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MENINGITES

Ainda atualmente pode chegar a 10% a mortalidade das meningites, em crianças e idosos pode
chegar a 20%.
Podo ocorrer comprometimento de musculatura intrínseca facial e complicações auditivas
como sequelas, principalmente em crianças.

Meningites Bacterianas

Fisiopatologia:

Geralmente o foco inicial de colonização é a flora faríngea, que esta muito suscetível às
mudanças climáticas. Podem ocorrer, com a irritação da garganta, fenestrações na mucosa que
permitem a entrada de gotículas de outras pessoas. Com a entrada de bactérias ocorre a
liberação de IgA proteases, que lesam os cílios parando o movimento ciliar e facilitando a
colonização. Depois disso as bactérias penetram em vasos subcutâneos e invadem a circulação
causando bacteremias.
As bactérias procuram o sistema nervoso central por ser ele um local com pouca atividade
imunológica, no SNC elas conseguem se reproduzir. Com a morte dessas bactérias no SNC
ocorre liberação de toxinas e inflamação, causando cefaléia e hipertensão intracraniana.
Ocorre então inflamação de cérebro e de meninges. As bactérias continuam a se reproduzir e
vão consumindo glicose, por isso no líquor a glicose é mais baixa, ocorre também aumento das
proteínas no líquor.

Ocorre deposição de fibrinas na base e tronco cerebral causando lesão dos pares cranianos.

Clínica das Meningites:

Cefaléia intensa, que piora de repente, e febre.

Sd de irritação meningorradicular: Deve-se procurar nesse paciente, sinais de irritação


radicular. Os sinais de Kernig e Brudzinski são sinais mais tardios e não são
encontrados em todos os pacientes. O sinal mais fidedigno é a rigidez de nuca. Existe o
sinal do beijo do joelho, que é mais fidedigno em jovens. Pede-se para que o paciente
tente encostar os lábios no próprio joelho, se houver rigidez ele simplesmente não
consegue executar esse movimento.

Sd de Toxêmico: Ocorre devido à bacteremia, pode haver febre, delirium e confusão


mental. Alucinações ápticas, com bichinhos com asas, geralmente sugerem síndromes
orgânicocerebrais.

Sd Hipertensão Intracraniana – causa cefaléia, sonolência e vômitos em jato, são sinais


mais tardios e quando aparecem sugerem quadro mais grave.

Devemos pedir para esses pacientes, uma tomografia e um líquor, obrigatoriamente.


Para que a rigidez de nuca ocorra, são precisos apenas 6 ou mais leucócitos no líquor (o normal
é 5).
O líquor é o melhor exame, a partir dele o agente é descoberto e o melhor tratamento pode
ser estabelecido. Nem todos os pacientes podem realizar esse exame, se houver hipertensão
intracraniana a punção liquórica pode causar herniação de tronco. Nesse caso opta-se por
realizar tratamento empírico antes da punção.
Tomografia:

É realizada para estabelecer se a punção liquórica pode ser feita ou não.


É realiza antes da punção em caso de:
-Imunossupressão
-Inicio de crises epilépticas
-Papiledema
-Alteração de consciência
-Déficit neurológico focal
-Historia de doença do SNC (incluindo historia de trauma)
-Suspeita de focos parameníngeos

Em caso de impossibilidade de punção, para saber qual é o agente causador, pode se realizar
uma hemocultura.

Líquor:

Pode ser realizado no segmento lombar ou no cervical, é muito mais realizado em lombar.
A referência para interpretação são os polimorfonucleares, os mononucleares e a glicorraquia.

Nas bacterianas predominam os polimorfos, ocorre grande quantidade de polimorfos.


Nas virais predominam os monomorfos e a glicose está normal.

Nas subagudas temos 50% de monomorfos e 50% de polimorfos.

Paciente imunossuprimidos, com cefaléia intensa, pode não ter febre, mas tem rigidez de
nuca, pensar em Criptococcus neoformans.
Quando Puncionar?

SSuspeita

Em pacientes que possuem alguma contraindicação à punção, faz-se uma hemocultura, inicia o
antibiótico empírico, realizar primeiramente a tomografia para depois decidir se o paciente
pode ser puncionado.
Em pacientes sem contraindicações, hemocultura e punção, inicia antibioticoterapia empírica,
líquor com achados de meningite pode-se implantar o tratamento definitivo.

Dicas importantes:
 Se o padrão for de meningite viral, porém o paciente rebaixa, o quadro clínico muda e
a febre começa aumentar é preciso repuncionar o paciente.
 Em idosos e imunossuprimidos a meningite pode se apresentar apenas como alteração
comportamental, eles não fazem febre e tem pouca rigidez de nuca.

Se o idoso teve mudança de comportamento e a tomografia não evidenciou nada que possa
ser a possível causa, punciona-se o paciente.
As meningites são geralmente causadas por meningo, pneumo e H influenza.
Em crianças, além disso, pensamos em gram -, principalmente E. coli.
Em idosos, além disso, pensamos em Listeria.

A meningite que mais faz lesão cerebral é a pneumocócica.


A hiperemia ocorre por vasodilatação devido à inflamação.

Meningococcemia: procurar petéquias e equimoses.


No meningococco também ocorre sangramento intestinal, pericárdico e pulmonar.

Tratamento:
Na suspeita de meningite bacteriana, inicia-se a antibioticoterapia profilática.
Usa corticóide ou não?
Apesar do efeito protetor para a inflamação no SNC, a evolução nos pacientes que usam
corticóide é praticamente a mesma dos pacientes sem corticóide. Não é errado usar, mas não
é mais recomendado.
Em crianças com H. influenza, o corticóide protege os pares cranianos, principalmente o
auditivo e nesse caso é indicado utiliza-lo.

Complicações da Meningite Bacteriana:


-Convulsão
-Infarto Cerebral
-Herniação Transtorial

Pneumococo não se libera com menos de 14 dias de tratamento, a infecção volta e volta mais
resistente.
O paciente deve ser repuncionado em 24 a 48 horas após o inicio do tratamento,
principalmente se não houver melhora clinica.

Tratamento dos Contatos:


Só é feita profilaxia no individuo que fez a punção se existe alguma chance de ter ocorrido
contaminação.

Meningites Virais:
Existem três grandes categorias de agentes: os mais comuns são os enterovírus, os mais
incomuns são os mixovirus e em casos pontuais deve-se pensar em herpes.

Enterovirus
Mais em época de calor, ocorrendo mais na faixa pediátrica.
Quadro benigno, febre, cefaleia e prostração. Faz-se repouso, hidratação e analgésico e em
cerca de três dias a criança está bem.
Geralmente é o Echovirus que faz. LCR com pleocitose predominante linfocitária. Echovirus é o
mais comum dos enterovirus. Geralmente associado a diarréia.

Mixovirus
Vírus da caxumba (parotidite), também faz meningite viral.
2/3 dos pacientes com caxumba faz meningite.
A principal complicação é a perda auditiva pelo comprometimento da membrana labiríntica.

Herpes
Causa encefalite herpética, faz cerebrite. Isso ocorre porque o herpes chega ao cérebro pela
via olfatória e chega até o úncus do lobo temporal.
A clínica constitui-se de febre e cefaléia, concomitantemente iniciam-se crises convulsivas e
ocorre rebaixamento do nível de consciência.
Ocorre inflamação no lobo medial do temporal, bem característico, e até que se prove o
contrário individuo com esse tipo de inflamação tem herpes.
Em pacientes imunossuprimidos pode ocorrer comprometimento dos dois lobos.
Tendo a imagem inicia-se tratamento empírico com aciclovir, 10mg/Kg de 8/8 horas por 10
dias.
O líquor pode se apresentar com predomínio de neutrófilos e depois de 24 a 48 horas ocorre
predomínio de leucócitos.
Pensa-se em herpes porque as meningites bacterianas não fazem encefalite (cerebrite).

GENTE MINHA GRAVAÇÃO TRAVOU DAQUI, FIZ DE TUDO E NÃO TEVE JEITO! VOU COLAR AQUI
JUNTO COM O QUE ANOTEI DA AULA AS ANOTAÇÕES DA DUDA QUE TENHO AQUI! DESCULPA!
:\\

Minhas anotações

ADEM – Encefalomielite disseminada aguda


Pós vacinal e simula desmielinização aguda do cérebro.
Meningite asséptica, puramente inflamatória.
Metilpredinisolona é o tratamento.
Infecções Oportunistas

Neuromicoses: imagem no líquor é a imagem em roda de carroça.


Corado por tinta nanquim.
Tratamento com anfotericina B.
Imunossupressão + cefaleia intensa + hipertensão intracraniana.
Os esporos fecham os corpúsculos de pachionne causando a hipertensão.
Toxoplasmose: Faz abcesso único em topografia de núcleos da base, sempre.
A imagem mostra um halo periférico mais captante imagem anelar.
Diagnostico diferencial com linfoma primário de SNC, no caso de duvida trata-se inicialmente
como toxoplasmose e se não houver melhora da lesão considera-se a possibilidade de linfoma
e realiza-se biopsia de SNC.
LMP
Grande complicação do HIV. Não existe tratamento
Causa de demência aguda em paciente com imunossupressão.
Imunossuprimidos com lesão única é toxoplasmose.
Lobo temporal é herpes.
Periventricular deve ser citomegalovírus.
Parietal e occipital com aspecto desmielinizante é LMP

Anotações Duda

 ADEM (encefalomielite disseminada aguda)


o Cérebro e medula inflamados por ação de um auto Ac. Vai
acontecer na pessoa que fez vacina.
o Meningite asséptica causada por algum mecanismo imunológico.
o Liquor sempre com predomínio linfocitário mas nunca vai achar o
agente etiológico.
o Doença auto imune.
 Infecções oportunistas
o Todas acontecem na vigência de imunossupressão.
o Meningite fúngica
 Cefaléia muito intensa devido HIC rápida e intensa,
pacientes que possuem alguma imunodeficiência.
 Agente mais comum é o C. neoformans. No líquor faz uma
imagem em roda de carroça (esporos). Deve ser usado um
corante especial que é a tinta de nanquim.
 Esporos obstruem o corpúsculo de pachione e não
consegue reabsorver o liquor fazendo HIC. Às vezes
podem entrar no parênquima e fazer lesões expansivas
chamadas de criptococomas ( tto cirúrgico).
 Ttto com anfotericina só que faz lesão renal. É a melhor
droga só que um risco potencial é a perda do rim.
o Toxoplasmose
 Se apresenta com um granuloma abscedante, único em
núcleo da base. Pode causar lesão da cápsula interna
com hemiparesia.
 Dx diferencial com linfoma primário do SN. Trata
empiricamente como toxoplasmose se em 7 a 10 dias a
lesão não melhorou deve ser linfoma. Faz biópsia
estereotácica faz dxdefinitivo
o Leucoencefalopatia multifocal progressiva
 Tipica de pacientes com AIDS.
 Lesão desmielinizante causada pelo vírus JC que lesa a
bainha de mielina fazendo com que na TC fiquem áreas
escuras, essa sareas podem se tornar confluentes.
 TTO não reconhecido e o individuo morre em 6 meses a 1
ano. Faz um quadro demencial.
 Pode ser unilateral ou bilateral.
 Lesões subcorticais em alta convexidade.
o Citomegalovirus  lesões periventriculares
o Sífilis  tronco cerebral
o Tuberculose  também costuma pegar tronco
o Herpes  lobo temporal
o Toxoplasmose  núcleos da base
o Leucoencefalopatia  subcorticais

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