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Hanseníase

• Doença infecciosa, transmissível e de caráter crônico, que


ainda persiste como problema de saúde pública no Brasil.

• Agente etiológico: Bacilo Mycobacterium leprae, que afeta


principalmente os nervos periféricos, olhos e pele.

• A doença atinge pessoas de ambos os sexos e de todas as


faixas etárias, podendo apresentar evolução lenta e
progressiva e, quando não tratada, é passível de causar
deformidades e incapacidades físicas, muitas vezes
irreversíveis (BRASIL, 2016, 2017, 2019).

(MS- Bol. Epidemiol.-Hansen/2022)


• Entre 2012 e 2021, foram
diagnosticados no Brasil
119.698 casos novos de
hanseníase. Desses, 66.613
Dados atuais ocorreram no sexo
masculino(55,7%).
((MS- Bol. Epidemiol.-Hansen/2023)
• Metas anteriores Metas atuais
• No Brasil, a Estratégia Nacional para • Hanseníase 2023-2030 mantém a
o Enfrentamento da Hanseníase visão de um Brasil sem hanseníase.
2019-2022 traz a visão de um Brasil Como metas para 2022-2030, o
sem hanseníase. O objetivo geral documento prevê:
reduzir a carga da doença no país
ao fim de 2022, com as seguintes
metas: 1) Reduzir em 55% a taxa de casos
1) Reduzir para 30 o número total novos de hanseníase em menores
de crianças com grau 2 de de 15 anos de idade até 2030
incapacidade física;
2) Reduzir em 30% o número
2) Reduzir para 8,83/1 milhãohab absoluto de casos novos com no
habitantes a taxa de pessoas diagnóstico até 2030
com grau 2 de incapacidade
física; e 3) Dar providência a 100% das
3) Implantar em todas as Unidades manifestações sobre práticas
da Federação canais para discriminatórias em hanseníase
registro de práticas
discriminatórias às pessoas
acometidas pela hanseníase e
seus familiares.Menos de um
caso/10.000. Cura em 90%.
• ((MS- Bol. Epidemiol.-Hansen/2022) ((MS- Bol. Epidemiol.-Hansen/2023)
REGIÕES COM >
INCIDÊNCIA
• Sul;
• Sudeste

(MS- Bol. Pidemiol.-


Hansen/2023)
Panorama epidemiológico
De 2012 a 2021, foram diagnosticados 296.086 casos novos de hanseníase.

Redução da taxa de detecção geral de casos novos – 50,0%

2012 - 17,17 por 100.000 habitantes

2021 - 8,59 por 100.000 habitantes

Em 2021 o parâmetro de endemicidade do país mudou de alto para médio. (em 16


Unidades da Federação )
Todas as regiões apresentaram redução na taxa de detecção geral de casos novos
de hanseníase entre 2012 a 2021
(MS- Bol. Epidemiol.-Hansen/2023)
• R.G. : “ausência total de
impressão digital  Portador de
Hanseníase”.
Estigma • MOTIVO: o funcionário da
identificação não quis tocá-lo. O
paciente já estava curado da
doença há 42 anos
(Jornal do MORHAN, mar./abr. – 2000.)
• Casos de hanseníase desde 4.000 anos
a.C (papiros do antigo Egito).
• Os hebreus chamavam de lepra, e
consideravam maldição, castigo divino,
citada inclusive pela bíblia levando à
discriminação com a doença e com o
doente com o enclausuramento e a
Estigma exclusão dos doentes do convívio social.
• No Brasil, a doença chegou junto com a
colonização- leprosários mantido pela
igreja- não existia uma política de saúde
pública.
• Em 1915 criou-se a Comissão de Profilaxia
da Lepra- modelo isolacionista, internação
compulsória.
• O governo federal, que desenvolveu uma
política pública para a construção e
manutenção de uma grande rede de
leprosários em todo país.
1600: Brasil tem os primeiros
casos notificados de hanseníase.

Histórico da 1820: realizado um censo no


Brasil, indicando altos índices da
Hanseníase doença.

1873: Gerhard Arnauer Hansen


identificou o Mycobacterium
leprae ou bacilo de hansen.
Histórico da Hanseníase

Idade Média: Igreja Católica instituiu o isolamento


dos pacientes como medida de controle da doença.

França: as medidas eram tão rigorosas, a ponto de se


realizar um ritual religioso na intenção do doente,
semelhante ao que era feito com os mortos.
Histórico da Hanseníase

• 1930 : Emílio Ribas, institui o isolamento compulsório dos


doentes e o tratamento com ÓLEO DE CHALMOOGRA. [rede
asilar: Pirapitingui (Itú), Aimorés (Baurú), Santo Ângelo (Mogi
das Cruzes), Padre Bento (Guarulhos), Cocais].
• 1940: tratamento com a SULFONA, primeira droga eficaz no
controle da hanseníase.
• 1967: foi abolido o isolamento compulsório dos doentes. o
tratamento passou a ser realizado em regime ambulatorial.
• 1970: foi introduzido o tratamento com a RIFAMPICINA.
Histórico da Hanseníase
1975: foi abolido o termo lepra, e instituído oficialmente
no Brasil, o termo hanseníase, corrigindo assim, um erro
milenar.

1987: foi instituído o tratamento com


POLIQUIMIOTERAPIA.

2003: Brasil é o segundo país do mundo em número de


casos da doença
As lesões mais comuns são:
• Manchas pigmentares ou discrômicas

• Placa: é lesão extensa na pele.

• Infiltração: aumento da espessura e


consistência da pele

Hanseníase e os • Tubérculo: designação em desuso,


sinais clínicos significava pápula ou nódulo que evolui
deixando cicatriz.

• Nódulo: lesão sólida, circunscrita, elevada


ou não, de 1 a 3 cm de tamanho. É processo
patológico que localiza-se na epiderme,
derme e/ou hipoderme. Pode ser lesão mais
palpável que visível
Hanseníase e as • BAAR-POSITIVO  resiste no meio
ambiente:
característica do bacilo • 9 dias em secreções dessecadas.
• 46 dias em ambiente úmido.

• DESINFECÇÃO DE MATERIAL: segue a


mesma da rotina do serviço
Transmissão
• A doença é transmitida por via respiratória, necessitando
de contatos prolongados com o doente virgem de
tratamento.
• Os principais susceptíveis são os contatos
intradomiciliares.
• Outra forma de transmissão de menor importância é a
pele com solução de continuidade.
• Período de Incubação: em média de 2 a 5 anos
A doença é transmitida por via respiratória, através das gotas eliminadas no ar
pela tosse, fala e espirro, necessitando de contatos prolongados com o doente
sem tratamento.

90% da população tem imunidade natural;

portanto, somente 10% da população é suscetível.

Os principais suscetíveis são os contatos intradomiciliares.

Outra forma de transmissão é o contato direto com as lesões


da pele de uma pessoa com hanseníase, sem tratamento.
ALTA PROPORÇAO DE
ALTA INDIVÍDUOS COM
INFECTIVIDADE ANTICORPOS CONTRA
O BACILO EM
POPULAÇÕES SADIAS.

CAPACIDADE DE PRODUZIR INCAPACIDADE


BAIXA FÍSICA= mãos, pés,
DOENÇA CLINICAMENTE nariz e olhos.
PATOGENICIDADE
EVIDENTE.
INCAPACIDADE
PSICOLÓGICA=
Repercussão no
ambiente familiar.
SEVERIDADE DA DOENÇA
INCAPACIDADE
ALTA BAIXA LETALIDADE SOCIAL=
VIRULÊNCIA ALTO PODER Discriminação devido
ao estigma.
INCAPACITANTE
DIAGNÓSTICO CLÍNICO => ATRAVÉS DE EXAME

DERMATONEUROLÓGICO COM TESTES DE SENSIBILIDADE

(TÉRMICO, DOLOROSO E TÁTIL); TESTE DE FORÇA MUSCULAR

E PALPAÇÃO DOS NERVOS MAIS COMUMENTE ACOMETIDOS.

EXAMES LABORATORIAIS => BACILOSCOPIA E BIÓPSIA.


Lesões
eritematosas
planas ou
infiltradas com o
centro claro, de
tonalidade
ferruginosa ou
pardacenta; com
alteração de
sensibilidade. É
transmissível.
Tratamento: 12
doses.
Eritema e infiltração
difusa; placas
eritematosas
infiltradas e de bordas
mal definidas;
tubérculos e nódulos;
madarose; lesões de
mucosas; com
alteração de
sensibilidade. É
transmissível.
Tratamento: 12
doses.
Os primeiros sinais da doença são manchas na pele

(hipopigmentadas, avermelhadas ou da cor de cobre), podendo

ser planas ou elevadas, com diminuição ou perda de

sensibilidade (ao calor, à dor ou ao toque), devido a instalação do

bacilo nas terminações nervosas da pele.

Dor nos nervos dos braços e pernas, formigamento, dormência.


• Evolução Clínica
ESTADOS REACIONAIS

• São eventos imunoinflamatórios


que se expressam por
manifestações cutâneas ou
neurológicas, podem ser localizados
ou sistêmicos, ocorrem em tempos
distintos (antes, durante ou após o
tratamento específico
da hanseníase) e demandam
intervenção imediata.
• Apresentam três tipos:
• TIPO I –Reversa
• TIPO II – Eritema nodoso hansênico
• TIPO III – Neurite isolada
CORPO

ESTRANHO
TRATAMENTO
1. FORMAS => SUPERVISIONADO

INDETERMINADA E

TUBERCULÓIDE

2. DURAÇÃO DO

TRATAMENTO =>

06 MESES
1. FORMAS =>
TRATAMENTO
SUPERVISIONADO
INDETERMINADA E

TUBERCULÓIDE

2. DURAÇÃO DO

TRATAMENTO =>

06 MESES
1. FORMAS => TRATAMENTO
SUPERVISIONADO

DIMORFA E

VIRCHOVIANA

2. DURAÇÃO DO

TRATAMENTO =>

12 MESES
TRATAMENTO
1. FORMAS =>
SUPERVISIONADO

DIMORFA E

VIRCHOVIANA

2. DURAÇÃO DO

TRATAMENTO =>

12 MESES
BUSCA DETECÇÃO DE
CASOS NOVOS
ATIVA

CONTROLE DE
DIMINUIÇÃO DO
FALTOSOS
ABANDONO ATRAVÉS DE VD

CONTROLE DE CONTATOS
DIAGNÓSTICO
(VACINA B.C.G. ID; EXAME
PRECOCE
DERMATONEUROLÓGICO)
Referências
• https://www.scielo.br/j/abd/a/8nNkzGgB9F5JSzK3Mw496ym/?lang=pt#:~:te
xt=Os%20estados%20reacionais%20s%C3%A3o%20eventos,hansen%C3%AD
ase)%20e%20demandam%20interven%C3%A7%C3%A3o%20imediata.
• https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_de_hanseniase.pdf
• https://www.scielo.br/j/sausoc/a/nXWpzPJ5pfHMDmKZBqkSZMx/?lang=pt
• https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/boletins/boletins-
epidemiologicos/especiais/2022/boletim-epidemiologico-de-hanseniase-_-
25-01-2022.pdf
• https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hanseniase-1
• https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2023/boletim_ha
nseniase-2023_internet_completo.pdf

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