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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO

Ana Beatriz Guariso


Anna Beatriz Mota Pedrosa da Silva
Beatriz Mayara da Silva
Hugo Franco
Vinicius Braun

SISTEMA URINÁRIO

São Paulo
2023
Ana Beatriz Guariso
Anna Beatriz Mota Pedrosa da Silva
Beatriz Mayara da Silva
Hugo Franco Carvalho dos Santos
Vinicius Braun

SISTEMA URINÁRIO

Projeto de pesquisa apresentado ao


curso de Graduação em Enfermagem do
Centro Universitário São Camilo, orientado
pela Prof Lucia Tobase, com requisito
parcial para a avaliação.

São Paulo
2023
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SUMARIO

1. Introdução
2. Objetivos
2.1. Objetivo geral
2.2. Objetivos específicos
3. Referencial teórico
3.1. Cateter tenckoff
3.2. Cateter duplo j
3.3. Cateter de shilley
3.4. Normas éticas e resoluções
4. Metodologia
5. Resultados e discussões
6. Considerações finais
7. Referências
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1. INTRODUÇÃO

O sistema urinário é um dos principais sistemas do corpo humano, responsável


pela eliminação de resíduos metabólicos e manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico
e ácido-base. Ele é composto pelos rins, ureteres, bexiga e uretra. Os rins são
órgãos em forma de feijão localizados na parte de trás do abdômen, que filtram o
sangue e produzem urina. A urina flui dos rins para os ureteres, que são tubos
musculares que levam a urina até a bexiga, onde ela é armazenada até que seja
eliminada do corpo através da uretra. (CUNHA, 2016)
Além de sua função primária de eliminação de resíduos, o sistema urinário
também desempenha um papel importante na regulação da pressão arterial e na
produção de hormônios como a eritropoietina, que estimula a produção de glóbulos
vermelhos no sangue.
Algumas doenças que afetam o sistema urinário incluem infecções urinárias,
cálculos renais, doenças renais crônicas e câncer de bexiga. O diagnóstico e
tratamento dessas condições podem envolver exames de urina, ultrassom,
tomografia computadorizada, biópsia renal e cirurgia. (GUYTON et al, 2017)
Alguns dispositivos podem ser utilizados no auxilio do tratamento de doenças
do trato urinário como o cateter Duplo J, que é um dispositivo médico usado para
manter o fluxo de urina em pacientes que apresentam obstruções, como pedras nos
rins ou estenoses ureterais, cateter de Shilley e Tenckoff, utilizado para diálise
peritoneal. (ABU, 2016)
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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

O objetivo deste trabalho é explorar o manejo e aplicação dos stents uretrais


utilizados no sistema urinário, com ênfase em três tipos específicos de cateteres:
Duplo J, Cateter de Shilley e Tenckoff.

2.2 Objetivos específicos

2.2.1- Identificar a indicação do uso dos cateteres Duplo J, Cateter de Shilley e


Tenckoff, destacando as características e especificações individuais de cada stent
uretral.
2.2.2- Discutir os possíveis riscos e complicações associados à utilização dos stents
ureterais, enfatizando as estratégias de prevenção e manejo dessas complicações e
os cuidados de enfermagem.
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3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Cateter de Tenckoff

É um tubo de silicone reto, macio e fenestrado na extremidade final e circundado


por dois Cuffs que ficam aderidos ao cateter e o dividem em parte intra-abdominal,
subcutânea e externa (MOTTIN, 2018).
Esse cateter é implantado no abdome do paciente e é utilizado no tratamento de
diálise peritoneal, que consiste na inserção do mesmo dentro da cavidade peritoneal
e infusão do líquido de diálise previamente aquecido e infundido por gravidade ou
bomba de infusão para drenagem de substâncias e líquido em excesso no
organismo, permanecendo dentro da cavidade por tempo determinado pela conduta
médica e posteriormente drenado para fora da cavidade (MOTTIN, 2018).
O Cateter de Tenckoff é o mais utilizado para diálise peritoneal devido ao baixo
custo e facilidade na inserção, as soluções de diálise podem ser encontradas em
concentrações de 1,25%, 1,5% ou 4,5% de glicose, além disso, essas soluções
podem ter lactato, sódio, potássio e cálcio em diferentes concentrações (MOTTIN,
2018).
A inserção do cateter de Tenckoff é exclusivamente do médico, no entanto, o
enfermeiro é responsável pela instalação do sistema de diálise e das soluções
usadas na DPI (Diálise peritoneal Intermitente) de forma estéril.

Fonte: BERSENAS, 2011


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3.2 Cateter Duplo J

É um cateter de silicone implantado no ureter com extremidades em “J” que


ficam no rim e na bexiga, permitindo a conexão entre os órgãos e passagem da
Urina (SCHWAN, 2018)
Esse dispositivo é indicado no tratamento de obstruções ureterais, cálculo renal e
pós operatório de cirurgias urológicas. Através desse tubo inserido no ureter, o canal
se mantêm aberto e permite a passagem de pequenos fragmentos e urina para a
bexiga com maior facilidade e menor trauma (SCHWAN, 2018).

A inserção de um Cateter Duplo J restaura a drenagem urinária sem a


necessidade de um cateter externo, pode ter tamanhos variados de acordo com
anatomia e tamanho do paciente e pode ser usado de forma temporária, no caso de
obstrução por cálculo renal e edema, ou em casos mais graves como tumores
malignos , por tempo inderterminado (YUREE, 2021).

Fonte: Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por imagem


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3.3 Cateter de Shilley

É um cateter indicado para pacientes que necessitam de acesso vascular por


um período de 21 a 30 dias, ou para hemodiálise de urgência ou para pacientes
que já estão em hemodiálise e tiveram algum problema com o acesso definitivo
(CONCEIÇÃO et al., 2017).
A inserção do Cateter de Shilley é realizada por um médico nas seguintes
veias: Subclávia, Jugular ou Femoral. Ele é separado em duas vias principais:
Azul, indicando sangue venoso e Vermelho, indicando sangue arterial
(CONCEIÇÃO et al., 2017).

Fonte: Portal Cirurgia Vascular

3.4 Normas éticas e Resoluções

O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e os Conselhos Regionais de


Enfermagem (COREN) estabelecem normas éticas para o cuidado e manejo dos
dispositivos médicos Shilley, Duplo J e Tenckhoff no exercício profissional da
enfermagem. Algumas das principais orientações éticas incluem:
Cateter Duplo J: A inserção e remoção do cateter Duplo J devem ser
realizadas por um profissional de saúde qualificado, com treinamento e
habilidades adequadas para esse procedimento. O enfermeiro deve assegurar
que o paciente compreenda os riscos e benefícios do procedimento, bem como o
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cuidado necessário após a inserção do cateter. O enfermeiro também deve


monitorar e documentar cuidadosamente o estado do paciente antes, durante e
após o procedimento (COREN/COFEN, 2022).
Cateter Tenckhoff: O enfermeiro deve garantir que o cateter Tenckhoff seja
inserido e manuseado com assepsia e técnica estéril adequadas para minimizar
o risco de infecção. Além disso, o enfermeiro deve avaliar a resposta do paciente
à diálise peritoneal e documentar cuidadosamente as observações. O enfermeiro
também deve monitorar e tratar quaisquer complicações que possam surgir
durante o procedimento (COREN/COFEN, 2022).

As normas éticas são estabelecidas em documentos como o Código de Ética


dos Profissionais de Enfermagem, a Resolução COFEN nº 564/2017 que dispõe
sobre a atuação da enfermagem na assistência ao paciente em Terapia Renal
Substitutiva (COREN/COFEN, 2011).
Essas normas e resoluções estabelecem as responsabilidades e deveres dos
profissionais de enfermagem na assistência aos pacientes com dispositivos
médicos como o Duplo J, Shilley e Tenckhoff, orientando sobre as melhores
práticas e cuidados a serem adotados, visando à segurança e bem-estar do
paciente.
O COREN-SP (Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo) tem várias
resoluções que tratam de temas relacionados ao cuidado e manejo de
dispositivos médicos, como o Duplo J, Tenckhoff e Shilley. A resolução mais
relevante para esse tema é a Resolução COREN-SP nº 373/2011, que dispõe
sobre a padronização dos procedimentos de enfermagem para a prevenção das
infecções relacionadas aos cateteres vasculares e dispositivos invasivos
(COREN/COFEN, 2011).
Essa resolução estabelece normas para a utilização dos cateteres vasculares
e dispositivos invasivos, incluindo a técnica asséptica, o cuidado com o local de
inserção, a limpeza e desinfecção dos dispositivos e a avaliação periódica do
paciente.
Além disso, a resolução prevê a capacitação e treinamento dos profissionais
de enfermagem para a correta utilização e manejo dos dispositivos, visando à
prevenção das infecções hospitalares e a garantia da segurança do paciente.
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4. METODOLOGIA

Este trabalho trata-se de uma revisão de literatura que segundo Fink (2014)
“é uma análise completa e crítica da literatura disponível que é relevante para
uma determinada questão de pesquisa. O objetivo da revisão é fornecer uma
compreensão completa e atualizada do que é conhecido sobre a questão de
pesquisa, identificando lacunas, inconsistências e controvérsias na literatura
existente e fornecendo uma base para o desenvolvimento de novas pesquisas"
(FINK, 2014, p. 3).

Para isso, foram realizadas buscas nas bases de dados PubMed, Scopus e
Web of Science, utilizando descritores relevantes, tais como "stents ureterais",
"duplo J", "cateter de Shilley", "cateter de Tenckoff", "manejo", "aplicação",
"indicações", "complicações" e "cuidados de enfermagem". A busca foi restrita a
artigos publicados nos últimos 10 anos em inglês ou português.
Os artigos selecionados foram analisados qualitativamente e agrupados de
acordo com as características dos dispositivos. Foram extraídas informações sobre
as indicações e complicações dos dispositivos citados, bem como suas variações,
tais como tamanho, comprimento e material.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O estudo apresenta uma revisão das indicações e complicações dos dispositivos


citados. Sendo o duplo J usado na urologia, com a introdução de stents ureterais, se
torna uma opção comum para gerenciamento de obstruções ureterais, incluindo
pedras, estenoses e tumores. Os autores também discutem as variações disponíveis
de duplo J, incluindo tamanho, comprimento e material, bem como as complicações
associadas, como dor, hemorragia e infecção (SOUZA, 2019, p. 2).
O cateter de Tenckoff é um dispositivo utilizado para acesso peritoneal em
pacientes que necessitam de diálise peritoneal. Ele permite que a solução de diálise
seja introduzida e removida da cavidade peritoneal. Embora alguns estudos tenham
observado um aumento nas taxas de complicações associadas ao uso do cateter,
ele ainda é considerado uma opção segura e eficaz para pacientes que não podem
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receber outros tipos de acesso peritoneal. No entanto, como qualquer procedimento,


ele pode estar associado a complicações. Algumas das complicações mais comuns
associadas ao uso do cateter de Tenckoff incluem obstruções, vazamentos,
infecções e peritonite. Obstruções podem ocorrer no cateter de Shilley devido à
formação de coágulos sanguíneos ou fibrina, enquanto vazamentos ocorrem
ocasionalmente devido a mau posicionamento do cateter ou ruptura do mesmo.
Infecções advém da contaminação durante a inserção do cateter ou devido ao seu
manuseio. A peritonite é uma complicação séria devido a uma infecção na
membrana peritoneal, que pode resultar em dor abdominal, febre e mal-estar geral.
Para minimizar o risco de complicações associadas ao uso do cateter de Tenckoff, é
importante que os profissionais de saúde responsáveis pelo cuidado desses
pacientes realizem a monitorização adequada e implementem medidas adequadas
de controle de infecções.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os dispositivos Duplo J, Cateter de Shilley e Cateter de Tenckoff são dispositivos


médicos utilizados para acessar o sistema urinário ou a cavidade peritoneal em
pacientes que necessitam de tratamentos específicos.
Embora esses dispositivos tenham finalidades diferentes, todos são importantes
ferramentas para o tratamento de doenças específicas. É importante que os
profissionais de saúde estejam familiarizados com a aplicação adequada desses
dispositivos e com as complicações associadas a eles, a fim de garantir que o
tratamento seja realizado com segurança e eficácia.
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7. REFERÊNCIAS

COREN/COFEN. (2022). Cuidados de enfermagem no pré e pós-inserção de


cateteres Tenckhoff e Duplo J. Acesso em; 22 de março de 2023, disponível em:
https://portal.coren-sp.gov.br/wp-content/uploads/2013/08/parecer_coren_sp_2013_
49.pdf.

COREN/COFEN. (2013). Cateter de Tenckhoff e Duplo J: características, indicações


e cuidados. Acesso em: 22 de março de 2023, Disponível em: https://portal.coren-
sp.gov.br/wp-content/uploads/2013/08/parecer_coren_sp_2013_49.pdf.

SCHWAN. B. L. ACESSO VENOSO CENTRAL. DOCS BVS SAUDE. 2018.


Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/02/879395/acesso-venoso-
central.pdf. Acesso em: 22 de março de 2023.

FINK, Arlene. Conduzindo a Revisão de Literatura: Guia para Estudantes de


Graduação e Pós-graduação. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

SOUZA, Fabio. Publicado dm Revista Thêma et Scientia – Vol. 9, no 1, 2019

MOTTIN, Tatiane. IMPLANTAÇÃO DE CATETER DE TENCKHOFF PARA DIÁLISE


PERITONEAL E OMENTECTOMIA PELA TÉCNICA VIDEOLAPAROSCÓPICA EM
COELHOS. Porto Alegre, 2018. Disponível em:
https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/180523/001070651.pdf;jsessionid=F568
A42A90652A1580249EF35C6BEF25?sequence=1. Acesso em: 19 março de 2023.

BERSENAS, A. M. E. A clinical review of peritoneal dialysis. Journal of Veterinary


Emergency and Critival Care, v.21, n.6, p.605-617, 2011.

HERÊNIO, Yuree. Inserção percutânea de Cateter duplo J: Uma breve revisão.


PECIBES, 2021. Disponível em:
https://periodicos.ufms.br/index.php/pecibes/article/view/14841. Acesso em : 21 mar.
2023.
SANTOS, Romulo; TIBANA, Tiago; MARCHIORI, Edson; NUNES, Thiago. Inserção
anterógrada de cateter duplo J no tratamento de obstruções ureterais malignas:
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análise retrospectiva dos resultados de uma técnica modificada em um hospital


universitário.2020. Disponível em: http://www.rb.org.br/detalhe_aop.asp?
id=3266&idioma=Portugues. Acesso em: 18 mar. 2023.
CONCEIÇÃO, Patricia; BARRETO, Jucéli; SILVA, Silas. CUIDADOS DE
ENFERMAGEM COM CATETER DE SHILLEY EM UMA UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA: REVISÃO DE LITERATURA. UNILUS, 2017. Disponível em:
http://revista.lusiada.br/index.php/ruep/article/view/869. Acesso em: 15 mar. 2023.

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