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NEUROCISTICERCOSE
INTRODUÇÃO
Por ser doença transmissível, a sua alta incidência retrata as más condições de saneamento
básico local.
PATOLOGIA
• Parasitose mais comum do SNC, causada pela infestação pelo CISTICERCO
(Cysticerscus celullase) - LARVA da Taenia solium
• A cisticercose do SNC é importante em nosso meio não somente pela sua frequência,
mas também pela elevada morbidade e mortalidade, especialmente nas formas que
evoluem com hipertensão intracraniana.
• Mesmo com o desenvolvimento de drogas que provocam a degeneração dos
cisticercos, como o praziquantel e o albendazol, a experiência acumulada nos últimos
anos mostrou que a eficácia dessas drogas é mais acentuada nos casos com cistos
ativos no parênquima encefálico além disso não evitam complicações cirúrgicos.
• O embrião hexacanto atinge o sistema nervoso central, principalmente as
leptomeninges, os ventrículos e o parênquima encefálico, através da circulação
sanguínea, parando nesses locais ao ocluir um capilar.
• Após atravessar ativamente a parede do capilar no parênquima encefálico, atinge o
espaço intersticial, onde evolui para a forma cística, transformando-se no Cysticercus
celullosae.
• A infestação dos ventrículos é atribuída a passagem ativa dos embriões hexacantos,
através dos capilares do plexo coróideo, que em seguida, transformam-se em
cisticercos.
• O cisticerco pode ser levado pelo fluxo do LCR desde os ventrículos até o espaço
subaracnóideo.
• Após a instalação no parênquima encefálico o cisticerco desenvolve-se e pode atingir o
diâmetro de 4 a 20 mm, nos ventrículos e nessa podem atingir tamanhos maiores.
• Podem assumir a forma de Cysticercus racemosus que se caracterizam por apresentar
uma membrana com espessura irregular, por não apresentar escólex e por ser
agrupados em múltiplas vesículas.
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No SNC os cisticercos apresentam um processo evolutivo natural que culmina com a sua
degeneração em um período aproximadamente de 2 a 5 anos.
1)VESICULAR
2)COLOIDAL
3)GRANULAR
4)NODULAR CALCIFICADO
• Vesicular
o NÃO capta contraste (forma ativa)
• Coloidal
o Capta contraste em fase de degeneração
• Granular
o Grânulos de cálcio
• Nodular calcificado
o Calcificado = em sofrimento
REAÇÃO INFLAMATÓRIA
• É mais intensa durante a degeneração do cisticerco (fase coloidal), declinando até ele
se calcificar
• Eosinofilia e células gigantes multinucleadas - reação granulomatosa
• Quadro clínico recorrente (diferentes idades)
→ Quando o cisto está em contato direto com o LCR a reação inflamatória desencadeada por
ele pode se estender para outros locais e provocar extensas áreas de processo inflamatório
nas cisternas e meninges.
CLÍNICA
Mecanismos básicos:
1. Compressão do tecido nervoso e obstrução da circulação liquórica (direto)
2. Fenômenos imunoalérgicos (indireto)
→ O comprometimento:
1. Parênquima encefálico - crises convulsivas e outros sinais localizatórios
2. Comprometimento meníngeo - irritação meníngea e febre
3. Intraventricular - hipertensão intracraniana (elevada morbimortalidade)
• Obstrução mecânica dos ventrículos ou das cisternas basais pelos
próprios cistos ou por reação inflamatória (ependimite ou aracnoidite)
ou pode ser causada por dificuldade na absorção do LCR devido a
aracnoidite parassagital
4. Medula e raízes espinhais - lombociatalgia contínua
• Nervos cranianos mais comumente atingidos pelos cisticercos ou aracnoidite são:
óptico, oculomotor e o facial
• Cistos localizados no ângulo ponto cerebelar pode causar uma síndrome do ângulo
ponto ou trigeminalgia
• Cistos localizados na cisterna quadrigeminal podem provocar a síndrome de Parinaud
(depressão e convergência ocular, não faz elevação ocular)
A síndrome de Parinaud completa consiste em paralisia do olhar conjugado vertical para cima
e menos frequentemente para baixo, midríase, ausência de reação pupilar à luz e incapacidade
para a convergência ocular.
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DURAÇÃO
Ao final da degeneração dos cistos de uma mesma infestação (2 a 5 anos) a doença
autolimitar-se-á. Apesar do fim da doença, persistem sequelas graves como a hidrocefalia e
sinais neurológicos focais causado pelo comprometimento do parênquima encefálico.
DIAGNÓSTICO
LCR
• Pleocitose com eosinofilorraquia >2%
• Hiperproteinorraquia
• Hipoglicorraquia
• ELISA positivo
→ O teste da imunoeletrotransferência (EITB - enzime-linked immunoeletrotransfer blot
assay) no soro têm especificidade próximo a 100% e sensitividade de 94 a 98% para pacientes
com 2 ou mais lesões hipercaptantes e aproximadamente 50% para pacientes com cisticerco
único intracraniano → PORÉM NÃO SE FAZ, devido ao custo
NEUROIMAGEM
• Cisto ativo – vesícula com hipodensidade SEM captação de contraste → edema do
parênquima cerebral, áreas nodulares hipodensas no parênquima ou nas cisternas de
1 a 2cm, sem captação de contraste
Porque ele já está degenerando e aumenta a vascularização e isso faz captar o contraste
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
• Cisto gigante único pode ser confundido com cisto hidático → O cisto hidático ou
hidatidose é uma doença parasitária ocasionada pela forma larval do verme
Echinococcus granulosus, parasita pertencente ao grupo das tênias, presente apenas
no intestino do cão.
• Cenurose, considerada muito rara, é causada pelo cestóide multiceps multiceps, o
diagnóstico diferencial pode ser efetuado apenas por meio da identificação da larva.
MAIORES
• Lesão altamente sugestiva no exame de imagem (sem escólex)
• Teste da imunoeletrotransferência positivo
• Resolução de lesões após tratamento clínico
• Resolução espontânea de lesões hipercaptantes únicas e pequenas (desaparece, mas
se calcificar não vai chegar a desaparecer)
MENORES
• Lesão cerebral compatível no exame de imagem
• Manifestação clínica sugestiva
• Elisa positivo para anticorpos anticisticercos no LCR
• Cisticercose fora do SNC → se estiver no musculo pode fazer um raio-x
EPIDEMIOLÓGICOS
• Familiar que teve contato com Taenia solium
• Indivíduo em área endêmica
• Viagem para área endêmica
TRATAMENTO
• Forma parenquimatosa → Albendazol ou Praziquantel + Corticoide → por 15 dias
(albendazol mais recentemente por 8 dias)
→ Efeito antiparasitário sobre 60% a 85% dos cistos parenquimatosos
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EXTRA:
• Forma racemosa - Cysticercus racemosus se caracteriza por apresentar uma
membrana com espessura irregular, por não apresentar escólex e por ser agrupados
em múltiplas vesículas
• A infestação dos ventrículos é atribuída à passagem ativa dos embriões hexacantos
através dos capilares do plexo coróideo, que em seguida, transformam-se em
cisticercos
• O cisticerco pode ser levado pelo fluxo do LCR desde os ventrículos até o espaço
subaracnóideo
• No SNC os cisticercos apresentam um processo evolutivo natural que culmina com a
sua degeneração em um período aproximadamente de 2 a 5 anos (AUTOLIMITADA)
• Cisto gigante único pode ser confundido com cisto hidático
• Cisticercose raquidiana - sinais de compressão medular, radicular e da cauda equina
(anestesia em tarso, comprometimento esfincteriano), como paresias flácida ou
espástica, déficits sensitivos, distúrbios esfincterianos, dor irradiada e sinais de
liberação piramidal
FORMAS PASSÍVEIS DE CIRURGIA
FORMA TUMORAL
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FORMA PSEUDOTUMORAL
• É causada por uma reação inflamatória difusa do parênquima encefálico, geralmente
devido a uma infestação maciça por cisticercos. Caracteriza-se pela ocorrência de
manifestações clínicas de HIC em pacientes que não apresentam um processo
expansivo intracraniano ou hidrocefalia.
CISTICERCOSE RAQUIDIANA
• A forma raquidiana da cisticercose do SNC é pouco frequente em relação a encefálica,
variando de 1,6 a 20%. O cisticerco pode chegar ao canal raquídeo através da
circulação sanguínea ou através do LCR.
• As manifestações mais comuns são sinais de compressão medular, radicular e da
cauda equina, como paresias flácida ou espástica, déficits sensitivos, distúrbios
esfincterianos, dor irradiada e sinais de liberação piramidal.
QUESTÕES
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