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TRANSCRIÇÃO COMUNICAÇÃO 12/03/2019

PROFESSOR: Iana Ribeiro


ASSUNTO: Síndromes Pulmonares II
DIRETORAS: Adila dos Anjos e Roberta Sobral
REVISOR: Matheus Roberto
PARTE 1 – TAYNÁ

SÍNDROMES PULMONARES

Escavação/cavitação, congestão pulmonar e fibrose pulmonar são consideradas


síndromes parenquimatosas. Já a insuficiência respiratória é ocasionada como
consequência das outras síndromes. Neoplasia pulmonar é comum, mas não é
considerada síndrome.

1 – ESCAVAÇÃO / CAVITAÇÃO

É formada uma cavidade no parênquima pulmonar, em consequência a uma


infecção que se arrasta por longo tempo, ou seja, uma reação inflamatória intensa que
leva a necrose (cavidade) do parênquima pulmonar. Não são agudas como as
pneumonias, é mais uma doença subaguda ou crônica.
Causa mais comum: Tuberculose (infecção insidiosa, com necrose no parênquima).

OBS.: A cavidade possui comunicação com os brônquios, possuindo ar e secreção


purulenta (saindo quando o paciente tosse.)

Como o bacilo da tuberculose tem atração por oxigênio (aeróbio), essas


cavidades são formadas mais nos ápices dos pulmões. Sendo assim, pela ação da
gravidade, a secreção desce pelos brônquios, fazendo com que as cavidades tenham uma
maior quantidade de ar.

OBS.: As cavidades são formadas em meio a uma consolidação. No início da doença, o


raio-X indica apenas a consolidação.

Nessa síndrome, o exame físico vai variar de acordo com a etiologia.


 Tuberculose tem maior quantidade ar;
 Abcesso (mais em lobo inferior; metade secreção, metade ar) comete mais o
pulmão direito (causado por várias bactérias, na maioria das vezes anaeróbicas),
e também se inicia em meio à consolidação e formação de necrose. Acontece por
aspiração, seja por vômito ou má conservação dos dentes, geralmente em
pacientes imunodeprimidos e/ou alcoolistas.
 Neoplasia pulmonar começa no brônquio e posteriormente acomete o
parênquima. Os tumores são extremamente vascularizados, assim, pode haver
infecção pelo sangue gerando uma cavitação dentro do tumor.

Sintomatologia da escavação:

 Tosse (Produtiva, com odor fétido no abcesso);


 Febre (Baixa, mais no final da tarde, com calafrios e sudorese noturna);
 Expectoração mais purulenta;
 Hemoptoicos;
 Vômica (Abcesso)

PARTE 2 – TAYRON

O cheiro de bactérias anaeróbias é muito característico, pois é um odor


extremamente forte. Uma cavidade com mais de 4cm de diâmetro vai apresentar
alteração no exame clínico.

1.2 – Exame físico

 Eupneico ou taquipneico;
 Sopro cavitário:

A cavidade em um paciente com tuberculose (ou que ficou com a sequela da


tuberculose, pois o normal é o pulmão “fibrosar” e fechar o espaço. No entanto, em
alguns pacientes isso não ocorre e fica a cavidade) que tem mais ar do que secreção, a
ausculta vai apresentar alterações, o chamado sopro cavitário, que é o som aumentado
em relação ao outro lado normal, audível tanto em inspiração quanto em expiração. É
bastante semelhante ao som normal da traqueia.

Não é um som acompanhado do murmúrio vesicular. É um som aumentado que


substitui o murmúrio. Muito audível na inspiração e na expiração, diferente do
murmúrio vesicular, que é mais audível na inspiração.

 Murmúrio vesicular: normal ou aumentado


 Ressonância vocal: normal ou aumentada no local
 Frêmito toraco-vocal: normal ou aumentado no local
 Percussão: som claro ou timpânico (cavidade com mais de 4cm)

No abcesso pulmonar com mais de 4 cm (que se encontra, geralmente, no lobo


inferior do pulmão direito) tem pouco ar e mais secreção purulenta (mais de 50% de
pus já interrompe o sopro). Essa secreção faz com que o murmúrio diminua. Pode
ser encontrado ressonância vocal e frêmito toraco-vocal diminuídos também. Além
disso, pode haver um som claro pulmonar ou submaciço. O abcesso é uma exceção,
pois geralmente o som se propaga melhor no sólido, fazendo com que a ausculta seja
mais audível (isso só acontece nas consolidações). Nesse caso é ao contrário, o som
diminui, porque dentro da cavidade, apesar de ter pus, não tem brônquios que
ajudaria na melhor propagação do som.

 Estertores finos
Além do sopro, também é possível encontrar estertores finos na tuberculose nas
neoplasias e nos abcessos. O mais comum é não encontrar, pois quando a cavitação se
forma, a consolidação já está diminuindo.
O exame mais variável das síndromes é o da cavitação, tudo vai depender da
clínica do paciente, pois é bastante semelhante a clínica do abcesso com a da
tuberculose. Exceto no exame físico, que a tuberculose é mais comum no ápice e o
abcesso no inferior direito.

2 –CONGESTÃO PULMONAR

Congestão pulmonar (edema pulmonar ou edema agudo de pulmão) é outra


síndrome parenquimatosa e está relacionada com a insuficiência cardíaca. É uma
insuficiência ventricular esquerda, que provoca um aumento da pressão hidrostática.
Aumenta a pressão do ventrículo esquerdo, que aumenta a pressão do átrio esquerdo,
das veias pulmonares, de vênulas, de capilares, até chegar no interstício alveolar. Até
fazer com que chegue líquido na luz do alvéolo, fazendo com que o paciente “se afogue
no seco”. Pode ter até congestão pleural, mas é menos comum. E pode também chegar
aos brônquios, tornando-se uma síndrome brônquica.
Essa síndrome acontece geralmente em quem tem HAS ou doença coronariana
que evolui pra doença cardíaca esquerda.

OBS.: existem algumas exceções em que o edema de pulmão não é por causa cardíaca,
como o causado pela inalação de amônia ou fumaça, mas é muito menos comum.
2.1 - Sintomatologia

O primeiro sintoma desse acometimento alveolar é a dispneia pela falta de troca


gasosa efetiva, e é relacionada a esforço e a decúbito, pois quando o paciente deita, o
líquido ocupa todo o pulmão, causando uma dispneia paroxística noturna. O paciente
acorda sufocado e senta, dessa forma, o líquido vai para a base do pulmão e permite
uma melhor respiração. Se não for tratada, o paciente evolui para ortopneia, não
consegue mais deitar, só dorme sentado. Para descobrir, é preciso perguntar como o
paciente dorme. Ele vai referir que dorme numa cadeira, de rede, ou com vários
travesseiros ajudando a elevar o tronco.
Além disso, quando começa a comprometer os brônquios, o paciente começa a
ter tosse quando está deitado. Também é possível ter chiado no peito, pois os brônquios
estão estreitados. E hemoptoicos, pois a pressão hidrostática acaba aumentando a
resistência vascular pulmonar, o que pode romper alguns vasos e o paciente começa a
escarrar uma secreção cor de rosa, com sangue em seu conteúdo.
PARTE 3 – TIAGO

Em um caso de dispneia paroxística noturna, consequência de uma insuficiência


cardíaca grave que leva ao acumulo de líquidos no pulmão durante o estado de decúbito,
o paciente acorda no meio da noite com um sentimento de sufocação que o leva a sentar
na cama. Quando ele realiza essa ação, os líquidos que obstruíam os alvéolos acabam
por se concentrarem na base do pulmão e o levam a uma melhora da dispneia. Como
essa dispneia e um ciclo em seus retornos dos sintomas, caso o paciente não trate de
maneira correta, acabará por evoluir para um quadro de Ortopneia. Nesse caso, o
paciente não conseguirá nem dormir em decúbito, logo passará a noite em uma posição
sentada. Durante uma anamnese, é comum o paciente referir que só consegue descansar
na poltrona ou encostado sobre vários travesseiros.
Além disso, o paciente pode apresentar tosse e chiado quando os brônquios
acabam sendo afetados pelo excesso de líquido. Vale ressaltar que os alvéolos não
apresentam receptores de estímulos ligados a tosse, logo, caso o paciente se queixe,
poderá se inferir que o acúmulo de líquido chegou até os brônquios. Com o
estreitamento dos brônquios, poderá ser notado o chiado na respiração do paciente. Em

2.2 – Exame físico


certos casos, quando a pressão hidrostática leva a uma ruptura dos pequenos vasos dos
brônquios, ocorrerá a formação de hemoptoico.

 Estertor fino ou grosso;


Durante a inspeção física de um paciente que apresenta essa enfermidade, pode-
se auscultar o estertor fino bilateral nos terços inferiores, como consequência da
obstrução alveolar. Acontece em alguns casos que o médico acaba por confundir o caso
com um quadro de pneumonia, mas, através da observação do escarro amarelado e da
presença de febre, típicas de um quadro de pneumonia, poderá ser discernido qual é a
verdadeira enfermidade do paciente. Caso o paciente apresente edema agudo de pulmão,
em decorrência do comprometimento alveolar, poderá ter a presença de ronco, sibilo,
estertor fino e grosso.
 Taquipneia e dispneia;
 Expansibilidade e Frêmito tóraco-vocal normais;
 Som claro ou submaciço;
 Murmúrio vesicular normal;
 Ressonância vocal normal.

3 – FIBROSE PULMONAR

A fibrose pulmonar é uma síndrome causada pela cicatrização do parênquima


pulmonar. Ela é causada por uma por uma doença inflamatória intersticial que acomete
a região entre os alvéolos, de forma que essa região entre os alvéolos é infiltrada por
células inflamatórios que vão desencadear a cascata inflamatória, assim sinalizando para
os fibroblastos a necessidade de cicatrizar o interstício e a parede dos alvéolos.
Durante a cicatrização ocorre a formação de uma parede rígida sem função de troca
gasosa. Nesse caso, o mais indicado é o transplante pulmonar para o retorno da função
de hematose pulmonar. É causada por uma inflamação crônica, idiopática e progressiva
no parênquima pulmonar com variáveis graus de fibrose.

A fibrose pulmonar idiopática (idiopática = não se sabe a causa), é a forma mais grave
de todas as fibroses, tendo o pior prognóstico e menor tempo de sobrevida, em muitos
casos a sobrevida é de no máximo 5 anos depois que descobre a doença. Essa patologia
ainda não tem tratamento.
OBS.: Recentemente criou-se dois medicamentos atni-fribótica que prolongam um
pouco a vida do paciente. Essas medicações tem um alto valor agregado, custando em
torno de 250 mil reais por ano.

Em uma tomografia de um caso de fibrose pulmonar, será observado diversos


abcessos no pulmão mostrando o tecido cicatricial que acaba sendo sem função para o
órgão.
Imagem: paciente com DPOC

Em mulheres jovens, quando se diagnostica um caso de fibrose pulmonar, deve-


se levar em consideração as doenças colagenosas, que são um grupo de doenças
autoimunes. Dentro das possibilidades estão à esclerodermia, dermatomiosite e lúpus, e
o tratamento deve seguir com base na enfermidade em si, não na fibrose. Vale salientar
que tem algumas doenças ocupacionais como silicose, algumas medicações
( diclofenaco, amiodarona entre outros) por proporcionar o desenvolvimento da fibrose
pulmonar. Pode ser causada também por inalação de varias substâncias como amônia,
acido sulfúrico, cloro e etc. Recentemente foi descoberto que um fungo que se prolifera
em salas quentes e úmidas como saunas podem levar a um caso de fibrose pulmonar,
por mais que seja algo raro de acontecer.

3.1 – Sintomatologia

 Dispneia (primeiro sintoma) progressiva aos esforços (paciente fumante demora


mais para perceber);
 Tosse seca;
 Bronquioloectasia por tração dos alvéolos (dilata os bronquíolos).
Quando ocorre essa tração o paciente vai desenvolver quadro de tosse, pois os
bronquíolos são cheios de receptores de tosse.
PARTE 4 – VITOR

3.2 – Exame físico

 Taquipneia, dispneia, tiragem, uso de músculos acessórios;


 Murmúrio vesicular, frêmito toraco-vocal e ressonância vocal – normal;
 Esertor fino;

Vai ter um ruído adventício característico que é o estertor fino, normalmente é


uma doença bilateral, ou seja, vamos ter um ruído bilateral. O estertor fino também dá
na congestão. Essa doença também começa nos terços inferiores, porque os terços
inferiores são mais perfundidos do que ventilados, como essa reação inflamatória vem
pela corrente sanguínea, começa por lá (terços inferiores).
Quando o paciente inspira é possível ver o som do estertor fino ou estertor
crepitante, o alvéolo não tem secreção purulenta dentro, mas ele tem uma reação
inflamatório em torno/envolta dele. Quando o paciente inspirar, que ele estender
totalmente, desse modo pode-se ouvir um som no fim da inspiração, que é o estertor
fino.
A medida que o alvéolo vai cicatrizando, ele vai ficando tão duro, que ele não
vai conseguir inspirar totalmente, ele vai ficar rígido e “menorzinho”, ele fica com
dificuldade de colocar o ar para dentro. É diferente do DPOC, do enfisematoso, que ele
inspira bem, mas não solta todo o ar, nesse outro caso ele não consegue colocar o ar
para dentro porque o alvéolo não expande. Então quando o alvéolo vai cicatrizando o
estertor fino vai ficando cada vez mais perto do início da inspiração, vai ficando mais
precoce.

OBS.: Estertor fino tele inspiratório ou estertor fino “em velcro”: quando o estertor
está presente em toda a inspiração.

Se você está de frente a um paciente que tem dispneia progressiva ao esforço e


estertor fino em velcro bilateral nos terços inferiores, vocês vão pensar em fibrose
pulmonar.
Estertores finos (que são os crepitantes), têm o fino crepitante habitual que tem o
murmúrio mais no fim da inspiração e pode ter em velcro que é em toda a inspiração.
OBS.: Quando se tem em velcro já se sabe que o pulmão já está todo cicatrizado.
 Elasticidade e expansibilidade diminuídas;
 FTV normal;
 Som claro pulmonar;
 MV presente e simétrico
 RV normal.

4 - INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA

A insuficiência respiratória é uma grande síndrome que é consequência das


outras síndromes que a gente já viu. A IR pode ser causada por pneumonia,
pneumotórax, derrame pleural, fibrose pulmonar, uma DPOC, uma asma grave.
Para eu poder dizer que um paciente tem insuficiência respiratória, clinicamente
ele vai ter dispneia, pode ter cianose ou não, e apresenta características das síndromes
que o levaram a ter insuficiência respiratória, mas para eu fazer o diagnóstico é preciso
fazer gasometria arterial.

Gasometria Arterial:
Gasometria arterial é um exame que a gente coleta sangue da artéria, pode ser
artéria femoral, braquial, radial. Nesse sangue mede-se a pressão arterial de oxigênio e a
pressão arterial de gás carbônico, também o pH e o bicarbonato, além de outras coisas.
Mas com os dois dados: gás oxigênio e gás carbônico, pode-se definir se o
paciente apresenta ou não uma insuficiência respiratória.
Quando o paciente tiver uma pressão de oxigênio menor a 60 mmhg (normal: de
85 a 100 mmhg), já se sabe que está em insuficiência respiratória, mesmo ele sendo um
paciente com uma doença pulmonar crônica.

Classificação da insuficiência respiratória:


Para se classificar em agudo ou crônico, é preciso verificar o Co2. O valor
normal de C02 é de 35 a 50.

Se tiver um paciente com hipoxemia (baixo nível de oxigênio), e um PaCo2


normal ou até abaixo do normal, ou seja, o normal é entre 35 e 50, mas se eu tiver um
paciente com a PaCo2 normal ou até menor que 35, que é a hipocapnia (baixo nível de
CO2), eu classifico o paciente como um paciente com insuficiência respiratório Tipo I
aguda ou hipoxêmica.

Exemplo: paciente com asma, que é uma doença crônica, é diferente do paciente
com enfisema, o asmático tem doença de via aérea, mas com o tratamento ele fica
normal. Quando ele tem uma crise de asma, ele tem o fechamento dos brônquios,
que gera diminuição da ventilação e depois começa a ter falta de ar. Vai cair numa
insuficiência respiratória, mas o Co2 vai estar normal, porque ele tem alvéolos
íntegros, ele vai hiperventilar para inalar mais oxigênio. No que ele hiperventila, ele
pode até mesmo baixar os níveis de C02. E pode fazer uma hipocapnia,
Quando é crônica, o paciente já tem uma retenção de Co2, ou seja, o paciente já tem
um Co2 acima do normal. Ex: um paciente com DPOC.

OBS.: A saturação de oxigênio tem relação com a hemoglobina saturada de oxigênio.

A ventilatória ou Tipo II é crônica , o paciente já tem hipoxemia, como por


exemplo um paciente com DPOC, mas tem um acúmulo de Co2 acima de 50, porque ele
retém Co2. Devido ao fato de ele já ter uma doença em alvéolo, ele hipoventila
normalmente, e não consegue hiperventilar para compensar.
Paciente com edema agudo de pulmão, insuficiência aguda e hipoxêmica, Tipo I, se
tiver uma DPOC associada, pode apresentar insuficiência crônica e aguda juntas.

4.1 – Exame físico

 Fáceis hipocráticas;
Em sofrimento respirando pela boca com os olhos arregalados.
 Taquipneia, taquicardia, dispneia;
 Tiragem intercostal e utilização de musculatura acessória;
 Cianose ou não;
 Respiração paradoxal (um dos sinais indiretos para entubar o paciente).

Respiração paradoxal significa fadiga diafragmática, é perceptível pois a


movimentação do tórax e do abdômen é contraria ao do habitual. Na inspiração,
como o diafragma não está contraindo bem, ele não vai descer, ele vai ficar mais em
cima, então o abdômen do paciente não vai retrair como deveria. E na expiração o
diafragma não vai relaxar bem, ou seja, não vai subir, então o médico percebe um
movimento respiratório diferente, principalmente na inspiração.

PARTE 5 – YAGO

Quando o paciente tem respiração paradoxal, não se deve esperar muito e


entubar o mais rápido possível, devido ao alto risco do diafragma parar e o paciente
entrar em parada respiratória, pois o diafragma só aguenta de 24h à 36h em respiração
paradoxal.
O exame físico da Insuficiência Respiratória dependerá da síndrome que o paciente
possui e o levou a essa insuficiência. Pode ser DPOC, asma, pneumotórax, derrame
pleural, consolidação, fibrose pulmonar, etc.

5 – NEOPLASIA PULMONAR

Não é uma síndrome pulmonar, mas é uma das neoplasias que mais mata.
Depois de diagnóstico, normalmente só 11 pacientes a cada 100 sobrevivem após 5
anos, mesmo com tratamento completo. Cerca de 85% a 90% dos pacientes com câncer
de pulmão são tabagistas, visto que a carga tabágica de 20 maços/ano aumenta a chance
de câncer de pulmão em 30 vezes, mas pode-se ter câncer com cargas bem menores.
Deve-se sempre pesquisar o histórico de câncer na família, independente do tipo de
câncer, pois normalmente é o responsável por câncer em pacientes que não fumam.
Depois de 20 anos que o paciente parou de fumar, o risco de câncer cai de 30 para 3,
mas ainda é maior que o de uma pessoa não tabagista. A faixa etária
predominantemente desse câncer é acima de 40 anos.
5.1 – Sintomatologia
Possui muitas variáveis e dependem da localização do tumor.

 Central (se encontra próximo ao mediastino) : o sintoma mais comum é a tosse,


pois os brônquios principais possuem muitos receptores de tosse. Normalmente
como o paciente é fumante, e naturalmente tosse, por isso, esse sintoma passa
despercebido. Depois da tosse, aparece a dispneia, e o tumor cresce o suficiente
para corroer a parede do brônquio, causando sangramento e hemoptise, o que
normalmente leva o paciente a procurar ajuda, mas já é tarde pois provavelmente
já ocorreu metástase. Quando o tumor aparece no Raio-X com pelo menos 0,5
cm, acredita-se que já esteja lá a pelo menos 3 anos, tempo suficiente para
ocorrer metástase, mesmo antes de crescer. Por isso, quem fuma deve fazer
Raio-x de tórax todo ano. Outro sintoma comum que também leva o paciente ao
médico é a rouquidão.

 Periférico: o sintoma mais comum é a dor, pois está associada a pleura. A dor é
ventilatório-dependente e em pontada. Quando a dor não for ventilatório-
dependente, normalmente é porque já tem metástase óssea nas costelas.

Quando o tumor se encontra entre a parte central e a periférica, ele é assintomático.


Se for encontrado algum nódulo no exame de Raio-X deve-se retirar todo o lobo do
pulmão no qual o nódulo se encontra, mesmo que ele seja pequeno e o paciente seja
assintomático.

PARTE 6 – YASMIN

Quando o tumor invade e estreita o brônquio, ele pode causar atelectasia.


Também pode causar pneumonia pós obstrutiva, pois, a secreção produzida nos
brônquios normalmente se acumula, e assim, é gerada uma obstrução. Portanto, o
paciente com neoplasia pode ter qualquer uma das síndromes pulmonares. Como, por
exemplo, consolidação da pneumonia pós obstrutiva, atelectasia, derrame pleural (se for
um tumor periférico), escavação.
No entanto, existem alguns sinais e sintomas gerais que quando encontrados em
pacientes tabagistas, deve-se desconfiar de qualquer tipo de neoplasia. São esses: tosse
(mudança no padrão), dispneia (piora), hemoptise, rouquidão, edema no tórax, dor
torácica, anorexia, palidez cutânea ou cutâneo-mucosa, emagrecimento (10% do peso
em um mês), febre, sudorese noturna.
Para um paciente que fuma mais de 20 maços/ano, o risco de neoplasia
pulmonar é 30 vezes maior. Se o paciente apresentar perda de 10% do peso em 1 mês,
pensa-se nessa possibilidade. Nessa enfermidade, se o paciente está pálido, a palidez é
diferente. As mucosas apresentam-se numa coloração amarelo encerado, mas não é
icterícia. Nem todos os pacientes apresentarão tais sintomas, mas alguns sim.
Também apresentarão febre baixa, geralmente no fim da tarde acompanhado de
calafrio e sudorese. Alguns pacientes também apresentam edema torácico, pois, a veia
cava superior fica comprimida devido o crescimento do tumor, e geram danos a
microcirculação. Portanto, ao enxergar-se um paciente tabagista queixando-se de perda
ponderal, tais fatores devem ser observados

5.2 – Exame físico


O exame físico da neoplasia pode apresentar-se completamente normal, mas
também pode-se apresentar em um exame de qualquer uma das síndromes (atelectasia,
derrame pleural, escavação) com os seus sintomas associados (perda de peso, palidez,
mudança do padrão de sintomas respiratórios). No entanto, o ideal é fazer uma
tomografia por ano, mas como sua radiação é muito alta, o melhor método para avaliar
tais pacientes, é o Raio-X.

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