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Atendimento Pré-

Hospitalar (APH)
Enfª Espª Jacilene Natália de Lima Pereira
Escola Dragões de Fogo - ACEDF
Objetivo metodológico:
Ao final da lição, os participantes deverão ser capazes de:
• Descrever o significado Estrela da vida;
• Descrever o conceito geral e especifico do APH;
• Descrever os principais objetivos, atribuições e responsabilidades
do APH;
• Saber a diferença dos conceitos Urgência e Emergência, entre
outros;
• Saber os componentes fundamentais da Portaria n. 2.048/MS, de
setembro de 2009, a cerca RUE.
Atendimento Pré-Hospitalar (APH)
INTRODUÇÃO
• O acidente é entendido como um acontecimento não intencional e
evitável, podendo ser causador de lesões físicas e ou emocionais
de maior ou menor intensidade.
• A morbidade e a mortalidade por causas externas vêm
aumentando em ritmo acelerado nos registros dos Sistemas de
Saúde do Brasil, determinando uma nova realidade
epidemiológica que demanda a necessidade urgente de
adequação dos Serviços de Atendimento ao Cidadão, em todas as
faixas e em qualquer classe social.
• As ações dirigidas para a revisão desse quadro, concentram-se
na prevenção, na educação continuada, no atendimento pré-
hospitalar, hospitalar e na reabilitação. Essas iniciativas,
buscam diminuir o número de acidentados, a intensidade do
trauma, a gravidade das lesões e as seqüelas.
• O desenvolvimento inteligente de cidades, estradas, condutas
sociais saudáveis, formação e qualificação de profissionais para
atender à população, somente trarão benefícios a todos.
• Porém, quando a prevenção falha e acontece um agravo
súbito da saúde surge a necessidade do atendimento
rápido e preciso para minimizar sequelas e o mais
importante: salvar vidas.
• Foi apenas meados do século XVIII e inicio do séc. XIX (1766 –
1842), que médicos militares europeus reconheceram a
necessidade de um Atendimento Pré-Hospitalar aos soldados
feridos em batalha ainda no campo e durante o transporte até os
hospitais de campanha.
• A teoria desenvolvida pelo médico militar Dominick Jean
Larrey é utilizada mundialmente até hoje e consiste em dispor
ambulâncias equipadas com materiais e equipamentos de
pronto atendimento médico e tripuladas por profissionais com
treinamento adequado para atendimento e remoção de
doentes para hospitais

“Ambulância Voadora”
• Uma organização pioneira no Atendimento Pré-Hospitalar
(APH) é a Cruz Vermelha Internacional, porém com um
propósito singular: prestar auxílio humanitário em zonas de
conflito armado e em outras situações de violência.
• Criada em 1864 como organização neutra e independente, a
Cruz Vermelha tem como base as quatro Convenções de
Genebra e outros protocolos pertinentes.
• Desde então, diferentes sistemas de emergência médica foram
desenvolvidos no mundo para prestar atendimento de
emergência no local da ocorrência. Dois modelos de APH
destacaram-se nesse contexto:
• Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), francês;
• Sistema de Emergência Médica (SEM), norte-americano.
• Modelo francês (SAMU) conta com médicos intervencionistas que
realizam o atendimento com medidas terapêuticas iniciadas no local
(stay and play) para aumentar as chances de sobrevivência e reduzir
sequelas.
• Nos quadros do SAMU estão médicos anestesiologistas, intensivistas,
cardiologistas, psiquiatras, emergencistas, dentre outras especialidades,
além de técnicos auxiliares de regulação médica, enfermeiros e técnicos e
auxiliares de regulação médica.
• O serviço é responsável pela assistência direta às emergências e pela
ordenação e coordenação de todo o sistema por intermédio da Central de
Regulação Médica.
• O modelo dos EUA é estruturado como Serviço de Emergência Médica
(SEM), trabalha com paramédicos e segue uma filosofia de atendimento
com intervenções mínimas no local (scoop and run) para que o transporte
a um hospital adequado de referência ocorra o mais rapidamente possível.
• O SEM congrega Técnicos em Emergências Médicas (TEM-básico
habilitado para o Suporte Básico de Vida, TEM-intermediário e TEM-
avançado ou paramédico), departamento de emergência, médico
supervisor, pessoal da saúde, administração hospitalar, sua própria
administração e supervisão de agências governamentais.
• Historicamente, no Brasil o APH foi realizado por muito
tempo apenas pelos Corpos de Bombeiros Militares Estaduais,
seguindo um atendimento semelhante ao SEM norte-
americano.
• Essas organizações de segurança pública (artigo
144/Constituição Federal) realizavam esse serviço devido a sua
missão de busca e salvamento.
• Apesar disso, conselhos estaduais e federais de medicina
começaram a questionar o APH prestado pelas corporações de
bombeiros militares, dando início a uma série de discussões
que culminaram com a estruturação das Políticas Nacionais
de Atendimento às Urgências.
• Pode-se afirmar que o APH exerce uma função social essencial
no Brasil e no mundo, sendo considerado prioridade nas
políticas públicas de saúde para atender os princípios
constitucionais do Sistema Único de Saúde (SUS):
universalidade, integralidade, equidade, descentralização e
participação social
• Portanto, as atualizações de procedimentos em APH na última
década – nos âmbitos nacional (com diversas normatizações
publicadas pelo Ministério da Saúde) e internacional (com as
atualizações do Prehospital Trauma Life Support - PHTLS,
Advanced Cardiovascular Life Support - ACLS, Advanced
Trauma Life Support - ATLS) – demonstraram a evolução e a
relevância crescente de seu ensino e de sua participação direta
na qualidade do atendimento prestado às vítimas
História do APH no Brasil
• Atendimento Pré-Hospitalar brasileiro (APH), datam de 1893,
foi quando o senado da república aprovou uma Decreto n.395
de 7 outubro de 1893, ficou sob a responsabilidade dos médicos
do Serviço Legal da Polícia Civil do Estado o atendimento às
emergências médicas, que pretendia estabelecer o socorro
médico de urgência na via pública, no Rio de Janeiro, no
momento capital do país.
• Em 1899, o Corpo de Bombeiros (CB), pertencente à
capital do país, colocava em ação a primeira ambulância,
ainda de tração animal, para realizar o atendimento de
urgência, fato esse que caracteriza sua tradição na
prestação desse serviço.
• Nos anos 50, instala-se o serviço de assistência médica
domiciliar de urgência (SAMDU, 1949), na cidade de São
Paulo, órgão da então secretária municipal de higiene, pelo
Decreto Estadual n.16629, ficando como responsabilidade do
município, o atendimento de urgência na cidade de São Paulo.
• A partir da década de 80, o Atendimento Pré-Hospitalar
(APH),passou a ser aplicado de forma mais sistematizada pelo
corpo de bombeiros, os quais deram início à estruturação dos
Serviços de Atendimento Pré-Hospitalar (SVAPH).
Paralelamente, foi iniciado em 1988, pelo corpo de bombeiros
militar do Rio de Janeiro, o socorro Extra-Hospitalar
Aeromédico.
A Estrela da Vida
• Administração Nacional de Segurança de Tráfego Rodoviário
(NHTSA/EUA) criou a Estrela da Vida para simbolizar os cuidados de
emergência médica prestados por pessoal qualificado para o serviço.
• Assim, em agosto de 1973, a Estrela da Vida foi reconhecida como tal
pela classe médica internacionalmente e passou a figurar em veículos,
postos de atendimento e uniformes como marca registrada dessa área
dos serviços de saúde.
• A simbologia da Estrela da Vida é baseada nas etapas de atendimento
do Serviço de Emergência Médica (SEM) dos Estados Unidos
Atendimento Pré-Hospitalar (APH)
Definição geral:
• O atendimento pré-hospitalar é aquele realizado nos primeiros
minutos após ter ocorrido o agravo à saúde da vítima, ou seja,
realizados por profissionais da área da saúde, treinados e
capacitados para prover os cuidados iniciais ao cliente, de forma
organizada e sistematizada, seguido de transporte até serviço de
saúde que proporcionará o tratamento definitivo.
Definição específica:
• APH significa: “Atendimento Pré-Hospitalar”, ou seja, o
atendimento fora do ambiente hospitalar. Esse termo
(APH), é muito conhecido nomeio profissional da área de
saúde, como: médicos, enfermeiros, técnicos de
enfermagem, bombeiros, agentes de APH do SAMU, entre
outros.
São estes os objetivos principais do atendimento pré-
hospitalar:
• Dimensionamento da cena;
• Iniciar o tratamento de modo precoce;
• Estabilizar as funções vitais;
• Prevenir complicações;
• Tratar as condições que possam levar o paciente à risco de vida;
• Transportar o paciente com segurança ao hospital.
Atribuições e responsabilidades do APH
• Saber lhe dar com o público: Pessoas feridas não estão normais e
podem ser agressivas;
• Honesto e autêntico: Não dizer que a pessoa está bem se ela não
tiver; não dizer para não se preocupar, se a situação for séria;
• No local da ocorrência deve ser altamente disciplinado: Não
fumar; não fazer comentários sobreo paciente e sua condição de
saúde. Concentre-se no trabalho.
• Criar um vínculo de confiança com o paciente: Está sempre
adquirindo mais conhecimento; não mentir para o paciente.
• Cuidado com as informações repassadas para o paciente: O
paciente pode não superar a informação que seu ente querido
está morto.
Os principais atributos de um emergêncista são:
• Ter conhecimento técnico e capacidade para oferecer o
atendimento necessário;
• Aprender a controlar suas emoções, ser paciente com ações
anormais ou exageradas daqueles que estão sob situação de
stress;
• Ter capacidade de liderança para dar segurança e conforto ao
paciente.
• Para o sucesso do serviço pré-hospitalar, é de vital importância o
trabalho de equipe, com todos os envolvidos no serviço, atuando
de modo harmônico a fim de que seja efetivo o desempenho
ético-profissional da Medicina. Faz-se necessário, então, o
treinamento e o espírito de cooperação.
Primeiros Socorros:
• Atendimento prestado, inclusive por leigos, para
manter a vida e evitar o agravamento das condições
até o recebimento da assistência especializada.
EMERGÊNCIA X URGÊNCIA

• Segundo a o Conselho Regional de Medicina define-se


URGÊNCIA a ocorrência imprevista de agravo à saúde com
ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita de
assistência médica imediata.
• Exige assistência rápida, no menor tempo possível, a fim de
evitar complicações e sofrimento.
Ex.: fraturas, cólicas renais, dores abdominais agudas.
• Define-se por EMERGÊNCIA a constatação médica de
condições de agravo à saúde que impliquem em risco
iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo,
portanto, tratamento médico imediato.
• Exige tratamento médico IMEDIATO. Caracterizada
por sofrimento intenso, risco de lesão permanente, além
da ameaça eminente à vida.
Ex.: choque, parada cardiorrespiratória, TCE
RESGATE:
• Consiste na retirada do indivíduo de um local, por vezes de
difícil acesso, de onde o mesmo não possa sair sozinho em
segurança.
• Pode ser necessário o uso de materiais e equipamentos
especiais para efetuar a retirada, além de treinamento
específico para realizar esses procedimentos.
Política Nacional de Atenção às Urgências e
Emergências
• Hoje no Brasil, o APH está consolidado pela Política Nacional de Atenção
às Urgências e Emergências e faz parte de um sistema que segue a lógica
da prevenção, do Atendimento Pré-Hospitalar, do atendimento
hospitalar hierarquizado e da reabilitação.
• Nesse contexto, configura a Rede de Atenção às Urgências ou Sistemas
Estaduais de Urgência e Emergência, um conjunto complexo de
iniciativas públicas de saúde gerenciadas pelo Sistema Único de Saúde
(SUS).
• A partir de diversas discussões sobre a necessidade de melhorar e
ampliar a rede de atendimento a urgências/emergências pelo Ministério
da Saúde (MS) começaram a ser estabelecidas as diretrizes de
funcionamento dos Sistemas de Atendimento a Urgências e
Emergências.
• O resultado dessas discussões foi a Portaria Ministerial n.2.048/MS, de
novembro de 2002, que define e aprova o Regulamento Técnico dos
Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência.
• A Portaria n. 1.863/MS, de setembro de 2003, institui a Política Nacional
de Atendimento às Urgências, a ser implantada em todo o território
nacional, e estabelece, entre outros, a garantia à universalidade, à
equidade e à integralidade no atendimento às urgências clínicas,
cirúrgicas, obstétricas, psiquiátricas, pediátricas e às relacionadas
às causas externas (traumatismos não intencionais, violências e
suicídios).
• A Portaria n. 1.864/MS, de setembro de 2003, institui o
componente pré-hospitalar móvel previsto na Política
Nacional de Atenção às Urgências por meio da implantação
de Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU192),
suas Centrais de Regulação (Central SAMU-192) e seus
Núcleos de Educação em Urgência em municípios e regiões
de todo o território brasileiro como primeira etapa da
implantação da Política Nacional de Atenção às Urgências,
conforme as orientações gerais previstas nesta portaria.
• De acordo com a Portaria n. 2.048/MS, de setembro de 2009, que aprovou
o Regulamento do Sistema Único de Saúde, a Política Nacional de
Atenção às Urgências deverá ser instituída com base nos seguintes
componentes fundamentais (BRASIL, 2009-a, anexo I, art. 127):
I. adoção de estratégias promocionais de qualidade de vida;
II. organização de redes locorregionais de atenção integral às urgências
como elos da cadeia de manutenção da vida, tecendo-as em seus diversos
componentes:
• componente pré-hospitalar fixo: Unidades Básicas de Saúde e Unidades
de Saúde da Família, Equipes de Agentes Comunitários de Saúde,
ambulatórios especializados, serviços de diagnóstico e terapias e
Unidades Não Hospitalares de Atendimento às Urgências, conforme a
Portaria n. 2.048, de 5 de novembro de 2002, do Ministério da Saúde;
• componente pré-hospitalar móvel: Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (SAMU) e serviços associados de salvamento e resgate sob
regulação médica de urgências e com número único nacional para
urgências médicas - 192; componente hospitalar: portas hospitalares de
atenção às urgências das unidades hospitalares gerais de tipos I e II e das
unidades hospitalares de referência tipos I, II e III, bem como toda a gama
de leitos de internação, passando pelos leitos gerais e especializados de
retaguarda, de longa permanência e os de terapia semi-intensiva, mesmo
que esses leitos estejam situados em unidades hospitalares que atuem sem
porta aberta às urgências;
• componente pós-hospitalar: modalidade de Atenção Domiciliar,
Hospitais-Dia e Projetos de Reabilitação Integral com componente de
reabilitação de base comunitária.
Rede de Atenção de Urgência e Emergência
“O destino do traumatizado está nas mãos de
quem faz o primeiro curative.”

- Nicholas Senn, MD (1844-1908)


Cirurgião americano (Chicago, Illinois) Fundador da Association of
Military Surgeons of the United States.
• https://www.scielo.br/j/reben/a/kVgLnqhPx5FmfsvVFQG5ghK/?lan
g=pt.
• file:///C:/Users/pc/Downloads/APH%3BTEORIA/1.-MANUAL-DE-
APH-9.pdf.
• file:///C:/Users/pc/Downloads/APH%3BTEORIA/APH%20-
%20Manual.pdf.
• file:///C:/Users/pc/Downloads/APH%3BTEORIA/APOSTILA%20A
PH%20FENIX%20ATUALIZADA.pdf.

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