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MENINGES
A meningite consiste na inflamação das membranas que envolvem o cérebro,
chamadas meninges. A doença pode ser causada por bactérias, vírus ou fungos.
OBS: O conjunto dessas duas últimas, pia-máter e aracnóide, formam a
leptomeninge, enquanto a dura-máter forma a paquimeninge.
RAIVA
A raiva é uma doença infecciosa conhecida há séculos e uma das zoonoses mais
importantes. Atinge milhares de pessoas em quase todo o mundo e acomete ampla
gama de animais domésticos e selvagens – praticamente todos os mamíferos –, de
maneira endêmica, em quase todo o planeta.
● NEUROTRÓPICO ( preferência por neurônios);
● PATOGENIA:
- Replicação viral (muscular)
- Alcança nervos periféricos
- Ocorre migração centrípeta
- O vírus é eliminado pela saliva
- Ocorre então a migração centrífuga
- E finalmente atinge o SNC
● FASES:
- Prodomia: Animal delicado passar a ser agressivo/comportamento
anormal;(até 3 dias após a infecção)
- Furiosa: Passa a atacar qualquer ser que veem, vocalização e
elevação do lábio superior (Paralisia de mandíbula, língua e faringe
resultarão em salivação profusa por causa da dificuldade ou
impossibilidade de deglutição, com consequente broncopneumonia por
falsa via)
- Paralítica: Músculos ficam paralisados ( dificuldade de engolir),
salivação excessiva e morte.
- Em bovinos, a raiva manifesta-se principalmente na forma paralítica.
- O local de inoculação, isto é, da mordida ou da lesão causada pelo
morcego, influi no período de incubação. Quando localizado próximo à
cabeça, há redução do período, visto que o trajeto a ser percorrido
pelo vírus será menor.
● SINAIS CLÍNICOS: Mudança de comportamento concorrente com sinais
neurológicos – ataxia, paresia e paralisia; sialorréia;
● ALTERAÇÕES MACROSCÓPICAS:
- Em animais com raiva não constituem achados constantes, no entanto
hiperemia das leptomeninges quase sempre é observada.
- Nos pulmões, observa-se broncopneumonia aspirativa (falsa via),
consequência da ganglioneurite.
- Na raiva furiosa, podem aparecer lesões traumáticas originadas do
comportamento agressivo do animal: automutilação, dentes fraturados
e soluções de continuidade na mucosa e presença de objetos ou terra
na cavidade bucal.
● ALTERAÇÕES MICROSCÓPICAS:
- As alterações inflamatórias predominam no tronco cerebral, medula
espinhal e gânglios sensitivos, notando-se infiltrado linfocitário
perivascular, nódulos gliais, necrose de neurônios e neuronofagia.
- A alteração patognomônica da raiva é o corpúsculo de Negri, uma
inclusão viral citoplasmática encontrada em neurônios, principalmente
do hipocampo (em células piramidais) e do cerebelo (em células de
Purkinje). É um corpúsculo oval eosinófilo, geralmente menor que uma
hemácia. Em imunofluorescência e microscopia eletrônica
demonstrou-se ser constituído de vírus rábicos completos margeando
um centro de proteínas virais.
- Curiosamente, nas regiões onde os corpúsculos de Negri são mais
encontrados (hipocampo e cerebelo) as alterações inflamatórias são
discretas ou ausentes. Por isto, é importante que o exame
histopatológico do cérebro inclua, além destes, fragmentos de tronco
cerebral ou medula espinal, para pesquisa de infiltrado inflamatório.
- Os corpúsculos de Negri não são encontrados em todos os
casos. São maiores e mais numerosos em pacientes com sobrevida
maior (mais de 5 dias) e raros ou ausentes com menos de 48 horas.
Em cerca de 20% dos casos não é possível achá-los.
TOXOPLASMOSE
O T. gondii é um parasito complexo, que se apresenta em várias formas e tem o
ciclo evolutivo heteroxênico, isto é, precisa de um hospedeiro definitivo para abrigar
sua fase sexuada (HD) e um hospedeiro intermediário (HI), para a fase assexuada.
Os únicos hospedeiros definitivos são os felinos jovens (domésticos e selvagens),
que eliminam os oocistos imaturos por meio de suas fezes e contaminam o
ambiente.No solo, esses se tornam esporulados, o que lhes conferem maior
resistência e propagação do ciclo, pois podem contaminar a água e os alimentos.
● SINTOMAS:
- Normalmente a doença não induz sinais clínicos, porém animais
imunocomprometidos ( ex. Cães com cinomose; gatos com FiV/FelV) podem
apresentar anorexia, depressão, hipertermia, linfoadenopatia, vômito, diarreia
e também podem manifestar alterações específicasde acordo com o órgão
acometido como pneumonia, encefalite, uveíte, hepatite, nistagmo, miosite,
ataxia e convulsão.
- Em cães e gatos a infecção vertical ou transplacentária não é comum, mas
quando ocorre pode-se observar aborto e mortalidade neonatal. Nos animais
de produção, as alterações reprodutivas são mais comuns e incluem também
fetos mumificados e filhotes debilitados.
● DIAGNÓSTICO:
- O diagnóstico da toxoplasmose é obtido por meio de testes de
hemaglutinação, reação de imunoflorescência indireta (RIFI) e ensaio
de imunoabsorção enzimática (ELISA) para a detecção de anticorpos.
- Pela análise histopatológica pode-se observar os taquizoítos em
corpúsculos de inclusão intracelular nos órgãos afetados, além de
necrose tecidual.
- Em gatos, a pesquisa de oocistos presentes nas fezes é uma técnica
pouco eficiente, em razão de a quantidade desses ser frequentemente
baixa, impossibilitando sua identificação.
BABESIOSE
> Babesia canis
A babesiose canina é uma doença parasitária de características hemolíticas,
transmitida por carrapatos, que causa anemia em decorrência da infecção das
hemácias por hematozoários do gênero Babesia spp.
Babesia canis e Babesia gibsoni são as duas espécies capazes de infectar o cão,
e a gravidade dos sintomas clínicos, bem como o comprometimento múltiplo de
órgãos, é dependente da intensidade da hemólise promovida pelo hemoparasita, da
patogenicidade da cepa envolvida, e de características de susceptibilidade
relacionadas ao hospedeiro.
● SINAIS CLÍNICOS:
- A severidade das manifestações clínicas na doença está
relacionada ao grau de multiplicação do parasita nos
eritrócitos.
- Os sinais clínicos típicos da doença descomplicada são devido
à anemia hemolítica e incluem membranas mucosas pálidas,
febre, taquipnéia, taquicardia, esplenomegalia, icterícia, anorexia e
depressão, vocalização e decúbito.
● PATOGENIA E ACHADOS PATOLÓGICOS:
- No início da infecção, predomina a hemólise intravascular
enquanto nas células não-parasitadas a destruição é consequência
do reconhecimento pelo sistema imune, uma vez que esses eritrócitos
encontram-se marcados por antígenos do parasita aderidos às
suas membranas.
- A lise das hemácias produz mediadores inflamatórios de ação
sistêmica que, em processos hemolíticos graves, causam
vasodilatação periférica e hipotensão, o que facilita interação entre
eritrócitos infectados e o tecido endotelial, levando à agregação de
eritrócitos.
- À necropsia, os animais infectados por B.canis podem estar
emaciados, pálidos e ictéricos. A injúria vascular é evidenciada por
hemorragias e edema, que podem ser severas nos pulmões. O baço
pode estar aumentado de tamanho e firme,com polpa vermelha
hiperêmica e corpúsculos proeminentes, enquanto os rins
apresentam coloração marrom escura. O fígado pode estar
aumentado de volume e marrom-amarelado e, na vesícula biliar,
observa-se bile espessa e abundante.
- Histologicamente, podem-se observar eritrócitos parasitados
obstruindo capilares do córtex cerebral, além de microtrombos em
vários tecidos do animal.
> TIPOS DE ICTERÍCIA:
- Pré-hepática: Causada por bactérias (ex. leptospirose); Protozoarios (ex.
Babesisoe); Vírus (ex. AIE); Químicos (ex. cebola,cobre e zinco).
- Hepática: Ocasionada por problemas nos hepatocitos. Causados por
hepatite,cirrose e neoplasias malignas;
- Pós-hepática: Quando ocorre a obstrução dos ductos biliares ou
impedimento do fluxo nos canalíticos.
Link: Babesiose canina (biolofriends.blogspot.com)
BOTULISMO
Clostridium botulinum
Toxi-infecção não febril,geralmente fatal caracterizada por paresia e paralisia
FLÁCIDA,envolvendo a musculatura da locomoção,mastigação e deglutição.
A toxina que causa a doença; Causa paralisia flácida; Não é transmissível entre
indivíduos; Bacilo (gram +) e anaeróbio estrito; Produz endósporos (forma que se
mantém no ambiente);
Neurotoxinas:
- C (C1 E C2) ou D de clostridium botulinum;
Ingestão da toxina:
- previamente formada em cadáveres decompostos.
- Em alimentos mal armazenados,como milho,soja,silagem,feno e ração.
(presença de roedores mortos no alimento)
- Cama de frango fornecida como alimento para os animais.
- Botulismo hídrico ( água contaminada com cadáveres, animais enterrados
próximos a açudes/riachos e águas destampadas paradas onde aves podem
vir a defecar e contaminar )
> obs: A osteofagia que é a deficiência de cálcio (mas tbm pode ser outra
deficiência nutricional) ,leva o animal a vir roer ossos (carcaças) podendo esses
serem contaminados pelo botulismo.
> Impede a liberação da acetilcolina (ASSIM O MÚSCULO NÃO CONSEGUE
CONTRAIR FICANDO FLÁCIDO)
● SINAIS CLÍNICOS:
- Podem aparecer de 1-17 dias após a ingestão do alimento
contaminado.
- Forma superaguda (evolução clínica e morte em 24h); Aguda ( a
mais comum. Evolução em 24-48h); Subaguda ( evolução em 48h-7
dias); Crônica (evolução a partir de 7 dias);
- Decúbito esternal permanente
- Ausencia de reflexo anal
- Paralisia flácida dos membros e causa; salivação;
- Relaxamento da mandíbula; facilidade de expor a língua do animal.
● DIAGNÓSTICO:
- Patologia ( necropsia e histopatologia)- SEM ALTERAÇÕES MACRO
E MICROSCÓPICAS.
- Sinais clínicos + epidemiologia patologia + patologia (sem presença de
lesão).