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Paramentação e Desparamentação de EPIs

Paramentação e
Desparamentação
de EPIs

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Paramentação e Desparamentação de EPIs

Apresentação
Paramentação e Desparamentação de EPI, são essenciais para segurança da
equipe e de seus pacientes, obtendo um controle de qualidade, e impedindo o con-
tagio de microorganismos.
Desde os mais simples até os mais complexos procedimentos, tornam-se ne-
cessárias precauções para reduzir os riscos biológicos na equipe. As condições que
colocam pacientes e equipes operacionais em contato com sangue, líquidos e teci-
dos orgânicos prioriza a observação rigorosa de normas e rotinas para minimizar os
riscos de infecção hospitalar. Um desses procedimentos é o uso da paramentação.

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Paramentação e Desparamentação de EPIs

Introdução
PARAMENTAÇÃO E DESPARAMENTAÇÃO DE EPIs
Paramentação é o nome dado ao processo que corresponde à troca de vestes
rotineiras, ou seja, roupas pessoais, por vestimentas adequadas, para adentrar a área
dos laboratórios a fim de evitar a transmissão de microorganismos a outros pa-
cientes.

O uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) é o método de controle


mais indicado para prevenir a propagação da infecção durante a assistência à saúde,
entretanto, é apenas uma das medidas de prevenção e controle, retendo benefícios
limitados, necessitando ser associado às estratégias primárias de prevenção, como
higiene das mãos frequente, limpeza de rotina e desinfecção do ambiente e superfí-
cies, distanciamento social, entre outras (WHO, 2020b).
Para que esses equipamentos sejam eficazes na diminuição do risco de infec-
ção devem ser observadas de forma criteriosa a indicação de uso, manejo, retirada,
descarte e entre outras especificidades, sempre considerando as evidências cien-
tíficas atuais disponíveis e as orientações dos órgãos de saúde (HOUGHTON et al,
2020).

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Paramentação e Desparamentação de EPIs

História
OS PRIMEIROS CONHECIMENTOS
»A prevenção e o controle das infecções relacionadas à assistência à saúde
constituem grandes desafios da medicina atual.

» Desde 1846, uma medida simples, a higienização apropriada das mãos, é


considerada a mais importante para reduzir a transmissão de infecções nos
serviços de saúde

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» A história das infecções hospitalares acompanha a criação dos primeiros


hospitais, em 325 d.C. Por determinação do Concílio de Nicéia, os nosocô-
mios foram inicialmente construídos ao lado das catedrais. Porém, não havia
normalmente separação por gravidade de doença nem técnicas de assep-
sia que evitassem a disseminação de infecções.

» Há muito já era aventada a relação entre os hospitais e


as infecções, mas foi apenas no século XIX, quando a
medicina ainda era permeada pela Teoria da Geração
Espontânea e pela Concepção Atmosférico-Miasmá-
tica, que James Young Simpson (1811-1870) indicou a
realização de procedimentos cirúrgicos domiciliares,
ao constatar que a mortalidade relacionada à am-
putação era de 41,6% quando realizada no ambiente
hospitalar e apenas 10,9%, no domicílio.

O Estudo de Semmelweis
Foi o médico húngaro Ignaz Philip Semmelweis (1818-1865), que em 1846, com-
provou a íntima relação da febre puerperal com os cuidados médicos. Ele notou que
os médicos que iam diretamente da sala de autópsia para a de obstetrícia tinham
odor desagradável nas mãos
Ele postulou que a febre puerperal que afetava tantas
mulheres parturientes fosse causada por “partículas cadavéri-
cas” transmitidas na sala de autópsia para a ala obstétrica por
meio das mãos de estudantes e médicos. Por volta de maio
de 1847, ele insistiu que estudantes e médicos lavassem suas
mãos com solução clorada após as autópsias e antes de exa-
minar as pacientes da clínica obstétrica. No mês seguinte após
esta intervenção, a taxa de mortalidade caiu de 12,2 para 1,2%.
Desta forma, Semmelweis, por meio do primeiro estudo
Ignaz Philip Semmelweis
experimental sobre este tema, demonstrou claramente que a
higienização apropriada das mãos podia prevenir infecções puerperais e mortes ma-
ternas

A Enfermagem e a Prevenção das Infecções


Destaca-se como precursora da Enfermagem Moderna, Florence Nightingale
(1820-1910), jovem culta e de família rica que desde cedo pretendia dedicar sua vida
aos outros.
Em 1854, foi convidada para ir a Guerra da Criméia, com objetivo de reformu-

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lar a assistência aos docentes. A enfermaria da guerra


encontrava-se em situação precária: sem conforto, me-
dicamentos e assistência insuficientes, sem acesso e
transporte aos doentes, com vários casos de infecção
pós-operatória, como tifo e cólera, sem vestimenta lim-
pa, sem água potável e alimentação, esgoto a céu aber-
to, com o porão infestado por ratos e insetos
Florence Nightingale e sua equipe de enfermei-
ras iniciaram uma série de medidas para organizar a
enfermaria, como: higiene pessoal de cada paciente;
utensílios de uso individual; instalação de cozinha; pre-
paro de dieta indicada; lavanderia e desentupimento
de esgoto. Com a implantação dessas medidas básicas
conseguiu reduzir sensivelmente a taxa de mortalidade Florence Nightingale
da instituição

Importância do EPI
Os equipamentos de proteção individuais são muito importantes na área da
saúde, tanto para o profissional quanto para o paciente. Para manter o colaborador
seguro diante de infecções e doenças. Além disso, os EPEIs tem a função de proteger
o paciente, que já se encontra com a saúde debilitada.
» Em ocasiões em que o profissional irá manipular elementos químicos, apli-
cações intravenosas e similares, o par de luvas de procedimento é indicado.

» Já durante a circulação de áreas com pacientes adoecidos por vias aéreas, a


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máscara descartável é necessária, cobrindo o nariz e a boca do profissional.

» O avental e a touca também são necessários,sobretudo em salas de cirurgia.


» P or último, os óculos de segurança também são recomendados em muitas
ocasiões.

Cuidados Para Paramentação


Antes de iniciar o processo de paramentação, é importante observar as
roupas e a higiene pessoal.
»As roupas não devem possuir nenhum vestígio de sujidade.

» O manipulador deve estar atento para cheiro de suor ou aspecto de sujeira,


como barba sem fazer, no caso dos homens.
Após a troca do uniforme:
»
Devem ser retirados brincos, piercings, pulseiras, relógios, anéis, colares e
outros acessórios. Os pertences deverão ser guardados em armário, inclu-
sive aparelhos celulares, que não devem ser levados para o interior dos la-
boratórios.
Na área destinada à paramentação:
»
Fazer a assepsia do calçado de uso pessoal com álcool 70% e papel-toalha.
Isso, caso não haja, na empresa, outro procedimento semelhante para re-
alizar essa atividade, como tapetes próprios, umedecidos com solução de
limpeza.
Após a limpeza do solado do calçado:
»
Agora você deverá calçar os propés ou sapatilhas. Algumas empresas op-
tam por calçados próprios para serem utilizados na área dos laboratórios.
Nesse caso, será necessária somente a limpeza do solado do calçado.

ORIENTAÇÕES SOBRE A COLOCAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS


DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)
A indicação é que a utilização dos EPIs siga a seguinte ordem:
1. Avental ou capote
2. Máscara cirúrgica
3. Óculos ou protetor facial
4. Luvas

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No caso de procedimentos geradores de aerossóis:


1. Avental ou capote.
2. Máscara de proteção respiratória.
3. Óculos ou protetor facial.
4. Gorro ou touca.
5. Luvas.
IMPORTANTE
Antes de iniciar a paramentação, lave as mãos com água e
sabão ou higienize com solução alcoólica a 70%.

AVENTAL OU CAPOTE
Lembre-se: Nunca amarre o avental ou capote pela frente
»
Vista o avental ou capote primeiramente pelas mangas, ajus-
tando as amarras nas costas e cintura.

» Certifique-se de que o tronco esteja totalmente coberto, bem


como os braços e os punhos.

Avental
» Para uma paramentação segura devemos to-
mar certos cuidados antes de pegarmos o
avental.

» Certificar-se de que o pacote está estéril (atra-


vés de adesivo identificador no próprio pacote).

» Pedir à circulante que abra o pacote para você;


» Verificar o espaço disponível, se não há mobili-
ário ou pessoas atrapalhando sua movimenta-
ção.

» Tomados estes cuidados podemos prosseguir


com a paramentação.

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MÁSCARA CIRÚRGICA
Lembre-se:
»
Máscaras de tecido não são recomendadas, sob nenhu-
ma circunstância.

» Não reutilize máscaras descartáveis.


» Enquanto estiver em uso, evite tocar na parte da frente
da máscara.

» Troque a máscara quando estiver úmida ou sempre que


for necessário.

» Verifique se a máscara não está danificada.


» Utilize o clip nasal como referência para identificar a par-
te superior.

» Coloque a máscara em seu rosto e prenda as alças atrás


da cabeça, mantendo-as paralelas (nunca cruzadas).

» Aperte o clip nasal ou a borda rígida da máscara para que ela se adapte ao
formato do seu nariz, visando minimizar espaços entre a face e a máscara

» Puxe a parte inferior da máscara para que ela cubra sua boca e seu queixo
MÁSCARA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
(Máscara de alta filtragem do tipo N 95, PFF2 ou equivalente)
Lembre-se:
»
Indicada para uso em procedimentos que gera m aeros-
sóis.

» A máscara de proteção respiratória deverá estar apro-


priadamente ajustada à face.

» A forma de uso, manipulação e armazenamento deve


seguir as recomendações do fabricante e nunca deve
ser compartilhada entre profissionais.

» Segurar o respirador com o clip nasal próximo à ponta


dos dedos deixando as alças pendentes.

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» Encaixar o respirador sob o queixo.


» Posicionar uma das alças na nuca e a outra na cabeça.
» Verificar a vedação pelo teste de pressão positiva e negativa.
» Ajustar o clip nasal no nariz.

IMPORTANTE

ÓCULOS DE PROTEÇÃO OU PROTETOR FACIAL


» Apoie a viseira do protetor facial na testa e passe o elástico
pela parte superior da cabeça. No caso dos óculos, coloque
da forma usual.

» Os equipamentos devem ser de uso exclusivo para


cada profissional responsável pela assistência, sendo ne-
cessária a higiene correta após o uso, caso não possa ser
descartado.

» Sugere-se a limpeza e desinfecção, de acordo com as ins-


truções de reprocessamento do fabricante.

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GORRO OU TOUCA
Lembre-se: O cabelo deve estar preso.
»
Colocar o gorro ou a touca na cabeça começando pela
testa, em direção à base da nuca.

» Adaptar na cabeça de modo confortável, cobrindo todo o


cabelo e as orelhas.

» Sempre que o gorro ou a touca aparentarem sinais


de umidade, devem ser substituídos por outro.

LUVAS
» Calce as luvas e estenda-as até cobrir o punho do avental
de isolamento.

» Troque as luvas sempre que for necessário ou quando for


entrar em contato com outro paciente.

» Troque as luvas durante o contato com o paciente se for


mudar de um sítio corporal contaminado para outro lim-
po, ou quando essa estiver danificada.

» Nunca toque desnecessariamente superfícies e materiais (tais como telefo-


nes, maçanetas, portas) quando estiver com luvas.

» Não lavar ou usar novamente o mesmo par de luvas. As luvas não devem ser
reutilizadas.

» O uso de luvas não substitui a higiene das mãos.


» Proceder à higiene das mãos imediatamente após a retirada das luvas.
IMPORTANTE

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ORIENTAÇÕES SOBRE A RETIRADA DOS EQUIPAMENTOS DE


PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)
A indicação é que a retirada dos EPIs sigam a seguinte ordem:
»Luvas

» Avental ou capote;
» Óculos ou protetor facial;
» Máscara cirúrgica;
No caso de procedimentos geradores de aerossóis:
»
Luvas;

» Avental ou capote;
» Gorro ou touca;
» Óculos ou protetor facial;
» Máscara de proteção respiratória;
IMPORTANTE
Exceto pela máscara, remova o EPI ainda no quarto, próximo à
saída, ou na antessala. Remova a máscara somente após deixar
o quarto do paciente e fechar a porta.

LUVAS
Lembre-se: Durante a retirada das luvas evite tocar o lado ex-
terno, pois elas estarão contaminadas.
» Com as duas mãos enluvadas, segure a parte externa de
uma luva na parte superior do pulso.

» Retire esta primeira luva, afastando-se do corpo e do pulso


até as pontas dos dedos, virando a luva de dentro para fora.

» Segure a luva que você acabou de remover em sua mão en-


luvada.

» C om a mão sem luva, retire a segunda luva inserindo os de-


dos dentro da luva na parte superior do pulso.

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» Vire a segunda luva do avesso enquanto a inclina para longe


do corpo, deixando a primeira luva dentro da segunda.

» Descarte as luvas na lixeira. Não reutilize as luvas.


AVENTAL OU CAPOTE
Lembre-se: Durante a retirada do avental ou capote, evite tocar o
lado externo, pois estará contaminado.
» Abra as tiras e solte as amarras.

» Empurre pelo pescoço e pelos ombros, tocando apenas a par-


te interna do avental/capote.

» R etire o avental/capote pelo avesso.


» Dobre ou enrole em uma trouxa e descarte em recipiente
apropriado.

» Lave as mãos com água e sabão ou higienize com solução al-


coólica a 70%.

GORRO OU TOUCA
Lembre-se: O Gorro é retirado após o avental ou capote.
»
Para retirar a touca/gorro, puxe pela parte superior central,
sem tocar nos cabelos.

» Descarte a touca/gorro em recipiente apropriado.


» Lave as mãos com água e sabão ou higienize com solução al-
coólica a 70%.

ÓCULOS DE PROTEÇÃO OU PROTETOR FACIAL


» Remova pela lateral ou pelas hastes, considerando que a par-
te frontal está contaminada.

» A limpeza e a desinfecção devem ser realizadas de acordo com


as instruções de reprocessamento do fabricante

MÁSCARA CIRÚRGICA
Lembre-se: Durante a retirada da máscara evite tocar a parte fron-
tal, pois ela estará contaminada!

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» Segure as alças inferiores e depois as alças ou elástico supe-


riores e remova-a.

» Descarte em uma lixeira.


» Lave as mãos com água e sabão ou higienize com solução
alcoólica a 70%.

MÁSCARAS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA


Máscara de alta filtragem do tipo N 95, PFF2 ou equivalente)
Lembre-se: A guarda ou descarte devem obedecer aos procedimentos reco-
mendados pelas autoridades sanitárias ou pela Comissão de Controle de Infecção
Hospitalar – CCIH do serviço de saúde.
»Segurar o elástico inferior com as duas mãos, passando-o
por cima da cabeça para removê- lo.

» Segurar o elástico superior com as duas mãos, passando- o


por cima da cabeça para removê-lo.

» Remover a máscara segurando-a pelos elásticos, tomando


bastante cuidado para não tocar na superfície interna.

» Acondicione a máscara em um saco ou envelope de papel com os elásticos


para fora, para facilitar a retirada posteriormente, no caso de reutilização.

» Nunca coloque a máscara já utilizada em um saco plástico, pois ela poderá


ficar úmida e potencialmente contaminada.

» Lave as mãos com água e sabão ou higienize com solução alcoólica a 70%

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IMPORTANTE

LEMBRETE

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Considerações Finais
Constatou-se também que aos quais os profissionais estão sujeitos, estão rela-
cionados com os riscos dos pacientes que atendem. Daí a importância da orientação
e educação continuada dos profissionais em controlar os agentes de riscos, utiliza-
rem os EPI"s e participar dos controles administrativos, e sempre adotar medidas de
segurança.
Os equipamentos que fazem parte da prática profissional são: óculos para am-
parar os olhos contar secreções, luvas para proteger conta riscos biológicos e físicos,
avental ou capote e gorro para evitar contato com partículas. Todos esses EPI"s são
utilizados para prevenir o usuário e até mesmo o paciente de adquirir doenças em
virtude do contato profissional-paciente e contra riscos de acidentes de trabalho vi-
sando a conservação da saúde.
Os EPI"s são equipamentos imprescindíveis para proteção dos profissionais
que trabalham com a saúde, nos diversos setores de tratamento. Apesar de todos os
profissionais saberem da importância dos EPI"s ainda existem aqueles que oferecem
resistência em utiliza-los, o que implica no desrespeito a essa prática prevencionista .
Sugere-se a realização de campanhas educativas no sentido de orientar os
profissionais de saúde sobre o uso de EPI"s, a adesão de protocolos rígidos elabora-
dos e adotados pela instituição.

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Referência Bibliográfica
World Health Organization. Rational use of personal protective equipment for coro-
navirus disease 2019.27 Feb. 2020. ORIENTAÇÕES SOBRE A COLOCAÇÃO E RETIRA-
DA DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIs)
Disponível: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271858/Nota+T%-
C3%A9cnica+n+04- 2020+GVIMS-GGTESANVISA/ab598660-3de4-4f14-8
Acesso: 21/04/2021.

Revista Medica de Minas Gerais. Paramentação cirúrgica Artigo e Revisão


Disponível: http://rmg.org/artigo/detalhes/220
Acesso: 20/04/2021.

Multidisciplinary Scientific Journal Núcleo do Conhecimento. PARAMENTAÇÃO E


DESPARAMENTAÇÃO.
DISPONÍVEL: HTTPS://WWW.NUCLEODOCONHECIMENTO.COM.BR/SAUDE/PA-
RAMENTACAO ACESSO: 22/04/2021.

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