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Lavínia dos Santos Medrado

FARMÁCIA – 2º SEMESTRE

ESTUDOS DIRIGIDOS

(HISTOLOGIA)

Conceição do Coité – BA

2023

ESTUDO DIRIDO: TECIDO RESPIRATÓRIO

1º) Caracteriza o tecido respiratório quanto a sua função e componentes


(porção condutora e porção respiratória).
R.: O sistema respiratório é constituído pelos pulmões e pela árvore
traqueobrônquica que comunica o parênquima pulmonar como o meio exterior,
levando o ar para dentro e para fora dos pulmões. Contém como sua funções,
a porção condutora e porção respiratória.
A porção respiratória é onde acontece as trocas gasosas, fica nos bronquíolos
respiratórios, ductos alveolares e alvéolos.
E a porção condutora é uma estrutura responsável por transportar ar, também
por filtrar, umedecer e aquecer antes de alcançar as porções respiratórias dos
pulmões. Constitui – se por cavidade nasal, boca, nasofaringe, faringe, laringe,
traqueia, brônquios primários, brônquios secundários (brônquios lobares),
brônquios terciários (brônquios segmentares), bronquíolos e bronquíolos
terminais.

2º) Caracterize o epitélio respiratório, identificando e descrevendo as


características de suas células.
R.: O epitélio respiratório repousa sobre uma lâmina basal, abaixo observam-
se uma lâmina própria fibrosa rica em glândulas do tipo misto, cuja secreção
ajuda a manter úmidas as paredes das cavidades nasais. A lâmina própria por
sua vez se apóia no periósteo subjacente.

O epitélio respiratório típico consiste em 5 tipos celulares identificáveis ao


microscópio eletrônico, todas as células desse epitélio apoiam-se na lâmina
basal.

O tipo mais abundante é a célula cilíndrica ciliada, cada células possui cerca de
300 cílios na superfície apical e embaixo dos corpúsculos basais há numerosas
mitocôndrias (produzem ATP para possibilitar os batimentos ciliares).

Em segundo lugar quantitativo, estão as células caliciformes, as quais são


secretoras de muco rico em polissacarídeos. Devemos ressaltar que nas áreas
mais expostas ao ar, o epitélio apresenta-se mais alto e com maior número de
células caliciformes.

Existem ainda as células em escova, devido aos numerosos microvilos


presentes em suas superfícies apicais.

Existem ainda as células basais, pequenas e arredondadas, estas células


multiplicam-se continuamente, por mitose e originam os demais tipos celulares
do epitélio respiratório.

Finalmente encontram-se a célula granular, que parece a célula basal, mas que
possui numerosos grânulos que secretam hormônios peptídicos tais como:
serotonina, calcitonina, hormônio antidiurético (ADH) e hormônio
adrenocorticotrófico (ACTH), pertencendo ao sistema neuroendócrino difuso.

3º) Descreva as características histológicas e as funções dos


componentes que constituem as estruturas citadas abaixo:

a) Fossas nasais (vestíbulo, área respiratória e área olfatória):


R.: As fossas nasais são subdivididas em três regiões: o vestíbulo, a área
respiratória e a área olfatória. Todas essas porções são revestidas por uma
mucosa com diferentes estruturas, conforme a região considerada.

A porção mais anterior e dilatada das fossas nasais chama-se vestíbulo; sua
mucosa é formada por um epitélio plano estratificado não-queratinizado e por
uma lâmina própria de tecido conjuntivo denso.

Nesse local existem pêlos e glândulas cutâneas, que constituem uma primeira
barreira à entrada de partículas grosseiras de pó nas vias aéreas.

A área respiratória é a maior parte das fossas nasais, sua mucosa é constituída
por um epitélio pseudo-estratificado cilíndrico ciliado, com muitas células
caliciformes. Esse tipo de epitélio reveste a maioria das vias aéreas, por isso
freqüentemente é chamado de epitélio do tipo respiratório.

A área olfatória está localizada na região superior das fossas nasais e é


responsável pela sensibilidade olfativa.

O epitélio que compõe essa região é o epitélio olfatório formado por três tipos
distintos de células: 1) células de sustentação: prismáticas, largas no seu ápice
e mais estreitas na base, com microvilos na sua superfície que se projetam
para dentro da camada de muco que cobre o epitélio, além disso essas células
possuem um pigmento acastanhado que é responsável pela cor marrom da
mucosa olfatória; 2) células basais: pequenas, arredondadas ou cônicas,
formam um a camada única na região basal do epitélio, entre as células
olfatórias e as de sustentação; 3) células olfatórias: são neurônios bipolares
que se distribuem entre as células de sustentação. São dilatadas nas
extremidades de onde partem cílios longos, sem movimento e com a função de
receptores.

b) Seios paranasais:

R.: São grandes espaços aéreos situados no interior dos ossos frontal,
etmóide, esfenóide e o maxilar, que se abrem para a cavidade nasal.

Os seios paranasais são revestidos por um epitélio respiratório, isto é, pseudo-


estratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes. As secreções se dirigem
dos seios para as cavidades nasais através de uma atividade ciliar coordenada.

c) Laringe:

R.: A laringe não tem um revestimento epitelial uniforme ao longo da via. Na


face ventral e parte da face dorsal da epiglote e nas cordas vocais, o epitélio
está sujeito a atritos e desgastes por isso o revestimento desses locais é feito
por um epitélio do tipo estratificado plano não-queratinizado.

d) Traquéia:

R.: A parede da traquéia é constituída das seguintes camadas: mucosa,


submucosa, anel de cartilagem hialina e adventícia. Ela é revestida
internamente por um epitélio do tipo respiratório que está sob uma lâmina
própria de tecido conjuntivo frouxo rico em fibras elásticas, caracterizando a
camada mucosa. Serve como local de passagem para o ar em direção aos
pulmões.

e) Árvore brônquica (brônquios, bronquíolos terminais e respiratórios,


ducto alveolares, alvéolos e suas células):

R.: Os brônquios são ramificações da traquéia. Nos seus ramos maiores, a


mucosa que reveste os brônquios é idêntica à da traquéia; já nos ramos
menores o epitélio pode ser cilíndrico simples ciliado.

A lâmina própria é rica em fibras elásticas. Abaixo da mucosa há uma camada


muscular lisa que circunda completamente os brônquios, ela é constituída por
feixes musculares dispostos em espiral.

Externamente a essa camada muscular encontram-se a camada submucosa


com a presença das glândulas seromucosas, cujos ductos se abrem na luz
brônquica.

Apresenta placas de cartilagem hialina que são envolvidas por uma capa de
tecido conjuntivo rica em fibras elásticas chamada de camada adventícia.

Na camada adventícia e na mucosa podemos observar o acúmulo de linfócitos


e de nódulos linfóides, principalmente nos pontos de ramificação da árvore
brônquica.

Apesar da traquéia e brônquios apresentarem características histológicas


semelhantes podemos diferenciá-los a partir da musculatura lisa e das peças
cartilaginosas:

 O brônquio apresenta uma musculatura lisa bem desenvolvida na camada


mucosa, esta estrutura está ausente na traquéia.
 A traquéia apresenta anel de cartilagem hialina, nos brônquios observam-se as
placas de cartilagem hialina.

Os bronquíolos são originados de divisões repetidas dos brônquios. Eles são


segmentos intralobulares, tendo diâmetro de 1 mm ou menos. Na sua
constituição não apresentam cartilagem, glândulas e nem nódulos linfáticos.
O epitélio que reveste os bronquíolos na porção inicial, é do tipo cilíndrico
simples ciliado, passando a cúbico simples, ciliado ou não, na porção final.

No decorrer do trajeto dos bronquíolos, o número de células caliciformes


diminui progressivamente, podendo até deixar de existir.

Apresenta também uma lâmina própria delgada e constituída de fibras


elásticas. Depois da mucosa vem uma camada muscular lisa cujas células se
entrelaçam com as fibras elásticas.

Como observação, podemos dizer que a musculatura da parede dos


bronquíolos é relativamente mais espessa que a musculatura da parede dos
brônquios.
Cada bronquíolo penetra num lóbulo pulmonar, onde se ramifica, formando de
cinco a sete bronquíolos terminais.
Os bronquíolos terminais são as últimas porções da árvore brônquica, eles
possuem estruturas semelhantes aos demais, porém com paredes mais
delgadas.

Além disso, esses bronquíolos apresentam células da Clara, as quais


produzem um material surfactante que reveste a superfície do epitélio
bronquiolar evitando o colabamento dos alvéolos.

O bronquíolo terminal origina um ou mais bronquíolos respiratórios, os quais


marcam a transição para a porção respiratória. O bronquíolo respiratório é um
tubo curto, às vezes ramificado, revestido por epitélio simples com células
cúbicas, e terminando em estruturas alveolares, podendo ainda apresentar
cílios na porção inicial. Os alvéolos são expansões saculiformes revestidos por
um epitélio simples pavimentoso capaz de realizar trocas gasosas.

Esses ductos alveolares iniciam efetivamente a porção respiratória. São


formados por ramificação dos bronquíolos respiratórios e apresentam-se como
condutos longos e tortuosos.

A característica principal desse segmento é apresentar inúmeros alvéolos e


sacos alveolares em suas paredes.

O revestimento dos ductos alveolares é epitélio do tipo pavimentoso simples.


Esses ductos são as últimas porções a apresentar em sua estrutura células
musculares lisas.

Os alvéolos são pequenas evaginações em forma de saco, encontradas nos


sacos alveolares, ductos alveolares e bronquíolos respiratórios. O ducto
alveolar termina em um alvéolo simples ou em sacos alveolares formados por
inúmeros alvéolos. Cada parede alveolar é comum a dois alvéolos vizinhos, por
isso denomina-se parede ou septo interalveolar. Este septo consiste em duas
camadas de epitélio pavimentoso simples separadas por capilares sangüíneos,
fibras reticulares e elásticas, fibroblastos e substância fundamental amorfa do
conjuntivo. Além disso, ele apresenta quatro tipos celulares distintos:

1) Células endoteliais dos capilares: as mais numerosas e com núcleo um


pouco menor e alongado que o das células epiteliais de revestimento, o
endotélio é do tipo contínuo e não fenestrado
2) Pneumócitos tipo I: também chamado de célula epitelial de revestimento,
tem núcleos achatados e distantes entre si devido a grande extensão do
citoplasma. Essas células têm um retículo endoplasmático granular pouco
desenvolvido e apresentam microvilos curtos em alguns pontos de sua
superfície, existem também desmosomas ligando duas células epiteliais
vizinhas.
3) Pneumócitos tipo II: chamados de células septais, são menos freqüentes
que as células epiteliais de revestimento, aparecem de preferência em grupos
de duas ou três células nos pontos em que as paredes alveolares se tocam. O
núcleo dessas células é maior e mais vesiculoso que o das outras células
epiteliais de revestimento, o citoplasma não se adelgaça, o retículo
endoplasmático rugoso é desenvolvido e possui microvilos na superfície livre. A
principal característica dessas células é a presença de corpos lamelares na
região basal do citoplasma, eles são responsáveis pelo aspecto vesiculoso do
citoplasma à microscopia óptica. E produzem substância surfactante cuja
função principal é reduzir a tensão superficial sobre os alvéolos impedindo o
colabamento alveolar.
4) Macrófagos alveolares: também chamados células de poeira, são
encontrados no interior dos septos interalveolares e na superfície dos alvéolos.
Os macrófagos alveolares localizados na camada surfactante que limpam a
superfície do epitélio alveolar são transportados para a faringe, de onde são
deglutidos.

4º) Descreva a organização estrutural e funcional dos sistemas sanguíneo


e linfático do pulmão.

R.: Os vasos sanguíneos são um grande sistema de tubos fechados por onde o
sangue circula. Os três principais vasos sanguíneos encontrados no corpo são
as artérias, veias e os capilares. Veja, a seguir, algumas características básicas
desses três vasos:

Artérias: As artérias são vasos que levam o sangue, a partir do coração, para
os órgãos e tecidos do corpo. Nesses vasos, o sangue corre em alta pressão.
As artérias ramificam-se em arteríolas.

Capilares: São vasos sanguíneos muito delgados que garantem a troca de


substâncias entre o sangue e os tecidos do corpo.

Veias: Os capilares sanguíneos convergem para as chamadas vênulas, as


quais convergem para as veias. As veias são os vasos que garantem que o
sangue retorne ao coração. Nesses vasos, o sangue corre em baixa pressão e
para evitar o refluxo do sangue as veias são dotadas de valvas.

O sistema linfático é constituído por capilares linfáticos, vasos linfáticos,


ductos linfáticos (ducto torácico e ducto linfático direito) e linfonodos. Os
capilares linfáticos são os menores vasos condutores do sistema linfático. Eles
se originam no tecido conjuntivo como microscópicos vasos de fundo cego, que
se unem, formando vasos maiores, os vasos linfáticos. Os capilares linfáticos
apresentam uma única camada de células endoteliais, enquanto os vasos
linfáticos possuem paredes de três camadas que se assemelham às paredes
presentes nas veias.

vasos linfáticos, encontramos os linfonodos, que são pequenos corpos ovais


formados por tecido linfático e envoltos por cápsulas de tecido conjuntivo. As
cápsulas projetam-se para o interior dos linfonodos, formando estruturas
chamadas de trabéculas. Essas trabéculas dividem o parênquima em
compartimentos.
O parênquima do linfonodo é formado por uma região cortical, logo abaixo da
cápsula, e uma região medular, que se encontra no centro do órgão. A região
por onde entram e saem os vasos sanguíneos no linfonodo recebe o nome de
hilo.

A linfa circula no interior do linfonodo por uma via unidirecional. Ela entra no
órgão por meio de vasos linfáticos aferentes que desembocam na borda
convexa do linfonodo e sai pelos vasos linfáticos eferentes que saem do hilo.

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