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RESUMO BIOSSEGURANÇA

BIOSSEGURANÇA
Os principais EPIs preconizados para o atendimento pré-hospitalar são:
Capacete;
Óculos de proteção;
Máscara facial;
Luvas;
Avental;
Farda Operacional.

Classificação dos Riscos Ambientais:


1. Físicos
2. Químicos
3. Ergonômicos
4. Psicossociais
5. Radiológicos
6. Biológicos
Físicos
Ruídos, vibrações, pressões anormais, radiações ionizantes ou não, ultra e infra-
som (NR 09 e 15).
Químicos
Substâncias, compostos ou produtos que podem penetrar no organismo por via
respiratória, absorvidos pela pele ou por ingestão, na forma de gases, vapores,
neblinas, poeiras ou fumos (NR 09, 15 e 32).
Ergonômicos
São elementos físicos e organizacionais que interferem no conforto da atividade
laboral e consequentemente, nas características psicofisiológicas do trabalhador
(NR 17).
Psicossociais
Características do trabalho que funcionam como “estressores” ou seja, implicam em
grandes exigências no trabalho, combinadas com recursos insuficientes.
Radiológico
Os compostos radioativos não podem ser vistos e são isentos de cheiro, não se
manifestando os seus efeitos de imediato.
Biológico
Caracterizado pela contaminação por bactérias, fungos, bacilos, parasitas,
protozoários, vírus etc. (NR 09).
Doenças Infectocontagiosas

Definição: São enfermidades causadas por micro-organismos (vírus, bactérias,


fungos ou protozoários – os chamados parasitas), que são transmitidos a outra
pessoa através da água, alimentos, ar, sangue, fezes, fluidos corporais (saliva,
muco ou vômito), pela picada de insetos transmissores de doenças ou, ainda,
através de objetos contaminados (roupas, equipamentos, etc.)

Principais doenças transmissíveis no APH:

Vias aéreas

Exposição ao sangue e fluidos orgânicos;

Transmissão fecal-oral;

Contato com o paciente.

LIMPEZA E DESINFECÇÃO DE VIATURAS E ARTIGOS

VIATURA
- Retire os materiais e equipamentos do compartimento a serem limpos. Inicie pela
limpeza, aguarde a secagem natural, e logo após, inicie a desinfecção.
- Manter a ventilação do compartimento o maior tempo possível.
- Lavar interna e externamente os umidificadores de oxigênio pelo menos uma
vez ao dia, preferencialmente após cada utilização ou atendimento.
- Não passar álcool nas superfícies de acrílico.
- Não utilizar hipoclorito em superfícies metálicas.
- Semanalmente deve-se realizar uma limpeza e descontaminação mais
ampla (limpeza terminal), isto é, retirar todo o material da viatura e realizar a
limpeza do teto, paredes, armários (interior e exterior), chão, enfim, de todas as
superfícies.

ARTIGOS
São divididos em três classes:
Artigos críticos: Utilizados em intervenções invasivas, que irão penetrar nos
tecidos epiteliais, sistema vascular. Estes materiais devem ser esterilizados.
Ex: Bisturi, agulhas, instrumentos cirúrgicos, mangueira para aspiração, etc.

Artigos semi críticos: São todos os artigos ou objetos que entram em contato
com a pele não-íntegra ou com mucosa íntegra. Estes materiais devem ser
desinfectados ou esterilizados, de acordo com seu uso.
Ex: Cânulas orofaríngeas, máscara de O2 etc, * colar cervical com sangue ou
outros fluídos corpóreos.

Artigos não – críticos: São todos os artigos ou objetos que entram em contato
com a pele íntegra e os que não entram em contato com o paciente. Estes artigos
devem ser limpos e desinfetados.
Ex: *Colar cervical, termômetro, estetoscópio, luvas de raspa, bolsa de aph, etc.

* Descontaminação Prévia:

Objetivo:

Proteger as pessoas que irão proceder à limpeza desses artigos;

Aplicação de hipoclorito de sódio 1% nos locais onde existir sangue e secreções,


deixando agir por dez minutos;

1) Limpeza:

Consiste na lavagem, enxágue e secagem do material, tendo por objetivo


remover totalmente a matéria orgânica dos artigos, com utilização de soluções
como detergentes enzimáticos ou detergentes químicos. No CBMES utiliza-se
usualmente o processo manual com o auxílio de panos , escovas,
detergentes/sabão líquido e água corrente.

2) Desinfecção:

É o processo de destruição ou inativação de microorganismos na forma vegetativa


(não-esporulada), com o objetivo de evitar que a próxima pessoa ao utilizar o
material seja contaminada, oferecendo segurança ao usuário. O artigo deve estar
totalmente seco antes de se iniciar o processo, independente de qual processo
seja. Para este procedimento são utilizadas soluções de hipoclorito de sódio a
1% ou álcool a 70%.

Processo Químico :

Deixar o material imerso em um balde opaco e com tampa, com hipoclorito a 1%


por exatamente 30 minutos. É necessário enxaguar abundantemente após o
período de imersão, para que o material não seja danificado.
Em se tratando de superfície, é necessário que a desinfecção seja feita com
álcool 70%, em aplicação unidirecional, com uma repetição de três aplicações,
intercaladas por secagem completa.
3) Esterilização:

É o procedimento utilizado para a destruição de todas as formas de vida microbiana


– vegetativa e esporulada - isto é, bactérias, fungos, vírus, protozoários e esporos,
com o objetivo de evitar que os usuários sejam contaminados quando submetidos
ao uso de algum material.

Produtos Utilizados para limpeza e Desinfecção:

A. Detergentes Comuns/Sabão Líquido – Neutro

São utilizados para limpeza de materiais, superfícies e para lavagem das mãos;

Sua fórmula é específica para isso, conservando os instrumentais e artigos por


muito mais tempo.

B. Hipoclorito De Sódio
É usada como desinfetante e como agente alvejante, utilizado nos processos de
descontaminação prévia e desinfecção dos materiais.

Eficaz contra diversas bactérias e alguns vírus.

A solução é corrosiva e, após seu uso, precisa ser completamente removida.

O uso de hipoclorito de sódio não é recomendado em metais, devido à sua ação


corrosiva

É o desinfetante mais amplamente utilizado. Apresenta ação rápida e baixo


custo.

Suporte Básico de Vida para Adultos e Qualidade da RCP:


SBV Aplicado por Profissionais de Saúde

Sequência do Suporte Básico de Vida (SBV) em Adultos

O atendimento em SBV segue a ordem do CAB ou CABD, que se trata de um


mnemônico para descrever os passos simplificados do atendimento SBV, onde:

● C: corresponde a Checar responsividade, Chamar por ajuda, Checar o


pulso e a respiração da vítima, Iniciar Compressões (30 compressões);
● A: abertura das vias aéreas;
● B: boa ventilação (2 ventilações);
● D: desfibrilação, neste caso, com o desfibrilador externo automático (DEA).

Os socorristas devem Os socorristas não


devem

Realizar compressões torácicas a Comprimir a uma frequência inferior


uma frequência de 100 a 120/min a 100/min ou superior a 120/min

Comprimir a uma profundidade de Comprimir a uma


pelo menos 2 polegadas (5 cm) profundidade inferior a 2
Adulto e Criança: 5 cm polegadas (5 cm) ou superior
a 2,4 polegadas (6 cm)
Lactente(Bêbe): 4 cm

Permitir o retorno total do tórax após Apoiar-se sobre o tórax entre


cada compressão compressões

Minimizar as interrupções nas Interromper as compressões por


compressões mais de 10 segundos

Ventilar adequadamente Aplicar ventilação


(2 respirações após 30 excessiva (ou seja, uma
compressões, cada respiração quantidade excessiva de
administrada em 1 segundo, respirações ou
provocando a elevação do respirações com força
tórax) excessiva)
PCRIH: PCR não traumática intra-hospitalar

PCREH: PCR não traumática extra-hospitalar


Assuntos Complementar:

Lactentes (Bebês):

O pulso a ser checado é o pulso braquial.

Crianças, adolescentes ou ADULTOS:


O pulso a ser checado é o pulso carotídeo ou femoral.
PARA MANOBRAS DE RCP
- A criança é considerada um lactente desde a alta da maternidade até completar
1 ano de vida.
- São considerados crianças todos aqueles maiores de 1 ano e que ainda não
entraram na puberdade.
- É considerado adolescente aquele indivíduo que já entrou na puberdade, sendo
definida como presença de brotos mamários (seios) nas meninas e de pelos axilares
nos meninos.

Manejo da PCR na pediatria

A American Heart Association (AHA) determina que a PCR na pediatria obedeça à


sequência CABDE: circulação, vias aéreas, boa respiração, déficit neurológico e
exposição. Obs: No adulto o D trata-se de DESFIBRILAÇÃO e não tem a etapa
E.

Pré-parada na pediatria.

O coração da criança bate mais rápido, ou seja, são mais batimentos cardíacos por
minuto. Sendo assim, o órgão não precisa parar completamente para
considerarmos uma parada cardiorrespiratória.

Nas crianças, a causa mais comum de PCR é a hipóxia, diferentemente do adulto.

A bradicardia (FC < 60 bpm) com sinais de hipoperfusão, que não se eleva
mesmo com suporte respiratório, já é suficiente para o início da RCP pediátrica.

Vale salientar que crianças mais velhas tendem a apresentar taquicardia.

Hipóxia: é quando a quantidade de oxigênio transportada para as células do


corpo é insuficiente.

Taquicardia: Frequência acima de 100 bpm.

Arritmias Cardíacas: Se traduzem por qualquer disfunção do ritmo cardíaco


normal, chamado de sinusal.

Cuidados iniciais pós-PCR

- Angiografia coronária de emergência;


- Controle direcionado de temperatura;
- Identificação e a correção da hipotensão;
- Prognóstico em um prazo superior a 72 horas após a conclusão do controle
direcionado de temperatura;

PHTLS 9 ª Ed. – Capítulo 6

Avaliação primária

Paciente com Trauma Multissistêmico Versus Trauma Único

Um paciente com trauma multissistêmico tem lesões envolvendo mais de um


sistema corporal, incluindo os sistemas pulmonar, circulatório, neurológico,
gastrointestinal, músculo esquelético e tegumentar.

Um paciente com trauma de um único sistema tem lesão em apenas um sistema


corporal.

Sequência da Avaliação Primária

As etapas podem ser lembradas com o uso do mnemônico X A B C D E

X - Hemorragia Exsanguinante (Controle do Sangramento Externo Grave)


Na avaliação primária do paciente com trauma, a hemorragia externa
potencialmente fatal, deve ser imediatamente identificada e tratada. Se houver
hemorragia exsanguinante externa, ela deve ser controlada antes mesmo de
avaliar a via aérea( ou simultaneamente, se houver assistência adequada na cena)
ou realizar outras intervenções, como a imobilização espinal.

Tratamento: Torniquete na parte proximal do membro, independente de onde for a


hemorragia, ou compressão direta, e curativos compressivos em sangramento
intenso em tronco, onde não dá pra fazer torniquete.

A - Manejo da Via Aérea e Estabilização da Coluna Cervical

No A o agente avalia a via aérea do paciente e protege a coluna cervical( restrição


da coluna cervical).

A via aérea do paciente é rapidamente verificada para garantir que esteja patente
(aberta e limpa) e que não haja perigo de obstrução. Se houver comprometimento
da via aérea, ela terá que ser aberta, inicialmente usando métodos manuais
(elevação do mento no trauma ou tração da mandíbula no trauma), além de eliminar
o sangue, substâncias corporais e corpos estranhos, se necessário. Por fim, à
medida que equipamento e tempo ficam disponíveis, o manejo da via aérea pode
avançar e incluir aspiração e meios mecânicos (cânula oral, cânula nasal, via
aérea supraglótica e intubação endotraqueal ou métodos transtraqueal).

Tratamento: Desobstruir a via aérea do paciente, usar aspirador se for preciso,


fazer uso da cânula orofaríngea(Guedel), utilizar colar cervical e prancha rígida.

B - Respiração (Ventilação e Oxigenação)

A respiração funciona para a oferta efetiva de oxigênio para os pulmões de um


paciente a fim de ajudar a manter o processo metabólico aeróbico. A hipóxia pode
resultar da ventilação inadequada dos pulmões e leva à falta de oxigenação dos
tecidos do paciente. Após a abertura da via aérea, a qualidade e a quantidade de
respiração (ventilação) do paciente devem ser avaliadas.

A frequência ventilatória pode ser dividida nas cinco categorias a seguir:


1. Apneica. O paciente não está respirando. Isso inclui respirações agonizantes
ocasionais, as quais não resultam em troca efetiva de ar.

2. Lenta. Uma frequência ventilatória muito lenta, abaixo de 10 ventilações/minuto


(bradipneia) pode indicar lesão grave ou isquemia (redução do aporte de oxigênio)
encefálica.

3. Normal. Se a frequência ventilatória estiver entre 10 e 20 respirações/minuto


(eupneia, a frequência normal para um adulto), o socorrista observa
cuidadosamente o paciente. Embora o paciente possa parecer estável, deve-se
considerar o uso de oxigênio suplementar.

4. Rápida. Se a frequência ventilatória estiver entre 20 e 30 respirações/minuto


(taquipneia), o paciente deve ser cuidadosamente observado para ver se está
melhorando ou piorando.

5. Extremamente rápida. Uma frequência ventilatória maior que 30


respirações/minuto (taquipneia grave) indica hipóxia, metabolismo anaeróbico ou
ambos, com resultante acidose.

Tratamento: expor o tórax do paciente, realizar inspeção, palpação. Verificar se a


respiração é eficaz e se o paciente está bem oxigenado.

C - Circulação e Sangramento (Perfusão e Hemorragia Interna)

A avaliação de comprometimento ou falha do sistema circulatório é a próxima etapa


no cuidado do paciente com trauma. Na primeira etapa da sequência, o
sangramento potencialmente fatal foi identificado e controlado. Após a avaliação
subsequente da via aérea e condição respiratória do paciente, o socorrista pode
obter uma estimativa geral adequada do débito cardíaco e da perfusão do
paciente. A hemorragia - externa ou interna - é a causa mais comum de morte
prevenível no trauma. As principais áreas de hemorragia interna são tórax,
abdome, retroperitônio, pelve e ossos longos.

A diferença entre o “X” e o “C” é que o X se refere a hemorragias externas,


grandes hemorragias. Já o “C” refere-se a hemorragias internas.

Perfusão
O estado circulatório geral do paciente pode ser determinado verificando-se os
pulsos periféricos e avaliando-se a cor, a temperatura e a umidade da pele. O
choque nos pacientes com trauma quase sempre se deve à hemorragia. Um tempo
de enchimento capilar de mais de 2 segundos pode indicar que os leitos
capilares não estão recebendo perfusão adequada.

Tratamento: O manejo pode incluir drenagem torácica e aplicação de um


dispositivo estabilizador pélvico e/ou talas nas extremidades.

D - Incapacidade (Disfunção Neurológica)

A análise do nível de consciência, tamanho e a reatividade das pupilas, presença de


hérnia cerebral, sinais de lateralização e o nível de lesão medular são medidas
realizadas.

Escala de coma de Glasgow

Tratamento: Aplicar escala de coma de Glasgow.

E - Exposição/Ambiente
Uma etapa inicial no processo de avaliação é a remoção das roupas do paciente,
pois a exposição do paciente com trauma é fundamental para encontrar todas as
lesões. O ditado "A parte do corpo não exposta será a parte com lesão mais grave"
pode nem sempre ser verdade, mas é suficientemente verdadeiro para que se faça
um exame corporal total. Além disso, o sangue pode acumular-se e ser absorvido
pelas roupas, passando despercebido. Após ver todo o corpo do paciente, o
socorrista pode cobrir o paciente para conservar o calor corporal.

Embora seja importante expor o corpo de um paciente com trauma para completar
uma avaliação efetiva, a hipotermia é um problema grave no manejo de um
paciente com trauma. Apenas o que é necessário deve ser exposto ao ambiente
externo.

Tratamento: Após expor a vítima utilizar manta térmica ou cobertor para garantir
que a temperatura fique estável.

Adjuntos para a Avaliação Primária

Vários adjuntos podem ser úteis no monitoramento da condição do paciente,


incluindo:

Oximetria de pulso. Um oxímetro de pulso deve ser aplicado durante a avaliação


primária (ou ao fim dela). Então, o oxigênio pode ser titulado para manter a
saturação de oxigênio (Spo) maior ou igual a 94%. Um oxímetro de pulso também
alerta o profissional de cuidados pré-hospitalares quanto à frequência cardíaca do
paciente. Qualquer queda na Spo, deve levar à repetição da avaliação primária para
identificar a causa subjacente.

Monitoramento de pressão arterial. Em geral, não faz parte da avaliação primária,


contudo, em uma pessoa gravemente ferida, cuja condição clínica não permite uma
avaliação secundária mais completa, a aplicação de um aparelho de pressão
arterial durante o transporte pode fornecer mais informações sobre a grau de
choque do paciente.

Avaliação secundária
Consiste no exame físico detalhado, da cabeça aos pés, e nas reavaliações dos
sinais vitais após a identificação e o tratamento de todas as lesões que colocam a
vida em risco e início da reanimação. Na avaliação secundária utiliza-se a
abordagem ‘’VER, OUVIR E SENTIR’’ para avaliar a pele e tudo que ela contém.

1a - Avaliação das regiões anatômicas: Exame de todos os segmentos do corpo:


Inspeção, palpação e ausculta; Cabeça, pescoço, tórax, abdome, pelve, órgãos
genitais, dorso, extremidades.

2a - Avaliação dos sinais vitais: 3 a 5 min. Frequência cardíaca (pulso),


frequência respiratória, pressão arterial, oximetria (SaO2 ) e temperatura e cor da
pele;

Observação: Em vítima inconsciente é analisada o pulso na carótida e na


vítima consciente é analisado o pulso no radial. Em bebês, o pulso utilizado é o
braquial.

Histórico SAMPLA

● S: Sinais e Sintomas
● A: Alergias
● M: Medicamentos (drogas inotrópicas e cronotrópicas; anticoagulantes,
insulina)
● P: Passado médico (cirurgias, doenças que podem interferir na avaliação ou
na resposta)
● L: Líquidos e alimentos ingeridos recentemente
● A: Ambientes e eventos relacionados com o trauma (detalhe do mecanismo
de trauma)

Quais são os sinais vitais?


Os sinais vitais são: frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão
arterial e temperatura.

Frequência cardíaca

A frequência cardíaca indica a quantidade de vezes que o coração bate por minuto
e o seu valor normal, em adultos, varia entre 60 e 100 bpm.

Frequência respiratória

Para um adulto em repouso, a frequência respiratória normal fica entre 12 e 20


mrm, isto é, movimentos respiratórios por minuto.

Pressão arterial

A pressão arterial é registrada por dois números, os quais são separados por uma
barra (120/80 mmHg). O primeiro número diz respeito à pressão sistólica,
enquanto o segundo se refere à pressão diastólica.

Aceita-se como normal para indivíduos adultos (com mais de 18 anos de idade)
cifras inferiores a 130 mmHg de pressão sistólica e inferiores a 90 mmHg de
pressão diastólica. Ou seja, "130/90 mmHg."

Temperatura

A temperatura média corporal costuma variar entre 36 e 37,3 graus Celsius. Mais
do que isso caracteriza a febrícula (até 37,8 graus), a febre (acima de 37,8 até 39
graus) e a febre alta (mais de 39 graus).
Exame físico detalhado

Para realizá-lo nos utilizamos de nossos sentidos e às vezes instrumentos auxiliares


simples:

● Inspeção (visão, olfato)


● Ausculta (audição)
● Palpação (tato)
● Percussão (tato e audição)

Traumas:

Cerebral traumática
O trauma cranioencefálico (TCE) consiste em lesão física ao tecido cerebral que,
temporária ou permanentemente, incapacita a função cerebral. O diagnóstico é
suspeitado clinicamente e confirmado por imagens (primariamente TC).
Inicialmente, o tratamento consiste em suportes respiratório e manutenção
adequada de ventilação, oxigenação e pressão arterial (PA).
A fisiopatologia da lesão cerebral pode ser dividida em duas categorias: a lesão
cerebral primária e a lesão cerebral secundária.

Lesão cerebral primária

Corresponde às lesões que ocorrem no momento do trauma. Essas lesões são


decorrentes da transferência de uma energia externa para a região intracraniana e
podem estar relacionadas a diversos mecanismos, incluindo o impacto direto;
aceleração ou desaceleração rápida; ferimentos penetrantes; ou ondas de explosão.

Como resultado, o paciente pode apresentar contusões focais diversas, hematomas


ou lesões axonais difusa.

Lesões secundárias

Lesões secundárias podem ocorrer, portanto, por hipotensão, hipóxia, hipercapnia


ou por hipocapnia iatrogênica. O objetivo do tratamento é:

● Aumentar perfusão e fluxo sanguíneo cerebral


● Redução de PIC, quando elevada
● Manter volume intravascular e PAM normais
● Manter oxigenação e ventilação.

Classificação do Trauma Cranioencefálico

Os TCEs costumam ser classificados de acordo com a gravidade da lesão e para


isso é adotado como parâmetro a Escala de Coma de Glasgow.

A partir daí, o paciente pode ser enquadrado em 3 categorias de gravidade:

● Leve (13-15)
● Moderado (9-12)
● Grave (3-8)
A herniação do cérebro ocorre quando a pressão dentro do crânio (pressão
intracraniana) aumenta, fazendo o cérebro ser empurrado para o lado e para baixo
através de pequenas aberturas normais nas camadas de tecido relativamente
rígidas que dividem o cérebro em compartimentos.

Resumo

- Prevenir o desenvolvimento ou reconhecer e tratar a hipóxia e o fluxo


sanguíneo cerebral reduzido em cena pode fazer a diferença entre um bom
ou mau resultado.
- A gravidade do TCE não pode ser imediatamente aparente; portanto, as
avaliações neurológicas em série do doente, incluindo escore da escala
de Glasgow e resposta pupilar, são necessários para reconhecer as
mudanças na condição clínica do mesmo.
- O TCE é frequentemente encontrado em associação com trauma
multissistêmico, assim todos os problemas são tratados na ordem
adequada de prioridade. Não só as vias aéreas, respiração e circulação são
as prioridades de atendimento do doente, mas elas são especificamente
importantes no tratamento do TCE para prevenir a lesão cerebral
secundária.
- O tratamento pré-hospitalar do doente com TCE envolve controlar
hemorragia de outras lesões, manter a pressão arterial sistólica de pelo
menos 90 a 100 mm Hg e fornecer oxigênio para manter a saturação de
oxigênio em pelo menos 90%.
- A hiperventilação dos doentes é realizada somente quando sinais objetivos
de herniação são observados.
Torácico
O trauma torácico é todo tipo de lesão que envolve um ou mais componentes da
parede e da cavidade torácica, incluindo o mediastino.

Pneumotórax Simples

Pode ser secundário a um trauma torácico penetrante ou contuso e o mecanismo


mais comum para sua formação é a laceração parênquima com extravasamento
de ar para a cavidade pleural.

Manifestações clínicas: dor torácica pleurítica(dor ao respirar) e falta de ar,


redução do murmúrio vesicular, diminuição da expansibilidade torácica, timpanismo
à percussão(diminuição dos sons) e hipóxia.

Pneumotórax Aberto
Assim como pneumotórax simples, envolve a entrada de ar no espaço pleural.
Ocorre devido a uma perfuração grande da parede torácica, com diâmetro igual
ou superior a 2/3 do diâmetro da traquéia. Portanto, devido a menor resistência, o ar
vai da atmosfera ao interior da caixa torácica através dessa perfuração,
levando o paciente a insuficiência respiratória.

Manifestações e sinais clínicos: Normalmente o doente estará ansioso e


taquipneico(respirando rapidamente). A pulsação estará elevada. O exame da
parede torácica revelará o ferimento, que pode fazer sons perceptíveis de sucção
durante a inspiração e borbulhar durante a expiração.

Tratamento: o tratamento de imediato é o curativo de três pontas que funciona


como uma válvula unidirecional, permitindo na expiração a saída do ar e impedindo
a entrada do ar na inspiração do paciente.

Pneumotórax Hipertensivos
É uma emergência de risco à vida. Ocorre quando há escape de ar para o
espaço pleural e o ar se acumula sob pressão, levando a um colapso do pulmão
do lado afetado associado ao deslocamento dos vasos da base do coração,
especialmente veia cavas superior e inferior, evoluindo para um colapso ventilatório
e circulatório.

A principal causa de pneumotórax hipertensivo é a ventilação sob pressão positiva


em pacientes com lesão em pleura visceral.
Hemotórax
Definido pela presença de sangue na cavidade pleural. Como consequência
prejudica a ventilação e oxigenação, podendo levar ao choque hipovolêmico.
Manifestações clínicas: como principais manifestações temos o murmúrio vesicular
reduzido no lado acometido, macicez à percussão, expansibilidade reduzida, sinais
de choque hipovolêmico e insuficiência respiratória em casos de hemotórax
maciço.

Abdominal e pélvico
A identificação precoce de lesões abdominais e pélvicas em uma vítima de trauma é
essencial, pois podem levar à morte rapidamente. Portanto, deve-se presumir
que todo doente em choque inexplicado após sofrer uma lesão traumática no
tronco tenha uma hemorragia intra-abdominal até que se prove o contrário.
Também, a investigação de possíveis sangramentos deverá ser feita na avaliação
primária, no C (circulação) do famoso XABCDE.

Trauma abdominal fechado


São lesões que ocorrem por mecanismo de impacto, desaceleração ou por
cisalhamento.
Trauma abdominal penetrante

No trauma abdominal penetrante, os ferimentos podem ser provocados por arma de


fogo ou por arma branca, em ambos ocorre a perfuração do peritônio parietal.

Objetos empalados

Devido ao trauma adicional que pode causar a remoção de um objeto empalado, e


devido ao fato de que a extremidade distal do objeto pode estar controlando
ativamente(tamponamento) o sangramento, a remoção de um objeto empalado é
contraindicado.

Evisceração

Nesses casos, uma parte do intestino ou de outro órgão abdominal é deslocada


através de um ferimento aberto e faz protrusão(deslocado) para fora da
cavidade abdominal, sendo que o Omento é o tecido mais comumente eviscerado.

Músculos-esqueléticos

Contusão: lesão de amassamento de partes moles e sem cortes. Gera


edema(inchaço) e vermelhidão ou roxidão.
Entorse: consiste em lesões dos ligamentos na região de articulações por
traumas torcionais. Popularmente, é conhecida como “torção”.

Estiramento muscular: como o entorse, mas do músculo.

Luxação: se refere à perda da congruência articular entre dois ossos.

Fratura: perda de continuidade da estrutura óssea. Quando o osso se quebra.

- Fratura exposta: o osso quebrado lesiona a pele e está exposto ao


ambiente;
- Fratura fechada: a pele fica intacta, ou seja, o osso não fica exposto ao
ambiente.

QUEIMADURAS
Queimaduras são lesões causadas majoritariamente por meio do calor, podendo
ser por contato com chama de fogo, água fervente ou outros líquidos e objetos
quentes. Porém, também podem ser causadas por choque elétricos ou substâncias
químicas, como ácidos.

Podem ser classificadas de 1° a 4° grau, dependendo da sua profundidade.

CLASSIFICAÇÃO PROFUNDIDADE APARÊNCIA SENSIBILIDADE TRATAMENTO

1º GRAU Epiderme Eritema Dor Hidratação


(Vermelhidão) Inchaço

2º GRAU Epiderme Presença de Muita dor Limpeza


Derme Bolhas Curativo
Desbridamento das
bolhas

3º GRAU Epiderme Seca Pouca ou Tratamento cirúrgico


Derme Inelástica nenhuma dor
Subcutâneo Esbranquiçada

4º GRAU Planos profundos Necrose total Indolor ou pouca Tratamento cirúrgico


Músculos Escura dor(à pressão
Ossos profunda)
A extensão de uma queimadura é representada em percentagem da área
corporal queimada.
● Leves (ou "pequeno queimado"): atingem menos de 10% da superfície
corporal;
● Médias (ou "médio queimado"): atingem de 10% a 20% da superfície
corporal;
● Graves (ou "grande queimado"): atingem mais de 20% da área corporal;

Classificação de acordo com a área total de superfície queimada

O método mais amplamente empregado é a regra dos nove. Sabendo que essas
proporções variam nos diferentes grupos etários, não é adequado aplicar a regra
dos nove aos doentes pediátricos.

Choque
Choque é uma situação crítica caracterizada pela diminuição da disponibilidade
de oxigênio para diferentes partes e estruturas do corpo humano. Também, é
definido como um estado de oxigenação insuficiente nos tecidos. As células
humanas são vivas, portanto, dependem de nutrição adequada e uma oferta de
oxigênio suficiente para sua sobrevivência.

De forma geral, os tecidos do corpo humano recebem oxigênio e nutrientes


através do sangue. Sendo assim, o choque tende a estar associado ao mau
funcionamento do sistema cardiorrespiratório.
Choque Hipovolêmico: Sua causa mais comum é a hemorragia, quando o
corpo perde sangue. Nessa situação, o volume de sangue que chega ao coração
diminui. Pode ser dividido em classes I, II,III e IV.
Classe I: até 15% do volume de sangue(750ml), com sinais ausentes ou
discretos;

Classe II: perda entre 15 e 30% de sangue(750 a 1500ml), sinais incluem,


taquicardia, taquipneia e pressão arterial normal.

Classe III: perdas entre 30 e 40% do volume sanguíneo(1500 a 2000ml) , sinais


de choque são óbvios, a vítima não consegue compensar a perda de volume.

Classe IV: perdas superiores a 40%( acima de 2000ml), podendo levar à


morte em alguns minutos.

CARDIOGÊNICOS: O miocárdio não bombeia com eficiência suficiente para


circular o sangue, geralmente devido lesão, doença cardíaca ou infarto do
miocárdio.

Choque Obstrutivo: Ocorre devido a obstrução mecânica ao fluxo sanguíneo, o


que gera redução do débito cardíaco e da perfusão. Ocorre quando o fluxo
sanguíneo é bloqueado por um obstáculo mecânico.
Neurogênico: Lesão medular ou cefálica(TCE) ocasionando perda do controle
nervoso. Os vasos sanguíneos dilatam e não existe sangue suficiente para enchê-
los.

Choque séptico: O choque séptico é uma complicação da sepse que surge quando
uma infecção consegue chegar ao sangue, causando o mau funcionamento de
órgãos, como coração e rins, e pressão baixa.

ANAFILÁTICO: Reação alérgica intensa, geralmente por picada de inseto,


alimentos ou medicamentos.

PSICOGÊNICO: Algo psicológico afeta a vítima. O sangue drena da cabeça e se


acumula no abdome causando desmaios.

Fases do choque

COMPENSATÓRIO

O corpo tenta superar os problemas utilizando seus mecanismos de defesa


habitual procurando manter as funções.

SINAIS E SINTOMAS:Taquicardia, pele fria e úmida, pele opaca (acinzentada).

PROGRESSIVO ou DESCOMPENSADO

O sangue dos membros (MMSS e MMII) + região abdominal é desviado para


órgãos vitais (coração, cérebro, pulmões).

SINAIS E SINTOMAS: Cianose, queda da PA, sudorese aumentada, sede, náuseas


e vômitos, tonturas, alteração da consciência.

IRREVERSÍVEL

Desvio de sangue do fígado e rins para coração, cérebro, gerando falência de


órgãos, fazendo com que o sangue se acumule afastado dos órgãos vitais, seguido
de óbito.

SINAIS E SINTOMAS: olhos opacos, pupilas dilatadas, respiração superficial e


irregular, perda da consciência.

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