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● Desempenha papel no metabolismo por meio das células endoteliais do leito capilar
pulmonar. Por exemplo a Angiotensina I que é ativada na superfície das células
endoteliais em Angiotensina II pela enzima ECA ali presente. Além disso, através dos
pneumócitos tipo II realiza a síntese de surfactante, essencial para o controle da tensão
superficial nos alvéolos.
2) Quais estruturas compõem as vias aéreas superiores e inferiores. Explique as
diferenças entre elas e suas funções.
● Inspiração
● Expiração de repouso
● Expiração forçada:
Células ciliadas
Bronquíolos Células caliciformes Músculo liso
Células de Clara
● Células alveolares tipo I: ocupam a maior parte da superfície alveolar, local primário
das trocas gasosas devido à fina espessura.
● Células alveolares tipo II: são encontradas mais na periferia alveolar, fazem reparo
tecidual de pneumócitos de tipo I e secretam surfactantes que modulam a tensão
superficial no fluido alveolar.
O pulmão é inervado pelo sistema nervoso autônomo do SNP, que está sob controle do SNC
com destaque ao núcleo vagal (parassimpático) na região bulbar. Apesar de o bulbo sozinho
poder gerar um ritmo respiratório básico, tanto os centros superiores do SNC como as
aferências sensoriais promovem o ajuste fino desse ritmo. Por exemplo, a ponte contém
neurônios que afetam a atividade da eferência respiratória.
● Volume de Reserva Inspiratório (VRI): volume máximo que pode ser inspirado a
partir do final de uma inspiração espontânea ( ≅ 2,5L)
● Volume de Reserva Expiratório (VRE): volume máximo que pode ser expirado a
partir do final de uma respiração espontânea ( ≅ 1,5L)
● Capacidade Vital (CV): O volume total do ar exalado desde a máxima inspiração até a
máxima expiração ( ≅ 4,5L).
[ CV = VC + VRI + VRE ]
[ CI = VC + VRI ]
[ CRF = VRE + VR ]
De uma forma geral, as mulheres possuem uma caixa torácica menor, possuindo uma CPT
menor em relação aos homens. Com relação a altura, pessoas mais altas tem uma caixa
torácica maiores e, portanto, maiores volumes e capacidades. No Brasil não são relatadas
grandes diferenças em relação a etnia, entretanto, dados dos EUA relatam que negros
possuem volumes e capacidades menores. Em idosos, há aumento da complacência
pulmonar, em consequência de uma menor retração elástica, levando ao aumento do volume
residual e da CRF.
10) Como é gerado o gradiente de pressão entre a atmosfera e os alvéolos durante o ciclo
respiratório?
O gradiente de pressão é gerado pela expansão do tórax que reduz a pressão intrapleural e,
consequentemente, reduz a pressão alveolar para valores negativos ( mas sempre superiores a
pressão intrapleural). Por convenção a pressão atmosférica é sempre 0 cmH₂O e como o ar
sempre flui do meio de maior pressão para o de menor pressão ocorre um gradiente de
pressão do meio externo para o interior do pulmão, resultando na inspiração. Já com o
relaxamento passivo dos músculos da parede torácica ocorre retração dos alvéolos e aumento
da pressão pulmonar a valores positivos, gerando um gradiente de pressão do meio interno
para o meio externo, resultando na expiração.
Primeiramente, devemos lembrar que os pulmões têm uma tendência a colapsar devido a sua
retração elástica (consequência das fibras elásticas e da tensão superficial do pulmão) e a
parede torácica exerce uma retração elástica contrária que tensiona a caixa torácica para fora.
Essa situação de certo equilíbrio é a responsável por criar uma pressão negativa no espaço
intrapleural que separa o pulmão da caixa torácica.
Assim, a formação do gradiente de pressão se inicia com a inspiração, ou seja, contração do
músculo diafragma e expansão da caixa torácica, que aumenta a força de retração e reduz
ainda mais a pressão intrapleural. Como a superfície pleural está intimamente relacionada às
paredes alveolares, essa retração é transferida ao parênquima pulmonar levando a expansão
dos alvéolos e reduzindo a pressão alveolar. Como por convenção a pressão atmosférica é
sempre zero, e já sabemos que o fluxo de ar é direcionado do meio de maior pressão para o de
menor pressão, cria-se um gradiente de pressão que impulsiona o ar para o interior dos
pulmões.
Já no pulmão, pode ser feita uma analogia entre os alvéolos e esferas de interface ar-líquido,
no qual se aplica a Lei de Laplace em que P = 2T/R . Portanto, quanto menor o raio da bolha,
maior a pressão necessária para mantê-la inflada uma vez que a tensão superficial se mantém
constante. Assim, a tensão superficial também causa uma constrição dos alvéolos e outras
vias aéreas, dando grande contribuição à retração elástica fisiológica, tornando mais difícil
insuflar o pulmão.
15) O que é o surfactante? Como ele é formado? Qual sua composição? Quais suas
funções e como ele participa da histerese pulmonar?
Então, a formação do surfactante ocorre a partir dos pneumócitos tipo II que secretam
corpúsculos lamelares, no lúmen alveolar, que se acumulam e formam a mielina tubular. Essa
é responsável pela reorganização e distribuição dos fosfolipídeos na monocamada na
interface alvéolo-ar.
No ponto de equilíbrio (no gráfico P = 0 cmH₂O) , que é a CFR, existe um equilíbrio entre a
retração elástica dos pulmões, voltada para dentro, que equilibra-se exatamente com a
retração elástica da parede torácica voltada para fora. Pela observação do gráfico, percebe-se
que o pulmão realiza sempre uma retração interna independente do volume pulmonar (curva
se mantém no lado direito do gráfico), por causa da distensão das fibras elásticas e da tensão
superficial do pulmão . Já a parede torácica em volumes menores realiza retração para fora (
lado esquerdo do gráfico), mas a partir de aproximadamente 70% da CPT ele começa a
realizar retração interna. Assim, nesse momento haverá duas forças para dentro, a torácica e a
pulmonar, e a pressão de retração total do sistema se torna positiva.
De modo geral, a resistência das vias aéreas é inversamente proporcional ao raio, ou seja,
com o aumento do raio há uma redução da resistência e aumento do fluxo aéreo. Entretanto,
nas vias aéreas isso não ocorre porque com a redução do raio, ocorre uma maior distribuição
do ar devido ao aumento da área superficial. Assim, ao longo das gerações a resistência ao
fluxo diminui, havendo uma maior resistência nas zonas de condução quando comparada
com a zona respiratória. Na zona respiratória, é importante que a resistência seja menor
porque, assim, a velocidade do fluxo de ar também é reduzida, o que facilita as trocas
gasosas.
19) Além dos volumes pulmonares, que outros fatores podem alterar a resistência das
vias aéreas?
Fatores que aumentam a resistência da via aérea incluem o muco das vias aéreas, o edema e a
contração da musculatura lisa dos brônquios, todos reduzindo o calibre das vias aéreas.
Assim, a musculatura lisa brônquica influencia a resistência com sua contração ou
relaxamento alterando o raio da árvore brônquica. Esse mecanismo sofre influência direta do
sistema nervoso autônomo pelo simpático e parassimpático, além de hormônios e outras
moléculas como histamina, serotonina, acetilcolina , óxido nítrico, entre outros. A densidade
e a viscosidade do gás inspirado também afetam a resistência das vias aéreas, respirar gás de
baixa densidade, resulta em redução da resistência das vias aéreas, e isso tem sido empregado
no estado de mal asmático, condição associada ao aumento da resistência das vias aéreas
causado por uma combinação de broncoespasmo, inflamação de vias aéreas e muco.
20) Explique o que é ponto de igual pressão e o que ele determina.
O ponto de igual pressão ocorre em uma expiração forçada, onde há contração dos músculos
intercostais internos que geram uma pressão intrapleural positiva. A pressão alveolar também
sobe, em parte, devido ao aumento da pressão pleural e, em parte, devido à pressão de
retração elástica do pulmão nesse volume pulmonar. A pressão alveolar é a soma da pressão
pleural e da pressão de retração elástica. Essa é a pressão motriz para o fluxo gasoso
expiratório. Como a pressão alveolar excede a pressão atmosférica, o gás começa a fluir dos
alvéolos para o meio externo. Enquanto o gás flui para fora do alvéolo, a pressão transmural,
através das vias aéreas, diminui. Assim, o gradiente de pressão transmural é menor do que em
situações de expiração passiva, podendo ocorrer compressão leve das vias aéreas com
resistência ao fluxo aéreo.
O ponto de igual pressão determina, então, o ponto ao longo das vias aéreas em que a pressão
dentro da via aérea é exatamente igual à pressão fora dela. Ou seja, o gradiente de pressão
transmural é igual a 0. Após esse ponto, o gradiente da pressão transmural atinge valores cada
vez mais negativos até atingir o meio externo, ocorrendo a compressão dinâmica das vias
aéreas que entrará em colapso se o apoio cartilaginoso ou a tração exercida pelos septos
alveolares forem insuficientes para mantê-la aberta.
21) Que valores e informações podem ser obtidas a partir de um teste de capacidade
vital forçada (CVF) ? Comente as diferenças entre um teste feito como um sujeito
saudável em comparação com sujeitos com doença pulmonar obstrutiva e restritiva.
A partir do espirograma é criada uma curva pelo registro das velocidades instantâneas de
fluxo durante manobra forçada, em função do volume do gás. É utilizado para determinar a
capacidade vital ( mobilização total de expiração), a maior velocidade de fluxo produzida,
durante a manobra de expiração, chamada de pico do fluxo expiratório (PFE) e quanto é de ar
expirado no primeiro segundo da manobra (VEF1). Uma razão bastante utilizada como
indicadora da resistência das vias aéreas é : VEF1 , que indivíduos saudáveis deve ser
superior a 0,70 ou 70%. CVF
Em doenças restritivas, como a fibrose pulmonar, tanto o VEF1 quanto a CVF estão
reduzidos, mas a relação VEF1/CVF costuma estar normal ou aumentada. Em doenças
obstrutivas, como a doença pulmonar obstrutiva crônica ou a asma brônquica, o VEF1 reduz
muito mais do que a CVF, resultando em uma relação VEF1/CVF baixa. Com frequência, são
vistos padrões mistos de restrição e obstrução.
22) O que é trabalho respiratório? Como se divide? O que acontece durante a doença
pulmonar obstrutiva e restritiva?
Nas doenças pulmonares obstrutivas, asma e bronquite crônica, a resistência das vias aéreas
fica elevada e uma grande pressão pleural negativa é necessária para manter a velocidade do
fluxo inspiratório normal. Além do aumento do trabalho inspiratório total, indivíduos com
doença obstrutiva pulmonar apresentam aumento da pressão pleural positiva durante a
expiração devido ao aumento da resistência e à aumentada carga de trabalho expiratória. Por
essa razão, indivíduos com doença obstrutiva pulmonar (trabalho elástico normal) respiram
mais lenta e profundamente no intuito de compensar o trabalho aumentado.