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Universidade Potiguar-UNP

Exame e análise de urina: Métodos, importância e aplicações clínicas

Cláudio Rickson Fonseca da Silva Filho


Emilly Claudia Antonio Portant

Natal/RN 2023
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Resumo

O exame e análise de urina desempenham um papel fundamental na prática médica, fornecendo


informações cruciais sobre a saúde do paciente. Este artigo aborda detalhadamente os métodos de coleta de
amostras de urina, técnicas de análise laboratorial e suas aplicações clínicas. Além disso, explora a
importância do exame de urina na avaliação da função renal, diagnóstico de condições como infecções do
trato urinário e doenças metabólicas, destacando sua utilidade no monitoramento de condições específicas,
como a gravidez. Ademais, este artigo oferece uma revisão histórica da análise de sedimentos urinários,
desde suas origens na uroscopia de Hipócrates até as modernas técnicas laboratoriais utilizadas atualmente.
A compreensão abrangente desses aspectos fundamentais do exame de urina é crucial para uma prática
clínica eficaz e para a interpretação precisa dos resultados laboratoriais.

Introdução

O exame de urina é uma prática laboratorial fundamental na avaliação da saúde humana, oferecendo
informações valiosas sobre uma ampla gama de condições médicas. Sua relevância transcende os limites da
medicina diagnóstica, fornecendo um panorama detalhado da função renal, metabólica e imunológica do
organismo. Desde os primeiros registros de uroscopia atribuídos a Hipócrates até as avançadas técnicas
laboratoriais contemporâneas, a análise da urina continua sendo uma das ferramentas mais confiáveis e
acessíveis para os profissionais de saúde
A composição química da urina, sua densidade, aspecto e a presença de elementos microscópicos
oferecem insights cruciais sobre a saúde do paciente. Através do exame de urina, é possível diagnosticar e
monitorar uma variedade de condições médicas, desde doenças renais e metabólicas até infecções do trato
urinário. Além disso, desempenha um papel fundamental no acompanhamento de pacientes em tratamentos
específicos e no rastreamento de condições como a gravidez
Este artigo busca explorar minuciosamente os métodos de coleta de amostras de urina, as técnicas
laboratoriais utilizadas na análise, destacando tanto os aspectos físicos quanto químicos e microscópicos. A
compreensão dessas técnicas é essencial para a interpretação precisa dos resultados, permitindo uma
avaliação clínica sólida e embasada.
Além disso, este artigo enfatiza as aplicações práticas dessas análises, delineando sua importância na
avaliação da função renal, no diagnóstico precoce de condições como diabetes mellitus e na detecção de
infecções do trato urinário, contribuindo significativamente para a prática médica preventiva e curativa.
A história da análise de sedimentos urinários, desde sua origem na prática médica antiga até sua
evolução para métodos laboratoriais modernos, também é abordada. Esse panorama histórico ressalta não
apenas a importância contínua da análise de urina, mas também o impacto significativo desses avanços no
diagnóstico e na compreensão das condições clínicas.
Portanto, a compreensão abrangente do exame e análise de urina é essencial não apenas para os
profissionais de saúde, mas também para os pacientes, pois desempenha um papel crucial na promoção da
saúde, prevenção de doenças e no tratamento eficaz de condições médicas diversas.
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Metodologia

O primeiro passo do exame é transferir a urina do pote coletor para um tubo de ensaio, até um ponto que
dê para mergulhar a fita reativa. Após isso são observadas as características físicas da urina, como o volume,
a cor e o aspecto. Só então utiliza-se a fita reativa, a mesma é mergulhada na urina, depois é retirado o
excesso, encostando as laterais e a parte de trás da fita em uma folha de papel, nunca deve-se encostar a
parte da frente onda há as colorações. O próximo passo é comparar as cores que deram na tira reativa com
as cores dadas na tabela, comparando os elementos químicos (pH, nitrito, glicose, proteína, cetona,
bilirrubina e urobilinogênio). A fita apresentará uma cor igual ou parecida às que estão na tabela e cada cor
apresenta um resultado diferente para aquela substância. Observa-se os resultados e faz-se a anotação na fita
do paciente.
Na segunda parte, a urina no tubo de ensaio é levada para a centrifugação. Ao retirar a urina da
centrifugação, descarta-se o sobrenadante, virando de forma rápida e calma na pia. A parte que sobra é
homogeneizada, dando leves batidas no fundo do tubo de ensaio. Depois, com uma pipeta, capta-se o
sedimento e coloca-o em uma lâmina, que será levada para o microscópio para ser observado quais
compostos estão presentes. Os compostos que podem ser observados são células epiteliais
(leucócitos,hemácias, bactérias), cristais (oxalato de cálcio, ácido úrico, cistina) e cilindros (hialino,
hematócrito, epitelial); o que define estado patogênico são quais compostos aparecem e a quantidade deles.
Compreender os métodos de coleta de amostras de urina, as técnicas de análise e suas aplicações clínicas
é fundamental para a interpretação precisa dos resultados laboratoriais. Vou explicar cada um desses
aspectos e fornecer referências relevantes para cada seção.
Métodos de Coleta de Amostras de Urina:
Coleta de amostra de urina de 24 horas: Esse método envolve a coleta contínua de todas as amostras de
urina eliminadas em um período de 24 horas. Essa técnica é frequentemente utilizada para determinar a
excreção de substâncias específicas ao longo do tempo (Simerville et al., 2005).
Coleta de urina de jato médio: Neste método, a amostra é obtida após descartar o início e o final do fluxo
urinário, coletando apenas a porção intermediária. Isso reduz a probabilidade de contaminação por
micro-organismos presentes na uretra (Fogazzi, 2006). Esta abordagem é amplamente recomendada em
análises laboratoriais para assegurar resultados mais precisos (Simerville et al., 2005).
Coleta de urina de jato inicial/final: A coleta de jato inicial consiste na obtenção da primeira porção da
urina, enquanto a coleta de jato final refere-se à obtenção da última porção. Esses métodos são usados
para identificar substâncias ou células presentes especificamente nessas fases da micção (Simerville et al.,
2005). ssas técnicas são úteis em contextos clínicos específicos para avaliar biomarcadores ou elementos
específicos presentes no início ou no final do fluxo urinário (Fogazzi, 2006).
Técnicas de Análise:
Análise física: Inclui a avaliação visual da cor, odor, transparência e volume da urina, além da medição
da densidade urinária. Esses parâmetros podem indicar problemas de saúde, como desidratação,
presença de sangue ou infecções.
Análise química: Envolve a determinação do pH, presença de glicose, proteínas, células sanguíneas,
cetonas e outras substâncias na urina. Essa análise auxilia no diagnóstico de condições como diabetes,
infecções urinárias e doenças renais.
Análise microscópica: Consiste na observação de elementos microscópicos no sedimento urinário, como
células epiteliais, células sanguíneas, cristais, bactérias e células de células renais. Essa técnica é crucial
para identificar infecções, inflamações ou cálculos renais.
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Aplicações Clínicas:
1. Avaliação da função renal: O exame de urina é crucial na avaliação da função dos rins, identificando
problemas como insuficiência renal ou doença renal crônica.
2. Diagnóstico de infecções do trato urinário: É uma das principais ferramentas para identificar
infecções bacterianas no trato urinário.
3. Detecção de doenças metabólicas: Permite identificar distúrbios metabólicos como diabetes,
avaliando a presença de glicose e corpos cetônicos na urina.
4. Monitoramento de condições específicas: Durante a gravidez, o exame de urina é usado para
monitorar a saúde materna e fetal, incluindo a detecção de pré-eclâmpsia.
OBJETIVOS
Além dos aspectos mencionados, o objetivo deste artigo científico é:
Explorar Detalhadamente os Métodos de Coleta de Amostras de Urina: Este artigo visa apresentar uma
análise minuciosa dos diferentes métodos de coleta de amostras de urina, destacando suas particularidades,
vantagens e aplicabilidades clínicas específicas (Fogazzi, 2006). Isso inclui desde a coleta de urina de 24
horas até métodos mais específicos, como a coleta de jato médio e a análise das fases inicial e final da micção
(Simerville et al., 2005).
Detalhar as Técnicas de Análise Laboratorial: O artigo busca oferecer uma compreensão aprofundada das
técnicas de análise laboratorial, desde a avaliação física até a análise química e microscópica da urina
(Delanghe & Speeckaert, 2015). Serão abordados os princípios de cada técnica, os parâmetros avaliados e
sua relevância diagnóstica em várias condições de saúde (Fogazzi, 2013).
Examinar Amplamente as Aplicações Clínicas e Diagnósticas: Além disso, o artigo tem como propósito
examinar extensivamente as aplicações clínicas dessas técnicas de análise urinária. Isso inclui a avaliação da
função renal, o diagnóstico preciso de infecções do trato urinário, a detecção de distúrbios metabólicos
como diabetes, bem como seu papel vital no monitoramento de condições específicas, como durante a
gestação.
Abordar a Importância da Precisão e Interpretação dos Resultados: Este artigo visa enfatizar a importância
da precisão na coleta das amostras de urina e na interpretação dos resultados laboratoriais (Fogazzi,2013).
Destacará a influência de variáveis pré-analíticas, como a adequada técnica de coleta e armazenamento das
amostras, na confiabilidade dos resultados (Simerville et al., 2005).
Explorar Novas Tecnologias e Avanços na Análise de Urina: Além das técnicas tradicionais, este artigo
buscará abordar os avanços tecnológicos emergentes na análise de urina (Bervoets & Van Hoovels, 2013),
como a aplicação de métodos automatizados, biossensores e outras tecnologias inovadoras, e discutirá seu
potencial para aprimorar a precisão diagnóstica e a eficiência do processo analítico.
Destacar a Importância do Contexto Clínico na Interpretação dos Resultados: Além de descrever os aspectos
técnicos, o objetivo é enfatizar a necessidade de considerar o contexto clínico global ao interpretar os
resultados do exame de urina. Isso inclui a integração dos achados do exame de urina com outros dados
clínicos e laboratoriais para uma avaliação mais abrangente e precisa do estado de saúde do paciente.
Este artigo busca fornecer uma visão holística e detalhada do exame de urina, desde os métodos de coleta
até as implicações clínicas, oferecendo uma compreensão abrangente desses procedimentos cruciais na
prática médica. Sendo assim, o presente estudo pretende abranger não apenas os aspectos técnicos do exame
de urina, mas também a importância da interpretação contextual dos resultados, a introdução de novas
tecnologias e a garantia da precisão dos procedimentos laboratoriais, fornecendo assim um panorama amplo
e atualizado sobre este tema crucial na prática médica.
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Resultados e discussões
Análise Físico-Química

VOLUME 15ml
COR

COR Amarelo Ouro

DENSIDAE Amarelo Ouro

pH 6,0

GLICOSE Negativo

PROTEÍNAS Traços

SANGUE Negativo

BILLIRUBINA Negativo

UROBILINOGÊNIO 0,2 normal 3,0

NITRITO Negativo

LEUCÓCITOS Traços 15

CETONAS 5/0,5

Todas a substâncias estão em estado normal, ou seja, o paciente não tem nenhum tipo de
patologia ou indício para tal. No microscópio, apenas foi encontrado uma célula. A expectativa
do grupo era poder encontrar mais células e outras substâncias que são, dependendo da
quantidade, normais, como cristais. Acredita-se que esse é um indício de saúde para o paciente, já
que ele não apresenta nenhuma anormalidade, sendo esse um resultado esperado.
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REFERÊNCIAS

1. Delanghe, J., Speeckaert, M., & Creatinine determination according to Jaffe—what does it
stand for? Clin. Chim. Acta 438, 2015, 350–352.
2. Simerville, J.A., Maxted, W.C., & Pahira, J.J. Urinalysis: A Comprehensive Review. Am
Fam Physician 71(6), 2005, 1153-1162.
3. Fogazzi, G.B. Urinary sediment: a new look at an old test. Clin. Chim. Acta 418, 2013, 15–
18.
4. F. Strle, Lyme Borreliosis. Nat Rev Dis Primers 2, 2016, 16090.
5. Fogazzi, G.B. The origin of urinary sediment analysis: from Hippocrates' uroscopy to
present. Clin. Chim. Acta 365(1-2), 2006, 158-168.
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Universidade Potiguar-UNP

REFERÊNCIAS

1. Delanghe, J., Speeckaert, M., & Creatinine determination according to Jaffe—what does it
stand for? Clin. Chim. Acta 438, 2015, 350–352.
2. Simerville, J.A., Maxted, W.C., & Pahira, J.J. Urinalysis: A Comprehensive Review. Am
Fam Physician 71(6), 2005, 1153-1162.
3. Fogazzi, G.B. Urinary sediment: a new look at an old test. Clin. Chim. Acta 418, 2013, 15–
18.
4. F. Strle, Lyme Borreliosis. Nat Rev Dis Primers 2, 2016, 16090.
5. Fogazzi, G.B. The origin of urinary sediment analysis: from Hippocrates' uroscopy to
present. Clin. Chim. Acta 365(1-2), 2006, 158-168.

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