Você está na página 1de 42

PSORÍASE,

HANSENÍASE,
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO E
DISCÓIDE, EPIDERMÓLISE BOLHOSA
PSORÍASE
PSORÍASE
• A psoríase é uma doença crônica da pele, não contagiosa, caracterizada pela
presença de manchas róseas ou avermelhadas, recobertas por escamas
esbranquiçadas. Sua causa é ainda desconhecida, porém já há estudos que
apresentam informações sobre ser uma doença autoimune que atinge células de
Langerhans e hiperqueratose e, e embora exista uma predisposição familiar, não é
necessariamente transmitida aos descendentes.

• De ocorrência universal, a psoríase acomete igualmente homens e mulheres, sendo


das dermatoses mais frequentes na prática clínica.

• A doença pode ocorrer em qualquer idade com picos de incidência na 2ª e 5ª


décadas de vida associados a diferentes antígenos de histocompatibilidade. O início
antes dos quinze anos correlaciona-se com maior frequência de casos familiares.
Manchas vermelhas com escamas secas
esbranquiçadas ou prateadas;

Pequenas manchas brancas ou escuras


residuais pós lesões;

Pele ressecada e rachada; às vezes, com


sangramento;

Coceira, queimação e dor;

Unhas grossas, sulcadas, descoladas e


com depressões puntiformes;

Inchaço e rigidez nas articulações.


Os fatores desencadeantes
podem ser o clima frio,
infecções (estreptococo,
HIV), estresse e fármacos
(bloqueadores adrenérgicos,
antimaláricos, lítio,
inibidores da enzima
conversora de angiotensina,
sais de ouro, interferona
alfa, corticosteroides
sistêmicos e anti-
inflamatórios não
esteroides).
TIPOS DE
PSORÍASE
• Psoríase ungueal: afeta as unhas das
mãos e dos pés. Faz com que a unha
cresça de forma anormal, engrosse,
escame, mude de cor e até se
deforme. Em alguns casos, a unha
chega a descolar do leito ungueal.

• Psoríase em placas ou vulgar:


manifestação mais comum da
doença. Forma placas secas,
avermelhadas com escamas
prateadas ou esbranquiçadas. Essas
placas coçam e, algumas vezes, doem,
podendo atingir todas as partes do
corpo, inclusive genitais. Em casos
graves, a pele em torno das
articulações pode rachar e sangrar.
• Psoríase do couro cabeludo: surgem áreas avermelhadas com escamas espessas branco-
prateadas, principalmente após coçar. O paciente pode perceber os flocos de pele morta
em seus cabelos ou em seus ombros, especialmente depois de coçar o couro cabeludo.
Assemelha-se à caspa.
• Psoríase gutata: geralmente é desencadeada por infecções bacterianas, como as de
garganta. É caracterizada por pequenas feridas, em forma de gota no tronco, nos braços,
nas pernas e no couro cabeludo. As feridas são cobertas por uma fina escama, diferente
das placas típicas da psoríase que são grossas. Este tipo acomete mais crianças e jovens
antes dos 30 anos.
• Psoríase invertida: atinge principalmente áreas úmidas, como axilas, virilhas, embaixo dos
seios e ao redor dos genitais. São manchas inflamadas e vermelhas. O quadro pode agravar
em pessoas obesas ou quando há sudorese excessiva e atrito na região.

• Psoríase pustulosa: nesta forma de psoríase, podem ocorrer manchas, bolhas ou pústulas
(pequena bolha que parece conter pus) em todas as partes do corpo ou em áreas
menores, como mãos, pés ou dedos (chamada de psoríase palmoplantar). Geralmente, se
desenvolve rápido, com bolhas de pus que aparecem poucas horas depois de a pele tornar-
se vermelha. As bolhas secam dentro de um dia ou dois, mas podem reaparecer durante
dias ou semanas. A psoríase pustulosa generalizada pode causar febre, calafrios, coceira
intensa e fadiga.
• Psoríase eritodérmica: é o tipo menos comum. Acomete todo o corpo com manchas
vermelhas que podem coçar ou arder intensamente, levando a manifestações sistêmicas.
Ela pode ser desencadeada por queimaduras graves, tratamentos intempestivos (como
uso ou retirada abrupta de corticosteroides), infecções ou por outro tipo de psoríase mal
controlada.
• Psoríase artropática: além da inflamação na pele e da descamação, a artrite psoriática,
como também é conhecida, causa fortes dores nas articulações. Afeta mais comumente as
articulações dos dedos dos pés e mãos, coluna e juntas dos quadris e pode causar rigidez
progressiva e até deformidades permanentes. Também pode estar associada a qualquer
forma clínica da psoríase
• Tratamento tópico: medicamentos em cremes e pomadas, aplicados
diretamente na pele. Podem ser usados em conjunto com outras terapias
ou isoladamente, em casos de psoríase leve. Ex.: Cremes umectantes.

• Tratamentos sistêmicos: medicamentos em comprimidos ou injeções,


TIPOS DE geralmente indicados para pacientes com psoríase de moderada a grave
e/ou com artrite psoriásica. Ex.: Corticóides
TRATAMEN • Tratamentos biológicos: medicamentos injetáveis, indicados para o
TO tratamento de pacientes com psoríase moderada a grave. Existem
diversas classes de tratamentos biológicos para psoríase já aprovadas no
Brasil: os chamados anti-TNFs (como adalimumabe, etanercepte e
infliximabe), anti-interleucina 12 e 23 (ustequinumabe) ou anti-
interleucina 17 (secuquinumabe).

• Fototerapia: consiste na exposição da pele à luz ultravioleta de forma


consistente e com supervisão médica. O tratamento precisa ser feito por
profissionais especializados.
HANSENÍASE
A hanseníase é doença infecciosa crônica causada pelo bacilo Mycobacterium leprae. A predileção pela pele
e nervos periféricos confere características peculiares a esta doença, tornando o seu diagnóstico simples na
maioria dos casos. Em contrapartida, o dano neurológico responsabiliza-se pelas sequelas que podem surgir.

É bacilo álcool-ácido resistente, parasita intracelular


com predileção pela célula de Schwann e pele.

O Ministério da Saúde define como caso de


hanseníase para tratamento, quando um ou mais
dos seguintes achados encontram-se presentes:
lesão de pele com alteração de sensibilidade,
espessamento de tronco nervoso ou baciloscopia
positiva na pele.
HANSENÍASE
TRANSMISSÃO DA DOENÇA
A hanseníase é transmitida por meio de contato próximo e prolongado
de uma pessoa suscetível (com maior probabilidade de adoecer) com um
doente com hanseníase que não está sendo tratado. Normalmente, a
fonte da doença é um parente próximo que não sabe que está doente,
como avós, pais, irmãos, cônjuges, etc.

A bactéria é transmitida pelas vias respiratórias (pelo ar), e não pelos


objetos utilizados pelo paciente. Estima-se que a maioria da população
possua defesa natural (imunidade) contra o M. leprae. Portanto, a maior
parte das pessoas que entrarem em contato com o bacilo não adoecerão.
É sabido que a susceptibilidade ao M. leprae possui influência genética.
Assim, familiares de pessoas com hanseníase possuem maior chance de
adoecer.
TIPOS DE HANSENÍASE

• PAUCIBACILAR – INDETERMINADA E TUBERCULÓIDE

• MULTIBACILAR – VIRCHOWIANA E DIMORFA


HANSENÍASE INDETERMINADA
(HI)

As lesões da HI surgem após um


período de incubação que varia, em
média, de dois a cinco anos.
Caracteriza-se pelo aparecimento de
manchas hipocromicas, com
alteração de sensibilidade, ou
simplesmente por áreas de
hipoanestesia na pele.
HANSENÍASE TUBERCULÓIDE
(HT)

Nesta forma clínica, encontram-se


lesões bem delimitadas, em número
reduzido, anestésicas e de
distribuição assimétrica. Descrevem-
se lesões em placas ou anulares com
bordas papulosas, e áreas da pele
eritematosas ou hipocromicas
HANSENÍASE VIRCHOWIANA
(HV)

Trata-se de forma multibacilar, reconhecida por corresponder ao polo de baixa


resistência, dentro do espectro imunológico da doença. Portanto, manifesta-se
naqueles indivíduos que apresentam imunidade celular deprimida para o
Mycobacterium leprae.
Admite-se que a HV possa evoluir a partir da forma indeterminada ou se
apresentar como tal desde o início. Sua evolução crônica caracteriza-se pela
infiltração progressiva e difusa da pele, mucosas das vias aéreas superiores,
olhos, testículos, nervos, podendo afetar, ainda, os linfonodos, o fígado e o baço.
Na pele, descrevem-se pápulas, nódulos e máculas. A infiltração é difusa e mais
acentuada na face e nos membros.
HANSENÍASE DIMORFA
(HD)

Este grupo é caracterizado por sua instabilidade imunológica, o que faz com que haja
grande variação em suas manifestações clínicas, seja na pele, nos nervos, ou no
comprometimento sistêmico. As lesões da pele revelam-se numerosas e a sua morfologia
mescla aspectos de HV e HT, podendo haver predominância ora de um, ora de outro tipo.
HANSENÍASE DIMORFA
(HD)
Compreendem placas eritematosas, manchas hipocrômicas com bordas
ferruginosas, manchas eritematosas ou acastanhadas, com limite interno nítido e
limites externos imprecisos, placas eritemato-ferruginosas ou violáceas, com
bordas internas nítidas e limites externos difusos (lesões foveolares)
COMPLICAÇÕES DA DOENÇA
TRATAMENTO
LUPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO
LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO -
LES
Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune
sistêmica caracterizada pela produção de anticorpos, formação e
deposição de imunocomplexos, inflamação em diversos órgãos e
dano tecidual.

Sua etiologia permanece ainda pouco conhecida, porém sabe-se


da importante participação de fatores hormonais, ambientais,
genéticos e imunológicos para o surgimento da doença. As
características clínicas são polimórficas, e a evolução costuma ser
crônica, com períodos de exacerbação e remissão.
LÚPUS DISCOIDE
Esse tipo de lúpus fica limitado à pele da pessoa. Pode ser identificado com o
surgimento de lesões avermelhadas com tamanhos, formatos e colorações
específicas na pele, especialmente no rosto, na nuca e/ou no coro cabeludo.
LÚPUS SISTÊMICO

Esse tipo de lúpus é o mais comum e pode


ser leve ou grave, conforme cada situação.
Nessa forma da doença, a inflamação
acontece em todo o organismo da pessoa, o
que compromete vários órgãos ou sistemas,
além da pele, como rins, coração, pulmões,
sangue e articulações. Algumas pessoas que
têm o lúpus discoide podem,
eventualmente, evoluir para o lúpus
sistêmico.
LÚPUS NEONATAL

Esse tipo de lúpus é bastante raro e afeta filhos recém-nascidos de mulheres


que têm lúpus. Normalmente, ao nascer, a criança pode ter erupções na
pele, problemas no fígado ou baixa contagem de células sanguíneas, mas
esses sintomas tendem a desaparecer naturalmente após alguns meses.
LÚPUS INDUZIDO POR DROGAS

Essa forma do lúpus também é comum e


acontece porque substância de algumas
drogas e/ou medicamentos podem
provocar inflamação com sintomas
parecidos com o lúpus sistêmico.
No entanto, a doença, nesse caso, tende
a desaparecer assim que o uso da
substância terminar.
OS GATILHOS PARA DESENCADEAR O LÚPUS SÃO

• Luz solar: a exposição à luz do sol, de forma inadequada e em horários


inapropriados, pode iniciar ou agravar uma inflamação preexistente a
desenvolver lúpus. Além disso, esse tipo de postura também pode provocar
câncer de pele.
• Infecções: ter uma infecção pode iniciar lúpus ou causar uma recaída da
doença em algumas pessoas, o que pode gerar um quadro leve ou grave,
conforme cada situação.
• Medicamentos: lúpus também pode estar relacionado ao uso de determinados
antibióticos, medicamentos usados para controlar convulsões e também para
pressão alta. Informe seu médico se notar qualquer sintoma estranho.
OS GATILHOS PARA DESENCADEAR O LÚPUS SÃO

Luz solar
A exposição à luz do sol, de forma inadequada e em horários inapropriados,
pode iniciar ou agravar uma inflamação preexistente a desenvolver lúpus.
Além disso, esse tipo de postura também pode provocar câncer de pele.

Infecções
Ter uma infecção pode iniciar lúpus ou causar uma recaída da doença em
algumas pessoas, o que pode gerar um quadro leve ou grave, conforme cada
situação.

Medicamentos
Lúpus também pode estar relacionado ao uso de determinados antibióticos,
medicamentos usados para controlar convulsões e também para pressão alta.
Informe seu médico se notar qualquer sintoma estranho.
TRATAMENTO

Embora não haja cura para o lúpus, os tratamentos atuais procuram


melhorar a qualidade de vida pelo controle dos sintomas e pela
diminuição das crises.
Isso começa com modificações no estilo de vida, incluindo dieta e
proteção contra o sol. Outras medidas de controle da doença incluem
medicamentos, como anti-inflamatórios e esteroides.
EPIDERMÓLISE BOLHOSA
EPIDERMÓLISE BOLHOSA
A epidermólise bolhosa adquirida pode ocorrer em todas as faixas
etárias.
A etiologia exata da epidermólise bolhosa adquirida não é conhecida,
mas dados sugerem anticorpos autoimunes direcionados contra o
colágeno tipo VII, um componente chave das fibrilas de ancoragem
dentro da junção dermo-epidérmica.
Epidermólise bolhosa adquirida é distinta da epidermólise bolhosa hereditária, que
envolve várias mutações do gene COL7A1 para o colágeno tipo VII.

Lesões bolhosas ocorrem mais frequentemente em áreas sujeitas a pequenos traumas,


como as regiões extensoras dos cotovelos e as regiões dorsais das mãos e dos pés.

A cura geralmente provoca cicatrizes, millium (cistos superficiais de inclusão


epidérmica) e hiperpigmentação. Alguns pacientes têm unhas distróficas e alopecia
cicatricial, envolvimento das mucosas ou lesões oculares que levam à cegueira.
EB SIMPLES (EBS)

As formas Simples são maioritariamente de transmissão dominante e


na maioria dos casos afeta apenas mãos e pés, com agravamento nos
períodos quentes e úmidos.
EB JUNCIONAL (EBJ)

As manifestações físicas mais frequentes são a


presença de numerosas bolhas, erosões e
cicatrizes atróficas na pele, onicodistrofia,
tecido de granulação periorificial exuberante,
hipoplasia do esmalte dentário e cáries. A taxa
de mortalidade deste subtipo é muito elevada,
particularmente durante a primeira infância.
EB DISTRÓFICA (EBD)

É caracterizada pelo aparecimento recorrente


de bolhas, quistos de milium e cicatrizes
atróficas, principalmente nas extremidades,
com perda frequente das unhas.
SÍNDROME DE KINDLER

A síndrome de Kindler é uma genodermatose


autossómica recessiva rara. A fragilidade
cutânea dos primeiros anos de vida é
gradualmente substituída por poiquilodermia,
cicatrizes e fotossensibilidade. As
complicações extracutâneas incluem colite
grave, esofagite, estenose uretral e mais
raramente ectrópion.
TRATAMENTO

• Corticoides

• Tratamento e prevenção das bolhas e feridas


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
• Araújo, MG. Hanseníase no Brasil. ARTIGO DE ATUALIZAÇÃO. Revista da Sociedade Brasileira
de Medicina Tropical 36(3):373-382, mai-jun, 2003.
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância
das Doenças Transmissíveis. Guia prático sobre a hanseníase [recurso eletrônico] /
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das
Doenças Transmissíveis. – Brasília : Ministério da Saúde, 2017. 68 p. : il.
• http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/lupus
• Couto, Carla Sá; Gouveia, Carolina; Miguéns, Cristina; Marques, Rita. Guia prático na
abordagem ao doente com Epidermólise Bolhosa. Sociedade portuguesa de dermatologia e
venerologia. ISBN 978-989-20-6822-0 ©2015-2018 Debra Portugal.

Você também pode gostar