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UNIVERSIDADE NILTON LINS

GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
ENFERMAGEM NAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS E
INFECTOCONTAGIOSAS

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA
MENINGITE BACTERIANA

Huxlan Beckmam de Lima


Enf. Esp Terapia Intensiva
Msd Doenças Tropicais e Infecciosas

Manaus, AM
2022
CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Febre Cerebral,
Século XIX Febre maculosa, 1805- epidemias
torpor profundo

1887- Neisseria Hoje ainda persiste


meningitidis no epidemias e surtos
líquor de doentes

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Principais epidemias meningócicas pelo mundo no período de 1971-1997.

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

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AGENTE ETIOLÓGICO
Neisseria meningitidis
Diplococo gram -
aeróbico
Não esporulado
0.7 a 1.0 micra de diâmetro
Coloniza a nasofaringe do
hospedeiro
A, B e C epidemias
B, C, W-135 e Y mais incidentes no
Brasil
13 Sorogrupos

A, B, C, D, X, Y, Z, E, W-135, H, I, K, L
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AGENTE ETIOLÓGICO

Vacina

Séssil

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CLASSIFICAÇÃO E CONCEITO

Doença meningocócica

Bacteriemia Meningococcemia Meningite com ou sem


Meningoencefalite
sem sepse sem meningite meningococcemia

Infecção bacteriana aguda, sendo a meningite meningocócica a mais frequente e a


meningococcemia a forma mais grave.

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EPIDEMIOLOGIA

Transmissão por via respiratória


Fora do período epidêmico, atinge ~1% da
.
população
Letalidade 20%
o agente pode ser encontrado no orofaríngeo
sem causar transtorno (assintomático)
Imunidade deprimida --> Bacteremia
O N. meningitidis tem tropismo pelo SNC

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EPIDEMIOLOGIA

Reservatório: ser Transmissão por Incubação: 2 a 10


humano fômites não é dias. Media: 3-4 dias
importante

Transmissível até Susceptibilide:


24h após atb geral. <5 anos

Comunicantes íntimos do caso, viajantes, disfunção esplênica, deficiência


sistema complemento, produção e anticopros soroespecífico.
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EPIDEMIOLOGIA

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FISIOPATOLOGIA

Meningococo se fixa à
Proteases inativam IgA Corrente sanguínea
mucosa pelas fíbrias

LCR não tem MHC, Barreira Proteção à imunidade


leucócitos hematoencefálica pela capsula
polissacarídica

Meningococo>> Inflamação e ativação


Endotoxinas
subaracnoideo de plaquetas
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FISIOPATOLOGIA

Leucócitos, MHC e Inibição da reabsorção


albumina
Edema cerebral + do LCR pela inflamação

Vasculite pela
endotoxina

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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Espectro Clínico amplo


Início brusco
Clinicamente indistinguíveis de outras meningites bacterianas

Febre Vômito/náusea Letargia irritabilidade

dor muscular/
Inapetência Cefaleia Dispneia
articular

Faringite, Calafrio/ Dor abd/


coriza, otite
tonsilite tremores diarreia
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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Sinais mais
específicos

Petéquias/ Alteração
Rigidez nuca
hemorragia mental

Brudizinski,
ECG lewinson,
Lasègue,
kernig 14
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Petéquias Sinal de Lasègue

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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Sinais de Brudizinski e Lewinson Sinal de Kernig

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NOTIFICAÇÃO- VIGILÂNCIA
Notificação compulsória nacional
Sazonalidade - Inverno

CASOS

Suspeitos Confirmados

<1 ano: Febre, cefaleia, Exame Laboratoriaal +:


vômito, Rigidez de nuca, cultura, pcr, látex
convulsões e/ou manchas Contato epidemiológico
vermelhas comprovado com pessoa
Eritema, exantema, dor com diagnóstico para a
MMII, doença
<1ano: Choro persistente, Pessoas com doplococo
abaulamento fontanela fram -
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DIAGNÓSTICO

Cultura do LCR;
Reação em Cadeia da
Polimerase
Aglutinação pelo látex: LCR
Bacterioscopia direta: LCR
Exame quimiocitológico do LCR

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DIAGNÓSTICO

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TRATAMENTO

Recomenda-se coleta do material biológico após a implemnetação ATB


Melhora o prognóstico e reduz a letalidade
ATB pode ser associada à reposição de líquidos
ATB no innício dá-se de forma empírica

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PROFILAXIA

Profissionais
Paciente Contatos
de saúde

EPI ATB quimioprofilaxia

Vacina
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CONTROLE DOS CONTATOS

Não assegura efeito protetor absoluto e prolongado


Mas é eficaz para prevenção de casos secundários
Quimioprofilaxia dos contatos até 48 horas após exposição à fonte da infecção (doente)
Todos os contatos, independente de vacina, deverão receber ATB, inclusive gestantes

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PROFILAXIA DOS CONTATOS

Tratamento para TB
Visa eliminar cepas resistentes do Meningococo

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FOCACCIA, Roberto; et. al. Veronesi-Focaccia: tratado de


infectologia. São Paulo: Editora Atheneu,
2016.
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância em Saúde.
Brasília-DF, 2021.
TAVARES, Walter. Rotinas de diagnóstico e tratamento das
doenças infecciosas e parasitárias. São Paulo: Atheneu,
2007.

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CASO CLÍNICO

QUEIXA PRINCIPAL
J.L.M.C, 14 anos, queixa febre e dor de cabeça há 03 dias, incessante.
História da Doença Atual (HDA)
Paciente apresentava-se hígido, há cerca de 72 horas começou a apresentar febre com 39,0°C,
vômitos em jato, inapetência, astenia e irritação. Refere cefaleia incessante à analgésicos e piora ao
movimentar-se. O responsável legal e acompanhante em questão (pai), refere ter administrado
dipirona, duas vezes, porém sem melhora aparente. Deu entrada na emergência desse hospital,
onde foi percebido presença de petéquias em MMSS e MMII. Paciente nega alergia à qualquer
medicamento e alimento. Nega perda ponderal de peso.
História pregressa: Pai nega doenças, internamentos, cirurgias. Refere cartão vacinal completo.
Paciente nega HAS, DM, cardiopatias, neoplasisas, IST’s.
Desenvolvimento neuropsicomotor: Paciente em crescimento e desenvolvimento adequado
para idade.

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CASO CLÍNICO
Exame físico
Ectoscopia: Paciente mostra-se irritado aos mínimos estímulos, choroso, sonolento, eutrófico,
hidratado, anictérico, acianótico, orientado. Pele e mucosas íntegras e livre de edema.
S. Tegumentar: exibe petéquias em MMSS e MMII, sendo algumas coalescentes. Ausência de
adenomegalias.
S. Neurológico: irritado, sinais de irritação meníngea+ ( Kernig, Brudzinski e Laségue), pupilas
isofotorreagentes (~3mm). Glasgow 13
AP: Expansibilidade torácica simétrica. Taquipneico, MV+, sem RA.
AC: BCNF, 2T, sem sopros. Taquicárdico.
ABD: Plano, flácido, indolor, sem visceromegalia, RHA+, sem alterações
Eliminações: evacuação+ com aspecto, odor e quantidade fisiológica. Diurese espontânea amarelo
citrino.
Conduta
Solicitado exame de punção lombar, TC de crânio, hemograma. Início daantibioticoterapia empírica.
Mantido repouso do paciente em leito.
Estado Atual
Paciente encontra-se em leito. Segue com irritação aos estímulos mínimos, sonolento. Segue em CN
3L/min, SpO2 94%, astenia, recusa dieta ofertada. Dispneia aos esforços mínimos. Realizado AVP em
MSE, datado, salinizado, pérvio, sem flogose. Queixa fraqueza ao deambular até banheiro.
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CASO CLÍNICO
Resultados dos exames
Punção lombar: Líquido com aspecto branco-leitoso, diminuição nos níveis de glicose, aumento das
proteínas totais e crescimento de diplococo gram negativo em cultura.
Exame de imagem: sem alteração
Hemograma:
Hemácias 3,2 milhões/ μL [4.2 – 5.9 milhões/ μL]
Hemoglobina 12% [13.0 – 18.0 g/ dL]
Hematócrito [38 – 52 %]
Leucograma:
Leucócitos totais 15000/ μL [4000 – 10000/ μL]
Neutrófilos Bastonetes 1000/ μL [0 – 800/ μL]
Neutrófilos Segmentados 10000 [1600 – 8000/ μL]
Linfócitos 3700 [900 – 4000/ μL]
Monócitos 100 [100 – 1000/ μL]
Eosinófilos 50 [0 – 500/ μL]
Basófilos 150 [0 – 200/ μL]
Plaquetas:
500.000/ μL [140.000 – 450.000/ μL]
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PROCESSO DE ENFERMAGEM

DIAGNÓSTICO DE
ENFERMAGEM

RESULTADOS (NOC)

INTERVENÇÕES (NIC)

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