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HANSENÍASE

‌O que é ?

É uma doença infecciosa, contagiosa, de evolução crônica, causada pela bactéria


Mycobacterium leprae. Atinge principalmente a pele, as mucosas e os nervos periféricos,
com capacidade de ocasionar lesões neurais, podendo acarretar danos irreversíveis,
inclusive exclusão social, caso o diagnóstico seja tardio ou o tratamento inadequado.

‌História

A infecção por hanseníase acomete pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade.


Entretanto, é necessário um longo período de exposição à bactéria, sendo que apenas uma
pequena parcela da população infectada realmente adoece. O Brasil ocupa a 2ª posição do
mundo entre os países que registram casos novos. Em razão de sua elevada carga, a
doença permanece como um importante problema de saúde pública no país, sendo de
notificação compulsória e investigação obrigatória.

‌Transmissão

A transmissão ocorre quando uma pessoa com hanseníase, na forma infectante da doença,
sem tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior, infectando outras pessoas
suscetíveis, ou seja, com maior probabilidade de adoecer. A forma de eliminação do bacilo
pelo doente são as vias aéreas superiores (por meio do espirro ou tosse), e não pelos
objetos utilizados pelo paciente. Também é necessário um contato próximo e prolongado.
Os doentes com poucos bacilos – paucibacilares (PB) – não são considerados importantes
fontes de transmissão da doença, devido à baixa carga bacilar.Já as pessoas com muitos
bacilos – multibacilares (MB) – constituem o grupo contagiante, mantendo-se como fonte de
infecção enquanto o tratamento específico não for iniciado. A hanseníase apresenta longo
período de incubação, ou seja, o tempo em que os sinais e sintomas se manifestam desde
a infecção. Geralmente, esse período dura em média de dois a sete anos;

‌Diagnóstico

O diagnóstico de caso de hanseníase é realizado por meio do exame físico geral e


dermatoneurológico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade
e/ou comprometimento de nervos periféricos, com alterações sensitivas e/ou motoras e/ou
autonômicas. A coleta de material para exames laboratoriais (baciloscopia ou histopatologia
cutânea ou de nervo periférico sensitivo) e a exames eletrofisiológicos e/ou outros mais
complexos, para identificar comprometimento cutâneo ou neural discreto e realizar
diagnóstico diferencial com outras neuropatias periféricas

‌Sinais e Sintomas

● Manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas) e/ou área (s) da


pele com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e frio) e/ou dolorosa (à dor)
e/ou tátil (ao tato);
● Comprometimento do (s) nervo (s) periférico (s) – geralmente espessamento
(engrossamento) –, associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou
autonômicas;
● Áreas com diminuição dos pelos e do suor;
● Sensação de formigamento e/ou fisgadas, principalmente em mãos e pés;
● Diminuição ou ausência da sensibilidade e/ou da força muscular na face, e/ou nas
mãos e/ou nos pés;
● Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.

‌Prevenção

O diagnóstico precoce, o tratamento oportuno e a investigação de contatos que convivem


ou conviveram, residem ou residiram, de forma prolongada, com caso novo diagnosticado
de hanseníase são as principais formas de prevenção. Devido ao comprometimento
neurológico, a hanseníase é uma doença com potencial incapacitante, podendo causar
deficiências (deformidades) e incapacidades físicas antes do diagnóstico e durante e após o
tratamento com a Poliquimioterapia Única (PQT-U).
Consideram-se como componentes da Prevenção de Incapacidades Físicas (Trevo) os
seguintes elementos:
● -Diagnóstico precoce, tratamento regular com PQT-U e aplicação de BCG em
contatos;
● -Detecção precoce e tratamento adequado das reações e neurites;
● -Apoio a manutenção da condição emocional e integração social (família, estudo,
trabalho, grupos sociais);
● Realização de autocuidados.

‌Tratamento

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento e acompanhamento dos


pacientes em unidades básicas de saúde e em referência, não sendo necessário
internação. O tratamento medicamentoso é realizado com a associação de três
antimicrobianos - rifampicina, dapsona e clofazimina – a qual denominamos de
Poliquimioterapia Única (PQT-U).A duração do tratamento varia de acordo com a forma
clínica da doença. Para pacientes com hanseníase paucibacilar (PB) a duração é de seis
meses e para pacientes com hanseníase multibacilar (MB) a duração é de doze meses.

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