Você está na página 1de 48

ENFERMAGEM DE SAÚDE INFANTIL E PEDIATRIA

AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA

Professores: Jorge Apóstolo; Ana Perdigão, Lurdes Lomba, Marília


Flora, Sandra Lopes e Regina Costenaro
2019 /2021
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA

SUMÁRIO:

1. Meningite: bacteriana e não bacteriana


2. Distúrbios convulsivos
3. Hidrocefalia
4. Espinha bífida
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
─ MENINGITE
─ Inflamação das meninges (membranas que recobrem o encéfalo e a espinal medula)
e do LCR após invasão por agentes infeciosos, com risco de lesão do SNC
─ Ocorre em consequência de infeção (bactéria ou vírus) que atravessa a barreira
hemato-encefálica
(EX. contacto com alguém infectado, infeções recentes como otite ou sinusite,
traumatismos penetrantes da cabeça, saída de LCR pelo nariz ou ouvidos,
procedimentos neurocirúrgicos recentes, mielomeningocelo,…)
• Meninges
Aracnóide
Dura-máter
Algia; Pia-máter
Cefaléia;
Vômito; Mesencéfalo
Irritabilidade;
Rigidez de
Nuca; Pedúnculo Cerebelar superior
Mal estar
geral;
Sinais de Cerebelo

sépsis; Assoalho do IV
ventrículo
Hipertermia.

Bulbo

Medula espinhal

Raízes posteriores dos


nervos espinhais
Tronco
cerebral
Mesencéf
alo-
Ponte-
Bulbo-
Possui 16 centros de
reflexos vitais:
-Sucção, Mastigação,
Deglutição, Salivação,
Respiração, Espirro,
Suspiro, Tosse, Soluço,
Lacrimejamento, Vômito,
Linguomaxilar,
Pestanejar, Equilíbrio,
Cardiomaderador e
cardioacelerador,
Cerebelo-Equilíbrio Diâmetro pupilar.
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
MENINGITE
─ A via de infeção mais comum é por disseminação vascular a partir de
foco localizado noutra região
─ Meningite vírica é a mais frequente, Meningite bacteriana é a mais
grave, pode ser fatal- constitui uma emergência de saúde.
─ Nota: A meningite é de notificação obrigatória

─ Manifestações
Febre, náuseas ou vómitos
─ Cefaleia, rigidez de nuca (dor no pescoço), irritabilidade, prostração e
Intolerância à luz ou ao ruído
1ºs sintomas: Tº ↑ ou ↓ , anorexia, apatia, sinais
diretos ou indiretos de infecção
Irritação Meníngea Disseminação
Rigidez de nuca; vascular a partir
do foco infeccioso

Invasão meningea Tecidos Invadem e


LCR Duramater(externa, espessa), ultrapassam a BHE/
contaminado Aracnóide (vascularizada) sangue.
Piamater ( interna, fina).

Reprodução
Estimulo dos ↑ permeabilidade
bacteriana,
Pléxos hematoliquórica e
ESA Inflamado
coróides produção do LER

Edema vasogênico, citotóxico


Aumento
e intersticial (hidrocefalia)
da PIC
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
MENINGITE
─ sonolência-torpor-coma, convulsões
─ abaulamento da fontanela nos lactentes
─ Sinais meníngeos
─ Rigidez da nuca (dor ao flexionar o pescoço para frente)
─ Sinal de Brudzinski (em decúbito dorsal, a flexão da nuca provoca
flexão involuntária dos joelhos)
─ Sinal de Kerning (contratura dolorosa ao fazer a flexão do joelho sobre
a bacia, seguida de extensão do membro)
─ Sinal de Tripé (cça sentada, o dorso rígido obriga a apoiar-se nas mãos)
LÍQUOR
PRODUZIDO PELOS PLEXOS CORIÓIDEOS,
PASSA PELOS VENTRÍCULOS LATERAIS
VAI PARA O 3º VENTRÍCULO
PASSA PELO AQUEDUTO DE SYLVIUS...
CHEGA AO 4º VENTRÍCULO E....
PODE SEGUIR DOIS CAMINHOS,
DESCE PELA MEDULA ESPINHAL OU...
CIRCULA O ENCÉFALO SENDO
ABSORVIDO NAS GRANULAÇÕES ARANOÍDEAS, LOCAL ONDE
SE MISTURA COM O SANGUE

OSSO
ESPAÇO
SUB- DURA MATER
ARACNÓID
E ARACNÓIDE

PIA MÁTER
Vasos sanguíneo

CÉREBRO
FORMAÇÃO, ABSORÇÃO, CIRCULAÇÃO DO LCR
.
Produzido-
III Vent
plexos vent. Pelo
coroides laterais
Aqueduto
superior de Silvius
e inferior. IV Ventrículo

1º) LCR penetra no canal 2º) LCR passa para o espaço


central da medula subaracnóideo, Pela
e desce até o abertura mediana (buraco de
V ventrículo Magendre) e aberturas
(filamento terminal. laterais (buraco de Luschka).

Reabsorvido nas granulações aracnoides- são emaranhados


de vasos. É neste local que o LCR se mistura com o sangue
MENINGITE
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
MENINGITE BACTERIANA - MAIS COMUNS
─ Meningite meningocócica, Punção Lombar
causa- Neisseria meningitidis
─ Meningite pneumocócica,
causa- Streptococcus
pneumoniae
─ Meningite provocada por
Haemophilus influenzae tipo b
(Hib), é rara, facto que resulta da
introdução no PNV da vacina
HibTiter.
Avaliação diagnóstica
─ Punção lombar, hemocultura,
cultura de secreções nariz e
garganta
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA

Tratamento -Antibioterapia (ceftriaxone e ampicilina)


─ Na meningite meningocócica-indicado rifampicina
por 2 dias nas pessoas que contactaram com a criança

MENINGITE – NÃO BACTERIANA


─ Causada por diversos agentes especialmente virais
─ Frequente associada a outras doenças (herpes, sarampo, leucemia)

Manifestações- Início súbito ou gradual


─ Cefaleia, febre, astenia, náuseas, vómitos, dor torácica e pernas e sinais
meníngeos, e estado geral conservado
─ Exantema maculopapular pode coexistir
─ Sintomas regridem espontaneamente entre 3 a 10 dias, sem sequelas
─Diagnóstico diferencial: PL -LCR apresenta aumento de linfócitos
─Tratamento: Sintomático e antivíricos.
─Punção lombar diminui as cefaleias e os vómitos.
─Hospitalização justifica-se pela persistência dos vómitos
─Prognóstico: bom
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
Meningite - Intervenções de enfermagem

─ Preparar/tranquilizar a criança para realização da P.Lombar.


─ Manter repouso (pós punção lombar)
─ Isolamento até 24h após início da antibioticoterapia (meningite bacteriana)
─ Monitorizar sinais vitais e estado neurológico ( E. Glasgow)
─ Reduzir estímulos e ruídos ambientais
─ Controlar da temperatura
─ Manter hidratação
─ Manter nutrição
─ Controlar débito urinário
─ Avaliar perímetro cefálico e acuidade auditiva
─ Prevenir infeções hospitalares
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
CRISES CONVULSIVAS

Caracterizam-se por uma disfunção do sistema elétrico-encefálico


resultante de descarga neurocortical
Manifestações
─ Alteração da consciência,
─ Movimentos involuntários
─ Alterações da perceção
─ Comportamento e postura
A epilepsia é um distúrbio convulsivo crónico, em que as crises
convulsivas são recorrentes e não provocadas
TIPOS DE CONVULSÕES
Convulsões generalizadas
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
CRISES CONVULSIVAS - Causas
─ Epilepsia, tumores, infeções, traumatismo, hipoxia, toxinas exógenas e endógenas,
distúrbios bioquímicos (hipoglicemia, hipocalcemia, hipomagnesemia, hipoou
hipernatremia), hemorragias intracranianas, meningites, AVC e de origem
idiopática
─ A atividade convulsiva é causada por descarga elétrica espontânea num grupo de
células – FOCO EPILEPTOGÉNICO– pode aumentar a excitabilidade face a
estímulos endógenos e exógenos
─ Quando este foco se dissemina para o tronco cerebral, desenvolve-se uma
convulsão generalizada
-Primeiras 12 a 24 hs: hipoxemia, isquemia, infecção congênita
(herpes, toxoplasmose, citomegalovírus, rubéola). Dependência
química(mãe), anomalias congênitas, HIC, Kernicterus.
Origem das
convulsões -Entre 1 e 2 dias :Intoxicação anestésica, HIC, lesão cerebral,
mãe dependente química, desordens de aa, proteínas.

-Acima de 3 dias :Infecção intracraniana, erros inatos do metabolismo.


1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
CRISES CONVULSIVAS
─ Uma crise é o resultado de uma disfunção temporária na actividade
eléctrica do cérebro
─ As mensagens cerebrais são temporariamente interrompidas ou
trocadas
─ O número de crises varia entre menos de uma por ano ou várias por
dia, e podem ter lugar em qualquer momento
─ Geralmente duram apenas alguns segundos ou minutos, após o que as
células do cérebro retomam a sua atividade normal.

CRISES CONVULSIVAS - CLASSIFICAÇÃO


Crises parciais
─ Envolvem uma parte limitada do cérebro, e podem ser simples ou
complexas (algumas podem progredir para crises generalizadas, que
envolvem a totalidade ou quase totalidade do cérebro)
Crises generalizadas
─ Envolvem a totalidade ou quase totalidade do cérebro
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
CRISES CONVULSIVAS - Crises parciais Simples
─ Não há perda de consciência. Como o cérebro controla a maioria das funções
corporais, se ocorre, geralmente afeta o órgão controlado por essa parte do
cérebro
Músculos -Podem causar espasmos numa parte do corpo
Órgãos sensoriais
─ Nervos – podem causar sensação de ardor ou formigueiro numa parte do corpo,
prolongando-se ou não a outras partes
─ Olhos – a pessoa pode ver luzes, objetos, animais ou outras pessoas

─ Ouvidos – A criança pode ouvir ruídos, vozes ou melodias


─ Nariz – é frequente a criança sentir odores difíceis de descrever, mas quase
sempre desagradáveis
─ Língua - podem causar sabores desagradáveis
─ Sistema digestivo – podem provocar náuseas
─ Memória ou emoções – podem provocar sensação de “déjà vu” pensamentos
estranhos, medo, bem-estar ou ansiedade
─ Coração, pulmões, glândulas ou temperatura – podem provocar taquicardia,
alteração do ritmo respiratório, suores, febre ou arrepios
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
CRISES CONVULSIVAS - Crises parciais complexas
─ Há perda de consciência, pode ficar imóvel, olhar fixo, incapaz de reagir
─ Geralmente pode mastigar ou engolir, ou mexer as mãos
─ Pode, mover-se como se estivesse consciente(forma estranha), não reage a
estímulos ou reage de forma desadequada
─ As crises parciais complexas podem progredir para uma crise generalizada,
designada tónico-clónica

CRISES CONVULSIVAS - Generalizadas


Crises Tónico-clónicas
─ Pode provocar perda de consciência abrupta, corpo fica rígido na 1ª fase(tónica)
seguida de espasmos nos braços e pernas (clónica)
─ Pode morder a língua, urinar ou se machucar na queda
─ Recupera gradualmente
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
CRISES CONVULSIVAS - Generalizadas
Crise de Ausência
─ Muito curta (por segundos) mas pode ocorrer diversas vezes ao dia
─ Quando sofre este tipo de crise pode ficar imóvel e alheada, com o
olhar fixo, mas recupera imediatamente
─ Por vezes pode passar despercebida, pela curta duração
─ Começa geralmente na infância/adolescência e podem potenciar a perda
de atenção (problemas de aprendizagem)
Crises Mioclónicas
─ Provocam espasmos no corpo ou membros (braços ou pernas), podendo a
vítima deixar cair os objetos
Crises atónicas
─ Provocam perda súbita de força muscular e consciência, podendo a
vítima cair Recuperação imediata
─ A gravidade deriva do risco associado à própria queda
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
CONVULSÕES FEBRIS

Tipo especial de crise (distúrbio transitório) que ocorre associado à


febre, mais frequente durante a elevação da temperatura
─Atinge crianças dos 3 meses aos 5 anos
─Convulsões generalizadas –habitualmente – com duração < a 5
minutos
─Natureza benigna não evoluindo para epilepsia ou lesão
─Suposta predisposição familiar
─Normalmente não há compromisso neurológico
─Os pais precisam ser tranquilizados face a esta situação
─Orientar para os cuidados nas situações de convulsões e febre
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA

CRISES CONVULSIVAS – Intervenções de enfermagem – na crise

─ Proteger: colocar a vítima no chão, com uma almofada sob a cabeça,

retirar óculos ou objetos que a possam ferir


─ Não movimentar ou conter a criança/adolescente durante a crise

convulsiva tónico-clónica
─ Reduzir estimulação sensorial ( intensidade da luz e ruído)
─ Colocar a criança em decúbito lateral após a convulsão (optimizar

respiração/permeabilidade das vias aéreas)

─ Administrar terapêutica anti-convulsivante prescrita


─ Identificar factores desencadeantes (estresse emocional, flash de câmara,

hipoglicemia…)
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
CRISES CONVULSIVAS – Intervenções de enfermagem

Histórico de enfermagem
─ Descrição da convulsão
─ Duração da convulsão
─ Fatores e comportamentos que antecedem a convulsão
─ Alteração da consciência
─ Progressão da convulsão
─ Verificar se há incontinência fecal ou urinária
─ Sensações e comportamentos pós-ictal (confusão, amnésia, cefaleia, sono,
incapacidade de falar, capacidade motora…. )
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
CRISES CONVULSIVAS – Intervenções de enfermagem

Após a convulsão
─ Contabilizar o tempo de período pós-ictal
─ Verificar a respiração e se necessário reposicione ou inicie SBV se
houver paragem (casos extremos e raros)
─ Posicionar em DL de segurança se respirar
─ Permanecer junto da criança/adolescente
─ Não oferecer alimentos/líquidos até estar consciente
─ Pesquisar lesões da boca, língua, cabeça e no corpo
─ Procurar identificar fatores que possam ter sido desencadeadores
─ Apoiar a família
Não conter a criança/adolescente não colocar nada na boca
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
HIDROCEFALIA

Definição: Acumulação excessiva do LCR nos ventrículos ou no


espaço subaracnóide, aumentando o seu tamanho Pode decorrer de três
mecanismos:
─ Secreção aumentada de LCR. (Ex. tumores do plexo coróide - papilomas)
─ Obstrução das vias de circulação do LCR. (No interior do sistema
ventricular, na sua saída para o espaço sub-aracnóideo ou nas cisternas da base )

─ Bloqueio na absorção do LCR (consequente à aderência ao nível das


vilosidades aracnóideas ou trombose dos seios durais)
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
HIDROCEFALIA
Etiologia
─ Mal formação congénita
─ RN prematuros
─ Secundária a neoplasias, infecções e trauma
─ Frequentemente associada a mielomeningocelo
Tratamento
─ Cirúrgico - colocação de uma derivação ventriculoperitoneal que drena
o LCR dos ventrículos para a cavidade peritoneal
Prognóstico
─ Otimista para a maioria das crianças com mais de 1 ano. 1/3 das
crianças sem défices cognitivos e neurológicos
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA

• de
HIDROCEFALIA – Manifestações
clínicas
─ Aumento do PC
─ Fontanelas tensas e abauladas
─ Olhos em sol poente
─ Dilatação das veias do couro
cabeludo
─ Alterações comportamentais
─ Cefaleias
• HIDROCEFALIA

Derivação ventricular interna


Acumulo de LCR no cérebro

Circulação LCR normal


1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
HIDROCEFALIA – Tratamento cirúrgico
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
HIDROCEFALIA – Intervenções de Enfermagem

Cuidados pós-operatórios específicos:


─ Posicionar para o lado contrário ao da válvula
─ Manter em posição plana (prevenção de hematoma subdural)
─ Se PIC aumentar, elevar cabeceira
─ Avaliação neurológica (midriase-dilatação pupilar)
─ Avaliação da distensão abdominal
─ Monitorizar balanço hídrico (risco de sobrecarga)
─ Despiste de infeção do LCR (alteração de SV, vómitos, recusa alimentar,
convulsões)

─ Vigiar sinais infamatórios (incisão e trajeto da derivação)


─ Inspecionar local de incisão quanto a extravasamentos
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
ESPINHA BÍFIDA

─ A espinha bífida, é uma anomalia congénita do sistema nervoso, que


se desenvolve nos dois 1.ºs meses de gestação e representa um
defeito na formação do tubo neural
─ Causada pelo fechamento incompleto da coluna vertebral
─ Uma das lesões congénitas mais comuns da medula espinhal cuja
incidência é estimada em 1 em cada 1000 recém-nascidos
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
ESPINHA BÍFIDA
ETIOLOGIA
Falha na formação/fechamento do tubo Drogas, radiações, produtos
neural no 1º trim. de gravidez (regiões químicos, desnutrição materna,
cervicais, torácica, sacral, mais comum mutação genética
lombo-sacra).

PROFILAXI
Estudo genético (casos de risco); A Suplemento de ácido fólico antes
Dieta alimentar rica em ácido fólico da conceção (0,4mg /dia)
(cereais, pão, arroz, massas, vegetais de
folhas verdes e citrinos)

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
Manifestações clínicas, exame do saco Diagnóstico pré-natal (16ª e 18ª
meníngeo e avaliação do compromisso do
semanas)
SNC( RM e TAC)
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
ESPINHA BÍFIDA - CATEGORIZAÇÃO

MENINGOCELO
ESPINHA BÍFIDA
CÍSTICA

ESPINHA BÍFIDA MIELOMENINGOCELO


ESPINHA BÍFIDA
OCULTA
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
ESPINHA BÍFIDA
ESPINHA BÍFIDA OCULTA
─ Habitualmente não visível
─ Localizada na área lombo sagrada (L5 e S1)
─ Pode haver alterações cutâneas (tufos de pelos, lipoma..)
MENINGOCELO
─ Visível com protusão externa saculiforme
─ Engloba meninges e liquido cefalorraquídeo (LCR)
─ Não está associado a défices neurológicos
MIELOMENINGOCELO
─ Visível com protusão externa saculiforme
─ Engloba meninges, LCR e nervos
─ Associado a deficiência neurológica
No meningocelo existe uma bolsa que contém membranas que cobrem a espinal-medula e LCR.
As raízes nervosas não estão geralmente muito danificadas, por isso existem poucos sinais de
deficiência
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
ESPINHA BÍFIDA

Espinha bífida oculta Meningocelo Mielomeningocelo


Anormalidades da Coluna vertebral

A- Normal B- Espinha C- Meningocele D- Mielomeningocele


Bífida oculta
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
ESPINHA BÍFIDA CÍSTICA
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
MIELOMENIGOCELO

O deficit neurológico varia

de acordo com o nível da

lesão na coluna vertebral

(torácica, lombar ou sagrada) e do

grau de lesão da medula


1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA

ESPINHA BÍFIDA CÍSTICA


TRATAMENTO –

─ Correção cirúrgica após o nascimento


─ Suporte
PROGNÓSTICO

Meningocelo Bom prognóstico


Mielomeningocelo Complicações
─ Perda sensorial abaixo da lesão medular
─ Incapacidade motora (paralisia)
─ Desnervação da bexiga (neuropática)
─ Desnervação do intestino grosso (neuropático)
─ Escoliose
─ Contraturas articulares/deformidades (joelhos, ancas e pés)
─ Hidrocefalia
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
ESPINHA BÍFIDA CÍSTICA – Intervenções de Enfermagem

Logo após o nascimento :


─ Colocar o recém-nascido em incubadora
─ Manter em decúbito ventral - a lesão deve ser coberta com
compressas esterilizadas, não adesivas, suavemente colocadas,
embebidas em soro fisiológico
─ Se tiver que ser transportado, preparar uma proteção de impedindo o
contacto da placa neural com qualquer superfície a não ser a compressa
embebida no soro fisiológico
─ Cuidados com a pele (incontinência urinária e intestinal)
─ Suporte emocional aos pais e promover o contacto
─ Cuidados pré-operatórios
1. AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA CRIANÇA
ESPINHA BÍFIDA CÍSTICA – Intervenções de Enfermagem

Cuidados pós-operatórios
─ Monitorização dos SV
─ Monitorização balanço hídrico
─ Posicionar (Decúbito Ventral ou lateral)
─ Identificar sinais de infeção
─ Encorajar os pais a participarem nos cuidados logo que se sintam
capazes de lidar com a situação

ATENÇÃO : RISCO ACRESCIDO DE ALERGIA AO LATEX

Você também pode gostar