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Tutoria UC7 – problema 4 Manoella Evelyn 1

mucoso e a eosinofilia sanguínea periférica constituem


CONHECER A FISIOPATOLOGIA DE ASMA E
achados adicionais clássicos na asma e podem ser um
PNEUMONIA (AGENTES ETIOLÓGICOS) E
epifenômeno da inflamação da via respiratória.
ANÁLISE DO EXAME RADIOLÓGICO.
Entretanto, nem todos os pacientes com asma têm
ASMA eosinofilia.

A asma brônquica é uma doença caracterizada por


GATILHOS DA ASMA
inflamação difusa das vias respiratórias, desencadeada
por diversos estímulos deflagradores, que resulta em Os gatilhos comuns da exacerbação da asma incluem:
broncoconstrição parcial ou completamente
 Alergênios ambientais e ocupacionais
reversível. Os sinais e sintomas envolvem dispneia,
opressão torácica e desenvolvimento de sibilos.  Infecções
Efetua-se o diagnóstico com base na história, no exame
físico e nos testes de função pulmonar. O tratamento  Exercício
envolve controle dos fatores deflagradores e terapia
 Inalação de agentes irritantes
medicamentosa, mais comumente com a inalação de
beta-2 agonistas e corticoides.  Emoção

A asma envolve:  Ácido acetilsalicílico

 Broncoconstrição  Doença do refluxo gastroesofágico (DRG)

 Edema e inflamação das vias respiratórias Os desencadeadores de infecção em crianças


pequenas incluem vírus sincicial respiratório, rinovírus
 Hiper-reatividade das vias respiratórias
e infecção pelo vírus parainfluenza. Em crianças
 Remodelamento das vias respiratórias maiores e adultos, as infecções do trato respiratório
superior (particularmente por rinovírus) e pneumonia
Em asmáticos, as células Th2 e outros tipos celulares — são desencadeadores infecciosos comuns. O exercício
notavelmente, eosinófilos e mastócitos, mas também pode ser um gatilho, principalmente em ambientes
outros subtipos CD4+ e neutrófilos — formam um frios ou secos. Irritantes inalados, como poluição do ar,
infiltrado inflamatório extenso, no epitélio e na fumaça de cigarro, perfumes e produtos de limpeza,
musculatura lisa das vias respiratórias, levando ao estão frequentemente envolvidos. Emoções como
remodelamento desta última (i.e., descamação, fibrose ansiedade, raiva e agitação algumas vezes
subepitelial e hipertrofia da musculatura lisa). A desencadeiam exarcerbações.
hipertrofia da musculatura lisa obstrui a via
respiratória e aumenta a reatividade a alergênios, O ácido acetilsalicílico é o deflagrador em até 30% dos
infecções, irritantes, estimulação parassimpática (o pacientes com asma grave e em até 10% de todos os
que provoca a liberação de neuropeptídios pró- asmáticos. Asma sensível ao ácido acetilsalicílico é
inflamatórios, como substância P, neurocinina A e tipicamente acompanhada de pólipos nasais com
peptídio relacionado geneticamente à calcitonina) e congestão nasal e dos seios da face.
outros deflagradores broncoconstritivos.
A DRGE é um gatilho entre alguns pacientes com asma,
Contribuintes adicionais à hiper-reatividade da via possivelmente por broncoconstrição reflexa induzida
respiratória envolvem a perda de inibidores da por ácido esofágico ou por microaspiração do ácido.
broncoconstrição (fator relaxante derivado do epitélio Contudo, o tratamento da GERD assintomática (p. ex.,
e prostaglandina E2) e de outras substâncias que com inibidores da bomba de prótons) não parece
metabolizam broncoconstritores endógenos melhorar o controle da asma.
(endopeptidases), em virtude da descamação do
epitélio e do edema da mucosa. O tamponamento
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A rinite alérgica frequentemente coexiste com a asma, Pacientes com exacerbação grave e insuficiência
porém, não está estabelecido se as duas são respiratória iminente classicamente têm alguma
manifestações diferentes do mesmo processo alérgico combinação de alteração da consciência, cianose,
ou se a rinite é um deflagrador distinto de asma. pulso paradoxal > 15 mmHg, saturação de oxigênio <
90%, Paco2> 45 mm Hg ou hiperinsuflação. Raramente,
RESPOSTA observam-se pneumotórax e pneumomediastino na
radiografia do tórax.
Na presença de deflagradores, há estreitamento
reversível das vias respiratórias e ventilação pulmonar Os sinais e sintomas desaparecem entre as
desigual. A perfusão relativa excede a ventilação exacerbações, embora seja possível auscultar sibilos
relativa em regiões pulmonares distais às vias suaves durante a expiração forçada, após esforço e em
respiratórias estreitadas; assim, a tensão alveolar de repouso, em alguns pacientes assintomáticos. A
oxigênio cai e a de dióxido de carbono aumenta. A hiperinsuflação dos pulmões pode alterar a parede
maioria dos pacientes pode compensar pela torácica de pacientes com asma descontrolada e de
hiperventilação, mas em exacerbações graves, a ação prolongada, acarretando tórax em forma de
broncoconstrição difusa provoca aprisionamento barril.
intenso de gás, coloca os músculos respiratórios em
uma desvantagem mecânica profunda, de modo que o Todos os sinais e sintomas são inespecíficos, reversíveis
trabalho respiratório aumenta. Sob essas condições, com o tratamento em período apropriado e,
ocorre agravamento da hipoxemia e do esforço caracteristicamente, desencadeados pela exposição a
excessivo e eleva-se a Paco2. Podem ocorrer acidose um ou mais deflagradores.
respiratória e acidose metabólica que, se não tratadas,
causam parada respiratória e cardíaca. PNEUMONIA

A pneumonia é a inflamação aguda dos pulmões


SINAIS E SINTOMAS causada por infecção. Em geral, o diagnóstico inicial
Os pacientes com asma leve intermitente ou leve baseia-se em radiografia de tórax e achados clínicos.
persistente normalmente são assintomáticos entre as Causas, sintomas, tratamento, medidas preventivas e
exacerbações. Aqueles com doença mais grave ou prognóstico diferem dependendo de a infecção ser
exacerbações desenvolvem dispneia, aperto no tórax, bacteriana, micobacteriana, viral, fúngica ou
ausculta de sibilos e tosse. A tosse pode ser o único parasitária; se é adquirida na comunidade, no hospital
sintoma em alguns pacientes (tosse como variante de ou outro local associado a cuidados de saúde; ou se
asma). Os sintomas podem seguir um ritmo circadiano desenvolve-se em um paciente imunocompetente ou
e piorar durante o sono, frequentemente em torno das imunocomprometido.
4 h da manhã. Muitos pacientes com doença mais
Entre as infecções respiratórias agudas do trato
grave desenvolvem despertares noturnos (asma
respiratório inferior, a pneumonia é a principal causa
noturna).
de morbidade e mortalidade infantil, especialmente
Os sinais compreendem sibilos, pulso paradoxal (i.e., em países em desenvolvimento.
queda da pressão arterial sistólica > 10 mmHg durante
Padrão Radiológico: O exame radiológico permanece
a inspiração, taquipneia, taquicardia e esforço visível
como um método de grande auxílio no diagnóstico da
para respirar (uso dos músculos do pescoço e
pneumonia em crianças, dando suporte à impressão
supraesternais [acessórios], postura ereta, lábios
clínica e definindo a extensão do processo
cerrados e incapacidade para falar). A fase expiratória
inflamatório. Em lactentes e crianças pequenas não é
da respiração é prolongada, com proporção
incomum o achado de imagens significativas na
inspiratória:expiratória de pelo menos 1:3. Podem
radiografia na ausência de sinais clínicos de relevância.
existir sibilos no decorrer de ambas as fases ou apenas
Sempre que possível, a radiografia deve ser realizada
na expiração, mas o paciente com broncoconstrição
nas incidências posteroanterior e lateral. As
grave pode não ter sibilos audíveis, em decorrência da
densidades pulmonares são classicamente divididas
intensa limitação do fluxo aéreo.
em três padrões radiológicos:
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BRONCOPNEUMONIAS A radiografia de tórax caracteriza-se por infiltrados


difusos, podendo ser acompanhados de
São mais frequentemente vistas nas pneumonias
hiperinsuflação.
devido ao S. aureus e outras bactérias. Podem ser
encontradas mais comumente em pacientes com
defesas imunitárias baixas, recém-nascidos, PNEUMONIAS COMUNITÁRIAS

prematuros, lactentes menores do que um ano, Os principais fatores de risco para PAC são:
desnutridos ou em pacientes com doença de base. desnutrição, baixa idade, comorbidades e gravidade da
Apresenta quadro radiológico multiforme, as lesões doença, que podem concorrer para o óbito. Outros
não respeitam a segmentação pulmonar, podem ser fatores, como baixo peso ao nascer, permanência em
únicas ou múltiplas, dispersas ou confluentes, de creche, episódios prévios de sibilos e pneumonia,
limites irregulares, uni ou bilaterais. Nos casos de ausência de aleitamento materno, vacinação
pneumonia pelo estafilococo é comum o encontro de incompleta, variáveis socioeconômicas e variáveis
pneumatoceles ou derrame pleural. ambientais, também contribuem para a morbidade e a
mortalidade.
PNEUMONIAS LOBARES O U SEGMENTARES
Etiologia: Vários estudos apontam os vírus como os
São processos inflamatórios comprometendo principais agentes de PAC em crianças até 5 anos em
homogeneamente um lobo, lobos ou segmentos países desenvolvidos. O vírus sincicial respiratório
pulmonares. Geralmente, são causados pelo (VSR) é o mais frequentemente encontrado, seguido
pneumococo ou outras bactérias. Podem ser dos vírus influenza, parainfluenza, adenovírus e
visualizados broncogramas aéreos. São mais rinovírus. Menos frequentemente, outros vírus podem
frequentes em lactentes acima de seis meses de idade causar PAC, como varicela-zóster, corona‑vírus,
e, principalmente, em crianças maiores. enterovírus, citomegalovírus, vírus Epstein-Barr,
herpes simples, vírus da caxumba e do sarampo e
PNEUMONIAS INTERSTIC IAIS hantavírus. Mais recentemente, o metapneumovírus
De forma geral, são causadas por vírus ou Mycoplasma, humano (HMPV), o bocavírus e um coronavírus
apresentandose com sinais de aumento da trama mutante – associado à síndrome respiratória aguda
broncovascular, espessamento peribrônquico e grave (SARS) – têm sido associados à PAC. Os vírus
hiperinsuflação. Progressivamente, podem ocorrer podem ser responsáveis por até 90% das pneumonias
áreas de consolidação associadas ao aparecimento de no 1º ano de vida e por 50% dos casos na idade escolar.
atelectasias.
Os agentes bacterianos, por outro lado, são os
principais responsáveis pela maior gravidade e
PNEUMONIA VIRAL
mortalidade por PAC na infância. O Streptococcus
O vírus sincicial respiratório (RSV) é responsável pela pneumoniae ou pneumococo é o principal agente
maioria dos casos de pneumonia, especialmente bacteriano de PAC.
durante a lactância, porém o parainfluenza,
adenovírus, rinovírus, varicela-zóster, influenza, CMV, Avaliação clínica e diagnóstico: Os principais sinais e
herpes-simples e enterovírus também podem causar sintomas da PAC são febre, tosse, frequência
pneumonia. respiratória elevada (taquipneia) e dispneia, de
intensidades variáveis. Sintomas gripais são comuns,
Manifestações Clínicas: A maioria das pneumonias bem como otite média. Algumas crianças apresentam
virais é precedida por vários dias de sintomas dor abdominal, principalmente quando há
respiratórios, como tosse, coriza e obstrução nasal. envolvimento dos lobos pulmonares inferiores.
Embora a febre geralmente esteja presente, a
temperatura costuma ser mais baixa do que na Sinais de perigo para crianças menores de 2 meses são:
pneumonia bacteriana (muito embora isso não seja FR ≥ 60 irpm, tiragem subcostal, febre alta, recusa do
critério absoluto). Uma infecção grave pode ser seio materno por mais de 3 mamadas, sibilância,
acompanhada de cianose e dificuldade respiratória. estridor em repouso, sensório alterado com letargia,
sonolência anormal ou irritabilidade excessiva. Entre as
maiores de 2 meses de vida, os sinais são: tiragem
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subcostal, estridor em repouso, recusa de líquidos,  Dores musculares


convulsão, alteração do sensório e vômito de tudo que
lhe é oferecido.  Coriza

Diagnóstico: O diagnóstico de PAC é eminentemente  Congestão nasal


clínico, dispensando a realização de radiografia de  Espirros
tórax, que só é recomendada nos casos graves que
demandam internação. Em geral, consolidação  Tosse
alveolar, pneumatoceles, derrames pleurais e
 Dor de garganta leve
abscessos sugerem etiologia bacteriana. O padrão
intersticial está mais frequentemente associado a vírus
e Mycoplasma pneumoniae ou Chlamydia GRIPES:

pneumoniae. Esses são agentes causadores de Sinais e sintomas semelhantes do resfriado comum,
pneumonias atípicas. Os métodos invasivos, como mas habitualmente em maior intensidade e duração
broncoscopia, lavado broncoalveolar e biópsias
Manifestações respiratórias de maior gravidade, como
pulmonares, seriam indicados em situações
falta de ar, podem estar presentes nos casos
excepcionais, quando a evolução da PAC for
complicados
desfavorável.
FORMAS DE PROPAGAÇÃO
DIFERENCIAR RESFRIADO E GRIPE
São semelhantes nos casos de gripe e resfriados.
A gripe é uma infecção respiratória, que pode ser mais
ou menos grave e é causada pelo vírus da Influenza. O
CONHECER AS INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS
resfriado também é uma infecção respiratória viral,
mas existem dezenas de vírus diferentes que podem PNEUMONIA
provocar o resfriado, como Rinovírus, Adenovírus,
A pneumonia é a inflamação aguda dos pulmões
Parainfluenza.
causada por infecção. Em geral, o diagnóstico inicial
A febre não costuma aparecer nos resfriados, exceto baseia-se em radiografia de tórax e achados clínicos.
em crianças pequenas. Já na gripe, a febre é comum e Causas, sintomas, tratamento, medidas preventivas e
costuma ser acima de 38ºC, principalmente nas prognóstico diferem dependendo de a infecção ser
crianças. A gripe deixa o paciente mais prostrado, com bacteriana, micobacteriana, viral, fúngica ou
dor de cabeça e, frequentemente, com dor nos parasitária; se é adquirida na comunidade, no hospital
músculos e articulações. No resfriado, o paciente tem ou outro local associado a cuidados de saúde; ou se
coriza, tosse e espirros, mas encontra-se mais ou desenvolve-se em um paciente imunocompetente ou
menos bem-disposto. imunocomprometido.

Quando se trata de gripes e resfriados, o melhor A causa mais comum de pneumonia em adultos > 30
remédio é a prevenção. E, medidas simples podem anos é:
ajudar a não ter os incômodos sintomas dessas
• Infecção bacteriana
doenças. No dia a dia, lave com frequência as mãos,
procure uma alimentação balanceada consumindo Streptococcus pneumoniae é o patógeno mais comum
menos alimentos gordurosos e mais alimentos cheios em todas as faixas etárias, ambientes e regiões
de vitaminas e minerais. Uma boa estratégia é comer geográficas. No entanto, patógenos de qualquer
frutas e salada. Tomar bastante água é fundamental. espécie, de vírus a parasitas, podem causar
pneumonia.
SINAIS E SINTOMAS
As vias respiratórias e os pulmões são constantemente
RESFRIADOS: expostos a patógenos no ambiente externo; as vias
respiratórias superiores e a orofaringe em particular
 Febre (menos comum e com temperaturas baixa)
são colonizadas pela assim chamada flora normal. A
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microaspiração desses agentes patogênicos do trato diagnósticos atualmente disponíveis. Entretanto, como
respiratório superior é uma ocorrência regular, mas os patógenos e resultados tendem a ser semelhantes
esses patógenos são prontamente combatidos pelos em pacientes em ambientes semelhantes e com
mecanismos de defesa do pulmão do hospedeiro. A fatores de risco semelhantes, as pneumonias podem
pneumonia se desenvolve quando ser categorizadas como

•Os mecanismos de defesa estão • Adquiridas na comunidade


comprometidos
•Adquiridas no hospital (incluindo as
•A macroaspiração leva a uma grande pneumonias associadas à ventilação mecânica
inoculação de bactérias que derrotam as e a pneumonia no pós-operatório)
defesas normais do hospedeiro
•Associadas a cuidados de saúde (incluindo
•Um patógeno particularmente virulento é pneumonias adquiridas em casas de repouso)
introduzido
•Ocorrendo em pacientes
Ocasionalmente, a infecção se desenvolve quando imunocomprometidos, incluindo pacientes
patógenos alcançam os pulmões via corrente com infecção por HIV (Pneumonia por
sanguínea ou por propagação contígua a partir da Pneumocystis jirovecii)
parede torácica ou mediastino.
•Pneumonia por aspiração, que ocorre quando
As defesas das vias respiratórias superiores envolvem grandes volumes de secreções das vias
imunoglobulina A (IgA) salivar, proteases e lisossomos, respiratórias superiores ou gástricas entram
inibidores do crescimento produzidos pela flora normal nos pulmões
e fibronectina, que reveste a mucosa e inibe a
aderência. SINUSITE

É a inflamação dos seios paranasais decorrente de


As defesas inespecíficas das vias respiratórias
infecções virais, bacterianas ou fúngicas ou reações
inferiores envolvem tosse, depuração mucociliar e
alérgicas.
angulação das vias respiratórias para a prevenção da
infecção dos espaços aéreos. As defesas específicas das A sinusite pode ser classificada como aguda (com
vias respiratórias incluem uma variedade de resolução completa em < 30 dias); subaguda (resolução
mecanismos imunes específicos a patógenos, incluindo completa em 30 a 90 dias); recorrente (≥ 4 episódios
a opsonização por IgA e IgG, peptídeos discretos agudos por ano, cada um desaparecendo
antimicrobianos, efeitos anti-inflamatórios da completamente em < 30 dias, mas recorrendo em
surfactante, fagocitose por macrófagos alveolares e ciclos, com, no mínimo, 10 dias entre a resolução
respostas imunes mediadas por linfócitos T. Esses completa dos sintomas e o início de um novo episódio);
mecanismos protegem a maioria das pessoas contra e crônica (com duração > 90 dias).
infecção.

Diversas condições alteram a flora normal (p. ex., FISIOPATOLOGIA


doenças sistêmicas, desnutrição, exposição a hospital, Em infecções do trato respiratório superior, a
casas de repouso e antibióticos) ou comprometem membrana da mucosa nasal inchada obstrui o óstio de
essas defesas (p. ex., estado mental alterado, um dos seios paranasais, e o oxigênio no seio é
tabagismo, intubação nasogástrica ou endotraqueal). absorvida pelos vasos sanguíneos da membrana
Os patógenos que, mesmo assim, alcançam os espaços mucosa. A pressão negativa relativa resultante no seio
aéreos podem se multiplicar e causar pneumonia. (sinusite por vácuo) é dolorosa.

Não é possível encontrar patógenos específicos que


SINTOMAS
causam pneumonia em mais da 50% dos pacientes,
mesmo com investigação diagnóstica extensa,
principalmente por causa das limitações dos testes
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Os sintomas incluem obstrução e congestão nasal, à radiação, a menos que haja sinais de complicações
rinorreia purulenta, dor ou pressão facial; às vezes, há orbitais ou intracranianas
mal-estar, cefaleia e/ou febre.
RINITE
Sinusites agudas e crônicas ocasionam sinais e
Rinite é a inflamação da membrana mucosa nasal, com
sintomas similares, incluindo rinorreia purulenta, dor e
consequente congestão nasal, rinorreia e diversos
pressão facial, congestão e obstrução nasal, hiposmia,
sintomas associados, dependendo da etiologia (p. ex.,
halitose e tosse produtiva (especialmente noturna).
prurido, espirros, rinorreia aquosa ou purulenta,
Com frequência, a dor é mais intensa na sinusite aguda.
anosmia).
A área sobre o seio acometido pode ficar sensível,
inchada e eritematosa. A rinite é classificada como alérgica ou não alérgica. A
causa da rinite não alérgica geralmente é viral, embora
 Sinusites maxilares causam dor na região maxilar,
substâncias irritantes possam desencadeá-la. O
dor dentária e cefaleia frontal.
diagnóstico costuma ser clínico.
 A sinusite frontal provoca dor na região frontal e
O tratamento é feito com a umidificação do ar
cefaleia frontal.
ambiente, uso de aminas simpatomiméticas e anti-
 A sinusite etmoidal causa dor atrás e entre os olhos, histamínicos. A superinfecção bacteriana requer
cefaleia frontal geralmente descrita como lancinante, tratamento antibiótico adequado.
celulite periorbitária e lacrimejamento.
RINITE NÃO ALÉRGICA
 Sinusite esfenoidal causa dor referida menos bem
 Tipos:
localizada na região frontal ou occipital.
a) Rinite aguda
Pode haver mal-estar. Febre e calafrios sugerem
extensão da infecção além dos seios paranasais. A rinite aguda, que se manifesta com edema e
vasodilatação da membrana mucosa nasal, rinorreia e
TRATAMENTO obstrução, é geralmente resultante de resfriado
O tratamento da infecção bacteriana suspeita é com comum; outras causas incluem infecções
antibióticos, como amoxicilina/clavulanato ou estreptocócicas, pneumocócicas e estafilocócicas.
doxiciclina, administrados por 5 a 7 dias para sinusites
b) Rinite crônica
agudas e por até 6 semanas para sinusites crônicas. O
uso de descongestionantes, sprays nasais de A rinite crônica geralmente é um prolongamento da
corticoides e a aplicação local de calor e umidade rinite subaguda inflamatória ou infecciosa viral (que
podem ajudar a aliviar os sintomas e melhorar a desaparece em 30 a 90 dias). Ela raramente ocorre na
drenagem dos seios. A sinusite recorrente pode sífilis, tuberculose, rinoscleroma, rinosporidiose,
requerer cirurgia para melhorar a drenagem dos seios. leishmaniose, blastomicose, histoplasmose e
hanseníase — caracterizada, em todos esses casos,
Obs.: Pediatria:
pela formação de granuloma e destruição de tecidos
Inicialmente pode ser difícil distinguir a sinusite em moles, cartilagem e osso. Obstrução nasal, rinorreia
crianças causada por infecções respiratórias do trato purulenta e sangramentos nasais frequentes são
superior. Suspeita-se de sinusite bacteriana quando a resultantes.
rinorreia purulenta persiste por mais de 10 dias
c) Rinite atrófica
juntamente com fadiga e tosse. Febre é incomum. Dor
facial local ou desconforto pode estar presente. O A rinite atrófica, uma forma da rinite crônica, resulta
exame nasal revela drenagem purulenta e deve em atrofia e esclerose da membrana mucosa; ela sofre
descartar corpo estranho. alteração de epitélio pseudoestratificado colunar
ciliado para epitélio estratificado escamoso, e lâmina
O diagnóstico da sinusite aguda em crianças é clínico.
própria fica reduzida em volume e vascularização. A
Evita-se a TC por causa de questões sobre a exposição
rinite atrófica está associada à idade avançada,
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granulomatose com poliangiite (GPA, anteriormente oral ou nasal) ou com um anti-histamínico oral mais um
conhecida como granulomatose de Wegener) e descongestionante oral.
exérese cirúrgica excessiva iatrogenicamente induzida
do tecido nasal. A rinite alérgica pode ocorrer de maneira sazonal ou
durante todo o ano (como uma forma de rinite
d) Rinite vasomotora perene). A rinite sazonal geralmente é alérgica. Pelo
menos 25% das rinites perenes não são alérgicas.
Rinite vasomotora, também chamada rinite não
alérgica, é uma condição crônica em que o A rinite alérgica sazonal (febre do feno) é mais
ingurgitamento vascular intermitente da membrana frequentemente causada por alérgenos vegetais, que
mucosa nasal acarreta rinorreia aquosa e espirros. A variam entre uma estação e outra.
etiologia é incerta e não há evidência de alergia. O ar
seco inspirado parece agravar esta condição. A rinite perene é causada pela exposição durante o ano
todo a alérgenos inalados em ambientes internos (p.
 Sinais e sintomas: ex., fezes de ácaros, baratas, pelos de animais) ou por
reatividade forte ao pólen de plantas nas sucessivas
A rinite aguda resulta em tosse, febre baixa, congestão estações.
nasal, rinorreia e espirro.
A rinite alérgica frequentemente coexiste com asma;
As manifestações da rinite crônica são semelhantes porém, não está claro se rinite e asma resultam do
àquelas da rinite aguda, mas, em casos prolongados ou mesmo processo alérgico (hipótese de uma única via
graves, os pacientes também podem ter drenagem aérea) ou se a rinite é um gatilho distinto da asma.
espessa, mucopurulenta e odor fétido; crostas na
mucosa; e/ou sangramento.  Sinais e sintomas:

A rinite atrófica resulta em alargamento das cavidades Os pacientes têm prurido (no nariz, olhos ou boca),
nasais, formação de crostas e colonização bacterina sibilos, rinorreia e obstrução nasal e sinusal. A
malcheirosa, congestão nasal, anosmia e epistaxe que obstrução dos seios podem causar cefaleia frontal; a
podem ser recorrentes e graves. sinusite é uma complicação frequente. Pode haver
também tosse e respiração ofegante, especialmente se
A rinite vasomotora resulta em esternutação e houver asma associada.
rinorreia aquosa. A membrana mucosa turgescente
varia de vermelho vivo a arroxeada. Essa condição é A característica mais proeminente da rinite perene é a
marcada por períodos de exacerbação e remissão. obstrução nasal crônica que, em crianças, pode levar à
otite média crônica; os sintomas variam em gravidade
 Tratamento: ao longo do ano. Prurido é menos proeminente do que
Para rinite viral, descongestionantes, anti- na rinite sazonal. Sinusite crônica e pólipos nasais
histamínicos, ou ambos. podem se desenvolver.

Para rinite atrófica, tratamento tópico. Os sinais incluem cornetos nasais edematosos
vermelho-azulados e, em alguns casos de rinite alérgica
Para rinite vasomotora, umidificação da mucosa e, às sazonal, hiperemia conjuntival e edema palpebral.
vezes, corticoides tópicos e pseudoefedrina oral.
 Tratamento:
RINITE ALÉRGICA • Anti-histamínicos
A rinite alérgica consiste na presença de prurido
• Descongestionantes
sazonal ou perene, espirros, rinorreia, congestão nasal
e, às vezes, conjuntivite, causados pela exposição a • Corticoides nasais
pólen ou outros alérgenos. O diagnóstico é feito pela
história de exposição, exame e, às vezes, testes • Para rinite sazonal ou refratária grave, às vezes
cutâneos. O tratamento de primeira linha é com um dessensibilização
corticosteroide nasal (com ou sem um anti-histamínico
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O tratamento para a rinite alérgica sazonal e perene Crianças que convivem com fumantes têm maior risco,
geralmente é o mesmo, embora recomende-se realizar pois estão mais sujeitas a infecções do trato
tentativas de remoção ou evitação de alérgenos (p. ex., respiratório. Também são mais vulneráveis a essa
eliminar ácaros e baratas) para a rinite perene. Para infecção crianças com síndrome de Down, as que
rinite sazonal ou refratária grave, imunoterapia de possuem fenda palatina, fibrose cística e as que não
dessensibilização pode ajudar. foram amamentadas.

OTITE  Sintomas:

Inflamação do ouvido médio, interno ou externo,  Dor muito forte;


geralmente com infecção.
 Diminuição da audição;

 Febre;

 Perda de apetite;

 Secreção local;

Nos casos mais graves, pode ocorrer ruptura da


membrana do tímpano e ser eliminada uma secreção
purulenta misturada com sangue.

 Tratamento:

Na maioria das vezes, o organismo dá conta de


OTITE MEDIA combater a otite média. Recomenda-se somente
Toda infecção do ouvido é chamada de otite. Ela é observação nos casos de (1) crianças de 6 a 23 meses
chamada de otite média quando atinge a região da com dor moderada em uma orelha por menos de 48
orelha média, onde se localiza o tímpano, a câmara horas e febre abaixo de 39℃ e (2) crianças a partir de
timpânica, os pequenos ossos do ouvido e a tuba 24 meses com dor moderada em uma ou ambas as
auditiva (ou trompa de Eustáquio), e estabelece ligação orelhas, por menos de 48 horas e febre abaixo de 39℃.
com o nariz. Na orelha média, o som é amplificado até
O uso de antibióticos deve ser criterioso para evitar a
atingir a orelha interna formada pela cóclea e os canais
resistência bacteriana, mas um especialista poderá
semicirculares (ou labirinto).
recomendar quando houver dor intensa ou a febre
 Causas: ultrapassar os 39℃. Crianças menores de 6 meses de
idade muitas vezes são candidatas ao uso de
A otite média aguda é causada por bactérias e vírus que antibióticos antes do tempo de observação, mas
provocam inflamação e/ou obstruções. Costuma somente o especialista poderá indicar. Normalmente,
ocorrer durante ou logo após gripes, resfriados, em 2 ou 3 dias a febre desaparece, mas a audição pode
infecções respiratórias ou na garganta devido à exigir mais tempo para voltar ao normal.
passagem de micro-organismos das vias aéreas para a
orelha. Por que crianças são atingidas com mais frequência?

Também pode surgir devido ao inchaço das tubas Nas crianças, as tubas auditivas, que fazem a ligação da
auditivas por conta de alergias ou inflamações. O orelha com o nariz, são mais estreitas e têm posição
inchaço faz com que as secreções da orelha não sejam mais horizontal, o que dificulta a drenagem de
adequadamente drenadas para a garganta e se secreções e favorece a migração de micro-organismos
acumulem na orelha média, tornando a região propícia infecciosos das vias respiratórias para a orelha. Além
à proliferação de micro-organismos. É um tipo de otite disso, elas ainda estão com o sistema imunológico em
comum em crianças, mas pode acometer pessoas de desenvolvimento e costumam ficar por mais tempo em
qualquer idade. locais fechados com aglomerações — como creches e
escolas –, o que facilita a transmissão de vírus e
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bactérias. Crianças também têm adenoides • Desbridamento


proporcionalmente maiores que os adultos, o que
facilita o bloqueio das tubas auditivas e acúmulo de • Ácido acético e corticoides tópicos
secreções. • Antibióticos tópicos, se necessários

OTITE EXTERNA A otite externa leve pode ser tratada por alteração do
pH do canal auditivo, com ácido acético 2% (ou vinagre
Otite externa é uma infecção grave da pele do canal
branco) e aliviando a inflamação com hidrocortisona
auditivo, geralmente causada por bactérias
tópica; são administradas 5 gotas, de 8/8h, durante 7
(Pseudomonas é mais comum).
dias. Otite externa moderada requer a adição de
A otite externa pode se manifestar como furúnculo solução ou suspensão antibacteriana. Otite externa
localizado ou como infecção difusa de todo o canal grave ou presença de celulite se estendendo para além
(otite externa difusa grave). Esta última é muitas vezes do canal auditivo pode exigir antibióticos sistêmicos.
chamada ouvido do nadador; a combinação de água no
canal e uso de cotonetes é o principal fator de risco. A OTITE INTERNA
otite externa maligna é uma infecção grave do osso A otite interna atinge os canais internos do ouvido
temporal, causada por Pseudomonas, normalmente (cóclea e canais semicirculares), que são responsáveis
afeta idosos, diabéticos e pacientes pelo equilíbrio. Qualquer inflamação nessa região pode
imunocomprometidos. causar vertigem, tontura e outros sinais comuns da
labirintite. Por ser considerada outro tipo de doença,
Os sintomas incluem dor, secreção e perda auditiva se
requer acompanhamento médico para que seja
o canal auditivo inchou e se fechou; manipulação da
tratada.
aurícula provoca dor.
Esse tipo de otite pode ocorrer como consequência de
O tratamento é feito com desbridamento e fármacos
uma otite média mal-curada. Há também outros
tópicos, incluindo antibióticos, corticoides e ácido
fatores que podem desencadear a otite interna, como
acético, ou uma combinação deles, e precauções para
tumores, doenças neurológicas e propensão genética.
manter a orelha seca.
Para identificar esse tipo de otite, é comum que o
 Etiologia: paciente sinta vertigens frequentes e um zumbido no
ouvido.
Otite externa difusa aguda costuma ser provocada por
bactérias como Pseudomonas aeruginosa, Proteus Quando adequadamente tratada, a otite interna pode
vulgaris, Staphylococcus aureus ou Escherichia coli. A eliminar todos os sintomas em até três semanas, de
otite externa fúngica (otomicose), tipicamente causada forma que o paciente poderá voltar a ter uma vida
por Aspergillus niger ou Candida albicans, é menos normal. Em casos crônicos é recomendado que o
comum. Furúnculos geralmente são causados por S. paciente evite andar sozinho, dirigir e operar
aureus maquinário pesado.

 Sinais e sintomas: BRONQUIOLITE

Os pacientes têm dor e secreção. Às vezes, otorreia A bronquiolite é uma infecção viral aguda do trato
fétida e perda auditiva podem ocorrer, sobretudo se o respiratório inferior que afeta lactentes < 24 meses e
canal estiver edemaciado ou preenchido com secreção caracteriza-se por disfunção respiratória, respiração
purulenta. Extrema sensibilidade acompanha a tração ruidosa e crepitação.
do pavilhão auditivo ou pressão no trago. A otoscopia
O diagnóstico é lembrado pela história, incluindo
é dolorosa e difícil de conduzir. Ela mostra o canal
apresentação durante epidemia conhecida; a causa
auditivo externo hiperemiado, inchado, com detritos
primária é o vírus sincicial respiratório, identificável
úmidos e purulentos e epitélio descamado.
com um rápido ensaio.
 Tratamento:
ETIOLOGIA
Tutoria UC7 – problema 4 Manoella Evelyn 10

A maioria dos casos de bronquiolite é causada por: TRATAMENTO

 Vírus sincicial respiratório (VSR) O tratamento é de suporte com oxigênio e hidratação.


O prognóstico é geralmente excelente, mas alguns
 Rinovírus pacientes desenvolvem apneia ou insuficiência
respiratória.
 Vírus da parainfluenza tipo 3
FARINGITE
As causas menos frequentes são os vírus da influenza A
e B, vírus da parainfluenza tipos 1 e 2, A faringite é uma inflamação que acomete a faringe,
metapneumovírus, adenovírus e Mycoplasma parte superior da garganta que liga o nariz e a boca ao
pneumoniae. esôfago e à laringe. Ela pode ser causada por bactérias
ou vírus (a maioria dos casos). Os vírus mais frequentes
FISIOPATOLOGIA são: adenovírus, rinovírus, vírus da parainfluenza,
O vírus se alastra do trato respiratório alto para o Coxsackie (o mesmo da doença mão-pé-boca), Herpes
médio e pequenos brônquios e bronquíolos, causando simplex (HSV, que provoca herpes simples e herpes
necrose epitelial e iniciando uma resposta genital), Epstein-Barr (VEB, que causa a
inflamatória. O aparecimento de edema e exsudato é o mononucleose), citomegalovírus e HIV (causador da
resultado da obstrução parcial mais pronunciada na aids).
expiração e leva ao aprisionamento do ar nos alvéolos. A principal causa bacteriana são os estreptococos do
A obstrução completa e a absorção do ar aprisionado grupo A, responsáveis por cerca de 10% dos casos em
podem levar a múltiplas áreas de atelectasia, o que
adultos. Essa bactéria requer atenção especial em
pode ser exacerbado ao respirar concentrações altas razão do risco de sequelas pós-estreptocócicas, como
de oxigênio inspirado. febre reumática.

SINAIS E SINTOMAS Em muitos casos, é comum a inflamação atingir


também as amídalas (estruturas arredondadas que
Um lactente tipicamente afetado apresenta sintomas
ficam nas laterais da garganta) culminando em uma
de infecção de vias respiratórias superiores (IVAS) com
faringoamidalite.
aumento progressivo da disfunção respiratória,
caracterizado por taquipneia, retrações, estertores e
tosse seca. Bebês mais novos (< 2 meses de idade) e SINAIS E SINTOMAS
prematuros podem apresentar episódios recorrentes  Dor de garganta;
de apneia, seguidos de resolução da apneia e início dos
sintomas mais típicos da bronquiolite ao longo de 24 a  Dificuldade para engolir alimentos sólidos;
48 h. Os sinais de disfunção podem incluir cianose  Coriza;
perioral, retrações profundas e estertores audíveis.
Febre é usual, mas nem sempre presente. No início da  Tosse;
doença, os lactentes são aparentemente saudáveis,
 Febre baixa, de até 38,5℃.
apesar da taquipneia e das retrações, mas podem ficar
profundamente letárgicos à medida que a doença  Sintomas da faringite bacteriana:
progride.
 Dor de garganta;
Vômitos e diminuição da ingesta podem levar a
desidratação. A fadiga é seguida de respiração  Dificuldade para engolir alimentos sólidos;
superficial e ineficiente, provocando acidose
 Aumento dos linfonodos, gânglios localizados no
respiratória. A ausculta revela sibilos, tempo
pescoço e atrás das orelhas;
expiratório prolongado e, em geral, crepitações finas.
Muitas crianças apresentam otite média aguda  Dores no corpo;
concomitante.
 Pode haver formação de secreção purulenta nas
amídalas;
Tutoria UC7 – problema 4 Manoella Evelyn 11

 Febre alta que começa subitamente e pode chegar a  Às vezes, inchaço dos gânglios do pescoço e da
39℃. mandíbula;

Na amidalite bacteriana, aparecem pontos de pus


TRATAMENTO
amarelado nas amídalas e pode haver saburra
O tratamento à base de medicamentos deve ser amarelada na língua.
indicado pelo médico após avaliar o paciente, pois tudo
depende da causa da doença. DIAGNÓSTICO E TRATAM ENTO

AMIDALITE Ao tratar, é preciso diferenciar a amidalite causada por


vírus da bacteriana.
A amidalite pode ser causada por vírus (mais
frequentes nas crianças), bactérias (atinge mais os Nas amidalites por vírus, a infecção atinge
jovens e os adultos) ou pela associação dos dois preferencialmente a região da orofaringe (amídalas e
agentes. Amidalite é uma doença infecciosa que atinge faringe) e deve ser tratada com analgésicos e anti-
as amídalas, dois órgãos de defesa contra infecções inflamatórios simples.
que ficam no fundo da garganta.
Já nas amidalites bacterianas (causadas mais
comumente pelos tipos estreptococos e os
estafilococos) provocam grande inflamação nas
amídalas associada ao aparecimento de placas de pus
na orofaringe, tornando necessário o uso de
antibióticos específicos. Nesses casos, é exigido maior
rigor no tratamento, pois suspender a medicação assim
que desaparecem os sintomas, sem completar o
período prescrito pelo médico, pode provocar
complicações graves.

Se a amidalite for crônica, outras causas devem ser


pesquisadas para descobrir a razão da inflamação e
buscar o tratamento adequado. A remoção cirúrgica
das amídalas só é indicada em casos específicos que
CAUSAS não respondem ao tratamento clínico e se repetem
A amidalite pode ser causada por vírus (mais várias vezes ao ano, as chamadas amidalites de
frequentes nas crianças), por bactérias (atinge mais os repetição ou recorrentes.
jovens e os adultos) ou pela associação dos dois
agentes. Geralmente ela é transmitida por gotículas Quando é indicado operar para tirar as amídalas?
expelidas em tosse, espirro ou por beijo ou
As amídalas fazem parte do sistema imunológico e
compartilhamento de objetos (como copos).
constituem a primeira barreira contra micro-
organismos que nos invadem pela boca. Só é indicada
SINTOMAS
sua retirada por cirurgia quando o paciente tem
 Febre; episódios muito frequentes de amidalite que não
responde bem ao tratamento convencional.
 Dor de garganta;

 Falta de apetite; ENTENDER O PNI E A CADERNETA DE


VACINAÇÃO (CORRELACIONANDO COM AS
 Mau hálito; IDADES, DOSES E REAÇÕES ADVERSAS)

 Dificuldade para engolir; PNI

 Algumas pessoas podem sentir dor de ouvido; O Programa Nacional de Imunizações tem avançado
ano a ano para proporcionar melhor qualidade de vida
Tutoria UC7 – problema 4 Manoella Evelyn 12

à população com a prevenção de doenças. Tal como 2 meses – Pentavalente 1ª dose


ocorre nos países desenvolvidos, o Calendário Nacional (Tetravalente + Hepatite
de Vacinação do Brasil contempla não só as crianças, B 2ª dose)
– Poliomielite 1ª dose
mas também adolescentes, adultos, idosos, gestantes
(VIP)
e povos indígenas. Ao todo, são disponibilizadas na
rotina de imunização 19 vacinas, cuja proteção inicia – Pneumocócica
nos recém-nascidos, podendo se estender por toda a conjugada 1ª dose
vida.
– Rotavírus 1ª dose
As vacinas são seguras e estimulam o sistema
imunológico a proteger a pessoa contra doenças 3 meses – Meningocócica C
transmissíveis. Quando adotada como estratégia de conjugada** 1ª dose
saúde pública, elas são consideradas um dos melhores 4 meses – Pentavalente 2ª dose
investimentos em saúde, considerando o custo- (Tetravalente + Hepatite
benefício. B 2ª dose)
– Poliomielite 2ª dose
O Programa Nacional de Imunizações do Brasil é um (VIP)
dos maiores do mundo, ofertando 45 diferentes
imunobiológicos para toda a população. Há vacinas – Pneumocócica
conjugada 2ª dose
destinadas a todas as faixas-etárias e campanhas
anuais para atualização da caderneta de vacinação.
– Rotavírus 2ª dose
CADERNETA DE VACINAÇ ÃO
5 meses – Meningocócica C
conjugada 2ª dose
6 meses – Pentavalente 3ª dose
(Tetravalente + Hepatite
B 3ª dose)
– Poliomielite 3ª dose
(VIP)

– Influenza (1 ou 2 doses
anuais; de 6 meses a
menores de 6 anos)
9 meses – Febre Amarela**** 1ª
dose
12 meses – Pneumocócica
conjugada reforço
– Meningocócica C
conjugada reforço

– Tríplice Viral 1ª dose

15 meses – DTP 1º reforço


(incluída na
pentavalente)
– Poliomielite 1º reforço
(VOP)

– Hepatite A (1 dose de
15 meses até 5 anos)
Idade Vacinas
Ao nascer – BCG (dose única)
– Tetra viral (Tríplice
– Hepatite B
Viral 2ª dose + Varicela)
Tutoria UC7 – problema 4 Manoella Evelyn 13

– Influenza (1 ou 2 doses As vacinas vivas atenuadas são obtidas a partir de


anuais; de 6 meses a cepas naturais (selvagens) do microrganismo que são
menores de 6 anos) atenuadas através de passagens em meios de cultura
especiais. Produzem uma “infecção” parecida com a
4 anos – DTP 2º reforço natural, porém mais branda. As-sim, desencadeiam
(incluída na
uma forte imunidade em longo prazo, possivelmente
pentavalente)
– Poliomielite 2º reforço por toda a vida e sem a ne-cessidade de doses de
(VOP) reforço.

– Varicela atenuada (1 São exemplos: BCG, sarampo, rubéola, caxumba, febre


dose) amarela, poliomielite oral, rotavírus e vari-cela. As
exceções a esta regra são a vacina oral contra a
– Febre amarela reforço poliomielite (VOP) e tríplice viral.

5 anos – Pneumocócica 23: 1 Já as vacinas não vivas ou inativadas são obtidas de


dose para população diversos modos, a saber:
indígena
9-14 anos – HPV 2 doses* 1. Microrganismos inteiros inativados: os agentes são
– Meningocócica C inativados por meio de técnicas físico-químicas, como
(reforço ou dose por exemplo, a passagem pelo formaldeído. Exemplos:
única)** vacina celular contra a coqueluche e vacina inativada
contra a poliomielite.
Adolescentes, Adultos e – Hepatite B (3 doses a
Idosos depender da situação 2. Toxinas inativadas. Exemplos: toxoides tetânico e
vacinal) diftérico.
– Febre Amarela (1 dose
a depender da situação 3. Fragmentos ou subunidades do agente. Exemplo:
vacinal) vacina contra influenza injetável.

– Tríplice Viral (2 doses 4. Vacinas obtidas por engenharia genética, na qual um


até os 29 anos ou 1 dose gen do microrganismo responsável pela produção de
em > 30 anos. Idade uma proteína importante é inserido no genoma de um
máxima: 49 anos)
vetor. Com a sua multiplicação, grandes quantidades
do antígeno proteico são produzidas. Exemplo: vacina
– DT (Reforço a cada 10
anos) contra a hepatite B.

5. Vacinas obtidas a partir de polissacarídeos das


– dTpa (para gestantes a
cápsulas de algumas bactérias. Como vi-mos, os
partir da 20ª semana,
que perderam a antígenos polissacarídicos são T-independentes e não
oportunidade de serem desencadeiam resposta imune duradoura.
vacinadas)*** Praticamente não há memória imunológica e a
resposta não aumenta com o número sucessivo de
– Pneumocócica 23: 1 doses.
dose a depender da
situação vacinal anterior 6. Vacinas glicoconjugadas, em que os componentes
(indicada para polissacarídicos são conjugados a proteínas (toxoide
população indígena e
tetânico, toxina diftérica, proteína de membrana
grupos-alvo
externa de meningococo), criando-se um complexo
específicos)*****
antigênico capaz de provocar respostas imunológicas
T-dependentes e, portanto, mais adequadas e
VACINAS
duradouras. Exemplo: vacinas conjugadas contra
Haemophilus influenzae do tipo b.
Tutoria UC7 – problema 4 Manoella Evelyn 14

Vacinas conjugadas são aquelas em que um antí-geno nas primeiras duas horas depois da vacinação; e
pouco potente (ex.: polissacarídeo) é anexa-do a outro síndrome hipotônicahiporresponsiva– definida pela
de maior poder imunogênico (ex.: pep-tídeos e instalação nas primeiras 48 horas depois da aplicação
proteínas) com a finalidade de induzir uma resposta da vacina, de hipotonia muscular e diminuição da
imune T-dependente duradoura e eficaz. São exemplos resposta a estímulos externos.
de vacinas conjugadas: anti-hemófilo,
antipneumocócica conjugada e antime-ningocócica As vacinas vivas atenuadas produzem efeitos
sistêmicos iniciados em um intervalo maior após a
conjugada.
aplicação, tempo este correspondente ao período de
As vacinas combinadas são aquelas que em um mesmo incubação do agente infeccioso.
frasco são misturadas vacinas vivas atenu-adas (ex.:
tríplice viral) ou vacinas não vivas (ex.: tríplice Eventos decorrentes de reações de hipersensibilidade,
bacteriana; tetra = tríplice bacteriana + anti- que são de acordo com a classificação de Gell e
hemófilos). Mas veja: nunca se combina em um mesmo Coombs:
frasco uma vacina viva atenuada com uma vacina não 1. Reação Tipo I – mediada por IgE. Tempo de início: 2-
viva! 30 minutos. São representadas pelas reações
Vacinação simultânea é aquela em que duas ou mais anafiláticas que se manifestam dentro de minutos após
vacinas são aplicadas com seringas diferen-tes em a aplicação da vacina. Geralmente são desencadeadas
locais diferentes, mas em um mesmo dia de por algum componente da vacina, e não pelo agente
atendimento. Por exemplo, é possível a aplicação no infeccioso em si. Os soros heterólogos (ex.: equinos)
mesmo dia das vacinas tetra (tétano + coquelu-che + também podem desencadear este tipo de reação.
difteria + anti-hemófilos) + pólio oral + trí-plice viral Reações principais: urticária, prurido, broncoespasmo,
(sarampo + rubéola + caxumba). coriza, etc.

2. Reação Tipo II – citotóxica, caracterizada pela


EVENTOS ADVERSOS destruição de células marcadas com anticorpos pelos
As vacinas não vivas tendem a apresentar com maior linfócitos natural killer. Tempo de início: 5 a 8 horas. É
frequência efeitos locais, como dor, calor, rubor e o mecanismo que acontece, por exemplo, na
edema devido a presença do alumínio em sua destruição da bainha de mielina após algumas vacinas,
formulação. produzindo quadros de encefalomielite pós-vacinal e
síndrome de Guillain Barré.
A tríplice bacteriana (DPT) é um exemplo de vacina que
cursa com muitos efeitos adversos, locais e também 3. Reação Tipo III – mediada por imunocomplexos.
sistêmicos, principalmente pelo seu componente Tempo de início: 2 horas. Cursam com vasculite e
pertussis. A vacina antipertussis celular é seguramente necrose tecidual local. É o que ocorre nas aplicações
a que provoca eventos adversos com maior frequência, repetidas das vacinas contra difteria e tétano.
entre as vacinas recomendadas para uso rotineiro pelo
4. Reação Tipo IV – hipersensibilidade tardia, reação
PNI.
mediada pela imunidade celular, com linfócitos T
Essas reações costumam ocorrer nas primeiras 48-72 citotóxicos direcionados contra as células do
horas depois da aplicação da vacina tríplice celular. Um hospedeiro. Tempo de início: 24 a 72 horas. São
evento adverso grave, com risco de sequelas exemplos, as reações cutâneas à neomicina e
persistentes, inclui a encefalopatia, caracterizada pelo timerosal, usados como conservantes nas vacinas.
aparecimento nos primeiros sete dias que se seguem à
aplicação da vacina, de rebaixamento do nível de CONTRAINDICAÇÕES GER AIS
consciência e alterações de comportamento. As Reação imediata anafilática a qualquer componente da
complicações graves, sem risco de sequelas vacina, que foi previamente administrada. Reações de
persistentes, incluem: convulsões – convulsões início retardado, que se iniciam cerca de 48 a 96 horas
isoladas que se manifestam nas primeiras 72 horas após a aplicação da vacina, não se constituem em
depois da vacinação; anafilaxia – definida pela contraindicação.
ocorrência de reações de hipersensibilidade do tipo I
Tutoria UC7 – problema 4 Manoella Evelyn 15

As vacinas de bactérias e vírus vivo atenuado não As crianças que têm mais probabilidade de ser
devem ser aplicadas em: Imunodeficiência congênita e diagnosticadas com asma incluem crianças que
adquirida; Neoplasia maligna; Tratamento apresentam um ou mais dos seguintes fatores de risco:
imunossupressor com prednisona; Outros tratamentos
imunossupressores: quimioterapia e radioterapia;  Alguns tipos de erupções cutâneas (por exemplo,
Gravidez. Exceção a esta regra é feita à vacina contra a eczema)
febre amarela, que poderá ser administrada quando a  Episódios de sibilos mais graves
gestante está sob alto risco de exposição à infecção.
 Familiares com asma
ENTENDER O QUE É A CRISE DE SIBILÂNCIA E
SUAS CAUSAS  Uma tendência familiar a ter muitas alergias

Sibilos são sons sibilantes relativamente agudos que  Sibilo com doenças virais (sobretudo as causadas
ocorrem durante a respiração quando há bloqueio pelo vírus sincicial respiratório e pelo rinovírus
parcial das vias respiratórias. humano)

• Os sibilos são causados por um estreitamento das Contudo, na maioria das crianças, os episódios de
vias respiratórias. sibilos param entre os seis e os dez anos de idade, e os
médicos não diagnosticam essas crianças como tendo
• A depender da causa, outros sintomas podem incluir asma. Essas crianças têm outros fatores que causam
tosse, febre e coriza. seus episódios recorrentes de sibilos.
• O diagnóstico da causa se baseia em radiografias do A causa mais comum de um único, episódio súbito de
tórax e, algumas vezes, outros exames. sibilos em bebês e crianças pequenas é geralmente
uma infecção respiratória viral.
• O tratamento pode incluir broncodilatadores e
corticosteroides. As causas mais comuns de episódios recorrentes de
sibilos são:
Os sibilos são causados por um estreitamento ou
bloqueio (obstrução) das vias respiratórias. O  Infecções pulmonares virais frequentes
estreitamento pode ser causado por:
 Alergias
 Inchaço dos tecidos nas vias respiratórias
 Asma
 Espasmo dos músculos minúsculos nas paredes das
vias respiratórias (broncoespasmo) Causas menos comuns de sibilos recorrentes incluem
dificuldade de deglutição crônica que causa a inalação
 Acúmulo de muco nas vias respiratórias recorrente de alimentos e líquido para dentro dos
pulmões, refluxo gastroesofágico, um corpo estranho
Episódios recorrentes de sibilos são comuns nos
nos pulmões ou insuficiência cardíaca.
primeiros anos de vida. Até recentemente, os médicos
diagnosticavam estes episódios como sendo asma
porque, assim como a asma, os episódios podiam ser
aliviados ao inalar medicamentos que abrem as vias
respiratórias (broncodilatadores) e porque o
desenvolvimento desses sintomas teve início na
infância para a maioria dos adultos que tem asma. No
entanto, os médicos atualmente sabem que apenas
alguns bebês e crianças pequenas que apresentam os
referidos episódios de sibilos de fato vêm a ter asma
mais tarde na infância ou na adolescência.
Tutoria UC7 – problema 4 Manoella Evelyn 16

Para alívio das crises, broncodilatadores e algumas SIBILOS E ASMA EM RE CÉM-NASCIDOS E CRIANÇAS
vezes corticosteroides. Para sibilos graves, o uso diário PEQUENAS
de broncodilatadores e medicamentos anti- Sibilo é um ruído de assobio relativamente agudo
inflamatórios usados para asma. produzido pelo movimento do ar em vias respiratórias
A importância de se investigar os pacientes com de pequeno calibre estreitadas ou comprimidas. É
sibilância recorrente é por terem risco elevado de comum nos primeiros anos de vida e é normalmente
desenvolverem asma persistente ao atingirem a causado por asma ou infecção viral do trato
adolescência, sobretudo se atópicos pois têm maior respiratório, mas outras possíveis causas incluem
probabilidade. Além disso, a intensidade dos sintomas irritantes ou alérgenos inalados, refluxo esofágico e
de asma durante os dois primeiros anos de vida está insuficiência cardíaca.
fortemente relacionada ao seu prognóstico tardio. Episódios recorrentes de sibilância são comuns nos
Assim, a identificação dos diferentes fenótipos de primeiros anos de vida; 1 em cada 3 crianças tem pelo
sibilância e a sua expressão futura de asma tem sido menos um episódio agudo de sibilância antes dos 3
objeto de estudo por muitos pesquisadores. O anos de idade. Como esses sibilos normalmente
Consenso PRACTALL, documento conjunto elaborado respondem a broncodilatadores, historicamente o
por especialistas das Academias Européia e Americana problema era considerado asma. Entretanto,
de Asma, Alergia e Imunologia, recentemente evidências recentes de que muitas crianças que
publicado, descreve quatro padrões distintos de tiveram sibilos recorrentes na infância não têm asma
sibilância durante a infância assim como sua evolução. mais tarde na infância ou adolescência sugerem que
São eles: diagnósticos alternativos deve ser considerados em
a) sibilância transitória (sibilos durante os dois e três crianças novas com sibilos recorrentes.
primeiros anos de vida e não mais após essa idade)  Etiologia
b) sibilância não-atópica (sibilância desencadeada Em algumas crianças, episódios recorrentes de sibilos
principalmente por vírus que tende a desaparecer com são as manifestações iniciais da asma, e essas crianças
o avançar da idade) continuarão a ter sibilos mais tarde na infância ou
c) asma persistente, caracterizada por sibilância adolescência. Em outras crianças, episódios de sibilos
associada a um dos seguintes itens: cessam aos 6 anos a 10 anos de idade e não são
considerados asma. Em bebês e crianças pequenas,
• manifestações clínicas de atopia: eczema; sibilos com doenças virais, particularmente as
rinite e conjuntivite; alergia alimentar; causadas por vírus sincicial respiratório e rinovírus
eosinofilia e/ou níveis séricos elevados de humano, estão associados a maior risco de desenvolver
imunoglobulina E (IgE) total asma infantil. Um futuro diagnóstico de asma é mais
provável em crianças com sintomas atópicos, episódios
• sensibilização comprovada pela presença de
mais graves de sibilos e/ou história familiar de atopia
IgE específica a alimentos na infância precoce
ou asma.
e a seguir IgE específica a aeroalérgenos
Sibilos geralmente resultam de broncoespasmos, que
• sensibilização a aeroalérgenos antes dos três
podem ser agravados por inflamação das vias
anos de idade especialmente se exposto a
respiratórias de pequeno e médio calibre que provoca
níveis elevados de alérgenos perenes no
edema e mais estreitamento das vias respiratórias. Um
domicílio
episódio de sibilos agudos em lactentes e crianças
• ter pai e/ou mãe com asma pequenas é geralmente causado por infecções virais
respiratórias, mas a inflamação das vias respiratórias
d) sibilância intermitente grave (episódios pouco também pode ser causada (ou agravada) por alergias
frequentes de sibilância aguda associados a poucos ou irritantes inalados (p. ex., tabagismo). Sibilos
sintomas fora dos quadros agudos e com a presença de recorrentes podem ser causados por infecções virais
características de atopia: eczema; sensibilização respiratórias frequentes, alergias ou asma. Causas
alérgica; e eosinofilia em sangue periférico). menos comuns dos sibilos recorrentes incluem disfagia
Tutoria UC7 – problema 4 Manoella Evelyn 17

crônica que provoca aspiração recorrente, refluxo


gastroesofágico, malacia das vias respiratórias, corpo
estranho aspirado retido ou insuficiência cardíaca.
Muitas vezes, a causa dos sibilos recorrentes não é
clara.

 Sinais e sintomas

Sibilos frequentemente são acompanhados de tosse


recorrente seca ou produtiva. Outros sintomas
dependem da etiologia e podem incluir febre, secreção
nasal (infecção viral) e dificuldades de alimentação (p.
ex., devido à insuficiência cardíaca ou disfagia).

Ao exame, os sibilos se manifestam principalmente na


expiração, a menos que o estreitamento das vias
respiratórias seja grave, caso em que os sibilos podem
ser ouvidos na inspiração. Outros achados presentes na
doença mais grave podem incluir taquipneia,
batimento de asa de nariz, retrações intercostal e/ou
subcostal e cianose. Crianças com infecções
respiratórias podem ter febre.

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