,
uma vez que o receio de implicações legais leva aos profissionais não estabelecerem
condutas ativas quanto à morte.

Destarte, é imprescindível a elaboração de protocolos assistenciais nas UTIs


brasileiras a fim de tornar a finitude uma experiência muito significativa englobando as
dimensões não só física como também, psicológica, emocional e espiritual tendo em
vistas a melhoria da qualidade dos cuidados no final de vida assegurando a
uniformidade das ações.

REFERÊNCIAS
121

1. Schramm FR. Morte e finitude em nossa sociedade: implicações no ensino de


cuidados paliativos. Revista Brasileira de Cancerologia (online) [internet] 2002 Jan
[cited 2013 Nov 11] 48(01):17-20. Available from:
<http://www.inca.gov.br/rbc/n_48/v01/pdf/opiniao.pdf

2.Silva EP, Sudigursky D. Concepções sobre cuidados paliativos: revisão bibliográfica.


Acta Paul Enferm (online) [internet] 2008 Jun 3 [cited 2013 Nov 11] 21(3):504-8.
Available from: http://www.scielo.br/pdf/ape/v21n3/pt_20

3.Silva DLS. Significados e práticas da espiritualidade no contexto dos cuidados


paliativos em pacientes oncológicos adultos. Rev HCPA (online) [internet] 2011 Jul 22
[cited 2013 Nov 11] 31(3):53-111. Available from: < http://bases.bireme.br/cgi-
bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=
p&nextAction=lnk&exprSearch=610038&indexSearch=ID>

4. Silva MG, Teixeira GAS. Enfermagem e os Cuidados Paliativos à Pessoa Adulta. In:
Silva RS, Amaral JB, Malagutti W. Enfermagem em cuidados paliativos. Cuidando para
uma boa morte. São Paulo: Martinari, 454p. 2013.

5. Biondo CA, Araújo MMT, Silva MJP. In: Silva RS, Amaral JB, Malagutti W.
Enfermagem em cuidados paliativos. Cuidando para uma boa morte. São Paulo(SP):
Martinari, 454p. 2013.

6. Souza MT, Silva MD, Carvalho R. Revisão integrativa: o que é e como fazer. 2010
[Cited 2013 Feb 16] 1(8):. Available from:
http://apps.einstein.br/revista/arquivos/PDF/1134-Einsteinv8n1_p102-106_port.pdf>.

7. Ursi ES, Gavão CM. Prevenção de lesões de pele no perioperatório: revisão


integrativa da literatura. Revista Latino-Americana de Enfermagem (online) [internet]
2006 jan-Fev [cited 2013 Nov 11] 01(14):. Available from:
http://www.scielo.br/pdf/rlae/v14n1/v14n1a17.pdf>.
122

8. Santos CMC; Pimenta CAM; Nobre MRC. A Estratégia PICO para a construção da
pergunta de pesquisa e busca de evidências. Rev Latino-am Enfermagem, 2007, mai;
15(3):508-511.

9. Santos I, Figueiredo N, Sobral V, Tavares C. Caring: building a new history of


sensibility. Online braz j nurs(online) [internet] 2012 [Cited 2014 Mar 03] 20(3):.
Available from:
http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/3774/pdf_1

10. Fonseca JVC, Rebelo T. Necessidades de cuidados de enfermagem do cuidador da


pessoa sob cuidados paliativos. Rev. Bras. Enferm(online) [internet] 2010 Jul 10 [cited
2013 Nov 11] 64(1):. Available from:
http://www.redalyc.org/pdf/2670/267019462026.pdf

11. Sadala MLA, Silva MP. Care for terminal patients: the experience of medical
students. Interface-Comunic. Saúde, Educ (online) [internet] 2008 Jan-Mar [cited 2013
Nov 15]12(24):. Available from: http://www.scielo.br/pdf/icse/v12n24/01.pdf

12. Pessini L. Como lidar com o paciente em fase terminal. São Paulo: Editora
Santuário. 11.ed. 2011.

13. Ribeiro EE. Tanatologia: vida e finitude. Rio de janeiro: Unati. 2008.

14. Silva RS, Amaral JB, Malagutti W. Enfermagem em cuidados paliativos: cuidando
para uma boa morte. São Paulo: Matinari. 1.ed. 2013.

15. Biondo CA, Silva MJP, Dal secco LM. Dysthanasia, eutanásia, orthotanasia: the
perceptions of nurses working in intensive care units and care implications. Rev.
Latino-am. Enf(online) [internet] 2009 Set-Oct[cited 2013 Nov 17] 17(5):. Available
from: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0104
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0104-
11692009000500003&script=sci_arttext&tlng=en
123

16. Ministério da Saúde (Brasil). Portaria MS/GM Nº 3.150, DE 12 DE dezembro de


2006. Institui a Câmara Técnica em Controle da Dor e Cuidados Paliativos. Brasília:
Ministério da Saúde; 2006.

17. Reyniers T, Houttekier D, Cohen J, Pasman HR, Deliens L. The acute hospital
setting as a place of death and final care: A qualitative study on perspectives of family
physicians, nurses and family carers. Healthplace (online) [internet] 2014 Feb 24[cited
2014 Mar 10] 27:. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24577161

18. Epner DE, Baile WF. Difficult Conversations: Teaching Medical Oncology Trainees
Communication Skills One Hour at a Time. Acad Med (online) [internet] 2014 Feb 18
[cited 2014 Mar 10] Available from:. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24556763

19.Gutierrez BAO, Ciampone MHT. Profissionais de enfermagem frente ao processo de


morte em unidades de terapia intensiva. [internet] 2006 Ago 22 [cited 2013 Nov 13]
19(4): 456-61. Available from: http://www.scielo.br/pdf/ape/v19n4/v19n4a15.pdf
[included in the review]

20. Moritz RD. Como melhorar a comunicação e prevenir conflitos nas situações de
terminalidade na unidade de terapia intensiva. [internet] 2007 Nov 26 [cited 2013 Nov
13] 19(4): 485-89. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-
507X2007000400014&script=sci_arttext [included in the review]

21. Costa Filho RC, Costa JLF, Gutierrez FLBR, Mesquita AF. Como implementar
cuidados paliativos de qualidade na unidade de terapia intensiva. [internet] 2008 Fev
03[cited 2013 Nov 13] 20(1): 88-92. Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-507X2008000100014&script=sci_arttext
[included in the review]

22. Moritz RD, Lago PM, Souza RP, Silva NB, Meneses FA, Othero JCB, et al.
Terminalidade e cuidados paliativos na unidade de terapia intensiva. [internet] 2008 Dez
12[cited 2013 Nov 13] 20(4): 422-428. Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-507X2008000400016&script=sci_arttext
[included in the review]
124

23. Chaves AAB, Massarollo MCKB. Percepção de enfermeiros sobre dilemas éticos
relacionados a pacientes terminais em unidades de terapia intensiva. [internet] 2008 Jun
24[cited 2013 Nov 13] 43(1): 30-6. Available from:
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v43n1/04.pdf [included in the review]

24. Sanches PG, Carvalho MDB. Vivência dos enfermeiros de unidade de terapia
intensiva frente à morte e o morrer. [internet] 2009 Mar 26 [cited 2013 Nov 13] 30(2):
289-96. Available from:
http://www.seer.ufrgs.br/index.php/RevistaGauchadeEnfermagem/article/view/3294/66
87 [included in the review]

25. Silva RS, Campos AER, Pereira A. Cuidando do paciente no processo de morte na
unidade de terapia intensiva. [internet] 2011 Jul 01[cited 2013 Nov 13] 45(3): 738-44.
Available from: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v45n3/v45n3a27.pdf [included in the
review]

26. Medeiros YF, Bonfada D. Refletindo sobre a finitude: um enfoque na assistência de


enfermagem frente á terminalidade. [internet] 2012 Abr 23[cited 2013 Nov 13] 13(4):
854-52. Available from: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=324027983014
[included in the review]

27. Saraiva AMP. Suspensão de tratamentos em unidades de terapia intensiva e seus


fundamentos éticos. [internet] 2012 Mar 10 [cited 2013 Nov 13] 20(1): 150-63.
Available from:
http://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/view/721/746
[included in the review]

28. Silva KCO, Quintana AM, Nietsche EA. Obstinação terapêutica em unidade de
terapia intensiva: perspectiva de médicos e enfermeiros. [internet] 2012 Ago 30 [cited
2013 Nov 13] 16(4): 697-703. Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-81452012000400008&script=sci_arttext
[included in the review]
125

29. Barros NCB, Alves ERP, Oliveira CDB, Dias MD, França ISX, Freire MEM.
Cuidados paliativos na UTI: Compreensão dos enfermeiros. [internet] 2013 ago 02[cited
2013 Nov 13] 5(1): 3293-01. Available from:
http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/1954/pdf_696
[included in the review]

30. Alves EF. O cuidador de enfermagem e o cuidar em unidade de terapia intensiva.


[internet] 2013 Mai 23 [cited 2013 Nov 13] 15(2): 115-22. Available from:
http://works.bepress.com/cgi/viewcontent.cgi?article=1031&context=evertonfernandoal
ves [included in the review]

31. Ho LA, Engelberg RA, Curtis JR, Nelson J, Luce J, Ray DE, Levy MM.
Comparing clinician ratings of the quality of palliative care in the intensive care unit.
[internet] 2011 May 11[cited 2013 Nov 13] 39(5): 975-83. . Available from:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21283006 [included in the review]
126

ANEXO C- Artigo publicado na REUOL

O CUIDAR DURANTE O PROCESSO DE TERMINALIDADE EM


UNIDADES DE TERAPIAS INTENSIVA
THE CARE DURING TERMINAL PROCESS IN INTENSIVE THERAPY
UNITS
EL CUIDADO DURANTE EL PROCESO TERMINAL EN UNIDADES DE
TERAPIAS INTENSIVAS
Edilene Castro Santos, Alexsandra Rodrigues Feijão, Rejane Maria Paiva de Menezes

Edilene Castro dos Santos. Enfermeira, Professora, Centro Universitário do Rio


Grande do Norte e Faculdade Estácio do Rio Grande do Norte. Mestranda,
Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN. Natal (RN), Brasil. Email:
edilene.edi2007@gmail.com.
Alexsandra Rodrigues Feijão. Enfermeira, Professora, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte/UFRN. Natal (RN), Brasil. Email: alexsandrarf@hotmail.com.
Rejane Maria Paiva de Menezes. Enfermeira, Professora, Universidade Federal do
Rio Grande do Norte/UFRN. Natal (RN), Brasil. Email: rej@ufrnet.br

ABSTRACT
Objective: to analyze the contextual aspects of the terminal process in the intensive
care unit environment. Method: theoretical and critical reflection based on the
method of context analysis discussed during the master's discipline Philosophical and
Theoretical Foundations of Nursing Practice, in 2013, at the Federal University of Rio
Grande do Norte, Natal-RN. Results: the obtained results are closely linked to
immediate, specific, general and meta-context about the phenomenon of terminality
and care developed by the nursing staff, where palliative care, encompass the
quality of provided care. Conclusion: the debate about the subject in care
environments and universities is necessary to modify reality and provide a more
humane care at end of life. Descriptors: Terminality of life; Nursing; Palliative Care.
RESUMO
Objetivo: analisar os aspectos contextuais do processo de terminalidade em
ambiente de unidade de terapia intensiva. Método: reflexão teórica e crítica com
base no método de análise de contexto discutida durante a disciplina de mestrado
Bases Filosóficas e Teóricas da Prática de Enfermagem, no ano de 2013, na
127

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN. Resultados: os resultados


obtidos estão intrinsecamente ligados ao contexto imediato, específico, geral e
metacontexto a respeito do fenômeno da terminalidade e no cuidado desenvolvido
pela equipe de enfermagem, em que os cuidados paliativos englobam a qualidade na
assistência prestada. Conclusão: é necessária a discussão sobre a temática em
ambientes assistenciais e universidades para modificar a realidade e proporcionar
uma assistência mais humana no fim da vida. Descritores: Terminalidade da vida;
Enfermagem; Cuidados Paliativos.
RESUMEN
Objetivo: analizar los aspectos conceptuales del proceso terminal en el medio
ambiente de una unidad de cuidados intensivos. Método: reflexión teórica y crítica
basada en el método de análisis de contexto, discutida durante la disciplina de
maestría Bases Filosóficas y Teóricas de la Práctica de Enfermería, en 2013, de la
Universidad Federal de Río Grande do Norte, Natal-RN. Resultados: los resultados
obtenidos están estrechamente relacionados al contexto inmediato, específico,
general y meta-contexto sobre el fenómeno de terminalidad y en la atención
desarrollada por el personal de enfermería, en que los cuidados paliativos abarcan la
calidad de la atención prestada. Conclusión: es necesaria la discusión sobre el tema
en los ambientes de atención y las universidades para modificar la realidad y ofrecer
una atención más humana en el final de la vida. Descriptores: Terminalidad de la
vida; Enfermería; Cuidados Paliativos.

INTRODUÇÃO
A terminalidade ainda é vista com ressalvas na sociedade atual por muitas pessoas
embora todos tenham ciência de sua inevitabilidade. Aliado a isso tem o sofrimento
que causa interesse àquele que observa, refletindo a condição do outro em sua
totalidade. A medicina, na tentativa de buscar caminhos para superar os poderes da
finitude do corpo, experimenta o perigo da interrupção de sua duração.1
Na antiguidade a morte era esperada no leito domiciliar e realizava-se uma
cerimônia pública e organizada no quarto do moribundo que se tornava um lugar
público com livre circulação.2 O processo do morrer do ser humano aumentou para
cinco anos em média, levando a crer que há uma tentativa em negar a morte com
atitudes que visam postergá-la tornando o doente, ignorante de sua própria morte.
Acrescenta-se a isso que o aconchego familiar foi substituído por grandes enfermarias
e Unidades de Terapias Intensivas levando o enfermo ao anonimato absoluto. O
indivíduo não é mais importante, e sim a equipe médica ou os profissionais que
cuidam dele e de sua doença. Isso acarreta a despersonalização da morte e da
doença deixando o cuidado no fim da vida à mercê da inevitabilidade.2
Em âmbito hospitalar diante da tecnologia sofisticada leva a equipe cuidadora de
terapia intensiva em deixar de lado o conceito da morte e os significados que dele
emana e favorece a um tratamento especializado. Deste modo, faz-se necessário o
ato de cuidar de maneira harmoniosa através da valorização humana permeado na
condição em saber viver para melhor cuidar no momento final da vida. Isto traduz a
capacidade de conviver, de crescer e de humanizar-se com estas dimensões de vida,
de doença e de morte. Baseado nisto, o cuidado deve permear toda a conduta
128

durante o processo de existência a fim de promover qualidade e assistência holística,


ou seja, na dimensão biopsíquico, espiritual e social.3

OBJETIVO
● Analisar os aspectos contextuais do processo de terminalidade em ambiente de
unidade de terapia intensiva.

METODOLOGIA
Trata-se de uma reflexão teórica e crítica com base no método de análise de
contexto discutida durante a disciplina de mestrado Bases Filosóficas e Teóricas da
Prática de Enfermagem, no ano de 2013, na Universidade Federal do Rio Grande do
Norte/UFRN, Natal-RN.
Como referencial de análise utilizou-se o método de análise proposto por Hinds,
Chaves e Cypress, que aborda o contexto em quatro níveis interativos, a saber: o
contexto imediato, o contexto específico, o contexto geral e o metacontexto.4
O contexto imediato se caracteriza pela imediação. O contexto específico analisa
o passado recente de um determinado ato relevante englobando o tempo, a pessoa e
ambiente no instante que acontece a situação vivenciada. Por sua vez, o nível do
contexto geral, focaliza as experiências vivenciadas pelo indivíduo acerca de um
dado evento, bem como suas interpretações através das interações remotas e atuais
trazendo o significado que o sujeito formou imbuído em suas crenças através do
tempo transcorrido. Estes três níveis interrelacionam-se com o metacontexto, que
incorpora as situações sociopolíticas e institucionais influenciando diretamente os
comportamentos e eventos ocorridos a fim de gerar o conhecimento numa
perspectiva social compartilhada.5
Estudos sobre a temática em questão foram analisados e posteriormente dividido
em categorias temáticas relacionadas aos níveis contextuais do fenômeno exposto. As
fontes pesquisadas foram os materiais impressos, como livros, documentos do
Ministério da Saúde que abordassem o tema, bem como a busca on line na Scientific
Eletronic Library Online (SciELO) e Na Literatura Latino-Americana e do caribe em
Ciências da Saúde (LILACS) com os Descritores em Ciências da Saúde (Decs) a saber,
terminalidade da vida, enfermagem e cuidados paliativos em recorte temporal.

RESULTADOS
Pelo processo dialógico entre a literatura pertinente e a análise de contexto do
processo de terminalidade em ambiente de unidade de terapia intensiva, como ponto
de partida definiram-se as temáticas por níveis desse contexto em: o cuidar na
terminalidade, como ele surge e é executado; o ser cuidado em processo de
terminalidade em terapia intensiva, mostrando a ambiência onde acontece o
processo de morte e morrer e a maioria dos pacientes fora de possibilidade de cura
são cuidados.
A terceira categoria temática sob o tema das culturas e crenças sobre o processo
de finitude focalizou-se as crenças e compreensões a respeito na terminalidade, bem
como a maneira que esses pacientes são cuidados no âmbito hospitalar e assim,
129

reorientar a prática assistencial na tentativa de humanizar o processo da morte e


morrer.
Numa perspectiva sociopolítica na categoria as políticas que englobam a
terminalidade refletiu-se sobre as políticas que norteiam o assunto, bem como a
mudança na formação acadêmica dos profissionais de enfermagem no que tange aos
aspectos bioéticos encontrados na exeqüibilidade da prática profissional.
● O cuidar na terminalidade
O ato de cuidar no processo de morte e morrer envolve diversos aspectos em seu
contexto, e o profissional de enfermagem está diretamente ligado no transcurso
desse exercício em suas atividades cotidianas.
O avanço tecnológico e científico contribuiu sobremaneira para o grande emprego
de recursos na manutenção da vida fazendo com que novas formas de tratamento
surgissem com a esperança para o enfrentamento de diversos problemas tornando
possível estender os limites da vida. Isso acarretou a crescente mercantilização da
saúde.6
Concebe-se a adoção de medidas terapêuticas que prolongam o processo de
morrer e não a vida como promotora de aumento do sofrimento e minimizadora da
dignidade do paciente. A despeito disso encontra-se na bioética o termo distanásia,
onde é uma conduta que visa manter a vida do paciente terminal, sujeito a muito
sofrimento prolongando-se o processo de morrer, mas não afeta a extensão da vida.7
Em contrapartida dessa prática contemporânea, os cuidados paliativos são meios
eficazes para prevenir a prática distanásica numa atitude de oferecer qualidade de
final de vida chamada de ortotanásia na tentativa de avaliar os limites de suporte de
vida.7, 8
● O ser cuidado-ambiente em processo de terminalidade em Unidade de
Terapia Intensiva
O cenário em que as questões éticas são observadas e vivenciadas com mais
intensidade é a unidade de terapia intensiva devido ao contingente de pacientes com
evolução desfavorável, pois a sua condição clínica é incurável e irreversível, surge
assim, o arsenal tecnológico com vista a oferecer a todo custo suporte para
sustentação da vida em qualquer circunstância.
Esse ambiente destina-se ao atendimento de pacientes graves ou de risco
potencialmente recuperáveis sob uma ótica de vigilância contínua requerendo
recursos materiais e humanos especializados em uma área física delimitada.9
Um sinônimo comumente utilizado, obstinação terapêutica, está muito presente
no dia a dia da equipe de enfermagem que trabalha na UTI, onde diversas decisões
sobre o tratamento são tomadas sem prévia discussão com os próprios pacientes e
família frente ao processo de terminalidade, restringindo-se a deliberação de uma só
pessoa, geralmente o médico plantonista. 10
Com isso a enfermagem se depara com atitudes não condizentes sendo obrigadas
a cumpri-las em detrimento ao anseio de manter a vida a qualquer preço, levando
parte da equipe a um sofrimento e a se questionar quanto aos valores que
fundamentam a sua prática profissional.
130

É notório que a questão da morte ainda é tratada de forma inadequada na


formação médica quando se verifica o despreparo em lidar com os momentos sofridos
dos pacientes que estão nesse processo. O aparato tecnológico que adentra as UTIs
permite preservar variáveis biológicas sem considerar que isso é feito a custas de
grande sofrimento muitas vezes a manutenção de um ser vegetativo. Portanto, se faz
necessário resgatar sentimentos de compreensão, solidariedade e compaixão para o
paciente e família que ao contrário disso estaria fazendo uma ciência fria e não
contemplando a dignidade humana.11
● Culturas e crenças acerca no processo de morte e morrer
As culturas e crenças que permeiam este processo remetem ao início do século XX,
onde as pessoas não ficavam morrendo durante muito tempo e o espaço de tempo
entre adoecer e morrer era curto sendo esperada no leito domiciliar. Havia uma
importância da presença dos parentes, amigos e vizinhos, bem como crianças. A
morte era familiar, em contrapartida existia um medo social dos mortos.2
No tempo hodierno o processo do morrer aumentou em sua temporalidade levando
a crer que há uma tentativa em negar a morte por meio de atitudes que visam evitá-
las. Diante disso, o enfermo passa a ser um desconhecedor de sua própria morte.
O advento da tecnologia fez a terminalidade ser vivenciada primordialmente no
âmbito da unidade de terapia intensiva. Chama-se a atenção que a pessoa
permanece isolada em seu leito, distante do que para ele é bastante precioso, como
sua casa, seus objetos pessoais, ou seja, seu ambiente social se restringindo aos
horários de visita predeterminados pelas instituições. Não obstante a tanta privação,
os cuidados dos profissionais da saúde mesmo com tanta sofisticação tecnológica
ainda é limitado centrados em procedimentos técnicos.12
É imperativo que o profissional enfermeiro se aproprie do conhecimento pautado
no cuidado holístico e humanizado frente ao paciente em terminalidade, que aborde,
além dos aspectos técnicos, as necessidades espirituais com base na crença e valor
de cada enfermo utilizando instrumentos de comunicação interpessoal, valorização
de crenças e incentivo a atividades religiosas. 13
● As políticas que englobam a terminalidade
No Brasil, o contexto sociopolítico é observado através na elaboração da Carta dos
Direitos dos Usuários da Saúde em seu terceiro princípio assevera ao cidadão o
atendimento acolhedor e livre de discriminação, visando à igualdade de tratamento
com uma relação mais pessoal e saudável.
Este enunciado garante o direito à dignidade humana e a opção pelo local de
morte expressos nos incisos a seguir: VI - A informação a respeito de diferentes
possibilidades terapêuticas de acordo com sua condição clínica, considerando as
evidências científicas e a relação custo-benefício das alternativas de tratamento,
com direito à recusa, atestado na presença da testemunha e, o inciso VII - A opção
pelo local de morte.14
Observa-se que a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde está em consonância
com a valorização e a dignidade do ser humano frente ao processo de morte e morrer
favorecendo um atendimento mais humano e acolhedor.
131

DISCUSSÃO
Diante do contexto imediato pode-se perceber que o fenômeno da terminalidade
está intrinsecamente envolvido durante a prática profissional da equipe de saúde
mais intimamente a enfermagem, pois lida diretamente com os pacientes sujeitos a
muita dor. Em consonância a isso surgem aspectos peculiares durante esse processo
permitindo que a equipe cuidadora se aproprie do assunto para melhor compreender
as situações da bioética inerentes a esta fase da vida humana.
Ao analisar o contexto específico observa-se que a unidade de terapia intensiva é
palco para a realização de um tratamento especializado, onde os efeitos da
tecnologia são importantes e eficazes para a terapêutica preconizada neste momento
da vida, porém não deve-se assumir dela toda fonte inesgotável de conduta em
detrimento ao respeito à dignidade humana do paciente sob condições de
terminalidade.
Diante desse fenômeno se faz necessário compreender o contexto social que o
indivíduo se insere, bem como o senso comum apreendido ao longo de uma vida para
assim, entender a melhor maneira de cuidar dos pacientes em fase final de vida,
pois o resgate de um cuidado domiciliar neste momento junto à família oferece
dignidade e qualidade no cuidar quando a sofisticação de máquinas e procedimentos
não são capazes de manter o ser em suas capacidades vitais favorecendo as atitudes
distanásicas.
O Metacontexto é observado diante dos recursos usados na manutenção das
funções biológicas destacando a biotecnociência resgatando o velho desejo humano
de vencer a morte, gerando assim, a obstinação terapêutica exercida por muitos
profissionais médicos. Assim, reafirma-se o processo de morrer cuja gênese remete
ao tempo de Platão explicitado no livro III A República. Este, mostra que o propósito
da filosofia estava em aprender a morrer. Inferindo sua crítica referente à obstinação
terapêutica, antevista de forma contemplativa e filosófica.15
Em 2012 fala-se sobre a validade do testamento vital destinado aos pacientes
terminais. Conhecido como living Will é um documento pessoal e intransferível cujo
objetivo é concretizar as escolhas relacionadas aos tratamentos médicos nos
momentos que antecedem a terminalidade em pacientes fora de possibilidades de
cura.16
Tal descrição proporciona meios de se pensar sobre a finitude humana em vez de
evitar com avidez assegurando a qualidade nos cuidados envolvidos no processo de
morrer enxergado pelo prisma da ortotanásia. Isso envolve uma equipe preparada
para lidar com o sofrimento e as perspectivas da morte no cotidiano laboral
mantendo um ambiente tranquilo e seguro para paciente e família.17

CONCLUSÃO
Esta análise contextual do fenômeno da terminalidade permitiu refletir sobre os
desafios encontrados durante esse processo, pois ainda se encontra enraigado o
desejo de se manter a vida em toda circunstância.
132

É imprescindível a discussão sobre a terminalidade tanto em ambientes


assistenciais como nos órgãos formadores na tentativa de melhor refletir sobre essa
questão escondida entre inúmeras atividades exercidas pela enfermagem com o
intuito de modificar a realidade a fim de proporcionar uma assistência mais digna,
humana e de qualidade mesmo quando a vida chegou ao seu curso final.
Destarte, há um grande desafio por parte dos profissionais da saúde, das
instituições de ensino e governo em se criar políticas mais acessíveis à população que
se encontra em fase terminal e garantam sua dignidade.

REFERÊNCIAS
1. Melo F. Quando o sofrimento bater à sua porta. 27th ed. São Paulo: Canção
Nova; 2009. p.21-7.
2. Pessini L, Barchifontaine CP. Problemas atuais de bioética, 8th ed. São Paulo:
Loyola; 2007. p.351-66.
3. Boff L. Saber cuidar: ética do humano-compaixão pela terra. 12th ed. Rio de
Janeiro: Vozes; 1999. p.144.
4. Costa RKS, Enders BC, Menezes RMP. Trabalho em Equipe de Saúde: uma análise
contextual. [Internet]. Rev Ciênc Cuid e Saúde [Internet]. 2008 [cited 2013 July 02]
7(4): 530-36. Available from :
http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/6670.
5. Hinds PS, Chaves DE, Cypress SM; Context as a source of meaning and
understanding. Qualitative health research. 1992; 2(1): 61-74.
6. Chaves AAB, Massarollo MCKB. Percepção de Enfermeiros sobre dilemas éticos
relacionados a pacientes terminais em Unidades de Terapia Intensiva. [Internet].
Revista da Escola de Enfermagem [Internet]. 2008 [cited 2013 July 22];1(43):30-6.
Available from: http://www.scielo.org/php/index.php.
7. Menezes MB, Selli L, AJS. Distanásia: percepção dos profissionais da
enfermagem. [Internet]. Rev Lato-Ame Enfermagem [Internet]. 2009 [cited 2013 July
22] 17(4):.1-7. Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php/script_sci_serial/lng_pt/pid_0104-1169/nrm_iso.
8. Santos MFG, Bassitt DP. Terminalidade da vida em terapia intensiva:
posicionamento dos familiares sobre ortotanásia. [Internet]. Rev Bras Ter Intensiva
[Internet]. 2011. [cited 2013 July 22] 23(4):448-54. Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php/script_sci_serial/lng_pt/pid_0104-1169/nrm_iso.
9. Souza SRS. et al. Unidade de Terapia Intensiva. In: Silva MVG, Oliveira AMG.
(Org.). Plantão de Enfermagem: O cotidiano da assistência de enfermagem numa
unidade hospitalar. Rio de Janeiro: Nogueira Rio; 2009. p.301-23.
10. Carvalho KK, Lunardi VL. Obstinação terapêutica como questão ética:
enfermeiras de unidades de terapia intensiva. [Internet]. Rev Latino-Am Enfermagem
[Internet]. 2009. [cited 2013 July 22] 17(3). Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php/script_sci_serial/lng_pt/pid_0104-1169/nrm_iso.
11. Siqueira JE. Sobre a morte e o morrer: Tecnologia ou humanismo? [Internet].
2003. [cited 2013 July 26] Rev Assoc Med Bras 49(1):7. Available from :
http://lilacs.bvsalud.org/.
133

12. Carvalho MVB, Marighi MAB. O cuidar no processo de morrer na percepção de


mulheres com câncer: uma atitude fenomenológica. [Internet]. Rev Latino-Am
Enfermagem [Internet]. 2005. [cited 2013 July 22];13(6):951-9. Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php/script_sci_serial/lng_pt/p0104-1169/nrm_iso.
13. Carvalho GDA, Acioly CC, Santos SR, Valdevino SC, Alves AP. NECESSIDADES
ESPIRITUAIS DE PACIENTES NA TEMINALIDADE: vivência de enfermeiros assistenciais. J
Nurs UFPE on line {Internet}. 2014 Apr [cited 2014 May 25]; 8(4):808-13. Available
from:
http://www.revista.ufpe.br/revistaenfermagem/index.php/revista/article/view/506
8/pdf_4825
14. Ministério da Saúde BR. Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde. Brasília: Série
E. Legislação de Saúde; 2006; p.1-8.
15. Batista RS, Schramm FR. A filosofia de Platão e o debate bioético sobre o fim da
vida: Interseções no campo da Saúde Pública [Internet]. Cad Saúde Pública
[Internet]. 2004. [cited 2013 July 22];20(3):1-7. Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php/script_sci_serial/lng_pt/pid_0104-1169/nrm_iso.
16. Lopes AD, Cuminale N. O direito de escolher. Veja São Paulo; 2.286(37): p. 98-
106, set. 2012.
17. Salimena AMO, Teixeira SR, Amorim TV, Paiva ACPC, Melo MCSC. O vivido dos
enfermeiros no cuidado ao paciente oncológico. Cogitare Enferm [Internet]. Cad
Saúde Pública [Internet]. 2013 Jan/ Mar [cited 2013 July 22];18(1):142-7. Available
from: http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/cogitare/article/view/31320.

Submissão: 25/05/2014
Aceito: 01/06/2014
Publicado: 01/08/2014
Correspondência
Edilene Castro dos Santos
Rua Luiz Cúrcio Cabral, 08ª
Bairro Nossa Senhora de Nazaré
CEP 59060430  Natal (RN). Brasil
134

Você também pode gostar