Você está na página 1de 21

Confecção e

liberação de laudos
Helem Ferreira Ribeiro

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

> Descrever as informações necessárias em um laudo de exame laboratorial.


> Listar os parâmetros presentes nos laudos dos diferentes setores de análises
clínicas.
> Identificar os padrões de qualidade na liberação de um laudo.

Introdução
Os métodos diagnósticos são distintos, mas se complementam. O diagnóstico
clínico é feito pela análise dos sinais e sintomas apresentados por um paciente,
e o diagnóstico epidemiológico avalia a ocorrência de determinadas doenças
em uma população ou em um determinado período. Tangenciando essas duas
formas de diagnóstico, encontramos o diagnóstico laboratorial, no qual exames
complementares de análises clínicas fornecem informações sobre um indivíduo
ou uma população.
A análise laboratorial é parte fundamental do atendimento de saúde, e os
dados fornecidos pelos exames executados são cruciais para a avaliação do estado
geral de saúde de um indivíduo, bem como para afastar ou confirmar suspeitas
diagnósticas baseadas na investigação clínica apresentada por um paciente.
Um exame bem solicitado e bem orientado é um diferencial importante para um
bom atendimento em saúde.
Para que a análise correta de um exame laboratorial possa ser realizada por um
profissional de saúde, é fundamental que a forma pela qual os resultados serão
apresentados sejam claras e contenham informações suficientes para a tomada de
2 Confecção e liberação de laudos

decisões. Neste capítulo, serão apresentadas informações necessárias nos laudos


laboratoriais, os requerimentos para laudos de diferentes setores do laboratório,
bem como os padrões de qualidade envolvidos na liberação de um laudo.

Importância da análise laboratorial


O laboratório de análises clínicas é um serviço de saúde que pode ser tanto
independente quanto vinculado a um hospital ou consultório médico que
realiza exames auxiliares para a detecção de patologias e condições fisioló-
gicas por meio de exames em materiais biológicos, como sangue, urina, fezes,
amostras de tecido e diferentes líquidos corporais (ESTRIDGE; REYNOLDS,
2011). Nesse local, diferentes profissionais atuam em conjunto para garantir
a confiabilidade do resultado e a segurança do paciente, executando diversas
técnicas laboratoriais, e os resultados dessas análises interferem diretamente
no atendimento recebido por um paciente.
O objetivo final das análises laboratoriais é a obtenção de informações
clínicas úteis para o diagnóstico, para a prevenção e para o tratamento de
diferentes doenças (MCPHERSON; PINCUS, 2012). Essas informações incluem
a detecção e a quantificação de risco futuro do desenvolvimento de uma do-
ença ou a detecção de uma doença subclínica, a definição de um diagnóstico,
a avaliação de gravidade e o prognóstico de uma doença, além de auxílio na
seleção da terapia adequada e do monitoramento da evolução da doença e
da resposta ao tratamento (XAVIER; DORA; BARROS, 2016) (Figura 1).
O início da análise laboratorial ocorre no momento da solicitação do exame,
quase sempre feita por um médico, dando início à fase pré-analítica, que
engloba tudo o que ocorre — desde a solicitação dos exames laboratoriais,
a preparação do paciente e a coleta da amostra até a aliquotagem, a separação
e o armazenamento das amostras —, e é nessa fase que ocorre a maior parte
dos erros (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORA-
TORIAL, 2018). A fase analítica se refere à análise laboratorial propriamente
dita, às técnicas e aos equipamentos utilizados nessa fase, enquanto a fase
pós-analítica lida com os resultados dos exames, incluindo a preparação dos
laudos diagnósticos, a entrega do resultado ao médico ou ao paciente e a
interpretação desses resultados (MCPHERSON; PINCUS, 2012).
Confecção e liberação de laudos 3

Figura 1. Relação entre o diagnóstico clínico e as análises laboratoriais. Os sinais e sintomas,


junto à história clínica do paciente, devem guiar a solicitação dos exames laboratoriais
que são executados, e os resultados, enviados ao médico solicitante, orientando, assim, a
tomada de decisão clínica.
Fonte: Xavier, Dora e Barros (2016, p. 5).

A elaboração, a liberação, a emissão, a entrega e a interpretação de um


laudo laboratorial constituem a fase final da atuação de um laboratório de
análises clínicas, congregando as informações necessárias para informar os
achados laboratoriais de forma clara e precisa para o médico, de forma a
subsidiar a tomada de decisão, caso seja necessário. Assim, é preciso ter em
mente que laudos errôneos ou incompletos podem gerar problemas diretos
ao paciente.
4 Confecção e liberação de laudos

Fase pós-analítica e componentes de


um laudo laboratorial
A ocorrência de erros na fase pós-analítica é significantemente menor do
que na fase pré-analítica, variando entre 25 a 33% do total. A fonte mais
comum de erros pós-analíticos é a transcrição dos resultados, especialmente
a digitação dos laudos diagnósticos, momento no qual podem ocorrer falhas
na digitação. Esses erros tendem a diminuir em laboratórios que utilizam
métodos automatizados que transferem diretamente os resultados dos exa-
mes para o sistema de informática do laboratório (XAVIER; DORA; BARROS,
2016). A automação laboratorial diminui a ocorrência de erros por fadiga em
exames manuais repetitivos, além de aumentar a eficiência, a acurácia e a
reprodutibilidade de resultados, mas requer maior atenção às calibrações e
a quaisquer desvios excessivos nos resultados esperados (HOLLAND; DAVIES,
2020). Um estudo realizado em 2007, na Itália, mostrou que a automação
laboratorial diminui em 35% a ocorrência de erros laboratoriais, e esses erros
não foram diminuídos apenas em etapas que não dependem da automação,
como a comunicação de resultados alterados (CARRARO; PLEBANI, 2007).
É importante que os laudos produzidos sejam claros, diretos e que conte-
nham as informações necessárias para a identificação do paciente, da amostra
e do teste realizado, bem como uma série de parâmetros necessários para
a análise laboratorial, como possíveis interferentes presentes na amostra,
os valores de referência do teste e quaisquer outros parâmetros que possam
interferir na análise do resultado. Atenção especial deve ser dada aos laudos
produzidos em formato de gráfico para evitar problemas de interpretação de
resultado (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011; XAVIER; DORA; BARROS, 2016).
A utilização de códigos de barra e números de identificação das amostras,
bem como a automação laboratorial, diminui consideravelmente a ocorrência
de erros na liberação dos laudos. No entanto, setores laboratoriais nos quais
a maior parte das análises é realizada de forma manual, como parasitolo-
gia e microbiologia, são mais sensíveis a esses erros, e atenção especial
deve ser direcionada à liberação desses laudos (MCPHERSON; PINCUS, 2012).
Em análises automatizadas, os aparelhos sinalizam as amostras que apresen-
tam resultado fora dos valores de referência (chamados flags), que precisam
ser avaliados individualmente e, por vezes, a análise laboratorial pode até ser
repetida, para só então liberar um resultado com alterações (LARSON, 2016).
Por muitas vezes, os sistemas automatizados sinalizam, ainda, problemas nas
amostras, como lipemia, hemólise ou quantidade insuficiente de amostra.
Confecção e liberação de laudos 5

Laudos manuscritos e relatados por telefone devem ser desencorajados


porque estão sujeitos a erros de transcrição (WILLIAMSON; SNYDER, 2016).
Os valores de referência são cruciais para a liberação de um laudo de qua-
lidade, haja vista que será o parâmetro utilizado para identificar o paciente
como saudável ou não — esses valores refletem a variação encontrada em
95% de indivíduos sadios em uma população que foram avaliados para esse
determinado parâmetro (MCPHERSON; PINCUS, 2012), servindo, portanto,
como parâmetro principal de análise.
Algumas análises apresentam um valor de referência único. Valores acima
ou abaixo da referência serão considerados anormais. Outras análises apre-
sentam um intervalo de referência com valores duplos, superior e inferior,
separando os pacientes em três categorias: pacientes anormais com valores
diminuídos, pacientes normais e pacientes anormais com valores elevados.
Um exemplo de exame com valor de referência único seria a dosagem de
antígeno prostático específico (PSA), para a qual valores acima da referência
são sugestivos de doença prostática, enquanto exames bioquímicos são, em
sua maioria, do tipo que apresentam um intervalo de referência com limites
superior e inferior (MCPHERSON; PINCUS, 2012).
Atenção especial também deve ser dada aos valores de referência e às
unidades utilizadas para reportar os laudos, especialmente no que tange
às dosagens bioquímicas e sorológicas. É recomendado que sejam sempre
seguidas as unidades do Sistema Internacional de medidas (SI), que dá prefe-
rência às unidades de medida utilizadas no sistema métrico. É absolutamente
necessário que os valores de referência estejam indicando a unidade de
medida utilizada, sob risco de causar alarmes desnecessários e graves falhas
de interpretação dos resultados (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011; LARSON, 2016).
A parametrização das unidades de medida utilizadas permite uma melhor
interpretação de resultados obtidos por laboratórios diferentes.

As informações necessárias para um laudo diagnóstico podem variar


conforme o exame solicitado, mas um conjunto de informações
mínimas é comum a todos:
„ nome e endereço do laboratório realizando a análise — caso seja utilizado
um laboratório de apoio ou de referência, deve estar indicado;
„ nome completo do paciente, data de nascimento, gênero e número de
identificação;
„ nome do médico ou de outro profissional que solicitou o exame;
6 Confecção e liberação de laudos

„ data e hora da coleta da amostra;


„ data e hora da liberação do resultado;
„ número da página seguido do número total de páginas contidas no exame;
„ tipo de amostra ou espécime;
„ método de análise realizado;
„ resultado dos testes e unidades de medida utilizados, preferencialmente
utilizando-se as unidades preconizadas pelo SI;
„ valores de referência;
„ comentários relativos a qualquer interferência na amostra ou no paciente
que possam alterar a interpretação correta.

Laudos laboratoriais para diferentes


setores
Os laboratórios de análises clínicas são ambientes complexos, com vários
profissionais atuando com diferentes funções e que manipulam um grande
número de amostras biológicas distintas. Assim, geralmente, ocorre a sepa-
ração do ambiente laboratorial em alguns setores, como:

„ hematologia;
„ bioquímica;
„ urinálise;
„ parasitologia;
„ imunologia;
„ microbiologia;
„ biologia molecular.

Alguns laboratórios, especialmente em hospitais grandes, apresentam


um setor específico para a imuno-hematologia ou banco de sangue, onde
são realizadas tipagens sanguíneas e testes pré-transfusionais. Laboratórios
maiores também podem apresentar um setor específico para as dosagens
hormonais que pode estar junto ao setor de imunologia em laboratórios me-
nores (MCPHERSON; PINCUS, 2012). Além disso, em locais onde há um grande
volume de amostra, é comum que exista um setor de triagem, responsável
pela separação e pelo encaminhamento das amostras para os setores cor-
retos, bem como pelo armazenamento e pelo acondicionamento correto das
amostras até que elas possam ser encaminhadas para os setores responsáveis
(ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011).
Confecção e liberação de laudos 7

Como os setores do laboratório são diferentes entre si, as amostras recebi-


das por cada um também são distintas, bem como as análises realizadas. Dessa
maneira, as informações contidas nos laudos expedidos variam conforme o
tipo de amostra e o setor de análise, e o conhecimento dessas diferenças é
importante para a garantia da qualidade diagnóstica e para a segurança do
paciente, objetivo final do atendimento em saúde.

Exames hematológicos
O setor de hematologia de um laboratório é responsável por análises
quantitativas e qualitativas de células e outros componentes sanguíneos;
as análises quantitativas incluem a contagem total e diferencial de eritrócitos,
leucócitos e plaquetas, bem como a avaliação do hematócrito e da dosagem
de hemoglobina, enquanto as análises qualitativas avaliam parâmetros como
tamanho e forma das células, além do grau de maturação das células presentes
(HOFFBRAND; MOSS, 2018).
As análises de coagulação do sangue também são responsabilidade do
setor de hematologia. Em laboratórios menores, as provas de tipagem san-
guínea e os testes de Coombs também são realizados por este setor.
A hematologia é uma parte do laboratório em que a automação está muito
presente e os principais aparelhos utilizam a citometria de fluxo para análise
do padrão de tamanho e complexidade interna das células, separando as
populações hematológicas em diferentes subgrupos, incluindo a contagem
diferencial de populações de leucócitos. Há, ainda, a possibilidade da utiliza-
ção de impedância elétrica, o que permite a medição da concentração total de
hemoglobina, bem como a concentração de hemoglobina corpuscular média
(CHCM), e a difração de luz possibilita a análise dos granulócitos (BACALL, 2009).
Caso a análise automatizada sugira alterações, é necessária, ainda,
a confecção de lâminas hematológicas para análise microscópica pós-co-
loração, sendo útil especialmente na detecção de populações anormais de
leucócitos ou de alterações no formato das hemácias (HOFFBRAND; MOSS,
2018). No Quadro 1, confira alguns exames hematológicos acompanhados de
comentários sobre as informações que devem constar nos laudos.
8 Confecção e liberação de laudos

Quadro 1. Exames do setor de hematologia e as informações para os laudos


emitidos

Exame Comentário

Hemograma completo Atenção especial deve ser dada aos valores de


referência, que variam muito em relação à idade do
paciente, especialmente em crianças. Outro ponto
importante é a unidade de medida utilizada para a
dosagem de hemoglobina, que pode ser tanto g/dL
quanto µmol/L, conforme preconizado pelo SI
(utilizar fator de conversão g/dL × 1,6). Variações
na forma, no tamanho e na quantidade das células
devem ser indicadas no laudo diagnóstico, bem
como se foi feita análise automatizada apenas ou
também a visualização de lâmina.

Agregação plaquetária Os resultados desse exame geralmente são


expressos na forma de gráfico, exigindo uma
atenção especial na sua confecção para clareza
dos resultados. Como esse exame geralmente é
utilizado para a avaliação de terapia anticoagulante,
é fundamental que seja notado caso o paciente
esteja fazendo uso de medicação, bem como o tipo
de agonista utilizado.

Tempo de sangramento Parte do coagulograma. Deve-se indicar o método


(TS) utilizado, bem como o tempo, em minutos,
até o resultado.

Tempo de protrombina Parte do coagulograma. O resultado deve


(TP), tempo de ser expresso em segundos, e a utilização de
tromboplastina parcial medicamentos anticoagulantes pode interferir no
ativado (TTPA) e tempo resultado, devendo constar no laudo.
de trombina (TT)

Tipagem sanguínea Laudo deve indicar se foi realizada a prova completa


(tipagem direta + reversa) ou apenas a tipagem
direta, bem como o método utilizado. A tipagem
em lâmina não deve ser realizada. Pacientes que
apresentem tipagem Rh como D fraco devem ter
laudo liberado como Rh positivo com pesquisa de D
fraco. Para crianças menores de seis meses,
é importante que o laudo apresente a informação
de que os antígenos e anticorpos sanguíneos ainda
não estão plenamente formados, o que pode alterar
os resultados.

Fonte: Adaptado de Xavier, Dora e Barros (2016); McPherson e Pincus (2012); Williamson e Snyder
(2016).
Confecção e liberação de laudos 9

Bioquímica e hormônios
O setor de bioquímica de um laboratório geralmente é o maior e com maior
quantidade de exames, realizando análises no soro, mas também na urina e
em outros líquidos corporais, conforme necessário. As análises desse setor
incluem glicose, colesterol, triglicerídeos e outros que avaliam a função
cardíaca, hepática, renal, pancreática, entre outros, além de eletrólitos
(WILLIAMSON; SNYDER, 2016).
Os exames realizados nesse setor são extremamente sensíveis a varia-
ções pré-analíticas intrínsecas e extrínsecas ao paciente. Assim, os laudos
devem contar com campos para designar medicações que o paciente esteja
ingerindo que possam interferir nos resultados. Como são várias as drogas
capazes de alterar o resultado de exames, é recomendado que sempre se
pergunte ao paciente se faz uso de algum medicamento e que, se possível,
essa informação conste no laudo diagnóstico.
Fatores como hemólise e lipemia interferem diretamente no resultado de
dosagens bioquímicas e devem ser reportados. A presença de lipemia, além
de interferir nas análises feitas na amostra, é de importância clínica e deve
constar obrigatoriamente no laudo diagnóstico, quando presente (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL, 2018).
As dosagens hormonais apresentam intensa variação pré-analítica,
incluindo ritmo circadiano, fase do ciclo menstrual, idade do paciente, entre
outras, além do uso de medicamentos. No Quadro 2, você confere exames
bioquímicos e hormonais e as possíveis variações que podem constar neles de
acordo com o uso de fármacos ou outros fatores pré-analíticos que precisam
ser considerados nos laudos diagnósticos.

Quadro 2. Variações em exames bioquímicos e hormonais

Exame Comentário

Gama GT Aumento em usuários de fentoína

Ácido úrico Diminui em pacientes com uso de alopurinol

Colinesterase Reduzida em pacientes em uso de ciclofosfamida

Bilirrubina indireta Aumentada no uso de novobiocina

Ceruloplasmina Aumentada em mulheres que usam contraceptivos


orais
(Continua)
10 Confecção e liberação de laudos

(Continuação)

Exame Comentário

Digoxina Elevada em pacientes que usam espirolactona

Creatinina Elevada em pacientes com uso de cefalotinas.


Há uma importante variação étnica entre indivíduos
afrodescendentes e indivíduos de outras origens
étnicas, sendo importante que o laudo apresente
os valores de referência para essas populações
distintas.

Hemoglobina glicada Aumentada em pacientes usuários de salicilatos

Bilirrubina Aumentada em pacientes que utilizam propanolol

Enzimas hepáticas Alguns indivíduos podem apresentar alterações


mesmo após a ingesta de pequenas quantidades
de álcool, além de estatinas, analgésicos e alguns
antidepressivos.

Cortisol Pode ser alterado pelo fumo, além de apresentar


importante variação na liberação de acordo com
o ritmo circadiano. A variação circadiana pode não
ocorrer em indivíduos cegos.

Aldosterona Pode ser alterado pelo fumo. Há um aumento em até


100% na concentração deste hormônio em mulheres
em fase pré-ovulatória.

Renina Há um aumento em até 100% na concentração deste


hormônio em mulheres em fase pré-ovulatória.

Fonte: Adaptado de Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (2018, 2020);


Williamson e Snyder (2016).

Urinálise
O setor de urinálise realiza avaliações físicas, bioquímicas e microscópicas em
amostras de urina e outros líquidos corporais, quando necessário, incluindo
amostras de urinas rotineiras ou coletadas ao longo de 24 horas. Essas análises
podem ser manuais ou automatizadas, e o laudo analítico precisa ser claro
quanto ao tipo de método utilizado (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011).
O exame rotineiro de urina é chamado de urina EAS (elementos anormais
e sedimentos) e geralmente utiliza uma combinação de tiras reagentes para
Confecção e liberação de laudos 11

a análise bioquímica e microscópica ou para a análise automatizada dos


sedimentos (NICOLL; MARK LU; MCPHEE, 2019). Para a confecção do laudo
diagnóstico, aspectos físicos da urina, como cor, turbidez e densidade, pre-
cisam ser apresentados. Caso sejam utilizadas tiras reagentes para análise
bioquímica ao invés de dosagens, é importante que o laudo apresente os
resultados como uma estimativa dentro de um intervalo esperado, e não
como valores exatos (WILLIAMSON; SNYDER, 2016).
Os elementos anormais que podem ser encontrados na urina incluem
proteínas, glicose, cetonas, nitritos, bilirrubina, urobilinogênio, leucócitos,
hemácias, cilindros e cristais, e o valor de referência para eles é a sua ausência.
Há diferentes tipos de cristais que podem ser encontrados na urina e, mesmo
que alguns não sejam indicativos de alterações patológicas, é obrigatório que
a sua presença seja reportada no laudo diagnóstico (MCPHERSON; PINCUS,
2012). Não é recomendado que os laudos de exames de urina apresentem
resultados para os elementos anormais na forma de cruzes, preferindo-se
a utilização de intervalos estimados (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA
CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL, 2020).

Imunologia
O setor de imunologia é responsável pelo diagnóstico de doenças infecciosas
a partir da detecção de antígenos e anticorpos específicos, além de testes
de gravidez e outras doenças autoimunes. Preconiza-se a utilização dos ter-
mos reagente/não reagente ou presente/ausente ao reportar os resultados
dos exames produzidos por esse departamento (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL, 2018).
No setor de imunologia, ao se utilizar exames quantitativos, como dosa-
gens de anticorpos contra doenças infecciosas, que apresentem resultado
indeterminado, é imprescindível que as análises sejam repetidas. Resultados
indeterminados podem ocorrer, pois algumas amostras apresentam resul-
tado alterado, mas não o suficiente para ultrapassar o limiar de reatividade
definido para o teste e, nessas condições, é recomendado que o laudo seja
liberado como indeterminado e que uma nova amostra seja colhida para
repetição do exame ou para realização de método mais específico, como os
testes de biologia molecular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/
MEDICINA LABORATORIAL, 2020).
12 Confecção e liberação de laudos

Parasitologia
Este setor geralmente lida com a detecção de parasitas a partir de amostras
de fezes, que são investigadas para a presença de ovos, cistos e larvas de
organismos como amebas, tênias, giárdias, entre outros — a pesquisa de para-
sitas sanguíneos normalmente é realizada no setor de hematologia (ESTRIDGE;
REYNOLDS, 2011). Nos laudos desse setor, devem constar informações como o
método utilizado e a intensidade da parasitose encontrada, preferencialmente
na forma de quantidade de material encontrado por cada campo (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL, 2020).

Microbiologia
É o setor responsável pelo cultivo e pela identificação de microrganismos
patogênicos, incluindo vírus, fungos e bactérias, a partir de amostras como
escarro, pontas de cateter, fezes, urina, sangue, raspados de feridas e di-
ferentes fluidos corporais, que são expostos a diferentes métodos de en-
riquecimento e meios de cultura específicos para o isolamento e para a
identificação desses microrganismos (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011). Por lidar
com organismos patogênicos vivos, é importante que os funcionários desse
setor tomem medidas rígidas de biossegurança para evitar a contaminação
ambiental e dos funcionários deste setor.
Além da identificação de microrganismos patogênicos, uma das principais
funções desse setor é a determinação do perfil de sensibilidade desses
patógenos a drogas antimicrobianas, um exame conhecido como antibio-
grama (Figura 2). Em muitas situações, o resultado desse exame é ainda mais
importante que a identificação do organismo causador da doença, pois é
essa análise que definirá o curso de tratamento possível para o paciente
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL,
2015). Dessa forma, os laudos produzidos por esse setor precisam ser precisos
e facilmente interpretáveis. O antibiograma auxilia a definir não só a droga
a ser utilizada para tratamento, mas também a dose recomendada. O teste
de sensibilidade a antibióticos (TSA) não deve ser utilizado para organismos
integrantes da microbiota normal humana.
Confecção e liberação de laudos 13

Figura 2. Antibiograma, ou teste de sensibilidade a antibióticos (TSA): (a) discos


com concentrações conhecidas de diferentes antibióticos são depositados sobre
o meio, após a inoculação da cultura bacteriana; (b) após a incubação, as zonas de
inibição são observadas e medidas; a sensibilidade do organismo é determinada
a partir da comparação com um quadro interpretativo de tamanho de zonas.
Fonte: Madigan (2016, p. 803).

A realização de antibiogramas pode ser feita de modo manual ou auto-


matizado, e essa informação deve constar no laudo, assim como a espécie
identificada e a quantidade de unidades formadoras de colônia (UFCs) encon-
tradas no isolamento bacteriano. Os laudos devem conter o princípio ativo
do antibiótico utilizado e a concentração inibitória mínima (MIC) — parâmetro
que auxilia na determinação da dose a ser utilizada no tratamento. Caso mais
de um organismo seja identificado, essas informações devem estar dispostas
de forma clara para os diferentes patógenos. É necessário, ainda, indicar caso
uma droga não tenha sido testada contra o patógeno identificado (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL, 2015).
A identificação da sensibilidade do patógeno deve ser expressa em laudos
de acordo com o Comitê Brasileiro de Testagem da Sensibilidade a Antimicro-
bianos (BrCAST), que segue as normas do European Committee on Antimicrobial
Susceptibility Testing (EUCAST), conforme preconizado pela Anvisa (BRASIL,
2018). De acordo com a versão mais atual, a sensibilidade microbiana deve
ser expressa da seguinte maneira (KAHLMETER; EUROPEAN COMMITTEE ON
ANTIMICROBIAL SUSCEPTIBILITY TESTING, 2019):

„ sensível (S) — o organismo é inibido em dose padrão, alta probabilidade


de sucesso terapêutico;
„ intermediário (I) — há uma alta probabilidade de sucesso terapêutico
quando a dose de exposição for aumentada, ajustando-se o regime
de dosagem ou sua concentração;
14 Confecção e liberação de laudos

„ resistente (R) — falha terapêutica, não há inibição do crescimento.

A determinação das drogas a serem testadas são de responsabilidade


do laboratório e devem basear-se, também, nas drogas utilizadas para o
patógeno em questão. Laboratórios que atendem pacientes hospitalizados
e/ou imunodeprimidos precisam testar rotineiramente antimicrobianos de
maior espectro quando comparados com aqueles que só atendem pacien-
tes ambulatoriais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA
LABORATORIAL, 2015).
Atenção especial deve ser dada aos laudos que utilizam metodologias
manuais para realização do antibiograma, especialmente no momento da
digitação dos resultados, para diminuir a ocorrência de erros de digitação
e troca de resultados; uma possibilidade é a revisão e a conferência dos
laudos liberados por um profissional qualificado antes da liberação final do
resultado (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORA-
TORIAL, 2015). Em situações de plantões e urgências, o antibiograma pode
e deve ser liberado para o médico assim que possível, podendo mesmo se
tratar de comunicação verbal ou laudos provisórios, desde que sejam regis-
tradas a data, a hora da comunicação, o responsável pela comunicação e a
pessoa notificada (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA
LABORATORIAL, 2015).
Observe no exemplo simplificado a seguir como deve ser emitido um laudo
hipotético de TSA realizado pelo setor de microbiologia.

Laboratório de ensino Sagah — setor de microbiologia


„ Nome do paciente: Maria Silva.
„ Número de identificação: 123456789.
„ Tipo de amostra: urina.
„ Data de coleta da amostra: 01/12/2020, 13h35 (coleta realizada pelo próprio
paciente).
„ Método: automatizado (BD Phoenix UNMIC-407).
„ Microrganismos isolados: 1.
„ Identificação: Escherichia coli > 100.000 UFC/mL.
Teste de sensibilidade a antimicrobianos
Confecção e liberação de laudos 15

Fármaco CIM* Perfil de sensibilidade

Amicacina <=8 S

Amoxililina-clavucanato < = 4/2 S

Ampicilina <=4 S

Cefazolina <=2 S

Cefepima <=1 S

Cefoxitina <=4 S

Ceftazidina <=1 S

Ciprofloxacina 0,25 S

Ertapenem < 0,25 S

Gentamicina <2 S

Levofloxacina <1 S

Meropenem < 0,5 S

Nitrofurantoína < 16 S

Norfloxacina <2 S

Piperaciclina-tazobactam < 4/4 S

Trimetoprim-sulfametoxazol < 0,5/9,5 S

*A concentração inibitória mínima (CIM) indica a menor concentração do fármaco necessária


para inibir o crescimento bacteriano. A decisão de qual droga deverá ser utilizada deve levar
em consideração tanto a CIM quanto a clínica do paciente e deve ser definida pelo médico.

Biologia molecular
Este é um setor cada vez mais comum em laboratórios e que requer alta
tecnologia em equipamentos e profissionais extremamente bem treinados.
O setor de biologia molecular é responsável pela manipulação de material
genético para fins diagnósticos, realizando análises como testes de paterni-
dade, determinação de carga viral, detecção de patógenos, identificação de
mutações associadas a doenças, entre outros (MCPHERSON PINCUS, 2012).
Exames de determinação de paternidade apresentam resultados que po-
dem mudar a vida dos envolvidos, com consequências inclusive jurídicas. Por
16 Confecção e liberação de laudos

conta disso, o cuidado com essas análises começa ainda na fase pré-analítica,
inclusive recomendando-se que as amostras sejam colhidas somente se todas
as partes comparecerem no mesmo horário — alguns laboratórios requerem
a assinatura das partes interessadas confirmando a presença uma da outra
e autorizando a coleta de material e o registro em fotografia. O material
utilizado pode ser o sangue, mas também é possível usar um suabe oral para
a retirada das células da mucosa.
O laudo desse exame requer as seguintes informações (SANTA RITA, 2013):

„ tabela do sistema genético, em que são mostrados os lócus analisados


e as repetições encontradas para todos os investigados;
„ índice de paternidade combinado (IPC), que demonstra a razão entre a
probabilidade do suposto pai ter transmitido o alelo e a possibilidade
de outro homem ter transmitido o alelo para todos os alelos analisados;
„ probabilidade de paternidade, que é a divisão da probabilidade cal-
culada pelo IPC por si mesma mais um (IPC/IPC+1);
„ conclusões do teste, nas quais serão expressos se há vínculo genético
entre os indivíduos testados ou não.

A identificação de mutações associadas a doenças genéticas é importante


para o diagnóstico de doenças monogênicas e para a identificação de mu-
tações associadas ao metabolismo de drogas ou que podem alterar o curso
de um tratamento oncológico (RODRIGUES, 2017).
De acordo com a Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica,
devem ser reportadas nos laudos as variantes encontradas, seguindo-se as
seguintes normas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE GENÉTICA MÉDICA E GENÔMICA,
2020):

„ posição genômica e respectiva referência;


„ posição no DNA codificante e proteína, considerando um transcrito de
referência, usando preferencialmente a nomenclatura HGVS;
„ zigosidade;
„ nome oficial do gene conforme HGNC, doenças associadas (de acordo
com o OMIM) e padrão de herança;
„ classificação de patogenicidade de acordo com referência do ACMG 2015;
„ no campo de interpretação, explicitar os critérios apresentados pela
variante que sugerem a classificação atribuída a mesma;
„ abordar sucintamente a questão do fenótipo associado à variante
encontrada no paciente;
Confecção e liberação de laudos 17

„ sugerir avaliação de segregação quando essa for importante para


mudar a classificação de patogenicidade da variante;
„ nos casos de variantes modificadoras de risco, deixar claro na inter-
pretação que essa variante não estabelece o diagnóstico de doença
monogênica;
„ a figura do eletroferograma mostrando a presença ou ausência da
variante em ambas as fitas deve estar disponível para o médico soli-
citante, seja no próprio laudo ou sob demanda;
„ as limitações da técnica devem estar presentes.

Qualidade na liberação de laudos


diagnósticos
A fase pós-analítica representa o final das análises laboratoriais e engloba
desde a confecção do laudo diagnóstico até a entrega do resultado ao pa-
ciente e a interpretação do resultado dos exames pelo profissional de saúde
responsável (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011). Embora a maior parte dos erros
laboratoriais ocorram na fase pré-analítica, até 33% de todas as falhas ocorrem
na fase pós-analítica, com o diferencial de que os erros que surgem nessa
fase podem ser minimizados quase que à totalidade (MCPHERSON; PINCUS,
2012; WILLIAMSON; SNYDER, 2016). A automação laboratorial e a utilização de
sistemas de informação que preenchem automaticamente as informações
dos laudos são cruciais para a diminuição de erros pós-analíticos.
Segundo estudo realizado em 2017 em um laboratório hospitalar de refe-
rência no Quênia, 23,4% do total de erros do laboratório ocorreram na fase
pós-analítica, sendo a maior parte deles causada por resultados não recebidos
pelo médico ou pelo paciente, o que prejudica o atendimento, seguidos de
falta na comunicação de valores críticos (exames que apresentam grandes
alterações e que requerem atenção médica imediata), o que pode levar a
atrasos no tratamento e morte. A terceira fonte de erros pós-analíticos se
refere a resultados perdidos, juntamente a resultados alterados liberados sem
a revisão dos técnicos responsáveis. Foram verificadas, ainda, ocorrências
como exames sendo realizados em amostras inadequadas ou incorretas,
falha na realização de todos os exames solicitados, resultados trocados,
entre outros (KIMENGECH et al., 2017).
Para diminuir a ocorrência dessas falhas, há diversas recomendações
feitas por diferentes sociedades científicas e entidades de classe ao redor
do mundo, incluindo o Clinical Laboratory Standards Institute (CLSI), nos
Estados Unidos, e a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina
18 Confecção e liberação de laudos

Laboratorial (SBPC/ML), no Brasil. Os procedimentos da fase pós-analítica


incluem (KRLEZA et al., 2019):

„ avaliação dos resultados dos testes;


„ decisão de liberação dos resultados;
„ preparação do laudo;
„ liberação do laudo;
„ comunicação do laudo;
„ armazenamento ou descarte das amostras;
„ arquivamento dos dados laboratoriais;
„ análise dos indicadores de qualidade pós-analítica.

Em relação à avaliação dos resultados dos testes, a principal recomen-


dação é que todos os resultados sejam analisados duas vezes de forma
mutuamente independente: comparando os resultados com os intervalos
de referência ou os valores críticos, bem como o diagnóstico do paciente
e resultados prévios, caso disponíveis, e a confirmação desses resultados.
A recomendação é que essas confirmações sejam feitas por dois profissionais
independentes e é possível, ainda, automatizar a primeira confirmação dos
resultados (KRLEZA et al., 2019; SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/
MEDICINA LABORATORIAL, 2020).
Os intervalos de referência ou os valores críticos para a análise devem
estar presentes junto ao resultado do teste e exibidos de acordo com a idade
e o sexo do paciente. Caso não haja intervalo de referência, é necessário que
isso conste na forma de comentário do resultado (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL, 2020).
Em sistemas automatizados que fazem delta checks automaticamente
(diferença significante entre o resultado atual e resultados anteriores de
um mesmo paciente) e enviam alertas aos profissionais de análise, as ações
recomendadas incluem: revisão dos dados clínicos do paciente, reteste na
amostra atual e nas anteriores, caso possível, verificar se a amostra apresenta
hemólise, lipemia, se está ictérica ou se apresenta coágulos (WILLIAMSON;
SNYDER, 2016; KRLEZA et al., 2019, SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA
CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL, 2020).
Caso uma amostra apresente uma dosagem que exceda o limite analítico
superior do método, uma diluição deve ser feita e os resultados obtidos
multiplicados pelo fator de diluição. Dados referentes à diluição devem ser
reportados no laudo diagnóstico (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA
CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL, 2020).
Confecção e liberação de laudos 19

A utilização de comentários referentes à fase pré-analítica adicionais aos


laudos vem tornando-se cada vez mais recomendada, incluindo inconformi-
dades na amostra, falhas no armazenamento ou quaisquer condições que
possam interferir na análise. Caso o profissional responsável pelas análises
considere que outros exames adicionais são necessários, é recomendada a
comunicação com o profissional médico para informar a situação e acelerar
a análise solicitada (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA
LABORATORIAL, 2020).

Referências
BACALL, N. S. Analisador automático hematológico e a importância de validar novos
equipamentos em laboratórios clínicos. Revista Brasileira de Hematologia e Hemote-
rapia, v. 31, n. 4, p. 218–220, 2009.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Portaria nº 64, de
11 de dezembro de 2018. Determina aos laboratórios da rede pública e rede privada,
de todas as Unidades Federadas, a utilização das normas de interpretação para os
testes de sensibilidade aos antimicrobianos (TSA), tendo como base os documentos
da versão brasileira do European Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing.
Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 240, p. 59, 14 dez. 2018. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs/2018/prt0064_14_12_2018.html. Acesso
em: 8 fev. 2021.
CARRARO, P.; PLEBANI, M. Errors in a stat laboratory: types and frequencies 10 years
later. Clinical Chemistry, v. 53, n. 7, p. 1338–1342, 2007.
ESTRIDGE, B. H.; REYNOLDS, A. P. Técnicas básicas de laboratório clínico. 5. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2011.
HOFFBRAND, A. V.; MOSS, P. A. H. Fundamentos em hematologia de Hoffbrand. 7. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2018.
HOLLAND, I.; DAVIES, J. A. Automation in the Life Science Research Laboratory. Frontiers
in Bioengineering and Biotechnology, v. 8, 2020.
KAHLMETER, K.; EUROPEAN COMMITTEE ON ANTIMICROBIAL SUSCEPTIBILITY TESTING.
Redefinição das categorias dos testes de sensibilidade S, I e R. [S. l.]: EUCAST, 2019.
Disponível em: http://brcast.org.br/documentos/. Acesso em: 8 fev. 2021.
KIMENGECH, K. K. et al. Determination of errors that compromise the quality of la-
boratory service in a tertiary hospital. Asian Journal of Medical Sciences, v. 8, n. 1,
p. 64–70, 2017.
KRLEZA, J. L. et al. Post-analytical laboratory work: national recommendations from
the Working Group for Post-analytics on behalf of the Croatian Society of Medical
Biochemistry and Laboratory Medicine. Biochemia Medica, v. 29, n. 2, 2019.
LARSON, D. L. (ed.). Clinical chemistry: fundamentals and laboratory techniques. Saint
Louis: Elsevier, 2016.
MADIGAN, M. T. et al. Microbiologia de Brock. 14. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.
MCPHERSON, R. A.; PINCUS, M. R. Diagnósticos clínicos e tratamento por métodos
laboratoriais de Henry. 21. ed. Barueri: Manole, 2012.
20 Confecção e liberação de laudos

NICOLL, D.; MARK LU, C.; MCPHEE, S. J. Manual de exames diagnósticos. 7. ed. Porto
Alegre: AMGH, 2019.
RODRIGUES, F. G. Identificação de moduladores genéticos em pacientes com anemia
aplástica por sequenciamento de nova geração. 2017. Tese (Doutorado em Diferenciação
Celular Normal e Neoplásica) – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universi-
dade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2017. Disponível em: https://teses.usp.br/teses/
disponiveis/17/17154/tde-25072018-110641/publico/FERNANDAGUTIERREZRODRIGUES.
pdf. Acesso em: 8 fev. 2021.
SANTA RITA, T. H. Frequências alélicas de 15 STRs autossômicos em uma amostra popula-
cional do Distrito Federal do Brasil: um território que surgiu do nada. 2013. Dissertação
(Mestrado em Ciências da Saúde) – Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade
de Brasília, Brasília, DF, 2013. Disponível online em https://repositorio.unb.br/bits-
tream/10482/15265/1/2013_TicianeHenriquesSantaRita.pdf. Acessado em: 8 fev. 2021.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE GENÉTICA MÉDICA E GENÔMICA. Parecer técnico da So-
ciedade Brasileira de Genética Médica e Genômica sobre testes genéticos. Porto
Alegre: SBGM, 2020. v. 1. Disponível online em https://www.sbgm.org.br/uploads/
PARECER%20T%C3%89CNICO%20DA%20SOCIEDADE%20BRASILEIRA%20DE%20
GEN%C3%89TICA%20M%C3%89DICA%20E%20GEN%C3%94MICA%20SOBRE%20TESTES%20
GEN%C3%89TICOS%20FINAL.pdf. Acesso em: 8 fev. 2021.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL. Recomen-
dações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML):
boas práticas em laboratório clínico. Barueri: Manole, 2020.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL. Recomen-
dações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML):
boas práticas em microbiologia clínica. Barueri: Manole, 2015.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL. Recomen-
dações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML):
fatores pré-analíticos e interferentes em ensaios laboratoriais. Barueri: Manole, 2018.
WILLIAMSON, A. M.; SNYDER, M. L. Wallach: interpretação de exames laboratoriais.
10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
XAVIER, R. M.; DORA, J. M.; BARROS, E. (org.). Laboratório na prática clínica. 3. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2016.

Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos


testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou
integralidade das informações referidas em tais links.

Você também pode gostar