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HANSENÍASE

A hanseníase é uma doença cheia de estigmas devido às lesões que


surgem na pele. Felizmente, existe tratamento gratuito e eficaz
O que é a hanseníase e como ela é transmitida

 A hanseníase – chamada antigamente de lepra – é uma doença crô nica e transmissível


provocada pela bactéria Mycobacterium leprae. Apesar de seus principais sintomas serem
marcas na pele – falaremos disso mais adiante –, ela nã o é transmitida pelo toque nas feridas,
e sim por contato com gotículas de saliva e secreçõ es nasais por um longo período de tempo.
 No entanto, ela só é passada de um indivíduo que pegou uma forma contagiante e que nã o
está em tratamento para alguém considerado suscetível.
 Entenda: “Para pegar a doença, você precisa ter uma grande suscetibilidade a ela. Isso só
acontece com cerca de 5% da populaçã o. A maioria é resistente e nã o desenvolverá o
problema mesmo se tiver contato com versõ es contagiantes”, tranquiliza a dermatologista
Sandra Durã es, coordenadora do departamento de hanseníase na 
Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
 A incubaçã o da M. leprae – ou seja, o tempo que leva para surgirem os sintomas apó s o
contá gio – demora de três a sete anos. Esse longo tempo é um dos fatores que dificulta o
controle da doença.
SINTOMAS DA HANSENÍASE
Entre os principais sintomas da hanseníase, podemos destacar:
– Surgimento de manchas de cores variadas nas diferentes partes do corpo, que geralmente estão
associadas a uma perda de sensibilidade ao toque e à dor, além de terem uma temperatura diferente
do resto da pele;
– Sumiço de pelos em certas partes do corpo;
– Suor que para de acontecer nas regiões onde é comum;
– Dormência em partes do corpo;
– Caroços que surgem nas mãos e orelhas;
– Formigamento nas mãos, pés, braços e pernas;
– Inchaços em mãos e pés;
– Feridas que aparecem nos membros;
– Febre;
– Dor nas juntas;
– Sangramentos nasais recorrentes;
– Diminuição da força muscular e
– Ressecamento dos olhos
Uma vez que o paciente apresente esse sintomas, o médico dermatologista fará exames para
confirmar o diagnóstico da hanseníase.
FATORES DA HANSENÍASE
A aglomeração de pessoas na mesma casa e carência de energia elétrica também
foram consideradas fatores de risco nesta faixa etária. A ausência de rede pública de
saneamento e residir em moradias de materiais como taipa e madeira também foram
relacionados com maior risco de adoecimento pela hanseníase.
Quais as formas de contágio da hanseníase?
A transmissão ocorre através das vias aéreas (secreções nasais, gotículas da fala,
tosse, espirro) de pacientes sem tratamento. O paciente que está sendo tratado deixa
de transmitir a doença, cujo período de incubação pode levar de três a cinco anos.
TIPOS DE HANSENÍASE
A doença pode apresentar principalmente 4 formas clínicas: indeterminada, borderline ou dimorfa,
tuberculoide e virchowiana. Em termos terapêuticos, somente 2 tipos são considerados:
paucibacilar (com poucos bacilos) e multibacilar (com muitos bacilos).

A hanseníase indeterminada é a forma inicial da doença, caracterizada por manchas hipocrômicas


ou eritemato-hipocrômicas com hipoestesia. Geralmente, são poucas lesões, com bordas bem ou
mal definidas.
. Hanseníase borderline ou dimorfa: manchas e placas, acima de cinco lesões, com bordos às vezes
bem ou pouco definidos, com comprometimento de dois ou mais nervos, e ocorrência de quadros
reacionais com maior frequência.
Hanseníase virchowiana (HV).
Trata-se de forma multibacilar, reconhecida por corresponder ao pólo de baixa resistência,
dentro do espectro imunológico da doença. Portanto, manifesta-se naqueles indivíduos que
apresentam imunidade celular deprimida para o Mycobacterium leprae.
DIAGNÓSTICO DA HANSENÍASE
O diagnóstico de caso de hanseníase é realizado por meio do exame físico geral
e dermatoneurológico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de
sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos, com alterações
sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas.
Exame baciloscópico - A baciloscopia de pele (esfregaço
intradérmico), quando disponível, deve ser utilizada como exame complementar
para a classificação dos casos em PB ou MB. A baciloscopia positiva classifica o
caso como MB, independentemente do número de lesões.
O exame físico deve ser realizado através das avaliações dermatológica e
neurológica, procurando identificar sinais dermatoneurológicos característicos da
hanseníase: lesões ou áreas de pele com alterações de sensibilidade; neurites;
incapacidades físicas e deformidades; e reações (BRASIL, 2004).
COMPLICAÇÕES DA HANSENÍASE
As complicações mais graves resultam da perda do sentido do tato, dor e
temperatura; fraqueza muscular que pode resultar em deformações; e lesões
desfigurantes na pele e na mucosa nasal. Reações inflamatórias, chamadas
reações hansênicas, podem ocorrer e requerem tratamento com corticoides.
as principais sequelas da hanseníase
Que sequelas a hanseníase pode causar? Quem tem o tipo mais leve da doença,
mesmo após o tratamento, pode não recuperar totalmente a sensibilidade nos
locais das manchas. Em casos mais graves, pode haver sequelas como perda de
força que impõe limitações físicas para usar as mãos ou andar, por exemplo.
A população tem que estar atenta. Divulga-se que a hanseníase é só dormência,
ausência de dor e/ou coceira.
TRATAMENTO DA HANSENÍASE
O tratamento medicamentoso da hanseníase envolve a associação de três
antimicrobianos: rifampicina, dapsona e clofazimina. Essa associação é denominada
Poliquimioterapia Única (PQT-U) e está disponível nas apresentações adulto e infantil.
É disponibilizada de forma gratuita e exclusiva no Sistema Único de Saúde – SUS.
três medicamentos no tratamento da hanseníase   
A associação de antimicrobianos (PQT-U) reduz a possibilidade de desenvolvimento de
resistência medicamentosa pela bactéria causadora da doença (Mycobacterium
leprae), o que pode ocorrer quando se utiliza apenas um medicamento. 
Quanto tempo dura o tratamento medicamentoso da hanseníase
A duração do tratamento varia de acordo com a forma clínica da doença. Para
pacientes com hanseníase paucibacilar (PB) a duração é de seis meses e para
pacientes com hanseníase multibacilar (MB) a duração é de doze meses.
O tratamento medicamentoso da hanseníase leva à cura?
Sim. O uso do esquema PQT-U se feito com a regularidade recomendada leva à cura
da doença. É importante ressaltar que já no início do tratamento, pela ação dos
medicamentos, o paciente deixa de transmitir a doença.
PREVENÇÃO DA HANSENÍASE
A prevenção da hanseníase está ligada ao corte de sua cadeia de transmissão,
que é obtido por meio do diagnóstico precoce, do tratamento adequado, do
exame dos contatos do paciente e da aplicação da vacina BCG nesses indivíduos,
que pode aumentar sua imunidade e contribuir para uma manifestação mais
branda da doença.
Por isso, é tão importante a ampla divulgação dos sintomas da doença, de modo
a torná-los conhecidos e um sinal de alerta para a população.
A hanseníase é uma doença que pode gerar complicações graves, mas possui
tratamento e cura. Conhecer seus sinais e difundi-los é fundamental para
contribuir para a interrupção da transmissão da patologia.
Atualmente é realizada vacina do bacilo de Calmette-Guérin (BCG), em
dose única, em pessoas que tiveram contato com doentes como medida
profilática. A imunização para BCG, bacilos atenuados que causam a tuberculose,
pode produzir imunidade, ainda que não específica, às pessoas expostas ao M.
leprae.

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