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ANA CLARA QUIRINO – 69
a) Asma brônquica:
Atinge bronquíolos e brônquios menores;
Doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores;
Caráter e estimulo imunoalérgico;
Apresenta ataques paroxísticos e reversíveis de
broncoespasmo súbito com edema e hipersecreção
mucosa;
Ocorre limitação variável do fluxo aéreo com
diminuição da luz brônquica; Causado pela interação
de fatores genéticos e ambientais.
Fatores predisponentes:
Genéticos: foram identificados mais de 30 genes que podem estar
envolvidos. Imagina-se que é preciso da interação entre os genes
para gerar a asma;
Infecções: principalmente aquelas causadas pelo vírus sincicial
respiratório, na infância;
Exposição a poluentes ambientais: fumaça de cigarros e da
queima de combustíveis, partículas suspensas, gases e vapores
tóxicos;
Exposição a alérgenos: ácaros, partículas de insetos, antígenos
fungicos, pólen;
Exposição profissional: siderúrgicas, indústrias;
Atividade física;
Emoções;
Medicamentos;
Doença do Refluxo Gastroesofágico: importante investigar asma
em adultos e idosos (o material ácido do refluxo chega até a vias
aérea e é inalado causando crises asmáticas);
Alergia alimentar.
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Manifestações clinicas:
o O paciente manifesta a asma através de crises (sintomático), mas
fora da crise o paciente pode ficar totalmente assintomático;
o Tosse:
Costuma a ser a primeira manifestação;
Geralmente seca, progressiva, com predomínio matinal ou
noturno;
Frequentemente precede o broncoespasmo
o Dispneia:
Variável com a gravidade da crise e tende a intensificar-se
com a progressão da tosse;
Dificuldade expiratória (enche o peito de ar e solta com tempo
prolongado).
o Sibilância torácica:
Pode ser percebida pelo paciente, ou por terceiros colocados à
pequena distância;
Percebida como sibilos (principal achado) na ausculta
pulmonar, às vezes acompanhados de roncos e estertores
grossos;
“Nem tudo que sibila é asma, mas toda asma sibila”.
Às vezes os broncoespamos são tão intensos que os sibilos
diminuem, isso associado à dificuldade de fala, sonolência e
palidez significa piora do quadro.
o Tempo expiratório prolongado: via aérea se fecha e o chiado
aumenta;
o Expansibilidade reduzida: pode apresentar tiragens;
o Fala entrecortada ou monossilábica: dificuldade de falar frases
completas;
o Cianose / palidez => Insuficiência respiratória
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Exames complementares:
o Teste cutâneo ou dosagem de IgE específica:
Comprova que o individuo tem sensibilidade alérgica, mas não
faz diagnostico de asma (depende de ver o paciente em crise);
Não é exame de rotina porque não é definitivo.
o Prova Funcional (espirometria):
Mais usada em pacientes com asma grave e crises repetitivas;
Avalia a repercussão (consequências) funcional da doença e
não o diagnostico;
Adequado para crianças maiores (não serva pra crianças
pequenas que não são capazes de obedecer ao exame),
adolescentes e adultos;
Pode ser realizada após uso de broncoconstritores ou
broncodilatadores;
Não é útil durante as crises.
o Avaliação do pico de Fluxo Expiratório: principal exame
Procedimento simples, de baixo custo, fácil realização,
indicado para determinar a gravidade da crise;
Usado para verificar a resposta ao tratamento durante um
episódio agudo de asma;
Monitorizar o progresso no
tratamento da asma crônica e
fornecer informações para qualquer
possível ajuste na terapia;
O próprio paciente pode monitorar a
função pulmonar e evitar a
progressão para uma crise severa.
o Radiografia do tórax:
Inconclusiva para diagnóstico, pois não tem nenhum sinal
especifico para asma, mas pode ser útil para detecção de
complicações.
o Gasometria arterial:
Não é rotineira. Indicada na avaliação de crises graves para
diagnosticar a insuficiência respiratória.
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Patologia:
o Brônquios e bronquíolos: ocorre inflamação crônica da parede
brônquica com transformação epitelial da mucosa alteração da
secreção de muco e da função ciliar fibrose e obstáculo
permanente ao fluxo aéreo bronquite crônica obstrutiva;
Enfisema
Centrolobular
Enfisema
Panlobular
r
Fisiopatologia:
o Distúrbios da ventilação (fluxo de ar da boca até o alvéolo):
redução do fluxo aéreo → hipoventilação alveolar → redução do
transporte de gases hipoxemia e hipercapnia;
o Distúrbios acidobásicos: retenção de gás carbônico → aumento da
formação de ácido carbônico → ph sanguíneo cai acidose
respiratória crônica;
o Distúrbios da perfusão: hipoventilação alveolar (hipóxia alveolar)→
hipóxia alveolar → constrição dos capilares pulmonares para tentar
captar mais oxigênio hipertensão arterial pulmonar;
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Manifestações clinicas:
o São pouco evidentes nas fases iniciais da doença;
o É preciso identificar manifestações iniciais da doença para
diagnóstico precoce;
o Todo paciente exposto aos fatores de risco e que tenha sintomas
indicadores deve ser investigado para DPOC;
o Indicadores para diagnóstico: 1 ou mais
Tosse Crônica: diária ou intermitente;
Expectoração crônica, de qualquer forma;
Dispneia: progressiva, persistente, agravada por exercícios e
infecções;
Exposição a fatores de risco.
Exame físico:
o As manifestações mais marcantes evidenciam-se somente na
doença avançada;
o Os sinais de falência ventricular direita definem a
doença como grave, independentemente do
resultado de exames complementares;
o Inspeção:
Postura no leito: tendência à ortopneia,
prefere ficar com cabeceira elevada ou
sentado porque isso facilita a respiração;
Alterações do pescoço:
Uso da musculatura acessória
esforço respiratório grande;
Turgência jugular aumento da
pressão na artéria pulmonar.
Hipocratismo digital (hipóxia crônica);
Cianose;
Edema dos membros inferiores (falência
ventricular direita);
Alterações torácicas: aumento do
diâmetro anteroposterior (tórax em tonel).
Palpação:
o Expansibilidade difusamente reduzida;
o Redução global do frêmito toracovocal;
o Pulsações epigástricas;
o Frêmito brônquico (secreção retida nas vias aéreas).
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Percussão:
o Hipersonoridade (retenção de ar no pulmão com aumento do espaço
morto);
o Rebaixamento do fígado (pulmão empurra o fígado pra baixo);
o Aumento ápico-caudal dos pulmões (limite abaixo do sexto espaço
intercostal).
Ausculta:
o Redução do murmúrio vesicular (alvéolos destruídos, não chega ar);
o Roncos e sibilos (pelo broncoespasmo que pode ocorrer);
o Estertores finos ocasionais (fibrose).
Exames complementares:
o Prova de função pulmonar (espirometria):
Usado para diagnóstico e gravidade da doença;
Avalia os volumes pulmonares antes e após uso de
broncodilatadores;
Os principais parâmetros são: CVF (capacidade vital forçada,
quantidade de ar no pulmão em uma inspiração e expiração
forçadas) e o VEF1 (volume expiratório forçado no primeiro
segundo, é a quantidade de ar
expirada no primeiro segundo de
uma expiração);
Se VEF1/CVF abaixo de 0,7
(pós-broncodilatador) =
presença de limitação do fluxo
aéreo;
Qualquer paciente exposto aos
fatores de risco com algum
sintoma indicador deve fazer
esse exame.
o Radiografia do tórax:
Permanece normal durante a maior parte da história natural da
doença;
Altera-se tardiamente;
Útil para detecção de complicações e para diagnóstico
diferencial.
o Tomografia computadorizada:
Proporciona melhor qualidade das imagens radiológicas, com
igual utilidade e idênticas indicações.
o Dosagem de alfa-1-antiprotease:
DPOC de inicio precoce com sinais e historia familiar positiva;
Enfisema pulmonar com início em adulto jovem < 45 anos,
sem fator de risco conhecido e predominante em região basal;
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Bolha
enfisematosa
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c) Bronquiectasia:
Dilatação e distorção irreversível dos brônquios e bronquíolos, localizada ou
difusa;
Causada pela destruição dos componentes elásticos e musculares de sua
parede que vira sede de inflamações de repetição;
Fatores predisponentes e etiológicos:
o Infecções na infância: sarampo influenza, adenoviroses,
coqueluche, primo infecção tuberculosa, mycoplasma, aspergilose,
bronquites e bronquiolites de repetição.
o Problemas congênitos: Discinesia Ciliar Primária, Síndrome de
Kartagener, Fibrose Cística, Deficiência de α1 anti-tripsina,
Deficiências de imunoglobulinas, Síndromes de Young, de Mounier
Kuhn e de Williams-Campbell
o Inalação de irritantes;
o Broncoaspiração: risco para idosos acamados e DRGE;
o Rino-sinusites: gotejamento de secreções para via aérea
principalmente quando o paciente esta deitado, produzindo irritação
crônica;
o DPOC: inflamação persistente da parede brônquica;
o Asma grave: inflamação persistente da parede brônquica;
o Doenças autoimunes;
o Idiopática.
Patologia:
o Atinge desde os brônquios de segunda ordem até os bronquíolos;
o Preferência pelas regiões inferiores (segmentos basais dos lobos
inferiores, lobo médio e língula);
o O pulmão esquerdo tende a ser afetado com maior frequência;
o As lesões observadas incluem: inflamação da parede brônquica,
edema da mucosa, cicatrizes fibróticas e ulcerações brônquicas
com neovascularização.
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Manifestações clinicas:
Tosse crônica: é uma das principais manifestações, variando em
intensidade conforme a extensão e a gravidade da doença;
Expectoração crônica: pode ser discreta, nas formas “secas” ou
frequente e abundante (vômica), nas formas “úmidas” (ou
supurativas), com eliminação de material mucoide, mucopurulento
ou purulento
Hemoptise: é pouco frequente e geralmente em pequena
quantidade (estrias de sangue), mas pode ser volumosa nos
casos de erosão da parede brônquica. Tende a ocorrer nas
exacerbações;
Dispneia: pouco frequente na doença de menor extensão.
Comum nas formas mais extensas e durante exacerbações
Hipocratismo digital: pode ser observado nas formas extensas e
de longa duração;
Exames complementares:
o Radiografia do tórax
Frequentemente alterada, porém com evidências muito
discretas e inespecíficas, na maioria dos casos. Observam-se:
Hipotransparências lineares paralelas, tubulares ou em anel
representando brônquios espessados ou cheios de muco;
Imagens císticas, algumas vezes contendo níveis hidroaéreos,
com aspecto de “favo de mel”.
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TC: Grandes dilatações brônquicas
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