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UBERLÂNDIA
2023
NADÁBIA CAETANO BARNABE RIBEIRO
UBERLÂNDIA
2023
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O EUR é composto por três fases distintas: exame físico, exame químico e exame
microscópico da urina.
O exame físico inclui a observação da aparência, cor, concentração e odor da urina. Segundo
o Instituto Brasileiro de Normas Técnicas (2005), "Aparência, cor e odor são características
sensoriais. No entanto, qualquer discrepância na cor ou aparência da urina deve ser registrada
no relatório."
Os testes químicos geralmente podem ser realizados por dois tipos de testes: métodos
químicos úmidos e métodos químicos secos. O método de química seca utiliza tiras reagentes
para medir os seguintes parâmetros: pH, hemoglobina, glicose, bilirrubina, urobilinogênio,
corpos cetônicos, nitrito, esterase leucocitária e proteína. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2005).
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2005), uma tira reagente pode ser
definida como "uma fita de material inerte contendo almofadas impregnadas com reagentes
para produzir uma reação detectável". O método da tira reagente permite que os laboratórios
gerem resultados químicos semiquantitativos de forma rápida, eficiente e econômica. Se um
analito estiver presente ou presente na amostra de urina, ele reagirá com os reagentes
impregnados na tira e desenvolverá uma cor. Pode ser lido visualmente ou com um leitor
(KAPLAN; PESCE, 2010).
Resultados falso-positivos e falso-negativos não são incomuns com o método da tira reagente.
Nesse caso, testes químicos úmidos podem ser usados para confirmar e validar o método.
(SIMERVILLE; MAXTED; PAHIRA, 2005).
Em geral, a presença de cilindros na urina indica lesão ou doença renal aguda ou crônica. Os
cilindros são classificados com base em sua aparência e conteúdo celular. São acelulares (isto
é, hialinos, proteicos, granulares, cerosos ou gordurosos), celulares (epiteliais, incluindo
eritrócitos, leucócitos e células epiteliais tubulares), pigmentados (hemoglobina e bilirrubina)
e podem ser microbianos ou cristais mistos (vítreos), granular, granular ceroso, celular ceroso)
(CAVANAUGH; PARAZELLA, 2019).
A hematúria é outro achado comum na EUR, mas pode não estar associada à doença em
alguns casos. No entanto, quando associada a outras doenças do trato urinário, como
proteinúria, sugere-se o envolvimento do trato urinário superior. O método da tira reagente
detecta a presença de hemoglobina urinária e glóbulos vermelhos pela atividade peroxidase da
hemoglobina urinária, glóbulos vermelhos ou mioglobina livre catalisando a reação. Um
resultado positivo pode, portanto, indicar hematúria, hemoglobinúria ou mioglobinúria. Para
confirmar a presença de glóbulos vermelhos na urina, a sedimentoscopia urinária deve ser
realizada. ( KAPLAN; PESCE, 2010).
O método da tira reagente detecta leucócitos intactos ou lisados com base na presença de
esterases intracelulares. Essas enzimas catalisam a hidrólise de ésteres, liberando
componentes usados nas reações de coloração. Para exame de sedimento urinário, a
quantidade ou número de glóbulos brancos encontrados é importante. Outro achado
importante no sedimento urinário são os cilindros leucocitários, que ajudam a localizar focos
de inflamação no rim. (KAPLAN; PESCE, 2010).
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As ITU’s são consideradas uma das infecções bacterianas mais comuns em humanos e afetam
principalmente as mulheres. Estima-se que 50% das mulheres em todo o mundo terão uma
infecção do trato urinário pelo menos uma vez na vida e 15% terão uma infecção do trato
urinário pelo menos uma vez por ano. (PIOVESAN et al., 2014).
É definida pela infiltração microbiana de qualquer parte do sistema urinário desde a uretra até
os rins. É uma das quatro constantes das infecções relacionadas à saúde (IRAS) e também é a
segunda infecção mais comum na população em geral, afetando potencialmente todas as
faixas etárias. (QUEIRÓS et al., 2011).
As infecções do trato urinário são divididas em tipos simples e complexos. Quando ocorre na
maioria das mulheres e responde ao tratamento antibiótico de curto prazo, é chamado de
forma simples. As mais complexas estão relacionadas a alterações anatômicas ou funcionais
do trato urinário e requerem tratamento mais complexo. (RIZVI; SIDDIQUI, 2010).
bacteriana que hoje é reconhecida pela comunidade científica mundial como um grave
problema de saúde pública. (KORB et al., 2016).
Porém, após a identificação do agente infeccioso, o tratamento com antibióticos deve ser
realizado. Neste momento, é importante selecionar o antibiótico apropriado na dose
apropriada pela duração necessária para eliminar os patógenos do trato urinário. O perfil de
suscetibilidade do patógeno detectado pelo antibiograma deve ser considerado ao selecionar
uma terapia satisfatória. (HAMI et al., 2013).
A urina geralmente tem uma aparência turva se bactérias ou glóbulos brancos estiverem
presentes na amostra, mas clara se isso não for comum. Portanto, a opacidade é um preditor
da presença de infecção do trato urinário. (ABRIL; DÍAZ R.; DÍAZ J., 2014).
Pacientes com exame de urina negativo não necessitam de urocultura, mesmo que estejam
presentes sinais e sintomas que possam estar relacionados a outras causas. No entanto, se isso
for desejado, deve ser feito independentemente dos resultados do teste de urina. No entanto,
se o resultado desse teste for positivo, é essencial confirmar a infecção do trato urinário por
cultura de urina. (STEIN et al., 2014).
De acordo com Lo et al. (2010) a urina deve ser coletada corretamente para resultados
confiáveis. Em casos suspeitos com base no diagnóstico clínico de alterações detectadas
durante o exame microscópico da urina, presença de leucócitos na urina e presença de nitritos
nas tiras diagnósticas da vareta, o tratamento empírico já pode ser iniciado.
Para realização da urocultura, as amostras devem ser inoculadas com uma dose padrão de 10
µL ou 1 µL (se houver suspeita de um grande número de organismos) em meios como ágar
fresco, ágar sangue, MacConkey. Além dessa cultura quantitativa, existe também a
possibilidade de laboratório de urocultura semiquantitativa pelo método de lamincultura, que
apresenta diversas vantagens como a omissão do loop de revisão. A preferência por essa
opção de urocultura reflete a experiência do técnico no uso e interpretação desse método
(STEIN et al., 2014).
Uma urocultura positiva deve ser considerada se uma única bactéria estiver presente >100.000
UFC. Qualquer coisa abaixo de 10.000 UFC é considerada negativa, e entre 10.000 e 100.000
UFC o teste deve ser repetido para confirmar resultados equívocos. A UFC número 21, que é
utilizada para o diagnóstico definitivo de infecção do trato urinário, varia de acordo com o
método de coleta de urina e o tipo de paciente. (HAMI et al., 2013).
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Figura 4 - Urocultura
Figura – 5 Antibiograma
Existe um método quantitativo chamado MIC (Concentração Inibitória Mínima) que pode ser
usado para determinar com precisão o nível de suscetibilidade. A menor concentração de
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antibiótico que inibe o crescimento bacteriano é determinada para refletir sua eficácia.
(STEIN et al., 2014)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No entanto, é importante destacar que o exame de urina de rotina não fornece um diagnóstico
definitivo. É um ponto de partida para uma investigação adicional, que pode envolver outros
exames e avaliação clínica. O médico irá considerar os resultados do exame de urina
juntamente com outros sintomas, histórico médico e resultados de exames complementares
para chegar a um diagnóstico preciso.
A detecção precoce de doenças renais é fundamental para um tratamento eficaz e para evitar
complicações graves. O exame de urina é uma ferramenta simples, não invasiva e
relativamente barata, que pode fornecer informações sobre a função renal. Portanto, submeta-
se a exames de urina de rotina, conforme recomendado pelo médico, pode ajudar a identificar
precocemente possíveis problemas renais e permitir um tratamento adequado.
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REFÊRENCIAS
ABRIL, F. G. M.; DÍAZ, R. J.; DÍAZ, J. M. O. Rendimiento diagnóstico del parcial de orina
como predictor de infección urinaria en pacientes de Tunja, Colombia. CES Med, v. 28, n. 1,
p. 21-34, 2014.
AMMENTI, A. et al. Febrile urinary tract infections in young children: recommendations for
the diagnosis, treatment and follow-up. Acta Pædiatrica, p. 1- 7, 2011.
KAPLAN, L. A.; PESCE, A. J.. Clinical chemistry : theory, analysis, and correlation. 5. ed.
St. Louis: Mosby. 2010. xvii, 1211 p. p
KORB, A. et al. Infecções do trato urinário no estado de Santa Catarina. Saúde Pública, Santa
Catarina, v. 9, n. 1, p. 64-73, 2016.
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OYAERT, M.; DELANGHE, J. Progress in Automated Urinalysis. Ann Lab Med, 39, n. 1, p.
15-22, Jan 2019.
RIZVI, R.; SIDDIQUI, K. Recurrent urinary tract infections in females. Journal of the
Pakistan Medical Association, v. 60, n. 1, p. 55-59, 2010
SCHULZ, T. et al. Risk associated with dipstick urinalysis for diagnosing urinary tract
infection. Pinnacle Biochemistry Research, v. 1, n. 1, p. 177-182, 2014.