Você está na página 1de 11

BIOLOGIA 27/02

SISTEMAS DE TRANSPORTE

❖ Um sistema de transporte inclui:


➢ um fluido circulante;
➢ um órgão propulsor do sangue;
➢ um sistema de vasos;

❖ Funções do sistema de transporte/circulatório:


➢ transporte de nutrientes;
➢ transporte de oxigénio desde as superfícies respiratórias até às células;
➢ remoção de excreções resultantes do metabolismo celular;
➢ transporte de hormonas;
➢ defesa do organismo;
➢ distribuição de calor metabólico no organismo;

Alguns animais não possuem sistema de transporte, pois são animais muito simples, como a
hidra e a planária, têm muito poucas camadas de células. Possuem uma cavidade gastrovascular, com
função de transporte e digestiva, logo não necessitam de um sistema de transporte já que têm esta
cavidade e onde nutrientes passam por difusão nas células.

➔ SISTEMA CIRCULATÓRIO ABERTO:


◆ Insetos (ex: gafanhoto):

Hemolinfa → é o fluido circulante (não tem diferença de nome estando dentro ou fora dos vasos), não
transporta O2 e não tem hemoglobina.

Hemocélio → conjunto de lacunas ou cavidades corporais banhadas pela hemolinfa.


➔ SISTEMA CIRCULATÓRIO FECHADO:
◆ Invertebrados (ex: minhoca):

◆ Vertebrados:

● Peixes;
● Anfíbios;
● Répteis;
● Aves;
● Mamíferos;

No sistema circulatório fechado existem tipos de circulação simples e dupla.

- Simples: numa circulação completa o sangue passa uma só vez no coração sob a forma de
sangue venoso. → Peixes

- Dupla: numa circulação completa o sangue faz dois circuitos (circulação pulmonar e sistémica).
→ pode ser incompleta (porque existe mistura de sangue) nos anfíbios;
→ pode ser completa nas aves e mamíferos;

★ Circulação simples - PEIXES:

Aspetos estruturais e funcionais:


● Coração com duas cavidades. uma aurícula e um ventrículo;
● A aurícula recebe o sangue venoso proveniente de todo o organismo e
envia-o para o ventrículo;
● O ventrículo impulsiona o sangue venoso para as brânquias onde
ocorrem as trocas gasosas (hematose branquial);
● Das brânquias o sangue, já arterial, segue para os tecidos e órgãos,
com baixa velocidade e pressão;

Influência no metabolismo:
● A chegada de nutrientes e oxigénio às células e a remoção de
resíduos é pouco eficiente, uma vez que o sangue flui com baixa
velocidade e pressão para as células dos tecidos e órgãos, uma vez
que passou no coração somente uma vez quando era venoso e
quando passou a arterial não passou novamente no coração para ser
bombeado;
★ Circulação dupla incompleta - ANFÍBIOS:

Aspetos estruturais e funcionais:


● Coração com três cavidades: duas aurículas (direita e esquerda) e um
ventrículo;
● A aurícula direita recebe o sangue venoso e a esquerda o sangue
arterial;
● O ventrículo recebe o sangue venoso e o arterial;
● A circulação pulmonar e a sistémica não são independentes,
ocorrendo mistura parcial de sangue venoso e arterial no ventrículo;

Influência no metabolismo:
● O sangue é bombeado diretamente do coração para os capilares dos
diferentes órgãos, chegando com maior velocidade e pressão aos
tecidos o que aumenta a eficácia das trocas de materiais com o fluido
intersticial;
● Tem como desvantagem o facto de ocorrer uma mistura parcial dos
dois tipos de sangue no ventrículo, o que vai afetar a concentração de
oxigénio no sangue arterial;
★ Circulação dupla incompleta - RÉPTEIS:

● Basicamente igual ao dos anfíbios mas agora com a existência de um


septo incompleto, mas com menos mistura do sangue devido a esse
septo;
● Alguns répteis, como o crocodilo já apresentam um coração com
quatro cavidades;

★ Circulação dupla completa - MAMÍFEROS:

Aspetos estruturais e funcionais:


● Coração com quatro cavidades: duas aurículas e dois ventrículos;
● No lado direito do coração circula apenas sangue venoso e no lado
esquerdo apenas sangue arterial;
● A circulação pulmonar e a circulação sistémica são independentes,
não ocorrendo misturas de sangue no coração;

Influência no metabolismo:
● Maior transporte de oxigénio para as células do organismo, o que
permite uma maior produção de energia;
● Maior produção de calor corporal, que é distribuído de modo uniforme
por todo o organismo, mantendo constante a sua temperatura corporal;

SÃO ANIMAIS HOMEOTÉRMICOS. Esta aquisição contribui para uma melhor adaptação destes
animais a uma variedade de ambientes.

O fluido circulante entra no miocárdio sempre


por veias e sai por artérias.

O dióxido de carbono já existente nas células


é proveniente da respiração aeróbia.

Sístole auricular + Sístole ventricular = ciclo


cardíaco
➢ Mecanismos que contribuem para que o sangue que circula nas veias regresse ao coração
e não retroceda:
○ As veias estão muitas vezes rodeadas por músculos esqueléticos que, ao contraírem-se
durante os movimentos, as comprimem, exercendo uma pressão sobre o sangue que
nelas circula;
○ A existência de válvulas venosas impede o retrocesso do sangue, movimentando-se
este em direção ao coração;
○ Os movimentos respiratórios também contribuem para que o sangue das veias volte ao
coração. Durante a inspiração, a diminuição da pressão na caixa provoca o
deslocamento em direção ao coração, do sangue contido nas veias afastados;
○ O abaixamento da pressão nas aurículas durante a diástole também provoca um
movimento do sangue na direção do coração;

FLUIDOS CIRCULANTES - SANGUE E LINFA

● SANGUE:
○ Constituído por plasma (parte líquida do sangue) e elementos figurados:
■ hemácias = eritrócitos = glóbulos vermelhos;
■ leucócitos = glóbulos brancos;
■ plaquetas;

● LINFA (sistema linfático):


○ funções:
■ recolha do fluido intersticial, ou linfa intersticial, que banha as células fazendo o
plasma regressar ao sangue;
■ papel ativo nos mecanismos imunitários ligado à defesa do organismo;
■ absorção de gorduras ao nível do intestino;
○ composição:
■ plasma e leucócitos;

Linfa intersticial → linfa que banha as células e com a qual são realizadas as trocas gasosas.
Linfa circulante → linfa que circula dentro dos vasos linfáticos.

- O plasma abando os capilares sanguíneos, e difunde-se ocupando


os espaços intersticiais das células, constituindo a linfa intersticial.

- Cerca de 10% do volume de sangue não retorna aos capilares


sanguíneos diretamente. Difunde-se para capilares linfáticos,
constituindo a linfa circulante.

- As trocas do sangue para as células não ocorrem diretamente já


que têm um intermediário, a linfa intersticial, com ela e as células
as trocas já são diretas.
No extremo arterial sai muita água
(por osmose) e alguns nutrientes
fazendo com que a pressão
sanguínea fique superior à pressão
osmótica, ficando o extremo venoso
mais hipertónico (sim a água que saiu
do outro extremo foi suficiente para o
venoso ficar hipertónico), ficando
neste extremo a pressão osmótica
superior à pressão sanguínea.
Voltando, neste extremo (venoso) a
entrar o plasma que tinha saído do
outro extremo, menos 10% do volume
do plasma que vai ser utilizado para
constituir a linfa intersticial.

IMPORTÂNCIA DA RENOVAÇÃO DA LINFA:


As células trocam diretamente substâncias com a linfa intersticial, pelo que esta empobrece em
oxigénio e nutrientes (passam para as células) e acumula produtos de excreção (vindo das células).
Desta forma, e para a sobrevivência das células este fluido tem de ser renovado para que cheguem
mais nutrientes e oxigénio para as células e sejam retirados os produtos de excreção celular. Se este
fluido não fosse renovado, estas trocas não aconteceriam podendo levar à morte de células já que
estas não recebem oxigénio e não libertam os produtos de excreção.

METABOLISMO CELULAR

A fonte de energia direta das células é o ATP.

PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO DA GLICOSE


OBTENÇÃO DE ENERGIA

Nota: as células musculares em ato de atividade física podem ocorrer pontualmente à fermentação,
contudo o Homem é um ser AERÓBIO.

Anaerobiose = fermentação:
C6H12O6 → 2CH3CH2OH (álcool etílico) + 2CO2 + Energia
→ C3H6O3 (ácido láctico) 2 ATP por cada molécula de glicose
Calor

Aerobiose = respiração celular:


C6H12O6 + 6O2 → 6CO2 + 6H2O + Energia
36 ou 38 ATP por cada molécula de glicose
Calor

A aerobiose (respiração celular) é mais rentável do que a anaerobiose (fermentação) pois nos produtos
finais tem mais energia. A fermentação poderia ser mais rentável do que é porque os seus produtos
finais (álcool elítico ou ácido láctico) são ainda moléculas muito complexas com muitas ligações que
poderiam ser quebradas compondo mais energia nos produtos finais (ATP), ou seja a degradação da
glicose é incompleta.

FERMENTAÇÃO
Duas etapas:
● 1ª: Glicólise
● 2ª: Produção de produtos de fermentação / Redução do ácido pirúvico
1. GLICÓLISE:

➢ Fase da ativação:
○ A glicose é fosforilada por 2 ATP, formando Frutose-difosfato;
○ A Frutose-difosfato divide-se em 2 moléculas de aldeído fosfoglicérico (PGAL);

➢ Fase do rendimento:
○ O PGAL é oxidado, dando 2 hidrogénios NAD+, reduzindo-o a NADH+H+;
○ Formam-se 4 moléculas de ATP;
○ Forma-se ácido pirúvico (piruvato), uma molécula que contém ainda uma
quantidade elevada de energia química;

➢ Produtos finais da glicólise:


○ 2 NADH;
○ 2 ATP (formam-se 4 mas 2 são gastas na ativação da glicólise, então o
rendimento são 2 ATP);
○ 2 moléculas de ácido pirúvico;
2. PRODUÇÃO DE PRODUTOS DE FERMENTAÇÃO / REDUÇÃO DO ÁCIDO PIRÚVICO:

Nesta fase as 2 moléculas de ácido pirúvico formadas na glicólise vão:


- Na fermentação alcoólica: vão ser descarboxiladas, formando 2 moléculas de acetaldeído
que depois vão ser reduzidas pelo NADH+H+ (receber os 2H) também antes formado na
glicólise, formando duas moléculas de álcool elítico e 2 NAD+;

- Na fermentação láctica: vão ser reduzidas pelo NADH+H+ (receber os 2H) também antes
formado na glicólise, formando duas moléculas de ácido láctico e 2 NAD+

Estas duas fases da fermentação ocorrem no citoplasma e estes dois tipos de fermentação (alcoólica e
a láctica podem ser usadas pelo Homem na produção do pão, vinho e cerveja.

RESPIRAÇÃO AERÓBIA

Quatro etapas:
- Glicólise (etapa comum à fermentação);
- Formação de AcetilCoenzima A;
- Ciclo de Krebs;
- Cadeia transportadora de eletrões ou cadeia
respiratória;
1. GLICÓLISE:
● Processo igual ao da fermentação;
● Ocorre no citoplasma;
● 2 ácidos pirúvicos;
● 2 NADH;
● 2 ATP;

2. FORMAÇÃO DE ACETIL-COA: (ocorre na matriz da mitocôndria (no interior)).

●Na presença de oxigénio, o ácido pirúvico entra na mitocôndria, onde é:


○ Descarboxilado (perde uma molécula de CO2);
○ Oxidado (Perde um hidrogénio, que é usado para reduzir o NAD+);

●Resultados (das duas moléculas de ácido pirúvico):


○ 2 Acetil-CoA;
○ 2 NADH;
○ 2 CO2;

3. CICLO DE KREBS: (ocorre na matriz da mitocôndria):

Nota: Por cada molécula de glicose degradada formam-se 2 de acetil-CoA e por isso ocorrem 2
ciclos de Krebs.
● Este ciclo de reacções é iniciado com a formação de ácido cítrico resultante da reacção do
acetil-CoA com o ácido oxaloacético;

● No final do ciclo de reações, o ácido oxaloacético é regenerado, o que permite a realização de um


novo ciclo.

● Uma molécula de glicose permite a realização de dois ciclos de Krebs, uma vez que a sua
degradação origina duas moléculas de ácido pirúvico;

● Este ciclo corresponde a um conjunto de reações oxidação-redução;

● Resultados:
○ 3 NADH x 2 (porque são 2Acetil-CoA, correspondendo a 2 ciclos de Krebs) = 6 NADH;
○ 1 FADH2 x 2 = 2FAH2;
○ 1 ATP x 2 = 2 ATP;
○ 2 Co2 x 2 = 4 CO2;

4. CADEIA TRANSPORTADORA DE ELETRÕES OU CADEIA RESPIRATÓRIA:

● Ocorre nas cristas da


mitocôndria (membrana
interna);
● É aqui que o oxigénio é gasto;
● Cada salto do par de eletrões
por cada molécula
transportadora liberta energia
suficiente para formar 1 ATP;
● Esta formação de ATP
chama-se fosforilação
oxidativa;
● O último recebedor de eletrões
é o oxigénio;
● Com o NADH faz-se 3 saltos e
com o FADH2 faz-se 2
(normalmente);

RENDIMENTO DA RESPIRAÇÃO AERÓBIA EM ATP:


● Glicólise:
○ 2 ATP;
○ 2 NADPH x 3 (saltos que dá na cadeia de eletrões) = 6 ATP;

● Formação de AcetilCoA:
○ 2 NADH x 3 = 6 ATP;

● Ciclo de Krebs:
○ 3 NADH x 2 (porque são 2 ciclos) x 3 (saltos na cadeia) = 18 ATP;
○ 1 FADH2 x 2 (porque são 2 ciclos) x 2 (saltos na cadeia) = 4 ATP
○ 1 ATP x 2 (porque são 2 ciclos) = 2 ATP;

Você também pode gostar