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FUNDAÇÃO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS – FUPAC

FACULDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS DE UBERLÂNDIA


CURSO DE BIOMEDICINA

NADÁBIA CAETANO BARNABE RIBEIRO

IMPORTÂNCIA DIAGNÓSTICA DO EXAME DE URINA DE ROTINA

ESO I – LÍQUIDOS CORPORAIS

UBERLÂNDIA
2023
NADÁBIA CAETANO BARNABE RIBEIRO

IMPORTÂNCIA DIAGNÓSTICA DO EXAME DE URINA DE ROTINA

Projeto de conclusão de aprendizado


apresentado à disciplina ESO I do Curso de
Graduação em Biomedicina da Fundação
Presidente Antônio Carlos – FUPAC.

UBERLÂNDIA
2023
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INTRODUÇÃO AO EXAME DE URINA DE ROTINA

O exame de urina de rotina (EUR) desempenha um papel importante no diagnóstico clínico de


doenças que podem afetar o trato urinário. A triagem diagnóstica de amostras de urina é
atualmente a terceira análise mais comum realizada em laboratórios clínicos. Além disso,
fornece dados muito importantes para a identificação de doenças sistêmicas. (CAVANAUG;
PERAZELLA, 2019; BAÑOS-LAREDO et al.,2010).

O EUR é composto por três fases distintas: exame físico, exame químico e exame
microscópico da urina.

O exame físico inclui a observação da aparência, cor, concentração e odor da urina. Segundo
o Instituto Brasileiro de Normas Técnicas (2005), "Aparência, cor e odor são características
sensoriais. No entanto, qualquer discrepância na cor ou aparência da urina deve ser registrada
no relatório."

Os testes químicos geralmente podem ser realizados por dois tipos de testes: métodos
químicos úmidos e métodos químicos secos. O método de química seca utiliza tiras reagentes
para medir os seguintes parâmetros: pH, hemoglobina, glicose, bilirrubina, urobilinogênio,
corpos cetônicos, nitrito, esterase leucocitária e proteína. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2005).

Figura 1 – Tiras reagentes


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A microscopia usa o sedimento urinário para identificar e quantificar os constituintes


presentes na urina. Dentre os elementos destacam-se células epiteliais, leucócitos, eritrócitos,
cilindros, cristais, bactérias e fungos. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA
CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL, 2017).

Figura 2- Sedimento urinário

PARAMÊTROS UTILIZADO NO EXAME DE URINA DE ROTINA

A urinálise automatizada fez avanços tecnológicos significativos nos últimos 20 anos. Os


sistemas automatizados de teste de urina economizam tempo, são padronizados e baratos.
Devido à complexidade das informações obtidas na urinálise, a introdução de sistemas
automatizados reduzirá ainda mais os erros analíticos e melhorará a qualidade da análise de
sedimentos e das tiras reagentes. (OYAERT; DELANGHE, 2019).

Com relação à quantificação dos elementos formados presentes na urina, o método


automatizado apresenta um tempo de análise menor em relação à análise microscópica
manual, permitindo assim o processamento de mais amostras. Desta forma, os tempos de
execução do exame de urina de rotina são reduzidos e possíveis erros técnicos no preparo e
manuseio da amostra são evitados. (CAVANAUGH; PERAZELLA, 2019).

Os sistemas automatizados de urinálise economizam tempo, são padronizados e baratos, mas


as informações diagnósticas fornecidas pelos exames assim realizados não reconhecem alguns
elementos da imagem, como lipídeos e células epiteliais, não atingindo a máxima
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sensibilidade e especificidade. Estrutura tubular renal. Muito importante no diagnóstico de


doenças renais. Acredita-se que a combinação de microscópios portáteis e examinadores bem
treinados fornecerá uma visão em tempo real maior da anatomia e fisiopatologia da lesão
renal. (FOGAZZI; VERDESCA.,2019).

A combinação da microscopia do sedimento urinário com a química pode garantir


especificidade e sensibilidade precisas da urinálise. Comumente, os constituintes químicos
presentes na urina são analisados usando tiras de teste. (HAMI et al., 2013)

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2005), uma tira reagente pode ser
definida como "uma fita de material inerte contendo almofadas impregnadas com reagentes
para produzir uma reação detectável". O método da tira reagente permite que os laboratórios
gerem resultados químicos semiquantitativos de forma rápida, eficiente e econômica. Se um
analito estiver presente ou presente na amostra de urina, ele reagirá com os reagentes
impregnados na tira e desenvolverá uma cor. Pode ser lido visualmente ou com um leitor
(KAPLAN; PESCE, 2010).

Resultados falso-positivos e falso-negativos não são incomuns com o método da tira reagente.
Nesse caso, testes químicos úmidos podem ser usados para confirmar e validar o método.
(SIMERVILLE; MAXTED; PAHIRA, 2005).

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (2005) recomenda essa confirmação devido à


sua importância clínica para o estudo de proteínas na urina. As proteínas normais da urina
incluem albumina, globulinas séricas e proteínas secretadas pelos néfrons. A maioria dos
testes com fita reagente é sensível à albumina, mas pode não detectar níveis baixos de
gamaglobulina ou proteína de Bence Jones. Portanto, um resultado negativo da tira reagente
não exclui a presença dessas proteínas na urina. Em certas situações, são necessários métodos
alternativos de teste e medição de proteína na urina, como turbidimetria e ligação de corantes.
Níveis elevados de proteína na urina podem ser um importante indicador de doença renal.
(SIMERVILLE; MAXTED., 2017).

Achados microscópicos relevantes incluem cilindros formados por proteoglicanos de baixo


peso molecular chamados mucoproteínas de Tamm-Horsfall. É formado na matriz dos túbulos
renais e pode envolver as células ou o material da matriz por adesão. (FOGAZZI;
VERDESCA, 2014).
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Em geral, a presença de cilindros na urina indica lesão ou doença renal aguda ou crônica. Os
cilindros são classificados com base em sua aparência e conteúdo celular. São acelulares (isto
é, hialinos, proteicos, granulares, cerosos ou gordurosos), celulares (epiteliais, incluindo
eritrócitos, leucócitos e células epiteliais tubulares), pigmentados (hemoglobina e bilirrubina)
e podem ser microbianos ou cristais mistos (vítreos), granular, granular ceroso, celular ceroso)
(CAVANAUGH; PARAZELLA, 2019).

A hematúria é outro achado comum na EUR, mas pode não estar associada à doença em
alguns casos. No entanto, quando associada a outras doenças do trato urinário, como
proteinúria, sugere-se o envolvimento do trato urinário superior. O método da tira reagente
detecta a presença de hemoglobina urinária e glóbulos vermelhos pela atividade peroxidase da
hemoglobina urinária, glóbulos vermelhos ou mioglobina livre catalisando a reação. Um
resultado positivo pode, portanto, indicar hematúria, hemoglobinúria ou mioglobinúria. Para
confirmar a presença de glóbulos vermelhos na urina, a sedimentoscopia urinária deve ser
realizada. ( KAPLAN; PESCE, 2010).

A análise adequada do sedimento urinário ajuda a avaliar a morfologia dos glóbulos


vermelhos e a identificar a origem do sangramento. Ocasionalmente, eritrócitos com
populações celulares atípicas podem ser encontrados na urina de pacientes com doença
glomerular, enquanto em sangramentos urológicos os eritrócitos são relativamente
homogêneos e têm forma normal. O exame preciso e padronizado dos sedimentos urinários
torna possível distinguir entre hematúria glomerular e não glomerular. (HAMI et al., 2013).

A presença de leucócitos na urina é um importante indicador de inflamação. Infecções do


trato urinário e contaminação urinária com secreções genitais são os distúrbios mais comuns
associados à leucocitúria (e bacteriúria). No entanto, os leucócitos também podem ser
encontrados em pacientes com nefrite intersticial aguda ou crônica, glomerulonefrite
proliferativa e doença urológica. (BAÑOS-LAREDO et al., 2010).

O método da tira reagente detecta leucócitos intactos ou lisados com base na presença de
esterases intracelulares. Essas enzimas catalisam a hidrólise de ésteres, liberando
componentes usados nas reações de coloração. Para exame de sedimento urinário, a
quantidade ou número de glóbulos brancos encontrados é importante. Outro achado
importante no sedimento urinário são os cilindros leucocitários, que ajudam a localizar focos
de inflamação no rim. (KAPLAN; PESCE, 2010).
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INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

A infecção do trato urinário (ITU) é a invasão, crescimento e colonização de partes do sistema


urinário por bactérias. O padrão-ouro para o diagnóstico laboratorial de infecções do trato
urinário é a cultura de urina, que pode ser usada para determinar o agente causador da
colonização e infecção bacteriana. Após a cultura é mostrado um teste de antibiótico que
fornece informações sobre a suscetibilidade ou resistência da bactéria aos antibióticos mais
importantes utilizados. (CORRÊA; MONTALVÃO, 2010)

As ITU’s são consideradas uma das infecções bacterianas mais comuns em humanos e afetam
principalmente as mulheres. Estima-se que 50% das mulheres em todo o mundo terão uma
infecção do trato urinário pelo menos uma vez na vida e 15% terão uma infecção do trato
urinário pelo menos uma vez por ano. (PIOVESAN et al., 2014).

É definida pela infiltração microbiana de qualquer parte do sistema urinário desde a uretra até
os rins. É uma das quatro constantes das infecções relacionadas à saúde (IRAS) e também é a
segunda infecção mais comum na população em geral, afetando potencialmente todas as
faixas etárias. (QUEIRÓS et al., 2011).

As infecções do trato urinário são divididas em tipos simples e complexos. Quando ocorre na
maioria das mulheres e responde ao tratamento antibiótico de curto prazo, é chamado de
forma simples. As mais complexas estão relacionadas a alterações anatômicas ou funcionais
do trato urinário e requerem tratamento mais complexo. (RIZVI; SIDDIQUI, 2010).

Um dos patógenos responsáveis por altas taxas de infecções do sistema urinário é a


Escherichia coli, que pode colonizar tanto a bexiga quanto os rins. Essas infecções do trato
urinário são mais comuns, principalmente em ambientes hospitalares, em grupos de risco
como mulheres, diabéticos e pacientes com sonda vesical, podendo levar a complicações
graves. (STEIN et al., 2014).

O diagnóstico laboratorial de infecções do trato urinário é o primeiro passo na identificação


do patógeno e é realizado na amostra de urina do paciente. O exame de urina e a urocultura
permitem um diagnóstico preciso do agente causador da infecção. (AMMENTI et al., 2011).

O diagnóstico consistente possibilita o tratamento eficaz das infecções do trato urinário,


auxiliando tanto na melhora do quadro clínico do paciente quanto na redução da resistência
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bacteriana que hoje é reconhecida pela comunidade científica mundial como um grave
problema de saúde pública. (KORB et al., 2016).

Porém, após a identificação do agente infeccioso, o tratamento com antibióticos deve ser
realizado. Neste momento, é importante selecionar o antibiótico apropriado na dose
apropriada pela duração necessária para eliminar os patógenos do trato urinário. O perfil de
suscetibilidade do patógeno detectado pelo antibiograma deve ser considerado ao selecionar
uma terapia satisfatória. (HAMI et al., 2013).

DIAGNÓSTICO DAS INFECÇÕES URINÁRIAS

O diagnóstico laboratorial baseia-se no exame de urina, que detecta a presença de leucócitos e


bactérias no espécime, e nos resultados quantitativos da urocultura . Após a coleta da urina,
esta deve ser inoculada em meio de cultura para identificação de organismos patogênicos no
trato urinário. Se a amostra não for enviada para testes laboratoriais imediatos, a urina
coletada deve ser refrigerada, e as amostras que precisam ser enviadas para outro local para
processamento também devem ser enviadas refrigeradas. (AMERICAN ACADEMY OF
PEDIATRICS, 2011).

O exame inclui avaliação de características macroscópicas, físicas, químicas, bioquímicas e


microscópicas. Também conhecido como EAS (Elemento de Sedimentação Anormal) ou
urinálise Tipo I, este teste pode ajudar a diagnosticar infecções do trato urinário.
(NASCIMENTO; OLIVEIRA; ARAÚJO, 2012)

A urina geralmente tem uma aparência turva se bactérias ou glóbulos brancos estiverem
presentes na amostra, mas clara se isso não for comum. Portanto, a opacidade é um preditor
da presença de infecção do trato urinário. (ABRIL; DÍAZ R.; DÍAZ J., 2014).

Figura 3- Diferentes cores de urina


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As tiras de urinálise possuem parâmetros de urobilinogênio, cetonas, glicose, proteína e pH e


também são um método indireto de avaliar a presença de leucócitos e bactérias na urina. A
detecção de leucócitos esterase e nitrito na amostra sugere infecção do trato urinário. No
entanto, um resultado positivo desse teste é preditivo de diagnóstico de infecção do trato
urinário, enquanto alguns patógenos do trato urinário não reduzem o nitrato a nitrito e não
produzem leucócitos esterase, portanto, um resultado negativo não indica infecção. (SCHULZ
et al., 2014).

A avaliação do sedimento urinário por microscopia também faz parte da uroanálise, e é


realizada após a centrifugação da urina. Uma análise apropriada do sedimento inclui a
identificação de leucócitos e bactérias, bem como cristais, cilindros e muco, porém, não é o
diagnóstico definitivo da ITU (CORRÊA; MONTALVÃO, 2010).

As infecções do trato urinário são importantes para diagnosticar precocemente, portanto, os


gráficos de urina com tiras de urina fornecem informações que facilitam o diagnóstico rápido.
Entretanto, não identificam o agente etiológico e não permitem o uso de antibiogramas para
guiar condutas terapêuticas, não sendo, portanto, uma alternativa à urocultura. (HAMI et al.,
2013).

Pacientes com exame de urina negativo não necessitam de urocultura, mesmo que estejam
presentes sinais e sintomas que possam estar relacionados a outras causas. No entanto, se isso
for desejado, deve ser feito independentemente dos resultados do teste de urina. No entanto,
se o resultado desse teste for positivo, é essencial confirmar a infecção do trato urinário por
cultura de urina. (STEIN et al., 2014).

De acordo com Lo et al. (2010) a urina deve ser coletada corretamente para resultados
confiáveis. Em casos suspeitos com base no diagnóstico clínico de alterações detectadas
durante o exame microscópico da urina, presença de leucócitos na urina e presença de nitritos
nas tiras diagnósticas da vareta, o tratamento empírico já pode ser iniciado.

A urocultura é realizada colocando a urina em um ambiente propício ao crescimento


bacteriano, identifica o patógeno das infecções do trato urinário e serve como padrão de
referência diagnóstica, mas está repleta de vários problemas práticos. O fator limitante é o
atraso necessário para que as bactérias cresçam no meio, com um tempo mínimo de detecção
de 18 horas. Portanto, é muito importante identificar rapidamente o grupo ao qual a bactéria
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pertence por meio da coloração de Gram, pois o diagnóstico é inconclusivo entre 18 e 48


horas. (STEIN et al., 2014).

Para realização da urocultura, as amostras devem ser inoculadas com uma dose padrão de 10
µL ou 1 µL (se houver suspeita de um grande número de organismos) em meios como ágar
fresco, ágar sangue, MacConkey. Além dessa cultura quantitativa, existe também a
possibilidade de laboratório de urocultura semiquantitativa pelo método de lamincultura, que
apresenta diversas vantagens como a omissão do loop de revisão. A preferência por essa
opção de urocultura reflete a experiência do técnico no uso e interpretação desse método
(STEIN et al., 2014).

Uma urocultura positiva deve ser considerada se uma única bactéria estiver presente >100.000
UFC. Qualquer coisa abaixo de 10.000 UFC é considerada negativa, e entre 10.000 e 100.000
UFC o teste deve ser repetido para confirmar resultados equívocos. A UFC número 21, que é
utilizada para o diagnóstico definitivo de infecção do trato urinário, varia de acordo com o
método de coleta de urina e o tipo de paciente. (HAMI et al., 2013).
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Figura 4 - Urocultura

A suscetibilidade microbiana aos antibióticos está mudando rapidamente, especialmente nos


países em desenvolvimento. Este facto deve-se não só à prescrição irracional de antibióticos
pelos médicos, mas também ao facto de os antibióticos serem obtidos diretamente nas
farmácias sem receita médica. (AMMENTI et al., 2011)

O Teste de Suscetibilidade Antimicrobiana (AST) ou Antibiograma fornece orientação sobre


quais antibióticos prescrever com base na suscetibilidade de cada organismo. Este teste pode
ser usado para determinar a suscetibilidade e resistência de patógenos encontrados na cultura
de urina de um paciente e é uma ferramenta importante na seleção da terapia antimicrobiana
apropriada. (HAMI et al., 2013).

Para executar um antibiograma, é necessário preparar um inóculo e espalhá-lo no meio


usando um cotonete. Aplica-se em seguida um conjunto de discos antimicrobianos nesta placa
de semeadura e verifica-se a formação de um halo. Após 16-18 horas de incubação, é feita a
leitura da placa considerando a zona de inibição como a área macroscópica de não
crescimento. Portanto, a interpretação do tamanho da zona de inibição e a classificação dos
micróbios como sensíveis, intermediários ou resistentes aos antibióticos testados pode ser
considerada um método qualitativo. (STEIN et al., 2014).

Figura – 5 Antibiograma

Existe um método quantitativo chamado MIC (Concentração Inibitória Mínima) que pode ser
usado para determinar com precisão o nível de suscetibilidade. A menor concentração de
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antibiótico que inibe o crescimento bacteriano é determinada para refletir sua eficácia.
(STEIN et al., 2014)

Ao escolher os antibióticos que compõem o grama de suscetibilidade, os laboratórios devem


considerar a natureza do organismo isolado, o local da infecção e o paciente a ser tratado.
Embora os comitês de padronização publiquem listas de antimicrobianos para testar contra
comunidades microbianas, é imperativo que a seleção do laboratório seja feita em consulta
com microbiologistas, farmácias, equipe clínica e comitês terapêuticos. (STEIN et al., 2014).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O exame de urina desempenha um papel crucial na detecção e no diagnóstico de várias


doenças renais. A presença de proteínas na urina (proteinúria) e a identificação de cilindros
podem indicar disfunção renal e danos nos túbulos renais, respectivamente. Esses achados
podem alertar os médicos para a possibilidade de condições como glomerulonefrite,
nefropatia diabética, tubulopatias, necrose tubular aguda e síndrome nefrótica.

No entanto, é importante destacar que o exame de urina de rotina não fornece um diagnóstico
definitivo. É um ponto de partida para uma investigação adicional, que pode envolver outros
exames e avaliação clínica. O médico irá considerar os resultados do exame de urina
juntamente com outros sintomas, histórico médico e resultados de exames complementares
para chegar a um diagnóstico preciso.

A detecção precoce de doenças renais é fundamental para um tratamento eficaz e para evitar
complicações graves. O exame de urina é uma ferramenta simples, não invasiva e
relativamente barata, que pode fornecer informações sobre a função renal. Portanto, submeta-
se a exames de urina de rotina, conforme recomendado pelo médico, pode ajudar a identificar
precocemente possíveis problemas renais e permitir um tratamento adequado.
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