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Drenagem

Linfática
Manual
Cristiano Pereira
OBJETIVOS

 Apresentar a história da drenagem linfática;

Apresentar O Sistema Linfático e Circulatório;

Apresentar a técnica, as indicações e


contraindicações;

 Apresentar os efeitos fisiológicos da drenagem


linfática manual;
Um esteticista motivado por sua profissão mostra-se
inquieto por aprender, por reciclar-se e por superar
possíveis dificuldades que esta atividade profissional
possa oferecer. Hoje, com o advento dos cursos técnico,
tecnólogo e com o mais recente no mercado, o bacharel
em Estética, reconhecido e aprovado pelo MEC, cada
vez mais o profissional estará se aperfeiçoando e
reforçando que a excelência na atitude e nas práticas
profissionais passa pela boa formação acadêmica.
A seriedade, o conhecimento técnico-científico, a objetividade,
a obstinação, a ética, a motivação e o amor são ferramentas
básicas de que o profissional esteticista dispõe para alcançar
sucesso.
Como sabemos, sobreviverão à solicitação do mercado os
melhores profissionais, aqueles mais preparados.

Maria de Fátima Lima Pereira


Biossegurança em Estética

Consiste em ações voltadas à prevenção de doenças no âmbito


de trabalho. Os riscos poderão acorrer na relação entre
profissional e o cliente, desde que não sejam seguidas as
normas de biossegurança.
Segundo Hoefel e Schneidert, 1997, biossegurança é o
conjunto de normas e procedimentos considerados seguros e
adequados à manutenção da saúde em atividades de risco de
aquisição de doenças profissionais.
São medidas para prevenir, diminuir ou eliminar os riscos que
os profissionais de estética e beleza possam estar expostos na
realização do trabalho.
Precauções Padrão
As precauções padrão, que incluem o uso de EPIs, são
aplicadas toda vez que haja a possibilidade de contato com
sangue, fluídos corpóreos, pele não íntegra e mucosas. Tais
medidas compreendem o uso combinado ou não de
equipamentos de proteção individual ( luvas, óculos, avental,
gorro, máscaras, botas) para proteger áreas do corpo expostas
ao contato com materiais infectantes ( GARNER, 1996).
As Precauções Padrão constituem-se em:
Higienização das mãos
Tem como objetivo prevenir infecção e deve ser realizada
antes e após contato com o cliente.

 Utilização de luvas descartáveis


Funcionam como barreira protetora, devem ser retiradas e
descartadas depois do uso entre um cliente e outro.
Uso de Materiais Descartáveis
A principal preocupação é que um corte causado por um
material reutilizado pode causar a transmissão de infecção
pelo sangue.
 Cuidados no atendimento ao cliente
Os artigos não críticos são os que entram em contato com a
pele íntegra e ainda os que não entram em contato direto com
o paciente. Para estes usa-se desinfecção.
 Limpeza ou higiene
É o procedimento de remoção de sujidade e detritos de
qualquer superfície.
 Limpeza manual
É realizada pela aplicação de energia mecânica, química ou
física.
 Esterilização
É o processo físico ou químico que destrói todos os tipos de
bactérias, fungos, vírus e esporos.
 Secagem dos instrumentais
Outro passo importante, pois a umidade interfere em
diferentes processos de esterilização.

 Invólucros para a esterilização


As dimensões dos pacotes dependerão do equipamento
utilizado na esterilização, sendo fundamental o registro do seu
conteúdo, data e prazo de validade.
 Controle da eficácia da esterilização
A eficácia do processo de esterilização deve ser
constantemente monitorada.
 Manutenção dos equipamentos
Além de assegurar o desempenho adequado, aumenta a vida
útil do esterilizador.
 Acidente de Trabalho
O acidente biológico é um tipo específico de acidente de
trabalho.
Primeiros Socorros na área da Estética
Situações de urgência e emergência acontecem subitamente,
ou seja, sem aviso prévio, hora ou local definido.
Os primeiros socorros são conceituados como uma série de
procedimentos realizados com o objetivo de manter vidas em
situações de emergência. Esses procedimentos podem ser
realizados por pessoas comuns que possuam conhecimento em
primeiros socorros.(OLIVEIRA, 2002;PIRES;STARLING,
2006).
O atendimento poderá ser realizado em qualquer ambiente, até
a chegada de um profissional habilitado.
Quando se está lidando com vidas, o tempo é um fator que não
deve ser desprezado em hipótese alguma. A demora na
prestação do atendimento pode definir a vida ou a morte da
vítima, assim como procedimentos inadequados.
O fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a
pessoa não possui um treinamento específico ou não se sente
confiante para atuar, já descaracteriza a ocorrência de omissão
de socorro (BRASIL, 1998).
Fases do Socorro

 Avaliação do ambiente

 Solicitação de auxílio

 Sinalização

 Atendimento
No atendimento, a pessoa que estiver prestando os primeiros

socorros deve checar:

a) Se a vítima está consciente

b) Se a vítima está respirando;

c) Se as vias aéreas estão desobstruídas;

d) Se a vítima apresenta pulso.


Convulsão
São contrações musculares involuntárias de parte ou de todo o
corpo, decorrentes do funcionamento anormal do cérebro.
Têm duração aproximada de três a cinco minutos.
O que não deve ser feito

 Não jogar água no rosto da vítima ou oferecer algo para

cheirar durante a crise.

 Deixá-la em local público, conduzi-la para um local menos

movimentado, evitando constrangimento.

 Não demore para chamar uma ambulância.


Desmaios

Perda súbita ou transitória da consciência e consequentemente

da postura , devido a redução na irrigação de sangue para o

cérebro. Existe sempre a recuperação espontânea da

consciência no desmaio (

DULAC;LEPPIK,1997;PANAYOTOPOULOS,1998).
O que não fazer

 Não jogar água fria no rosto, para despertar.

 Não oferecer álcool ou amoníaco para cheirar.

 Não sacudir a vítima.


Queimadura

É toda lesão causada por agentes externos sobre o

revestimento do corpo, podendo destruir desde a pele até

tecidos mais profundos, como ossos e órgãos

(ALLISON;PORTER,2004).
Classificação
Quanto à profundidade
1º grau : epiderme.
2º grau : epiderme, derme.
3º grau : pele, músculos e ossos.
Quanto à extensão
Leves : 10%
Médias : 10 a 20 %
Graves : mais de 20%
O que não fazer

 Não use pasta de dente, pomada, clara de ovo, manteiga,

óleo de cozinha ou qualquer outro ingrediente na área

queimada.

 Não remova tecidos grudados: corte cuidadosamente e

retire o que estiver solto.

 Não estoure bolhas.


Todo estabelecimento deverá estar equipado com material
necessário à prestação dos primeiros socorros; manter esse
material guardado em local adequado e aos cuidados de pessoa
treinada para esse fim.
É importante que o profissional da área de estética saiba
reconhecer as situações de emergência. Vale lembrar os pontos
principais como: chamar ajuda e manter a calma. Outro item
importante é ter sempre a disposição todos os telefones úteis e
de emergência e um kit de primeiros socorros, o qual não deve
conter medicamentos.
Modelo para Kit de Primeiros Socorros
Bolsa ou caixa para acondicionamento do material;
Atadura de crepe para imobilização;
Tesoura multiuso;
Pacotes de gaze estéril;
Protetor de queimaduras e eviscerações (saco plástico
transparente);
Pares de luvas de procedimento descartáveis;
Máscara descartável;
Porta instrumentos;
Óculos de proteção;
Toalha limpa;
Adesivo ( esparadrapo, fita microporosa);
Manguito,esfigmomanômetro e estetoscópio;
Aparelho de glicemia;
Lençol ou cobertor pequeno.
História da DLM
Ano 450 a.C – gânglios linfáticos foram observados por

Hipócrates.

Tempos depois professor italiano Gaspar Asseli e outros

anatomistas confirmaram a descoberta de Hipócrates.

Em 1651 – conduto linfático -médico francês Pecquet.

Bartholin e Rudbeek – desenvolvimento linfogradia.


Em 1892 – Terapia de compressão – Alexander von

Winiwater.

Em 1936 – criação da técnica de DLM – Emil e Estrid Vodder.

Nos anos 1970 – DLM chega ao Brasil – Waldtraud R.Winter


DLM
A drenagem é um mecanismo que auxilia o sistema linfático
no processo de drenagem, retirando o excesso de líquido
intersticial, removendo as proteínas e resíduos metabólicos,
além de favorecer a troca de oxigênio e nutrientes. Desse
modo, o equilíbrio hídrico no espaço intersticial é preservado.
As manobras demandam pressão leve e movimentos lentos
para acompanhar o fluxo da linfa, e sempre no sentido dos
linfonodos, pois, caso contrário, não surtirá o efeito desejado
(Cassar,2001).
Sistema Linfático
O sistema linfático é uma rede complexa de órgãos linfoides:

 linfonodos,

 ductos linfáticos,

 tecidos linfáticos,

 capilares linfáticos e

 vasos linfáticos que produzem e transportam o fluido

linfático (linfa)
Circulação Linfática
Linfa
É um líquido transparente, esbranquiçado (algumas vezes

amarelado ou rosado), alcalino e de sabor salgado, que

circula pelos vasos linfáticos. Cerca de 2/3 de toda a linfa

derivam do fígado e do intestino. Sua composição é

semelhante à do sangue, mas não possui hemácias, apesar de

conter glóbulos brancos dos quais 99% são linfócitos.


Gânglio linfático

Capilares Linfáticos
O sistema linfático não é um sistema fechado e não tem uma

bomba central. A linfa depende exclusivamente da ação de

agentes externos para poder circular. A linfa move-se

lentamente e sob baixa pressão devido principalmente à

compressão provocada pelos movimentos dos músculos

esqueléticos que pressiona o fluido através dele.


Linfa

 Ajuda na Distribuição de Alimentos e outras


substâncias essenciais.

 Circula em Ritmo Lento.

 Rico em Proteínas.

 Faz Parte da Defesa Vital do Organismo.

 Plasma Sanguíneo.
O transporte da Linfa

 Contração dos músculos vizinhos

 Movimento do diafragma

 Pulsação das grandes artérias

 Peristaltismo intestinal

 Contrações rítmicas dos vasos linfáticos

Compressão externa dos tecidos

DLM

Ação da gravidade
Patologias
tratadas
com DLM
Linfedema

É o edema decorrente da obstrução dos vasos

linfáticos.

Generalizado, contém grandes quantidades de

proteínas e macromoléculas. Associado ao sinal de

cacifo.
Linfedema

Subdivididos
Linfedema primário: podem ser congênitos.Sua origem está
relacionada com distúrbios hormonais ou má formação nos
linfonodos pélvicos ou axilares.

Linfedema secundário : origem em processos infecciosos,


neoplásicos, filarióticos, em queimaduras, pós traumatismo, pós
operatório, flebites e outros.
Linfedema

Porém, o edema deve ser em princípio avaliado pelo


médico, e após o diagnóstico sua classificação é
baseada em duas distinções: brandos e duros
(GANANCIA,1976,P.33)
Patologias
tratadas
com DLM
Varizes

São caracterizadas pela dilatação e pela tortuosidade dos

vasos e adquirem aspecto sinuoso. Enfraquecimento das

paredes dos vasos. Podem ser de origem hereditárias ou

adquiridas (excesso peso, deficiência vascular,

sedentarismo, problemas hormonais e gravidez).


Patologias
tratadas
com DLM
Lipodistrofia Ginóide
Vulgarmente conhecida por...???
Com estudos atuais verificou-se que a lipodistrofia é uma afecção
crônica, mas sem caráter inflamatório (BARROS,2001,P.13,53-55).
No decorrer dos anos provocam algias nas zonas acometidas, com
diminuição das atividades funcionais, podendo provocar sérias
complicações e até quase total imobilidade dos membros inferiores,
além de dores intensas e problemas emocionais ( GUIRRO,op.cit.).
Patologias
tratadas com
DLM
Cirurgias Plásticas
Atualmente a medicina estética vem apresentando uma
ascendência no mercado de trabalho. Hoje o Brasil é o
segundo país em número de cirurgias estéticas no
mundo. Essa situação promoveu uma procura muito
grande por tratamentos estéticos complementares aos
procedimentos cirúrgicos.
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Efeitos Fisiológicos da DLM

Efeitos nos sistemas : neurovegetativo, imunológico e

vascular(influência direta e indireta);

Auxílio na filtração e na reabsorção dos capilares

sanguíneos;

Facilitação do transporte da linfa;

Auxílio no bombeamento e na quantidade de linfa

processada nos linfonodos;


Aumenta o peristaltismo intestinal;

Queda da frequência cardíaca e da pressão sanguínea;

Melhora o sono;

Promove relaxamento da musculatura;

Redução dos mediadores inflamatórios.


Indicação

Linfedema;

Celulite;

Redução do edema de origem linfática;

Insuficiência venosa crônica;

Obesidade;

TPM;
Gestação a partir do terceiro mês com indicação médica;
Cianose ocular (olheiras);
Pós limpeza de pele ( na ausência de precessos
inflamatórios);
Edemas pós-traumáticos;
Enfermidades crônicas das vias respiratórias;
Pós mastectomia (após liberação médica);
Pré e Pós de cirurgias plásticas.
Contraindicações
 Tumores;

 Neoplasias;

 Tuberculose;

 Infecções agudas;

 Reações alérgicas agudas;

 Edema de origem cardíaca ou renal;


 Insuficiência renal;

 Trombose Venosa Profunda;

 Hiper ou hipo tiroidismo descompensado;

 Insuficiência cardíaca;

 Diabetes descompensada;

 Flebite;

 Hipo e hipertensão arterial descompensada;

 Afecções de pele.
Manobras de Drenagem

A técnica de drenagem linfática proposta por Vodder


preconiza a utilização de uma pressão suave, lenta e
repetitiva em que não há deslizamento do tecido a ser
tratado e sim a ação de “empurrar e relaxar” o tecido
subcutâneo em duas fases diferentes de toque.
Na técnica de Vodder, a massagem sempre se inicia
distalmente ao segmento a ser drenado (Borges,
2006). Realiza-se entre 5 e 7 movimentos.
Categoria de manobras

a) Evacuação
O processo de evacuação ocorre nos linfonodos, que
recebem a confluência dos coletores linfáticos.
b) Captação
É realizada diretamente sobre o segmento edemaciado,
visando o aumento da captação da linfa pelos capilares.
As manobras utilizadas são: espiral, bombeamento e
bracelete.
“ Falar é superficial por mais profunda que
seja a fala...
Tocar é profundo...por mais superficial que
seja o toque!”

Obrigado!
DRENAGEM
LINFÁTICA MANUAL
Prof. Cristiano Pereira

Goiânia
2019/2
Sistema Linfático
Sistema Linfático

• O sistema linfático consiste de uma rede de tubos finos


chamados vasos linfáticos e estruturas ovais chamados
de gânglios linfáticos que são encontradas em todo o
corpo. Esta rede serve para coletar e filtrar a linfa.
Sistema Linfático

• O sistema linfático é paralelo à circulação venosa.


Um líquido “amarelo” chamado de linfa deixa os vasos
sanguíneos, se mistura com água e os líquidos
intersticiais (ou seja, entre as células).
Este líquido contém substâncias nutrientes, as células
sanguíneas do sistema imunológico e os resíduos
expelido das células.
• O sistema linfático transporta o líquido nos vasos
linfáticos e nos linfonodos que contêm as células do
sistema imunológico. Este sistema não tem uma
“bomba” para empurrar o fluido, o movimento dos
músculos do corpo empurra o líquido para o coração.
Quando o líquido chega nos linfonodos a linfa é filtrada.
Função do Sistema Linfático

• O papel do sistema linfático é de suma importância


devido as suas funções na formação transporte, filtração
de células linfoides e no equilíbrio circulatório, como
reabsorção, transporte do líquido e da carga proteica
excedente do espaço intersticial.
Linfedema

• O linfedema é um quadro patológico de desordem


vascular, geralmente, por bloqueio do sistema linfático,
onde se observa um déficit no equilíbrio das trocas de
líquidos em nível de interstício. Consiste em um
acúmulo do fluido linfático no tecido intersticial, o que
causa edema. É mais frequente em braços e pernas,
quando os vasos linfáticos estão prejudicados
• O líquido acumulado na região afetada é rico em
proteínas e pode causar redução na disponibilidade de
oxigênio e fornecer um meio de cultura bacteriana, o
que pode levar a linfagite. Geralmente é indolor com
uma sensação crônica de peso nas extremidades.
Sintomas

• Os sintomas que eventualmente podem aparecer são:


pele lisa e/ou brilhante; sensação de braços ou pernas
pesados; pele similar a casca de laranja;
hiperqueratose; marcas ou espessamento da pele
quando pressionada; desenvolvimento de verrugas ou
bolhas pequenas; inchaço indolor que começa nas mãos
ou pés e progride em direção ao tronco e o uso de
anéis, relógios e roupas tornam-se difíceis
Linfedema agudo e crônico

• O linfedema agudo pode se desenvolver alguns dias ou


semanas após a radioterapia ou cirurgia e dura menos
de seis meses. Contudo, com o retorno da circulação
normal da linfa, o inchaço tende a desaparecer.
Linfedema agudo e crônico

• Já o linfedema crônico ocorre quando as alterações do


sistema linfático já não suprem as necessidades do
corpo em relação à drenagem da linfa, podendo ocorrer
logo após a cirurgia ou radioterapia, ou meses ou anos
apões o tratamento do câncer. O linfedema crônico,
contudo, não há cura, porém pode ser controlado
As classificações do linfedema
podem ser:

• Grau I – Linfedema reversível com elevação do membro


e repouso no leito durante 24-48h, nesse caso é um
edema depressível à pressão;
• Grau II – Linfedema irreversível com repouso
prolongado, fibrose no tecido subcutâneo de moderada
a grave e edema não depressível à pressão;
• Grau III – Linfedema irreversível com fibrose acentuada
no tecido subcutâneo e aspecto elefantiásico do
membro.
Diagnóstico

• O diagnóstico do linfedema pode ser feito através da


observação dos sintomas, e através de exames clínicos
que são necessários não somente para dar precisão ao
diagnóstico, mas também para o planejamento do
tratamento
Diagnóstico

• A linfocintilografia é um procedimento confiável para


confirmar o diagnóstico de linfedema. A tomografia
computadorizada mostra a localização e o padrão do
sistema linfático, e se um tumor ou outra massa pode
estar obstruindo o fluxo do sistema linfático. Usa-se a
perimetria como forma de acompanhar o edema e para
calcular o volume de líquido acumulado. O ultrassom é
utilizado para visualizar o fluxo do sistema linfático.
DLM

A drenagem linfática manual (DLM) é uma técnica

específica que utiliza uma ou ambas as mãos com


movimentos rítmicos e suaves, com o objetivo de
drenar o excesso de líquido acumulado no espaço
intersticial. Os métodos mais utilizados são o de
Vodder, Leduc e Godoy. Embora cada um tenha
as suas particularidades, todos requerem um
conhecimento da anatomia do sistema linfático, de
modo a saber a orientação da drenagem.
• A drenagem linfática manual é uma técnica de
massagem que tem por objetivo estimular o sistema a
trabalhar de forma mais acelerada movimentando a linfa
até os gânglios linfáticos.

• Entre os principais benefícios do método estão a


redução da retenção de líquido, ativação da circulação
sanguínea, combate à celulite e até o relaxamento
corporal.
• Utilizam-se manobras específicas descongestionantes
manuais e mecânicas, seguidas de uma técnica de
compressão externa, constituída por bandagens de
baixa elasticidade, após a aplicação de pressoterapia a
40 mmHg de pressão, onde a pressão é feita de distal
para proximal.

• Através da pressão mecânica exercida pela DLM é


possível atingir um aumento da reabsorção do líquido
intersticial pelos coletores linfáticos.
• Os tratamentos para o linfedema buscam a redução do
edema, prevenção de infecção, além da melhora do
aspecto e aumento do uso dos membros.

• Dentro do tratamento estão técnicas de elevação,


drenagens, compressão, elevo-compressão,
higienização e cinesioterapia.

• A elevação ajuda a reduzir o edema e incentivar a


drenagem (gravitacional) do sistema linfático, contudo
não se deve manter por períodos prolongados.

• A drenagem linfática ajuda a reduzir o edema, e seus


resultados são os melhores, quanto mais cedo o início
da aplicação da técnica mais cedo o resultado.
• A compressão se dá pela aplicação de pressão em cima
da parte afetada, incentivando a drenagem do sistema
linfático. É muito útil na prevenção do edema.

• A elevo-compressão proporciona a redução do edema e


o incentivo à drenagem linfática gravitacional.

• A higienização ajuda a prevenir infecções na região do


linfedema impedindo a evolução de algo mais grave.
Lavar a área com sabão e usar loções sem álcool
podem garantir a prevenção de infecção. Medicamentos
antifúngicos ou antibióticos podem ajudar.
• Os exercícios da cinesioterapia melhoram o fluxo do
sistema linfático, pois a contração muscular auxiliar no
retorno da linfa, melhora a capacidade do corpo de
absorver proteínas presentes no líquido extravasado,
além de favorecer o fortalecimento muscular.
Indicações da DLM

• Acne
• Couperose - Couperose – o rubor da face em pessoas de pele sensível.
Considerada, por vezes, como um mero rubor no rosto, a couperose, ou
rosácea, é uma doença bastante comum que afecta pessoas com pele
sensível
• Rosácea
• Celulite (FEG)
• Pré e pós cirurgia plástica
• Tratamento de cicatrizes
• Quelóides e cicatrizes hipertróficas
• Tratamento de rejuvenescimento
• Relaxamento
Contra indicações relativas

• Câncer diagnosticado e já tratado


• Inflamações crônicas
• Tratamento realizados anteriormente para trombose ou
tromboflebite
• Hipertireoidismo
• Asma brônquica
• I.C.C. (insuficiência cardíaca congestiva)
• Hipotensão arterial
• Distonia neuro-vegetativa
Contra indicações absolutas

• Neoplasia (câncer) de qualquer origem


• Inflamações agudas
• Trombose
Vodder

• Essa técnica foi desenvolvida em 1932 pelo terapeuta


dinamarquês Vodder e pela sua esposa, tornou-se
popular graças aos efeitos referidos pelos pacientes,
tendo sido posteriormente aperfeiçoada.
• É uma técnica usada para drenar e limpar
macromoléculas e resíduos celulares que, devido ao seu
tamanho, não entram no sistema venoso acabando
muitas vezes por ficar no organismo devido à sua má
drenagem linfática. A principal função desta técnica de
massagem é, portanto, retirar os líquidos acumulados
entre as células e os resíduos metabólicos.
• A Drenagem Linfática é realizada em dois processos: a
evacuação, que consiste em desobstruir os gânglios e
as demais vias linfáticas, e a captação, que consiste em
realizar de fato a drenagem. De forma manual a
drenagem é feita a partir de círculos com as mãos e com
o polegar, movimentos combinados e pressão em
bracelete. É aplicada com movimentos de pressão leve,
suave, rítmica, lenta e precisa. Assim, não há a
necessidade de manobras que provoquem dor ou
desconforto, podendo, no entanto, acontecer nos locais
com inflamação ou cicatrizes recentes por estes estarem
mais sensíveis.
• Após as fases de toque, existe um relaxamento total da
pressão e mantém-se apenas o contato da mão com a
pele do paciente.
• O sentido da drenagem segue o sentido do fluxo linfático
no tecido. Na técnica de Vodder, a massagem sempre
se inicia distalmente ao segmento a ser drenado.
• Círculos estacionários (fixos) realizados na face e no
pescoço. Com a mão espalmada sobre a pele, os dedos
realizam movimentos contínuos em forma de círculos ou
espirais. A pressão deve ser realizada apenas na
primeira metade do circulo. Na segunda metade, existe
o contato, porém, sem a pressão, possibilitando o
retorno do tecido ao local de origem. Realiza-se entre 5
e 7 movimentos.
• As manobras fundamentais da drenagem linfática
manual proposta por Vodder são manobras de
bombeamento, tração, torção, e circulares. O contato da
mão do terapeuta com a pele do paciente é suave como
uma carícia e lento. Quanto maior a superfície de
contato com as mãos do terapeuta, maior e melhor
serão os movimentos de empurre, sempre evitando
pressões excessivas. A pressão utilizada na técnica
Vodder e na técnica Godoy e Godoy giram em torno de
15 a 40 mmHg.
Godoy

• Godoy & Godoy descreveram uma nova técnica de


drenagem linfática, utilizando roletes como mecanismos
de drenagem; com esta técnica, passou-se a questionar
a utilização dos movimentos circulares preconizados
pela técnica convencional e sugeriu-se a utilização dos
conceitos de anatomia, fisiologia e hidrodinâmica.
• A técnica de drenagem linfática manual Godoy & Godoy
foi desenvolvida pelos professores Prof. Dr. José Maria
Pereira de Godoy, médico e cirurgião vascular e pela
Profa. Dra. Maria de Fátima Guerreiro Godoy, Terapeuta
Ocupacional, que desde 1999 divulgam seus trabalhos
sobre a técnica sempre baseada em evidencia cientifica
• Durante seu processo de validação, os autores
seguiram as fases de avaliação cientifica, sendo a
técnica analisada nas três etapas: estudo In vitro, In vivo
e clínico. Sendo este o único método de drenagem
linfática manual que segue toda a rigorosidade cientifica
exigida.
• A técnica de Godoy e Godoy consiste na utilização de
roletes que seguem o sentido de fluxo dos vasos
linfáticos e mantêm a sequência de drenagem proposta
por Vodder. Além dos roletes, pode-se fazer uso das
mãos ou de outro instrumento que permita a realização
da drenagem linfática seguindo o sentido dos vasos
linfáticos ou da corrente linfática, simplificando, desse
modo, toda a técnica de drenagem linfática. Em
associação a esses movimentos de drenagem, a técnica
de Godoy valoriza o estímulo na região cervical como
parte importante da abordagem desses pacientes.
Apenas esse estímulo isolado melhora os padrões
volumétricos.
• Quanto aos possíveis mecanismos de ação desse
estímulo, a hipótese é que ele interfira com a
estimulação dos linfonodos através do sistema nervoso.
A técnica sugere a eliminação dos movimentos
circulares da técnica convencional e a utilização de
movimentos mais objetivos, seguindo as regras da
hidrodinâmica, da anatomia e da fisiologia do sistema
linfático. Os principais cuidados se referem aos
linfonodos, que funcionam como limitantes da
velocidade de fluxo e podem ser lesados quando
abordados de maneira inadvertida.
LEDUC

• A drenagem linfática manual representada pela técnica


de Leduc é baseada no trajeto dos coletores linfáticos e
linfonodos, associando basicamente duas manobras:
manobras de captação ou de reabsorção e manobras de
evacuação ou de demanda.

• Na captação ou reabsorção, os dedos imprimem


sucessivamente uma pressão, sendo levados por um
movimento circular do punho. Na evacuação ou
demanda, os dedos desenrolam-se a partir do indicador
até o anular, tendo contato com a pele que é estirada no
sentido proximal ao longo da manobra.
• Preconiza-se a utilização de cinco movimentos. A
combinação destes movimentos forma seu sistema de
massagem:

• Drenagem dos linfonodos: realizada por meio do contato


direto dos dedos indicador e médio do terapeuta com a
pele do paciente, posicionados sobre os linfonodos e
vasos linfáticos de maneira perpendicular. É executada
com pressão moderada e de forma rítmica, baseada no
processo de evacuação.
• A drenagem dos linfonodos visa à evacuação da linfa e
deve ser realizada diretamente sobre as regiões
ganglionares. Os dedos estabelecem contato com a
pele, e em posição quase perpendicular exercem leve
pressão no nível dos gânglios linfáticos. De acordo com
a região anatômica, esta manobra pode ser feita com os
dedos indicadores e médios, com todos os dedos ou
com os dedos de uma mão sobre a outra.
• Movimentos circulares com os dedos: realizados de
maneira circular e concêntrica, utilizando desde o dedo
indicador até o mínimo.

• A manobra de círculos fixos visa à captação de linfa, e é


realizada no percurso das vias linfáticas ou em direção a
essas vias. É realizada em movimentos circulares dos
dedos, a pele é deslocada sob os dedos, ou seja, os
dedos não deslizam sobre a pele. A pressão deve ser
intermitente, no início e no final do círculo, a pressão
deve ser zero. A pressão maior do círculo deve coincidir
com a direção do fluxo linfático. Devem ser leves,
rítmicos e obedecer a uma pressão intermitente na área
edemaciada, seguindo o sentido da drenagem
fisiológica.
• Bracelete: mais utilizada quando o edema atinge
grandes áreas. Pode ser feita uni ou bimanual de acordo
com a necessidade. A manobra de pressão em bracelete
visa o aumento do fluxo linfático, a ser recolhido em
direção aos linfonodos regionais. É realizada por meio
de pressões intermitentes. A fase de pressão deve durar
em torno de dois segundos, segue-se relaxamento com
o mesmo tempo de duração e assim sucessivamente.
Fim!
DRENAGEM LINFÁTICA
MANUAL

PRÁTICA

Cristiano Pereira FTA


DRENAGEM DE MMII
DECÚBITO DORSAL
COM ELEVAÇÃO DOS MEMBROS

OSERVAÇÕES:
➜Bombear gânglios
➜ Dividir a coxa em 3/4 partes
➜ Iniciar sempre na parte proximal, fazer todos os
movimentos, e só então passar para média e distal
➜ Fazer cada movimento de 3 a 9 vezes
➜ Seqüência: anterior, lateral e medial
➜ Faz tudo em um membro e depois o outro.
1 - Bombear gânglio inguinal.
Deslizamento, apoiar com o indicador e polegar,
espalmar a mão, deslizar até inguinal.
Bombear gânglio
2 - Pressão e descompressão - mão sobrepostas em
concha, faz proximal: anterior, lateral e medial.
3- Pressão com deslocamento – movimento de
borboleta, mexe todos os dedos, aperta e empurra.
Faz lateral externa e lateral interna.
4-Deslizamento superficial na coxa
Finaliza com bombeamento do gânglio.
5- Pressão circular com cruzamento nas laterais
da patela.
6- Pinçar suavemente com uma mão e com a outra
bombear a safena com a perna semi-fletida. A mão que
está por baixo faz o bombeamento.
7- Pressão com deslocamento – movimento de borboleta. Faz
proximal, e no último movimento faz até gânglio inguinal, só
então passa para medial e distal.
Não pressiona a articulação do joelho, desliza sobre a
patela.
8- Deslizamento perna e coxa.
Faz anterior, lateral e distal, no final bombeia gânglio.
9- Movimento de pressão circular nos maléolos e
no tendão de Aquiles.
10- Deslizamento com pressão no dorso do pé,
em 3 tempos.
11- Fricção circular nas laterais do pé, 3 vezes.
12- Friccionar com o punho fechado na plante
do pé, 3 vezes.
DRENAGEM ABDOMINAL
1- Fricção semi circular na região abdominal
Neste movimento trabalha o ducto bem próximo
à cicatriz umbilical.
2- Trazer da região oblíqua do abdome para a região
inguinal drenando e alternando as mãos de um lado e
depois de outro, bombear gânglios da região inguinal.
3- Da região das laterais do oblíquo do abdome para a
região inguinal em 3 fases, simultaneamente, cada
movimento bombear a região inguinal.
1- sob a crista ilíaca, bombeia
2- sobre a crista ilíaca, bombeia
3- acima da crista ilíaca, bombeia.
4- Da região lateral de um lado e depois do outro, com uma
mão sobre a outra, pressionando em movimentos circulares
(sentido horário sobre a crista ilíaca) até a região inguinal.
5- Subir lateralmente até a cintura, e descer
carregando com as palmas das mãos na região
central do abdome, bombeando a região inguinal. Não
ultrapassar a cicatriz umbilical.
DRENAGEM DO TRONCO
6- Bombear gânglio axilar e supra clavicular Subir na
região do reto abdominal com as mãos
espalmadas contornando as mamas e drenando a
região axilar, com a região tenar, dobra os dedos
indicador e médio e bombeia.
DRENAGEM PEITORAL
1- Sempre bombear supra e infra clavicular
Movimento de deslizamento ascendente (3 vezes
cada), drena para região axilar e bombeia.
2- Contornar a mama alternadamente, drenando para
axilar, bombeia.
3- Com as mãos simultaneamente sobre as
mamas levar para região axilar, bombeia.
DRENAGEM MMSS
1- Deslizamento do braço e bracelete.
Proximal,medial e distal.
2- Pressão com deslocamento – borboleta, o
polegar fica na região central.
3- Repetir os movimentos anteriores para ante
braço.
4- Pressionar as articulações dos dedos lateralmente 5-
Pressionar com os polegares em movimentos ascendentes,
nas palmas das mãos
Pressionar com os polegares em movimentos circulares
acompanhando os tendões
Finalizar com deslizamento superficial.
MMII DECÚBITO VENTRAL
OSERVAÇÕES
➜ Dividir o membro em 3/4 partes
➜Fazer região central, interna e externa da coxa
➜Levar tudo para inguinal.
1-Deslizamento central, interno e externo, proximal,
médio e distal da coxa.
2- Pressão e descompressão – mão em concha.
3- Pressão com deslocamento – borboleta.
4- Deslizamento da coxa.
5- Deslizamento em 3/4 tempos da perna, central,
medial e lateral, bombeia gânglio poplíteo.
6- Pressão e descompressão – mão em concha.
7- Pressão com deslocamento – borboleta, bombeia
gânglio.
8- Deslizamento da perna e finaliza todo membro.
GLÚTEO
1 Deslizamento para região lateral, drenando com a
região tenar, mão em quadrado.
2 Rolamento cutâneo
COSTAS
1- Drenar região dorsal e úmero escapular para axilar.
2- Com as mãos espalmadas deslizar paralelamente da
região dorsal até axilar, na região das axilas desliza
lateralmente com a região tenar.
3- Descer ao longo da coluna com os dedos
indicador e médio flexionados e subir
paralelamente nas laterais com as mãos
espalmadas
4- Com as mãos espalmadas subir da região dorsal até a
região do trapézio drenando na região axilar e subir até a
região cervical, bombeando gânglio sub-occipital.
5 - Fazer amassamento
6 - Deslizamento superficial
OBRIGADO!

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