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Apresentações clínicas 01 – Problema 02

1. SOBRE A TOSSE•
1.1 CLASSIFICAR QUANTO AO TEMPO•
1.2 QUAIS PRINCIPAIS CAUSAS DE TOSSE•
1.3 SINAIS DE ALERTA•
1.4 COMPLICAÇÕES DA TOSSE CRÔNICA•
1.5 PORQUE DA TOSSE ROUCA?

2. DESCREVER QUADRO CLINICO E EPIDEMIOLOGIA DA DPOC


2.1DESCREVER A ESCALA DE GOLD 2023
2.2CAUSAS E CRITÉRIOS DE DESCOMPENSAÇÃO DE DPOC
2.3COMO SE DIAGNÓSTICA (CLINICO E FUNCIONAL)
2.4 REVER A INTERPRETAÇÃO DE ESPIROMETRIA
2.5 CARACTERIZAR O TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO (USA CORTIDOIDE) - SPIOTO RESPIRAT?
2.6 SÍLICA CAUSA FIBROSE OU DPOC ?
2.7 REVER CÁLCULO DE CARGA TABAGICA

3. DESCREVER A EPIDEMIOLOGIA E QUADRO CLINICO DO CA DE PULMÃO, DE ACORDO COM


CLASSIFICAÇÃO E LOCALIZAÇÃO •
3.1 QUAIS PRINCIPAIS SITIOS DE METÁSTASE •
3.2 CLASSIFICAR O ESTADIAMENTO •
3.3 DEFINIR SINDROME PARANEOPLASICCA NO CA?
3.4 QUAIS AS SINDROMES PARANEOPLASICAS DO PULMÃO
3.5 A SD PARANEOPLASICA SÓ OCORRE NO TUMOR?
3.6 SINDROME DE PANCOUSR (QUADRO CLINICO)•
4. JUSTIFICAR O EXAME BIOQUÍMICO DO PACIENTE
5. O QUE É FIBROSE CISTICA•
6. O QUE É SÍNDROME CONSULPITIVA •
7. O QUE É SIAH
respiratória, ausência de sintomas sistêmicos
1. Tosse. (febre e prostração) associado a um exame físico
respiratório sem alterações e um padrão de tosse
1.1. O que é tosse? → Sintomas mais comuns entre
seca pouco produtiva → tosse pós-infecciosa.
as pessoas que passam na APS. Mecanismo de
1.4.1. Tosse na maioria dos casos é autolimitada –
defesa das vias aéreas (supressão é indesejada).
não necessita de tratamento específico;
É um meio de propagação de doenças
1.4.2. Em caso de desconforto: ipratrópio
infecciosas. Quando persiste causa desconforto
inalatório, corticóides inalatórios;
ao paciente;
1.4.3. Associação entre anti-histamínicos 1ª
1.2. Etiopatogenia → Ativação de um arco reflexo.
geração + descongestionantes pode ser
Via aferente ativada por irritantes químicos e
considerada;
mecânicos estimulam receptores localizados em
1.4.4. Não sendo pós-infecciosa pode ser
toda árvore respiratória, no esôfago, estômago e
manejada como se fosse crônica;
no ouvido externo (reflexo de Arnold). Gera
1.5. Tosse crônica → Causa muitas vezes por mais
impulsos nervosos conduzidos pelos nervos
de uma condição. Explorar a presença de sinais
glossofaríngeo e vago até o núcleo da tosse que
de alerta. Para afastar diagnósticos de maior
fica na medula espinhal e no núcleo do trato
gravidade, assim como presença de exposição
solitário. A via eferente promove a contração do
ambiental e ocupacional a fatores que podem
diafragma e dos músculos expiratórios e o
estar contribuindo para a manutenção do
fechamento e abertura da glote resultando na
sintoma;
tosse;
1.5.1. Vale avaliar se paciente faz uso de IECA
1.3. Avaliação da tosse → Via de regra a tosse é uma
(tosse causada por isso começa em 1
manifestação clínica de uma doença de base,
semana de uso, mas pode surgir após 6
assim ela só vai cessar se resolver a causa. Para
meses também). Tosse se resolve em 4 dias,
adultos que buscam atendimento a estimativa do
mas é necessário aguardar até 4 semanas
tempo de duração do sintoma seja o 1º passo para
sem resposta clínica para descartar esta
o levantamento e a seleção de suspeitas
hipótese como causa da tosse;
diagnósticas;
1.5.2. Fundamental questionar sobre tabagismo.
1.3.1. Tosse com duração < 3 semanas – aguda(
Parar de fumar resolve em 4 semanas; Mas
infecções respiratórias ou exacerbações de
se o cara desenvolveu DPOC a tosse pode
doenças crônicas)
persistir após a cessação do tabagismo;
1.3.2. Tosse com duração entre 3 a 8 semanas –
1.5.3. Quando a tosse persiste por > 8 semanas
subaguda;
sem causa definida o RX de tórax deve ser
1.3.3. Tosse com duração > 8 semanas – crônica;
realizado;

1.6. Síndrome de tosse das vias aéreas superiores


1.4. Tosse subaguda → Uma das principais causas é → Incluem também rinorreia e gota pós-nasal.
a tosse pós-Infecciosa. Quando início da tosse Aspecto de paralelepípedo na mucosa
coincide com um quadro de infecção nasofaríngea com ou sem presença de muco
também é sugestivo. A síndrome apresenta peso e redução da massa muscular (Síndrome
etiologias diversas (rinite alérgica, sazonal ou consumptiva) nas fases + avançadas;
vasomotora, faringite e sinusite). O tratamento 2.3. Epidemiologia → É uma doença que acomete a
depende da causa de base. Em geral baseia-se na população mundial. É caracteristicamente +
associação de anti- prevalente em homens (prevalência do
histamínicos/descongestionantes de 1º geração. tabagismo) em torno de 50 a 60 anos. Porém esta
Corticóides inalatórios reduzem sintomas nos diferença tem se reduzido pela maior proporção
sintomas nasais persistentes. Se a tosse é intensa de mulheres fumantes. Enquanto a mortalidade
– predinisona 30 a 40 mg ao dia. Se paciente tem mundial por doenças cardiovasculares, como o
apenas resolução parcial dos sintomas e não há IAM e o AVE, vem decaindo, a mortalidade
sinais de síndrome de tosse das vias aéreas relacionada à DPOC está aumentando nos
superiores, deve ser avaliado para a asma; últimos anos, sendo atualmente a 4ª causa de
1.7. Asma induzindo tosse crônica→ 2ª causa de morte dos EUA;
tosse crônica em adultos. Forma episódica de 2.4. Segundo a OMS, a DPOC é a 4ª principal causa
sintomas + simbilância e à dispnéia facilita o de morte, depois de IAM, câncer e doença
diagnóstico. Em adultos pode se confundir com cerebrovascular. Entre as principais causas de
DPOC. Tosse raramente é constante, pode ser morte, é a única que está aumentando, prevendo-
desencadeada por exercícios, frio e emoções. se que se torne a 3ª em 2020, devido ao aumento
Pacientes em sua maioria responde ao tratamento do tabagismo nos países em desenvolvimento e
com corticóides e beta-agonistas inalatórios. ao envelhecimento da população;
Sintomas aliviam em 1 semana mas a resolução 2.5. Fatores de risco
pode demorar em 8 semanas.
1.8. Bronquite eosinofílica não asmática →
Presença de tosse crônica em pacientes sem
broncoconstrição e hiperresponsividade das vias
aéreas. Tosse seca ou produtiva, sem evidência
de ser causada por outra doença pulmonar.
Diagnóstico confirmado pela presença
eosinfílica no escarro. Tratamento com
corticóides inalatórios. Broncodilatadores são
indeficázes devido à fisiopatologia da doença.
1.9. DRGE → Manifesta-se após refeições ou ao
deitar-se. Qualquer pacientes que não tiver
resposta aos tratamentos acima ou não tiver
melhora, deve ser tratado para DRGE. Dieta anti-
refluxo, MEV, inibidor da bomba de prótons.
Resposta variável (pouca semanas ou meses); 2.6. Tabagismo → Principal fator de risco para a
DPOC, as substâncias do tabaco causam uma
2. DPOC série de alterações nas vias aéreas: (1) estimulam
a produção de muco e a hipertrofia das glândulas
2.1. É definida como uma síndrome caracterizada submucosas; (2) reduzem ou bloqueiam o
pela obstrução crônica e difusa das VAI, de movimento ciliar das células epiteliais; (3)
caráter irreversível, com destruição progressiva ativam macrófagos alveolares a secretar fatores
do parênquima pulmonar. Está associada a uma quimiotáticos (especialmente o IL-8) que
resposta inflamatória anormal dos pulmões à estimulam o recrutamento alveolar de
inalação prolongada de partículas irritantes ou neutrófilos; (4) ativam neutrófilos, que passam a
gases tóxicos, causada principalmente pelo produzir mais enzimas proteolíticas, como a
tabagismo. Embora a DPOC comprometa os elastase; (5) inibem a atividade da α-1-
pulmões, ela também produz consequências antitripsina enzima inibidora fisiológica da
sistêmicas, podendo produzir alterações dos elastase neutrofílica, que vai degradando
brônquios (Bronquite crônica), bronquíolos paulatinamente o parênquima pulmonar;
(Bronquiolite obstrutiva) e parênquima 2.7. Carga tabágica → Quantidade de maços
pulmonar (Enfisema pulmonar). A consumidos por dia X número de anos de
predominância destas alterações é variável em tabagismo.
cada indivíduo e podem ocorrer 2.7.1. Mas quando a carga tabágica é
concomitantemente; significativa para doenças pulmonares? A
2.2. -Os principais sinais e sintomas são tosse, maioria dos pacientes com DPOC possui
dispneia, sibilância e expectoração crônicos. A uma carga tabágica de 40 maços/ano, sendo
DPOC está associada a um quadro inflamatório incomum abaixo de 20 maços/ano. Estima-
sistêmico, com manifestações como perda de se que 15% dos fumantes de 1 maço/dia e
25% dos fumantes de 2 maços/dia terão
DPOC futuramente se mantiverem o hábito DPOC é um fator de risco independente para este
tabágico; câncer. A observação constatou que, corrigindo-
2.8. Asma e DPOC → A relação patogênica entre a se para uma mesma carga tabágica, aqueles que
Asma e DPOC permanece desconhecida à São apresentam obstrução crônica significativa das
doenças distintas, mas que podem se sobrepor. A vias aéreas são mais propensos a desenvolver
inflamação das vias aéreas encontrada na Câncer de pulmão
Bronquite obstrutiva crônica difere daquela na 2.11. Fisiopatologia → A inalação de fumaça
Asma. Enquanto na Asma a inflamação é de cigarro ou outras partículas nocivas, como
dependente de linfócitos T CD4, eosinófilos, fumaça de combustíveis de biomassa, causa
basófilos e mastócitos, havendo pouca ou inflamação pulmonar. A inflamação é uma
nenhuma fibrose; na bronquite a inflamação é resposta normal que parece ser modificada em
dependente de linfócitos T CD8 citotóxicos, pacientes que desenvolvem DPOC. Essa resposta
macrófagos e neutrófilos, que estimulam a inflamatória crônica pode induzir a destruição do
fibrose das vias aéreas. Alguns casos de Asma, tecido parenquimatoso (resultando em enfisema)
contudo, podem evoluir com o fenômeno do e a interrupção dos mecanismos normais de
remodelamento das vias aéreas, levando à reparo e defesa (resultando em fibrose das
obstrução crônica progressiva por mecanismo pequenas vias aéreas). Essas alterações
fibrogênico. Estes pacientes apresentam um patológicas levam ao aprisionamento de gás e
quadro fisiopatológico muito semelhante ao da limitação progressiva do fluxo aéreo;
DPOC; 2.12. Histopatológico → A maioria dos
2.9. Deficiência de alfa-1-antitripsina → -É uma pacientes com DPOC apresenta 2 importantes e
doença genética autossômica recessiva que cursa distintos componentes da doença, ambos
frequentemente com Enfisema pulmonar isolado relacionados ao tabagismo:
em crianças ou adolescentes. Os indivíduos 2.12.1. Bronquite Obstrutiva Crônica: as
homozigotos para o gene Z (genótipo PiZZ em alterações patológicas principais são: (1)
vez do genótipo normal PiMM) têm uma hipertrofia e hiperplasia das glândulas
concentração de α-1-Antitripsina < que 10% do submucosas secretoras de muco associadas
normal → A ausência dos efeitos dessa enzima a aumento no número de células
permite a ação livre da elastase neutrofílica, caliciformes da mucosa (estado
responsável por degradar paulatinamente o hipersecretor), presentes principalmente nas
parênquima pulmonar; vias aéreas proximais; (2) redução do lúmen
das vias aéreas distais devido ao
espessamento da parede brônquica por
edema e fibrose (Bronquiolite obliterante);
2.12.2. Enfisema Pulmonar: é definido como
um alargamento dos espaços aéreos distais
aos bronquíolos, decorrente da destruição
progressiva dos septos alveolares. O tipo
patológico + comum é o Enfisema centro-
acinar. O alargamento e a destruição
parenquimatosa se encontram nos
bronquíolos respiratórios, ou seja, na região
central do ácino ou lóbulo pulmonar. Esta é
a forma relacionada ao tabagismo, por isso
OBS: Quando pesquisar a deficiência de alfa-1- é a + comum. O processo predomina nos
antitripsina? lobos superiores dos pulmões. O 2º tipo
patológico é o Enfisema Panacinar, típico da
- Enfisema em jovens (< 45 anos); deficiência de α-1-antitripsina. Neste caso,
o processo mórbido se distribui
- Enfisema predominante em bases pulmonares; uniformemente pelo ácino, na região central
- Enfisema em não tabagistas ou com pequena carga e periférica;
tabágica; 2.13. Obstrução das vias aéreas e
hiperinsuflação: Característica + marcante da
- Forte história familiar de enfisema ou hepatopatia; DPOC. Para manter as vias aéreas pérvias
durante a respiração é necessário a adequação
- Doença hepática associada inexplicada;
das forças inspiratórias e expiratórias
2.10. Câncer de pulmão e DPOC → O 2.13.1. Força inspiratória: preservada na
tabagismo é o fator de risco + importante tanto DPOC, pois provém da musculatura
para a DPOC quanto para o Carcinoma respiratória
broncogênico. Porém os estudos sugerem que a
2.13.2. Força expiratória: encontra-se reduzida 2.15. Cor pulmonale: É uma disfunção do VD
na DPOC, pois depende da elasticidade consequente a um distúrbio pulmonar, que tem
pulmonar → A resistência das vias aéreas como principal mecanismo a hipóxia crônica.
distais se encontra aumentada pela redução Uma série de pneumopatias pode causar Cor
do seu lúmen, o que é gerado por 2 fatores: Pulmonale, mas a DPOC é, a causa + comum;
(I) redução do tecido elástico na parede
alveolar (Enfisema); e (II) Edema + fibrose Continuar editando depois
na parede dos pequenos brônquios
(Bronquiolite obliterante) → Esses fatores +
pressão intratorácica progressivamente
positiva predispõem ao colapso das vias
aéreas, o que impede a eliminação de ar
(cheio de CO2) do pulmão à Fenômeno de
aprisionamento do ar (Air Trapping),
promove as seguintes alterações:
2.13.2.1. Aumento do volume residual;
capacidade residual funcional e
capacidade pulmonar total
2.13.2.2. Hiperinsuflação crônica dos
pulmões: tórax em barril ou tonel em
portadores de DPOC avançada
2.13.3. O aprisionamento de ar e a
hiperinsuflação pulmonar podem ter
consequências deletérias para a fisiologia:
(1) surge auto-PEEP, isto é, uma pressão
alveolar positiva no final da expiração, que
pode aumentar o trabalho da musculatura
respiratória na inspiração; (2) altera a
mecânica do diafragma, que apresenta
tendência à retificação, tornando
improdutiva a sua contração para puxar o ar
inspiratório. O indivíduo passa a utilizar a
musculatura acessória
(esternocleidomastoideo, intercostais,
abdominais), desenvolvendo cronicamente
certo grau de “esforço” para respirar;
2.14. Distúrbio da troca gasosa: A troca
gasosa está comprometida tanto pela lesão
enfisematosa quanto pela lesão bronquítica (+
nesta última). Como ambas as patologias levam
à obstrução de vias aéreas de uma forma
heterogênea, propiciam o surgimento de alvéolos
mal ventilados, porém, bem perfundidos à
Nesses alvéolos, o sangue venoso passa
recebendo pouco O2, um mecanismo
denominado shunt parcial. Se o número de
alvéolos com shunt parcial for grande, a mistura
de sangue mal oxigenado produzirá hipoxemia e
dessaturação da hemoglobina. A este fenômeno
denomina-se Distúrbio V/Q (V = Ventilação e Q
= Perfusão)
2.14.1. -Inicialmente, a hipoxemia ocorre apenas
no exercício físico. Com o progredir da
doença, a hipoxemia pode ocorrer em
repouso. É um sinal de doença avançada e
significa mau prognóstico → O
enriquecimento do ar inspirado com O2
pode corrigir o problema, pois aumenta a
PO2 alveolar, melhorando a oxigenação do
sangue mesmo em alvéolos mal ventilados
do tratamento farmacológico sintomático dos indivíduos
com DPOC estável.

Os medicamentos com ação de longa duração são mais


adequados para tratar a DPOC estável; no entanto, deve-
se sugerir a todos os pacientes um broncodilatador
inalatório de curta duração para rápido alívio dos
sintomas.

Os pacientes podem iniciar o tratamento com monoterapia


e progredir para terapia combinada.

Tratamento medicamentoso Os broncodilatadores disponíveis no Brasil como


“medicação de manutenção” em pacientes com DPOC
O tratamento medicamentoso pode reduzir os sintomas, a estável são:
frequência e a gravidade das exacerbações. Melhora a
tolerância ao exercício físico e o estado geral. Contudo,
até o presente momento, não existe nenhuma evidência de •BALD – produzem relaxamento da musculatura lisa das
que qualquer medicação modifique o declínio progressivo vias respiratórias, estimulando receptores de membrana
da função respiratória nos pacientes com DPOC. celular beta2-adrenérgicos (Quadro 143.2)

Cada esquema de tratamento farmacológico deve ser ■Efeitos colaterais dos beta2-agonistas: a estimulação dos
individualizado, tendo em vista a intensidade dos receptores beta2-adrenérgicos pode produzir taquicardia
sintomas, o risco de exacerbações, efeitos colaterais, sinusal, mesmo em repouso, arritmias cardíacas em
comorbidades, disponibilidade e custo do medicamento, pacientes suscetíveis, tremor de extremidades
habilidade do paciente ao usar os diferentes dispositivos independentemente da via de administração,
inalatórios e preferência dele. hipopotassemia, especialmente se usados
concomitantemente com diuréticos espoliadores de
potássio e aumento do consumo de oxigênio em pacientes
Em função das variadas técnicas e dispositivos inalatórios com insuficiência cardíaca. Cumpre ressaltar que esses
disponíveis e dos diferentes níveis de conhecimentos dos efeitos tendem a diminuir com o decorrer do tempo. Pode
pacientes, o tratamento inalatório deve merecer uma ocorrer, também, discreta e passageira queda na PaO2
atenção especial por parte da equipe de saúde que cuida após o uso inalatório de beta2-agonistas
do paciente. Vale dizer, a escolha do dispositivo inalatório
deve ser individualizada.
■Na DPOC, não existe relação entre o uso regular de
beta2-agonistas e a perda de função respiratória ou
Antes de iniciar o tratamento inalatório, deve -se ensinar aumento da mortalidade
a maneira correta de usar cada dispositivo, e depois
verificar periodicamente se a aplicação da técnica está
sendo correta e sua adesão. •Anticolinérgicos de longa duração (ACLD) – são
medicamentos antimuscarínicos que promovem
broncodilatação pelo bloqueio dos efeitos da acetilcolina
A seguir são listadas as classes medicamentosas de (Ach) nos receptores colinérgicos muscarínicos M3,
manutenção comumente usadas na DPOC estável. expressos na musculatura lisa das vias respiratórias.
Alguns estudos verificaram que o tiotrópio aumenta a
tolerância ao exercício físico e, consequentemente, a
Broncodilatadores eficácia da reabilitação cardiorrespiratória.
Antimuscarínicos de curta duração (ACCD) também
Os broncodilatadores (BD) são medicamentos que podem bloqueiam os receptores neuronais inibitórios M2,
reduzir a limitação ao fluxo aéreo e, quando utilizados impedindo, dessa forma, a broncoconstrição reflexa vagal
regularmente, diminuem ou previnem os sintomas. (Quadro 143.3)
Promovem a redução do tônus da musculatura lisa
brônquica. São usados por aerossolterapia, por intermédio
de dispositivos inalatórios portáteis, e constituem o pilar
■Efeitos colaterais: por via inalatória são medicamentos A terapia combinada com CI + ACLD + BALD aumenta
de baixa absorção e, por isso, bastante seguros. a função respiratória, melhora os sintomas, reduz
exacerbações e melhora a qualidade de vida, quando
comparada com a monoterapia.
Seu principal efeito adverso é boca seca. Alguns pacientes
referem a sensação de gosto amargo ou metálico na boca.
São de baixo risco cardiovascular, mas o uso de soluções Os CIs mais utilizados em combinação fixa são o
por aerossolterapia com máscaras faciais pode precipitar dipropionato de beclometasona (BCL), a budesonida
glaucoma agudo (BDS), o propionato de fluticasona (PF) e o furoato de
fluticasona (FF).

•Combinação fixa de BALD com ACLD – a terapia


combinada reduz a limitação ao fluxo expiratório No entanto, o uso de CI está associado a maior prevalência
(aumenta o VEF1) e os sintomas respiratórios mais do que de candidíase oral, disfonia, equimoses e/ou
a monoterapia. adelgaçamento cutâneo e tuberculose broncopulmonar.

Alguns trabalhos demonstraram redução na taxa de Alguns estudos sugerem dificuldade do controle do
exacerbações quando comparada com monoterapia diabetes melito, risco de progressão de catarata e infecção
por micobactérias.

•Metilxantinas (MTX; teofilina) – não são recomendadas


para o tratamento a longo prazo, exceto quando outros Contudo, não se comprovou que o uso prolongado de CI
broncodilatadores inalatórios não estiverem disponíveis aumenta o risco de redução da densidade óssea e fraturas.
(Quadro 143.4). As MTX parecem agir como inibidores O uso prolongado de CI aumenta o risco de pneumonia.
não seletivos da fosfodiesterase (FDEi). Vários trabalhos
mostraram que a teofilina exerce um pequeno efeito
broncodilatador na DPOC estável; no entanto, alguns Glicocorticoides orais (GCO). O uso prolongado de GCO
estudos apontaram um benefício sintomático modesto. produz inúmeros efeitos colaterais adversos. Por causa
Todos os estudos que indicaram eficácia da teofilina na disso, o seu uso deve ficar restrito a curtos períodos e nas
DPOC foram realizados com preparações de liberação exacerbações.
prolongada. Muitas variáveis fisiológicas e de associação
medicamentosa modificam o seu metabolismo.
A associação de teofilina com salmeterol, um BALD, Inibidores seletivos da fosfodiesterase 4 (iFDE4). Seu
produz aumento do VEF1 e redução da dispneia, se principal mecanismo de ação é reduzir a inflamação da
comparada ao uso isolado do salmeterol. Efeitos colaterais mucosa respiratória, inibindo a degradação do AMP
das MTX – a toxicidade é dose-dependente e seu índice cíclico (cAMP) intracelular.
terapêutico é pequeno. Apresenta ampla gama de efeitos
tóxicos, mesmo com níveis séricos de teofilina dentro da
faixa terapêutica. Os mais frequentes são cefaleia, O roflumilaste é o iFDE4 mais estudado. Em pacientes
náuseas, vômitos, pirose, insônia e convulsões do tipo com DPOC grave e muito grave com bronquite crônica, o
grande mal, mesmo em pacientes sem história de iFDE4 melhora a função respiratória e reduz a taxa das
epilepsia, além de arritmia atrial ou ventricular, que exacerbações moderadas e graves, mesmo nos pacientes
podem ser fatais. em uso da associação de BALD + CI.

Agentes anti-inflamatórios Os efeitos colaterais mais frequentes são: diarreia,


náuseas, anorexia, perda de peso, dor abdominal,
Corticoides inalatórios (CI). O tratamento com CI isolado
distúrbios do sono e cefaleia. Deve ser usado com muito
em paciente com DPOC estável não modifica a taxa de
critério em pacientes com depressão.
declínio do VEF1 e tampouco a taxa de mortalidade.

Foi sugerido pelo comitê de experts COPD GOLD, um


A combinação de CI com um BALD melhora a função
fluxograma para o início do tratamento farmacológico,
respiratória, a qualidade de vida e reduz exacerbações em
que leva em consideração a classificação do paciente
pacientes com DPOC moderada a grave, com
quanto à intensidade dos sintomas, limitação ao fluxo
exacerbações frequentes (≥ 2/ano).
expiratório e frequência de exacerbações (Figura 143.3).
Antibióticos 3.8. Associação entre tabagismo e câncer é maior nos
tumores de pequenas células, seguidos pelos
A terapia prolongada com azitromicina, VO, 250 mg/dia carcinomas de células escamosas e
ou 500 mg 3 vezes/semana, ou eritromicina, VO, 500 mg adenocarcinomas;
2 vezes/dia reduz a taxa das exacerbações em “pacientes 3.9. Tumores de pequenas células → neoplasia
ex-tabagistas exacerbadores”. No entanto, pode produzir altamente agressiva (em geral metastásica);
prolongamento do intervalo QT corrigido (QTc), aumento 3.10. Quadro clínico
da incidência de resistência bacteriana aos macrolídeos e
perda auditiva, que pode ser reversível com a redução da
dose ou a suspensão do medicamento.

Mucorreguladores e agentes antioxidantes


Alguns trabalhos mostraram que o uso regular de
mucolíticos (erdosteína, carbocisteína e N-acetilcisteína)
reduz o risco de exacerbações.

Reposição intravenosa de alfa-1 antitripsina Alguns sintomas podem ser consequentes a complicações
Pacientes não fumantes ou ex-fumantes, com progressão da doença ou fenômenos paraneoplásicos, como:
da limitação expiratória e deficiência absoluta de alfa-1 ■ síndrome de veia cava superior: sintomas
antitripsina (A1AT), são os mais indicados para receber relacionados com a obstrução da veia cava superior pela
esse tratamento. Vários estudos sugerem redução da massa tumoral ou trombose. Em caso de tumores de
progressão da limitação expiratória nesses pacientes. pequenas células de pulmão, altamente quimiossensíveis,
prioriza-se a realização de quimioterapia;
■ tumor de Pancoast: sintomas secundários à localização
3. CA de Pulmão tumoral no sulco superior com quadro clínico de dor
significativa em ombro homolateral à lesão tumoral,
3.1. Doença maligna mais comum em todo mundo síndrome de Horner (miose, ptose palpebral e anidrose),
(13% de todos os cânceres, são de pulmão). É a dores ósseas e atrofia dos músculos do membro superior;
principal causa de mortalidade por câncer (1,8
milhões por ano); ■ hipercalcemia da malignidade: mais frequente em
3.2. No Brasil o INCA estimou novos 596000 casos carcinomas escamosos e em tumores de pequenas células
de câncer em 2016. É o segundo tipo de maior de pulmão;
incidência em homens e o quarto em mulheres;
■ osteoartropatia hipertrófica: artropatia dolorosa
3.3. Idade mediana do diagnóstico é 70 anos;
simétrica de extremidades associada a baqueteamento
3.4. Principal fator de risco é hábito tabágico da
digital. Em tumores de pequenas células de pulmão, são
população;
mais frequentes:
3.5. Outros fatores de risco→ radioterapia torácica,
asbetos, rádio, metais pesados, radiação ■ secreção inapropriada de hormônio antidiurético
ionizante, hidrocarbonetos aromáticos e fibrose (SIADH): caracterizada pelo quadro de hiponatremia
pulmonar; grave com manifestações neurológicas em consequência
3.6. Há risco familiar; de edema cerebral em sua fase mais avançada;
3.7. Patologia → As patologias se dividem em
neoplasias de pulmão de pequenas células e não ■ manifestações neurológicas: sintomas relacionados a
pequenas células fenômenos imunológicos relacionados à presença de
autoanticorpos, com destaque para a síndrome miastênica
de Lambert-Eaton, ataxia cerebelar, neuropatia sensorial,
encefalite límbica ou, ainda, encefalomielite.

3.11. Estadiamento
primário, em alguns casos podem preceder a
doença maligna;
3.15. Hipercalcemia é uma das síndromes
paraneoplásicas de maior associação com o CP,
principalmente o carcinoma de células
escamosas. Causada por metástase óssea e pela
produção tumoral de PTH-rp – exerce ações
equivalentes ao PTH. Manifestações clínicas
incluem efeitos circulatórios (sede, poliúria,
desidratação e insuficiência renal),
gastrointestinais (anorexia, vômito, dor
abdominal e constipação), neurológicos (feadiga,
fraqueza muscular, confusão, letargia,
irritabilidade e coma) e manifestações
psiquiátricas (depressão, ansiedade e disfunção
cognitiva).
3.16. A síndrome da secreção inapropriada
de hormônio antidiurético (SIADH) é um
estado de hiponatremia euvolêmico e
hipoosmolar, na ausência de hipotireoidismo,
insuficiência renal e adrenal, que, no caso do CP,
é secundária à produção tumoral de ADH. Ela
está relacionada prioritariamente ao carcinoma
de pequenas células. Os sintomas da SIADH
dependem do grau e da velocidade do
desenvolvimento da hiponatremia. A
hiponatremia aguda (<48 horas), grave (sódio
sérico < 120 meq/L) leva a edema cerebral,
causando estado mental alterado, convulsões e
morte. Hiponatremia crônica, leve a moderada,
pode não produzir sintomas neurológicos
significativos;
3.17. A síndrome de cushing ectópica ocorre
pela produção tumoral desregulada de ACTH.
Costuma-se relacionar ao carcinoma de
pequenas células. O ACTH estimula a produção
adrenal de glicocorticoides. O hipercortisolismo
resulta em alcalose metabólica hipocalêmica,
hipertensão arterial secundária e hiperglicemia.
Os achados do exame físico incluem deposição
anormal de gordura (fácies de lua cheia, giba e
obesidade centrípeta) e estrias violáceas.
3.12. As síndromes de Pancoast (ou tumor do Raramente, a síndrome de cushing ectópica,
sulco superior) resultam da extensão local de um exibe todos os sinais clássicos. A análise inicial
tumor em crescimento no ápice do pulmão, com do hipercortisolismo inclui medições de cortisol
acometimento do oitavo nervo cervical e do salivar noturno, cortisol urinário de 24 horas e o
primeiro e do segundo nervos torácicos, e teste de supressão noturna de 1 mg de
apresentam dor no ombro, que costuma se dexametasona. O hipercortisolismo em conjunto
irradiar na distribuição ulnar do braço, da ausência de um tumor hipofisário no exame
frequentemente com destruição radiológica da de imagem com um ACTH matinal elevado
primeira e da segunda costelas. As síndromes de levanta a suspeita de SCE.
Horner e de Pancoast costumam coexistir; 3.18. A osteoartropatia pulmonar hipertrófica
3.13. Síndromes Paraneoplásicas → Grupo (OPH) é caracterizada pela proliferação anormal
de distúrbios clínicos associados a doenças dos tecidos cutâneos e ósseos nas regiões distais
malignas que não estão relacionadas à invasão das extremidades, manifestando-se clinicamente
direta do tumor ou metástases. Ocorrem em 10% por baqueteamento dos dedos das mãos e dos
dos pacientes com câncer de pulmão (CP); pés, poliartrite simétrica e periostite dos ossos
3.14. Sintomas paraneoplásicos não estão tubulares longos (tíbias e fíbulas,
diretamente relacionados à gravidade do tumor particularmente). A fisiopatologia da OPH é
pouco conhecida, mas pode envolver
superexpressão do fator de crescimento muscular proximal e indolor, erupção cutânea
endotelial vascular (VEGF) e PDGF. A com heliotrópio , erupção cutânea eritematosa no
radiografia óssea revela espessamento da rosto, pescoço, costas, peito e ombros; e pápulas
membrana periosteal e nova formação óssea de Gottron . A acantose nigricans é o
periosteal. O quadro pode ser confundido com espessamento e hiperpigmentação da pele em
artrite reumatoide, porém, ao contrário da artrite regiões intertriginosas. A maioria dos casos de
reumatóide, não há erosões ou sinovites acantose nigricans, ocorre em pessoas com
inflamatórias, não há estreitamento do espaço resistência à insulina ou outros distúrbios
articular e o fator reumatoide é negativo endócrinos não malignos. Entre os casos
3.19. As síndromes neurológicas paraneoplásicos, o adenocarcinoma gástrico é a
paraneoplásicas são secundárias a fenômenos neoplasia maligna mais comumente associada.
autoimunes, em sua maioria. Os anticorpos Até 90% dos casos de acantose nigricans das
onconeurais gerados contra o tumor atacam palmas, denominados tripas, foram associados
inadvertidamente o sistema nervoso central e ao câncer.
periférico. Vários anticorpos onconeurais foram 3.25. A Caquexia e anorexia são causadas por
identificados, como Anti-Hu, Anti-CV2, anti- efeitos locais do câncer, efeitos sistêmicos que
fifisina e Anti-Ri. Os anticorpos anti-Hu são os afetam apetite e metabolismo, assim como
mais comumente detectados e 90% dos casos de efeitos do tratamento;
síndrome de Anti-Hu são observados no CPPC.
O termo síndrome Anti-Hu é amplo e abrange
várias entidades, incluindo encefalite límbica,
degeneração cerebelar, opsoclonus-mioclonus,

4. Bioquímico do paciente
neuropatias e pseudo-obstrução gástrica
3.20. A encefalite límbica é caracterizada por
sintomas neuropsiquiátricos agudos ou 4.1.
subagudos, incluindo alterações de humor,
memória, convulsões e função cognitiva. Os
sintomas progridem cronicamente 5. Fibrose cística
3.21. A síndrome miastênica de Eaton-Lambert 5.1. A fibrose cística é uma desordem hereditária no
é um distúrbio da junção neuromuscular transporte de íons que afeta a secreção de fluidos
resultante da diminuição da liberação pré- nas glândulas exócrinas e no revestimento
sináptica de acetilcolina. Ocorre a produção de epitelial dos tratos respiratório, gastrointestinal e
anticorpos contra os canais de cálcio sensíveis a reprodutivo. Em muitos indivíduos, essa
voltagem (anti-VGCC) presentes nos neurônios desordem leva a secreções mucosas
pré-sinápticos da placa motora, bloqueando a anormalmente viscosas, que obstruem as
liberação de acetilcolina na fenda sináptica, passagens orgânicas, resultando na maioria dos
impedindo a transmissão do impulso. As aspectos clínicos dessa doença, como doença
manifestações clínicas incluem fraqueza pulmonar crônica secundária a infecções
muscular proximal, afetando recorrentes, insuficiência pancreática,
predominantemente as extremidades inferiores, esteatorreia, desnutrição, cirrose hepática,
hiporreflexia e disfunção autonômica obstrução intestinal e infertilidade masculina.
3.22. A degeneração cerebelar aguda ocorre Essas manifestações podem aparecer em
pelo ataque dos anticorpos às células de purkinje qualquer momento da vida, desde antes do
no córtex do cerebelo. Suas manifestações nascimento até bem mais tarde na infância, ou até
clínicas incluem ataxia, diplopia, nistagmo, mesmo na adolescência
disfagia, disartria, vertigem, tontura, náusea e 5.2. Acomete cerca de 1 a cada 2.500 nascidos vivos
vômito. Associa-se ao carcinoma de pequenas em regiões de colonização europeia. Dados
células recentes indicam prevalências em torno de 1 a
3.23. As síndromes hematológicas cada 7 mil a 10 mil nascidos vivos no Brasil. O
paraneoplásicas são , por vezes, assintomáticas e quadro clínico caracteriza-se por episódios
detectadas após o diagnóstico de câncer, no repetidos de sibilância, que evoluem para
estágio avançado da doença. Destacam-se a sibilância contínua, tosse produtiva com
hipercoagulabilidade como o tromboembolismo secreção amarelada, fezes volumosas e curva de
venoso, a síndrome de trousseau (tromboflebite peso e altura estacionária. A dosagem de
migratória), a leucocitose, a hipereosinofilia e a eletrólitos no suor (sódio e cloro > 60 mEq/L) é
trombocitose o principal exame diagnóstico. A triagem
3.24. As síndromes dermatológicas de maior neonatal (teste do pezinho) com tripsina
expressividade são a dermatomiosite e a acantose imunorreativa com valores elevados (> 70)
nigricans. A dermatomiosite é uma miopatia indica necessidade de realização de testes
inflamatória que se manifesta por fraqueza confirmatórios.
5.3. A obstrução intestinal distal também pode 6.4. Sarcopenia – síndrome geriátrica – perda de
ocorrer em indivíduos mais velhos, massa muscular, de força e de desempenho –
manifestando-se como episódios recorrentes de déficit funcional no idoso
dor no quadrante inferior direito, algumas vezes 6.5. Definição de síndrome consuptiva – grau de
associados com massa palpável do mecônio, com emagrecimento e como ele ocorreu, de acordo
ou sem intussuscepção associada na fossa ilíaca com peso basal anterior ao quadro de
direita. emagrecimento involuntário;
5.4. A insuficiência pancreática exócrina ocorre na 6.5.1. Emagrecimento involuntário – perda de >
maioria (85% a 90%) dos pacientes com fibrose 2% do peso basal em 1 semana; > 5% em 1
cística e está associada a mutações “severas” do mês; > 7,5% em 3 meses e > 10% em 6 a 12
CFTR; meses;
5.5. A insuficiência pancreática está associada com 6.5.2. Em idosos considera-se SD consuptiva se
má absorção de gordura e de proteína e perda perda maior que 5% em 6 a 12 meses
fecal aumentada. As manifestações da má 6.5.3. Pacientes portadores de anorexia nervosa
absorção (p. ex., fezes volumosas e fétidas, perdas maiores que 15% em 6 meses;
distensão abdominal e ganho ponderal 6.5.4. Mas a definição mais usada para
insuficiente) podem surgir durante o primeiro emagrecimento involuntário é a perda de
ano de vida; > 10% do peso basal em 6 a 12 meses;
5.6. A absorção deficiente de lipídios pode induzir à 6.6. Seus principais fatores de risco são o tabagismo,
deficiência de vitaminas lipossolúveis, idade avançada e um autorrelato de “mal estado
acarretando as avitaminoses A, D ou K; de saúde”;
5.7. A hipoproteinemia pode ser severa o suficiente 6.7. Neoplasias malignas são a causa mais comum
para causar edema generalizado;
(15 a 37%);
5.8. As complicações cardiorrespiratórias, tais como
as infecções pulmonares persistentes, a doença 6.8. Causas gastrointestinais não malignas e causas
pulmonar obstrutiva e o cor pulmonale, são as
psiquiátricas vem em segundo lugar;
causas mais comuns de morte;
5.9. A doença hepática significativa ocorre 6.9. Fisiopatologia → ↓Aporte de energia e/ou
tardiamente na história natural da fibrose cística
↑gasto energético e/ou perda de energia por via
e está ganhando importância clínica, à medida
que as expectativas de vida aumentam; urinária ou intestinal;
5.10. Aproximadamente 95% dos homens com
6.10. Neoplasias → Culminam em
fibrose cística são inférteis, devido à
azoospermia obstrutiva. Como mencionado, esta emagrecimento secundário a anormalidades
deve-se mais comumente à ausência bilateral
metabólicas. Câncer é inflamatório (produz
congênita dos canais deferentes, que ocorre em
80% dos casos de mutações do CFTR bialélicas; TNF-alfa, IL-1, IL-6 – anorexígenas) geram
5.11. Na maioria dos casos, o diagnóstico de
saciedade precoce. Pode promover lipólise e
fibrose cística baseia-se nas concentrações
persistentemente elevadas dos eletrólitos no suor proteólise;
(frequentemente a mãe faz o diagnóstico pelo
reconhecimento de suor anormalmente salgado
em sua criança), achados clínicos característicos
(doença sinopulmonar e manifestações
gastrointestinais), um teste de triagem neonatal
anormal, ou uma história familiar;
5.12.

6. Síndrome Consumptiva
6.1. Chamada também de emagrecimento
involuntário – estado patológico resultante de
absoluta ou relativa deficiência de proteína e
energia;
6.2. Caquexia – perda de peso associada à perda de
massa muscular (pode haver ou não perda de
gordura) – estado mais grave do emagrecimento;
6.3. Desnutrição – deficiência de nutrientes
específicos ou globais (associados ou não a perda
de peso);

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