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1. OBJETIVO(S)
Padronizar entre a equipe interdisciplinar do Hospital das Clínicas da Universidade Federal
de Goiás (HC-UFG), administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh),
os cuidados com o paciente traqueostomizado;
Padronizar o Desmame ventilatório;
Padronizar a Decanulação em pacientes;
Garantir a continuidade do atendimento.
2. MATERIAL
As cânulas de TQT podem ser metálicas, plásticas ou siliconadas, com ou sem cânula interna,
com ou sem balonete (cuff) e fenestradas (que possibilitam a passagem do ar por meio da
cânula e das cordas vocais, permitindo a fala).
O comprimento da cânula pode ser longo ou curto e o diâmetro deve ter aproximadamente
75% do diâmetro da traqueia.
Existem modelos neonatais, pediátricos e adultos.
O balonete (cuff) é indicado quando há necessidade de vedação das vias aéreas, ou seja,
quando insuflados criam uma exclusividade de passagem do ar apenas para as vias aéreas
inferiores.
3.2.2 Decanulação
a) Decanulação é o processo de retirada da cânula de traqueostomia uma vez que seu uso não
se faz mais necessário.
b) Depois de realizada a decanulação, o estoma é coberto com um curativo seco devendo ser
avaliado quanto à cicatrização e a complicações.
c) Deve haver continuidade da monitoração do paciente após a decanulação, e o curativo do
estoma da TQT é mantido durante poucos dias até haver cicatrização.
3.3 CONSIDERAÇÕES
a) Apesar do importante papel do fisioterapeuta na avaliação da indicação e do prognóstico da
decanulação e/ou troca de cânula traqueal, a ASSOBRAFIR (Associação Brasileira de
Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva) elaborou um acórdão
que dispõe que tais procedimentos não se encontram no rol de atribuições dessas
especialidades fisioterapêuticas (anexo 1).
b) Ainda dispõe sobre a participação do fisioterapeuta durante o procedimento de TQT (anexo
2).
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PROCEDIMENTO / ROTINA
Documento
Título do TRAQUEOSTOMIA: CUIDADOS, DESMAME E Emissão: 01/2021 Próxima revisão:
Documento DECANULAÇÃO Versão: 01 01/2023
O PLENÁRIO DO CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL, no uso de suas atribuições e disposições
regulamentares conferidas pela Lei nº 6.316, de 17 de dezembro de 1975, e pela Resolução nº 412, de 19 de janeiro de 2012, em
que, ACORDAM os Conselheiros do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, reunidos na sessão da 265ª Reunião
Plenária Ordinária, em aprovar, por unanimidade, o parecer confeccionado pela Associação Brasileira de Fisioterapia
Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva (ASSOBRAFIR), com o seguinte teor:
“Trata-se de consulta formulada pelos associados da Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em
Terapia Intensiva – ASSOBRAFIR acerca do papel do fisioterapeuta na realização do procedimento de decanulação e/ou troca de
cânula traqueal.
Informam, ainda, os consulentes que, na atuação em equipe multidisciplinar, muitas vezes ocorre conflito entre profissionais sobre
a atribuição da realização do procedimento de decanulação e/ou troca de cânula traqueal.
É o relatório. Passo a opinar. A recolocação, troca ou retirada da cânula traqueal (traqueóstomo) é um procedimento que envolve
riscos inerentes, tais como falso pertuito, perda do orifício traqueal, estenose traqueal, etc., podendo acarretar a necessidade de
intubação orotraqueal, terapia medicamentosa ou técnica cirúrgica, recursos esses não incluídos no rol de procedimentos
fisioterapêuticos.
O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, quando disciplina a especialidade profissional de Fisioterapia Respiratória,
estabelece como competência do fisioterapeuta a realização da avaliação e monitorização da via aérea natural e artificial, como se
vê claramente na Resolução nº 400, de 3 de agosto de 2011, em seu art. 3º, III, in verbis: ‘art. 3º Para o exercício
da Especialidade Profissional de Fisioterapia Respiratória é necessário o domínio das seguintes Grandes Áreas de Competência: III –
Realizar avaliação e monitorização da via aérea natural e artificial […]’.O mesmo pode ser constatado na Resolução nº 402, editada
pelo Egrégio Conselho Federal, disciplinando a especialidade profissional de Fisioterapia em Terapia Intensiva: ‘art. 3º Para o exercício
da Especialidade Profissional de Fisioterapia em Terapia Intensiva é necessário o domínio das seguintes Grandes Áreas de
Competência: […] III – Realizar avaliação e monitorização da via aérea natural e artificial do paciente crítico ou potencialmente crítico
[…].’Mostra-se patente, destarte, que os procedimentos de decanulação ou troca de cânula traqueal não se encontram no rol de
atribuições dessas especialidades. Ademais, deve-se ainda salientar o importante papel do fisioterapeuta na avaliação da indicação
e do prognóstico da decanulação, baseando-se na mensuração de parâmetros ventilatórios e musculoesqueléticos, tais como
capacidade vital lenta, pico de fluxo de tosse, força muscular inspiratória, expiratória e periférica, dentre outros.
4. REFERENCIAS
Acórdão Nº 475, de 20 de maio de 2016 – Dispõe sobre papel do Fisioterapeuta na realização do
procedimento de decanulação e/ou troca de cânula traqueal. Disponível em:
http://www.coffito.com.br. Acesso em: 20 de janeiro de 2019.
Acórdão Nº 476, DE 20 de maio de 2016 – Dispõe sobre a participação do Fisioterapeuta durante o
procedimento de traqueostomia. Disponível em: http://www.coffito.com.br. Acesso em: 20 de
janeiro de 2019.
Carmem Silvana Hausberger et al. Proposta de protocolo para decanulação realizada por equipe
multidisciplinar. Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 52, p. 11-18, Curitiba, 2016.
Costa, C.C. et al. Decanulação: atuação fonoaudiológica e fisioterapêutica. Distúrbios Comum, São
Paulo, v. 28, n.01, p. 93-101, março 2016.
Heidler, M.D. et al. Decannulation of tracheostomized patients after long-term mechanical
ventilation – results of a propspective multicentric study in German neurological early
rehabilitation hospitals. BMC Anesthesiology, v.18, n.65, 2018.
Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), administrado pela
Ebserh – Ministério da Educação. POP: Traqueostomia: Cuidados e Decanulação – Unidade de
Reabilitação, Uberaba, 2018 – Versão 2.0. 20p.
Lima, C.A. et al. Influência da força da musculatura periférica no sucesso da decanulação. Revista
Brasileira de Terapia Intensiva, São Paulo, v. 23. n.01, p. 56-61, 2011.
Mendes, T. A. B. M.; Cavalheiro, L. V.; Arevalo, R. T.; Sonegth, R. Estudo preliminar sobre a
proposta de um fluxograma de decanulação em traqueostomia com atuação interdisciplinar.
Einstein; 6 (1): 1-6, São Paulo, 2008. Disponível em:
http://apps.einstein.br/revista/arquivos/PDF/365-Einstein%20v6n1%20port%20p1-6.pdf. Acesso
em 15 de outubro de 2019.
Mendes, F. et al. Protocolo de desmame e decanulação de traqueostomia. Revista UNILUS Ensino
e Pesquisa, v. 10, n. 20, jul/set, 2013.
O’Connor H.H. et al. Tracheostomy Decannulation. Respiratory Care, v. 55, n. 8, p. 1076-1081,
August, 2010.
Programa de atualização em fisioterapia em terapia intensiva adulto. Organizado pela Associação
Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva; diretores
acadêmicos: Jocimar Avelar Martins, Cristina Márcia Dias. Ciclo 2 - módulo 2. Ciclo 3 - módulo 3.
Porto Alegre: Artmed/Pan-americana Editora, 2010.
Santus H. et al. A systematic review on tracheostomy decannulation: a proposal of a quantitative
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Sarmento, G. J. V. O ABC da fisioterapia respiratória. Barueri, SP: Manole, 2009.
Singh, R.K. et al. The pratice of tracheostomy decannulation – a systematic review. Journal of
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PROCEDIMENTO / ROTINA
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5. HISTÓRICO DE REVISÃO
Elaboração
Aline Cristina da Silva Oliveira - Fisioterapeuta
Debora Monteiro da Silva Matos - Fisioterapeuta Data: 31/01/2020
Lívia Pinheiro Siqueira - Fisioterapeuta
Revisão
Data: 01/11/2020
Arêtha de Meira Castro - Fisioterapeuta
Análise
Laura Cristina Carvalho Noleto Siqueira - Enfermeira Data: 20/12/2020
Chefe da Unidade de Reabilitação
Validação
Bianca Cristina de Oliveira Borges - Enfermeira Data: 06/01/2021
Setor de Gestão da Qualidade e Vigilância em Saúde
Aprovação
Carlos Cristiano Oliveira de Faria Almeida - Enfermeiro Data: 28/01/2021
Chefe de Divisão de Apoio Diagnóstico e Terapêutico